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INSPEÇÃO DE

PRODUTOS DE
ORIGEM ANIMAL 1
Profª. Ma. Naiana Leticia Pavan
Médica Veterinária
HISTÓRICO

 BRASIL – INSPEÇÃO OFICIAL:

 Decreto 7.622/1909 – Diretoria de Industria


Animal;

 Decreto 8.331/1910 – Serviço de Veterinária:

“A inspeção Sanitária de matadouros,


entrepostos frigoríficos e estabelecimentos de
laticínios.”
BRASIL – INSPEÇÃO OFICIAL:

 Decreto 11.462/1915 - “ Regulamento de


Serviço de Inspeção de Fábricas de Produtos
Animais”;

 Lei1.283/1950 - obrigatoriedade da inspeção


sanitária de produtos de origem animal no
Brasil:
 Animais e seus produtos; leite e derivados; ovos e
derivados; pescados e derivados.
BRASIL – INSPEÇÃO OFICIAL:

 Decreto 30.691 de 29 de Março de 1952:


Regulamento de Inspeção Industrial e Sanitária de
Produtos de Origem Animal – RIISPOA

 Decreto 69.502/1971 - Ministério da Agricultura


realiza inspeção, o registro e a padronização;

 Lei 5.760/1971 – Federalização da IPOA.


BRASIL – INSPEÇÃO OFICIAL:

 Lei7.889/1989 - Restabelece os três


níveis de Inspeção:

 SIM – Secretaria de Agr. do Município


 SIE – Secretaria de Agr. do Estado
 SIF – MAPA/DIPOA
SIF - Serviço de Inspeção Federal: normatiza e
garante a circulação e comercialização dos
produtos alimentícios entre municípios de outros
estados ou até mesmo no mercado internacional.

SIE - Serviço de Inspeção Sanitária Estadual:


regulamenta e garante a circulação e a
comercialização dos produtos alimentícios entre
municípios do mesmo estado.

SIM - Serviço de Inspeção Municipal: regulamenta


única e exclusivamente os estabelecimentos
instalados no município, sendo que os produtos
alimentícios só podem circular e serem
comercializados em seu perímetro.
BRASIL – INSPEÇÃO OFICIAL:

 Decreto Federal n° 5741/2006


 O município ou estado que for julgado equivalente ao
Ministério, após auditoria do mesmo, poderá indicar
estabelecimentos registrados em suas jurisdições para serem
submetidos à equivalência com os estabelecimentos do MAPA
e terem seus produtos de origem animal com trânsito livre no
país, derrubando o limite comercial de fronteira imposto
pela Lei Federal n° 7889, de 1989.

 IN 36/2011 – SISBI-POA
SELO ARTE
LEI Nº 13.680 DE 14 DE JUNHO DE
2018

DECRETO Nº 9.918 DE 18 DE JULHO


DE 2019
 SUSAF - Sistema Unificado Estadual de
Sanidade Agroindustrial Familiar e de
Pequeno Porte.
Lei 10.502, de 18 de janeiro de 2017;
simplificar a venda de produtos da
agricultura familiar e de agroindústrias de
pequeno porte;
Adesão ao SIM.
BRASIL – INSPEÇÃO OFICIAL:

 29de Março de 2017 → Decreto Nº 9013 –


Regulamento de Inspeção Industrial e
Sanitária dos Produtos de Origem Animal.

 Decreto 10.468, 18 Agosto de 2020 →


Alterações.
ATUALIDADES:

Fonte:http://www.baldebranco.com.br Fonte: http://seagro.to.gov.br


Fonte: https://foodsafetybrazil.wordpress.com/2016/02/page/2/
O MÉDICO VETERINÁRIO E A INSPEÇÃO DE
PRODUTOS DE ORIGEM ANIMAL

Fonte: http://seagro.to.gov.br
Competências e Habilidades:
 Segundo a OIE:

 Competências específicas:
 Epidemiologia;
 Doenças Animais Transfonteiriças;
 Zoonoses;
 Doenças Emergentes e Re-emergentes;
 Prevenção de doenças e programas de controle;
 Higiene de Alimentos;
 Produtos Veterinários;
 Bem estar-animal;
 Legislação e ética veterinária;
 Procedimentos gerais de certificação;
 Habilidades de comunicação.
 Higiene dos alimentos:

