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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CENTRO DE TECNOLOGIA

DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO

Maria Clara Mariz Maia de Freitas


Maria Luísa Peres Martorelli
Mariana Soares Amaral Freitas

ARQUITETURA E CIDADE ROMANA

João Pessoa
2023
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO

1.1 OBJETO

1.2 OBJETIVO

1.3 JUSTIFICATIVA

1.4 METODOLOGIA

2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 ORIGEM DE ROMA E CONTEXTO HISTÓRICO

2.2 ELEMENTOS ESTRUTURAIS

2.3 TÉCNICAS CONSTRUTIVAS

2.4 MATERIAIS CONSTRUTIVOS

2.5 ORDENS ARQUITETÔNICAS

2.6 TIPOLOGIAS CONSTRUTIVAS

2.7 COLISEU ROMANO

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1.0 INTRODUÇÃO

A arquitetura romana fez parte de uma sociedade em constante expansão, por isso teve
muita influência de outras culturas: a grega e a etrusca, mas ainda sim, é única e inovadora. As
principais características de sua arquitetura são a grandiosidade, luxo, simetria, arcos e
abóbodas, espaços com grande abertura e a solidez nas construções, capazes de resistir a ação
do tempo.
Os romanos também foram responsáveis pela invenção do concreto armado, ladrilho e
uma espécie de cimento que serviu de base para o que utilizamos hoje. Com isso, percebemos
a sua importância na história e no desenvolvimento da arquitetura, por meio de seus elementos
visuais e construtivos, que influenciaram os modelos atuais.

1.1 OBJETO

O presente trabalho dedica-se a aquisição de conhecimento acerca da história da Roma


Antiga, como forma de atender e contemplar de maneira mais abrangente e satisfatória o que
foi abordado pelo professor em sala de aula.

A escolha do Coliseu Romano como objeto desta abordagem se deve a sua grandiosa
monumentalidade e aos seus aspectos arquitetônicos e estruturais, o qual substituiu as usuais
estruturas de madeira por pedras. Sendo considerado um patrimônio histórico, que revela as
habilidades e técnicas diversas da arquitetura e engenharia. Assim, torna-se possível deliberar
sobre o tema e assimilar a singularidade alcançada do império apesar de suas influências
externas.

1.2 OBJETIVO

O objetivo deste trabalho consiste em compreender as características que marcaram o


período romano e como a arquitetura pode influenciar em questões sociais, políticas e
religiosas, visto que era utilizada como demonstração de poder. Analisando os elementos
arquitetônicos das edificações públicas e privadas. Desse modo, a pesquisa tem por finalidade
aprofundar os estudos em seu contexto histórico, técnicas e materiais construtivos e também
entender a funcionalidade de cada tipologia construtiva.
1.3 JUSTIFICATIVA

É inegável o fato que os romanos agregaram a civilização da sua época, tendo em vista as
variadas inovações como a distribuição de água e as construções públicas monumentais. Sendo
fundamental o aprofundamento nesse conteúdo, a fim de compreender a evolução das cidades
e a influência romana nas demais civilizações. Assim, o interesse por esta abordagem histórico-
descritiva de aspectos da arquitetura antiga surgiu a partir de interesses e curiosidades do
anfiteatro Flavio, também conhecido como Coliseu, o qual será detalhado mais na frente.

1.4 METODOLOGIA

Nesse ínterim, a pesquisa reuniu uma ampla revisão bibliográfica, a partir de artigos,
teses, dissertações, livros e sites. Além, da análise de obras e quadros da época, e dos
ensinamentos ministrados na aula de Arquitetura e Urbanismo I. Isso ocorre com intuito de
unir a teoria e gerar um conhecimento amplo das construções arquitetônicas do período.

2.1 CONTEXTO HISTÓRICO E ORIGEM DE ROMA

Roma teve extrema importância em vários aspectos, afinal, foi uma civilização
extremamente organizada, para a época, que perdurou por séculos, o que deu tempo e recursos
para que trouxessem avanços políticos, por exemplo. Suas contribuições para a arquitetura
também foram muitas, e isso se dá pelo fato de que era utilizada para mostrar imponência e
grandeza. Muitas obras grandiosas que, mesmo nos dias atuais, ainda estão em bom estado de
conservação.