 Participarem inspeção de abate: isto inclui


avaliação ante mortem, post mortem e abate
humanitário.
 Compreender e explicar a integração entre
controles de saúde animal e saúde publica
humana; o papel dos veterinários em conjunto
com médicos, agentes de saúde publica e analistas
de risco para garantir segurança.
 Competências avançadas:
Organização de serviços veterinários;
Procedimentos de inspeção e
certificação;
Manejo de doenças contagiosas;
Higiene de alimentos;
Aplicação de análises de riscos;
Pesquisa;
Rede de comércio internacional;
Administração e manejo.
 Higiene de Alimentos:
O desempenho com base no risco da inspeção ao
abate, incluindo ante mortem, post mortem,
abate humanitário e vestuário higiênico;
 Programas de teste de resíduos;
 Rastreabilidade de produtos de origem animal;
 Saneamento em plantas de processamento de
alimentos, armazenamento apropriado de
produtos animais processados, armazenamento
doméstico de alimentos e segurança de preparo,
saúde e limpeza de todos os humanos envolvidos
na cadeia alimentar do campo à mesa.
Competências e Habilidades:
 Elaborar os fluxogramas de produção de ovos, mel,
leite, da carne e seus derivados, assim como ter
noções básicas de fisiologia animal; das patologias
infecciosas e parasitárias que acometem os animais
e que possam ser transmitidas pelos alimentos.
 Conhecer as normativas, legislações e programas
que visam a sanidade animal, controle de qualidade
da matéria-prima e inspeção sanitária.
 Interpretar e identificar as aplicabilidades da
legislação na inspeção higiênico-sanitária de ovos,
mel, leite, da carne e seus respectivos derivados,
garantindo qualidade para indústria, ganhos para o
produtor e segurança para o consumidor.
 Desenvolver capacidade para executar a inspeção
sanitária e tecnológica de produtos de origem
animal.
Compromisso com o Consumidor
Brasileiro:
 Garantia de Inocuidade do produto e
Combate à Fraude Econômica.

 Expectativa da sociedade: Qualidade do


Produto Final.
Fonte: http://www.asbraer.org.br
LEGISLAÇÃO
 RIISPOA : Regulamento de Inspeção Industrial e
Sanitária dos produtos de Origem animal.

 NORMAS HIGIÊNICO SANITÁRIAS E TECNOLÓGICAS:


abate de bovinos, suínos, aves, processamento de
leite, pescado, ovos e mel;

 RTIQ: Regulamentos Técnicos de Identidade e


Qualidade dos Produtos de Origem Animal.
RIISPOA
 Capítulo II – Do âmbito de atuação

 Art 2º- Inspeção e fiscalização: DIPOA e SIF;

 Art. 5º - Sujeitos à inspeção e à fiscalização:


 animais destinados ao abate;
 a carne e seus derivados;
 o pescado e seus derivados;
 os ovos e seus derivados;
 o leite e seus derivados;
 produtos de abelhas e seus derivados;
RIISPOA
 Capítulo II – Do âmbito de atuação

 Art. 5º - Sujeitos à inspeção e à fiscalização →


Abrangem:

 A inspeção ante mortem e post mortem dos animais;


 Recepção;
 Manipulação;
 Beneficiamento
 Industrialização;
 Fracionamento;
 Conservação e Acondicionamento;
 Embalagem, rotulagem, armazenamento;
 Expedição e o trânsito de quaisquer matérias-primas e
produtos de origem animal.
RIISPOA
 Art. 8º - Entende-se por estabelecimento de produtos de
origem animal:
 Qualquer instalação industrial na qual sejam abatidos ou
industrializados animais produtores de carnes;
 Onde sejam obtidos, recebidos, manipulados, beneficiados,
industrializados, fracionados, conservados, armazenados,
acondicionados, embalados, rotulados ou expedidos, com
finalidade industrial ou comercial:
 a carne e seus derivados;
 o pescado e seus derivados;
 os ovos e seus derivados;
 o leite e seus derivados
 os produtos de abelhas e seus derivados;
RIISPOA
 Art. 11. A inspeção federal será realizada em caráter
permanente ou periódico.
 PERMANENTE: presença do serviço oficial de inspeção para a
realização dos procedimentos de inspeção e fiscalização ante
mortem e post mortem, durante as operações de abate das
diferentes espécies de açougue, de caça, de anfíbios e répteis nos
estabelecimentos;

 presença do serviço oficial de inspeção para a realização


PERIÓDICO:
dos procedimentos de inspeção e fiscalização nos demais
estabelecimentos registrados ou relacionados e nas outras
instalações industriais dos estabelecimentos de que trata o § 1º,
excetuado o abate."
RIISPOA
 Art.
12. A inspeção e a fiscalização industrial
e sanitária abrangem os seguintes
procedimentos:

 I - inspeção ante mortem e post mortem das diferentes espécies


animais;

 II - verificação das condições higiênico-sanitárias das instalações,


dos equipamentos e do funcionamento dos estabelecimentos;

 III - verificação da prática de higiene e dos hábitos higiênicos pelos


manipuladores de alimentos;
RIISPOA
 Art. 12. A inspeção e a fiscalização industrial e
sanitária abrangem os seguintes procedimentos:

 IV - verificação dos programas de autocontrole dos estabelecimentos;

 V - verificação da rotulagem e dos processos tecnológicos dos produtos


de origem animal quanto ao atendimento da legislação específica;

 VI - coleta de amostras para análises fiscais e avaliação dos resultados


de análises físicas, microbiológicas, físico-químicas, de biologia molecular,
histológicas e demais que se fizerem necessárias à verificação da
conformidade dos processos produtivos ou dos produtos de origem animal,
podendo abranger também aqueles existentes nos mercados de consumo;
RIISPOA
 Art.12. A inspeção e a fiscalização
industrial e sanitária abrangem os
seguintes procedimentos:

 VII - avaliação das informações inerentes à produção


primária com implicações na saúde animal e na saúde
pública ou das informações que façam parte de acordos
internacionais com os países importadores;

 VIII- avaliação do bem-estar dos animais destinados ao


abate;
RIISPOA
 Art.12. A inspeção e a fiscalização industrial e
sanitária abrangem os seguintes
procedimentos:

 IX - verificação da água de abastecimento;

X - fases de obtenção, recebimento, manipulação,


beneficiamento, industrialização, fracionamento,
conservação, armazenagem, acondicionamento,
embalagem, rotulagem, expedição e transporte de todos
os produtos, comestíveis e não comestíveis, e suas
matérias-primas, com adição ou não de vegetais;
RIISPOA
 Art.
12. A inspeção e a fiscalização industrial
e sanitária abrangem os seguintes
procedimentos:

 XI - classificação de produtos e derivados, de acordo


com os tipos e os padrões fixados em legislação específica
ou em fórmulas registradas;
 XIII- verificação dos meios de transporte de animais
vivos e produtos derivados e suas matérias-primas
destinados à alimentação humana;
 XIV - controle de resíduos e contaminantes em produtos
de origem animal;
RIISPOA
 Art. 12. A inspeção e a fiscalização industrial e
sanitária abrangem os seguintes procedimentos:

 XV - controles de rastreabilidade dos animais, das


matérias-primas, dos insumos, dos ingredientes e dos
produtos ao longo da cadeia produtiva;

 XVI - certificação sanitária dos produtos de origem


animal;

 XVII - outros procedimentos de inspeção, sempre


que recomendarem a prática e o desenvolvimento da
indústria de produtos de origem animal.
RIISPOA

Art. 14. A inspeção e a fiscalização são de


atribuição do Auditor Fiscal Federal
Agropecuário com formação em Medicina
Veterinária, do Agente de Inspeção Sanitária
e Industrial de Produtos de Origem Animal e
dos demais cargos efetivos de atividades
técnicas de fiscalização agropecuária,
respeitadas as devidas competências.
RIISPOA- Transporte
RIISPOA- “Ante Mortem”
RIISPOA- “Post Mortem”
RIISPOA- Produtos acabados,
embalagens, condimentos
Condições básicas e comuns para
estabelecimentos de POA:
 Ponto distante de maus cheiros;
 Área delimitada com capacidade para construção e
fluxo de veículos;
 Pátio pavimentado e em
bom estado de limpeza;
Condições básicas e comuns para
estabelecimentos de POA:
 Dependências e instalações compatíveis com a
finalidade do estabelecimento;

 Separação das áreas de produção de produtos


comestíveis;

 Dependências e instalações para armazenagem de


ingredientes, aditivos, coadjuvantes de tecnologia,
embalagens, rotulagem, materiais de higienização,
produtos químicos e substâncias utilizadas no controle
de pragas;
 Paredes e separações revestidas ou impermeabilizadas;
 Pé-direito com altura suficiente para permitir a disposição
adequada dos equipamentos;
 Forro nas dependências;
 Pisos impermeabilizados com material resistente
construídos de forma a facilitar a coleta das águas;
 Ralos de fácil higienização e sifonados;

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Barreiras sanitárias:
 Janelas, portas e demais aberturas construídas e
protegidas;
 Dispor de luz natural e artificial e de ventilação
suficiente em todas as dependências;
 Disporde luz natural e artificial e de
ventilação suficiente em todas as
dependências;
 Equipamentos e utensílios resistentes à
corrosão, de fácil higienização e atóxicos
que não permitam o acúmulo de
resíduos;
 Equipamentos ou instrumentos de controle de
processo de fabricação calibrados e aferidos;
 Dependência para higienização de recipientes
utilizados no transporte de matérias-primas e
produtos;
 Equipamentos e utensílios exclusivos para produtos
não comestíveis e identificados na cor vermelha;
 Rede de abastecimento de água;

 Água potável nas áreas de produção


industrial;

 Rede diferenciada e identificada para água


não potável;

 Rede de esgoto;
Vestiáriose sanitários;
Refeitório;
Lavanderia.
 Sede para o SIF;

 Locais e equipamentos que possibilitem


a realização das atividades de inspeção e
de fiscalização sanitárias;
 Água
fria e quente nas dependências de
manipulação e preparo de produtos;
 Instalações
de frio industrial e dispositivos
de controle de temperatura nos
equipamentos;
ESTABELECIMENTO DE
LEITE E DERIVADOS
 Propriedades Rurais:
 Fazenda leiteira;
 Estábulo Rural;
 Granja Leiteira.

 Postos de leite e derivados:


 Posto de recebimento;
 Posto de refrigeração;
 Posto de coagulação;
 Queijaria.

 Estabelecimentos industriais:
 Usina de beneficiamento;
 Fábrica de Laticínios;
 Entreposto-usina;
 Entreposto de laticínios.
 RIISPOA – Regulamento de inspeção industrial
e sanitária de produtos de origem animal.
 Decreto 9.013 de 29 de Março de 2017.

 Mudanças:
 Os estabelecimentos são classificados como:
 Granja leiteira;
 Posto de refrigeração;
 Usina de beneficiamento → Unidade de
Beneficiamento de leite e derivados.
 Queijaria.
Granja Leiteira:
Entende-se por granja leiteira o estabelecimento
destinado à produção, ao pré-beneficiamento, ao
beneficiamento, ao envase, ao acondicionamento, à
rotulagem, à armazenagem e à expedição de leite para o
consumo humano direto, podendo também elaborar
derivados lácteos a partir de leite exclusivo de sua
produção, envolvendo as etapas de pré-beneficiamento,
beneficiamento, manipulação, fabricação, maturação,
ralação, fracionamento, acondicionamento, rotulagem,
armazenagem e expedição.
Posto de refrigeração:
Entende-se por posto de refrigeração o
estabelecimento intermediário entre as propriedades
rurais e as unidades de beneficiamento de leite e
derivados destinado à seleção, à recepção, à mensuração
de peso ou volume, à filtração, à refrigeração, ao
acondicionamento e à expedição de leite cru, facultando-
se a estocagem temporária do leite até sua expedição.
Unidade de Beneficiamento de leite e
derivados:
Estabelecimento destinado à recepção, ao pré-
beneficiamento, ao beneficiamento, ao envase, ao
acondicionamento, à rotulagem, à armazenagem e à
expedição de leite para o consumo humano direto,
facultando-se a transferência, a manipulação, a fabricação, a
maturação, o fracionamento, a ralação, o acondicionamento,
a rotulagem, a armazenagem e a expedição de derivados
lácteos, sendo também permitida a expedição de leite fluido
a granel de uso industrial.
Queijaria
Entende-se por queijaria o estabelecimento
destinado à fabricação de queijos, que envolva as
etapas de fabricação, maturação, acondicionamento,
rotulagem, armazenagem e expedição, e que, caso
não realize o processamento completo do queijo,
encaminhe o produto a uma unidade de
beneficiamento de leite e derivados."
Estabelecimentos de leite e
derivados:
 Devem dispor de:
 Instalações e equipamentos para a ordenha, separados
fisicamente das dependências industriais;

 Instalações de ordenha separadas fisicamente da


dependência para fabricação de queijo, no caso das
queijarias.
 Quando a queijaria não realizar o processamento
completo do queijo, a unidade de beneficiamento de
leite e derivados será co-responsável por garantir a
inocuidade do produto por meio da implantação e do
monitoramento de programas de sanidade do rebanho
e de programas autocontroles.
DÚVIDAS?

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