O surgimento romano pode ser contado a partir de duas perspectivas distintas. Temos a
versão lendária, que se trata do conto de Rômulo e Remo, irmãos gêmeos deixados pela mãe,
que estava ameaçada pelo rei de Alba Longa, numa cesta à beira de um rio na esperança de que
sobrevivessem. Eles foram amamentados por uma loba antes de serem encontrados por um
pastor. Quando cresceram, esses gêmeos derrubaram o poder do rei que ameaçara sua mãe e
fundaram Roma aos arredores da região. Eventualmente, Rômulo mata Remo para tomar
controle da cidade, tornando-se primeiro rei Romano. Essa narrativa foi criada pelos próprios
cidadãos da época e acredita-se que foi feita a partir da mistura de fatos imaginários e reais.
Essa popular versão da história ganhou uma estátua na época representando uma das cenas,
sendo hoje em dia uma obra bem conhecida.
Figura 1: origem lendária de Roma

Fonte: históriadomundo

Atualmente temos a versão histórica, que perde a parte mais fictícia e tenta, através de
fatos, montar uma linha cronológica mais coesa. Relata que os próprios grupos que viviam ao
redor da península itálica foram pilares para a fundação de Roma por volta do século VI a.C.
Sua linha do tempo foi dividida em três fases principais. A Monarquia, que aconteceu entre
753 a.C e 509 a.C que possuía classes sociais bem demarcadas, sendo elas Patrícios, Plebeus
e Clientes. A versão mais aceita conta que a essa forma de organização teria caído devido a
conflitos dentro da própria família real e a um golpe de estado que se sucedeu devido a essa
perda de força dentro da família real. A queda deu vez ao período da República, um dos mais
duradouros, tendo início em 509 a.C e terminando em 27 a.C. Essa foi a época em que o
envolvimento da população na política, criando atrito entre patrícios e plebeus. O território
dominado por romanos também começou a expandir, através da conquista de vários povos do
mediterrâneo. Por último, mas não menos importante, a fase de Império, ocorrida entre 27 a.C
e 476 d.C. e marcada pela política do pão e circo, que visava uma maior aproximação com o
povo, também foram feitas algumas reestruturações sociais que favoreceram a incorporação de
novas técnicas que facilitavam coisas como o transporte e a comunicação, por exemplo. O
mapa abaixo mostra a vasta área ocupada por eles em seu apogeu.

Figura 2: mapa do apogeu romano


Fonte: históriadomundo

Em seu apogeu, a cidade de Roma chegou a ter cerca de um milhão de habitantes, e


graças a análise de várias evidências, incluindo outras cidades do império mais bem
preservadas ou textos, podemos ter uma noção do cotidiano das pessoas que viviam ali. Apesar
do estigma de que a escrita estava reservada apenas para a elite, muitas inscrições feitas por
pessoas de classes mais baixas foram encontradas encravadas em paredes romanas. Descreviam
diversas experiências, como vivência em tabernas, a relação entre ambientes internos e
externos, ou espetáculos exibidos em anfiteatros. Pompéia é uma das cidades mais bem
conservadas, e a partir dela também se evidenciou a diferença entre ambientes planejados para
classes sociais distintas. Algumas áreas da cidade tinham tendência a ser mais perigos que
outras. Ao longo desse texto, alguns exemplos dessas construções serão mais profundamente
dissertados.

2.2 ELEMENTOS ESTRUTURAIS

Os romanos conquistaram a Grécia e assimilaram os termos de vestuário, política, estilo


arquitetônico, erudição e cultura geral. Porém, seus feitos de engenharia vão além da
civilização grega. Eles foram os “durões” do mundo antigo: práticos, trabalhadores e belicosos,
conquistaram todo o mundo ocidental e ligaram suas extensas regiões, por meio de estradas e
deram as suas cidades água corrente –trazidas das colinas e montanhas- através de aquedutos.

A inovação desse período foi o uso do concreto nas construções, misturado areia vulcânica
com calcário e ladrilhos quebrados. Assim, o concreto permitia a edificação de grandes
construções, como exemplo, as cúpulas, além de revolucionar a forma e possibilidades da
arquitetura.
2.2.1 ARCO ROMANO

Nesse contexto, o arco romano foi uma das principais criações romanas, de origem
etrusca. Forma um semicírculo, apoiado em duas extremidades e fechado por uma pedra em
formato de cunha. Foram um dos principais elementos arquitetônicos que contribuíram para o
desenvolvimento da monumentalidade e da edificação. Além disso, o arco permitia uma maior
distribuição de peso e maiores vãos, muito utilizado nas edificações públicas de Roma, a
exemplo, nos aquedutos, pontes e anfiteatros. Assim, o Aqueduto de Segóvia e o anfiteatro
Flavio (Coliseu) são exemplos formados por arcos plenos em sua edificação.

Figura 3: Arco romano Figura 4: Aqueduto Segóvia

Fonte: históriaarteearquitetura Fonte: todamatéria

Figura 5: Anfiteatro Flavio

Fonte: todamatéria
2.2.2 ABÓBODA DE BERÇO

Consiste em um prolongamento do arco romano, tornando o mesmo um elemento


tridimensional que abriga, e se abriga é, portanto, arquitetura.

Figura 6: abóboda de berço

Fonte: Pinterest

Na construção com abóbodas, a alvenaria exerce pressão para baixo e para os lados, assim
é preciso compensar esse empuxo para os lados, usando cargas mortas. Por esta razão, a
construção de abóbodas exige o uso de paredes ou pilastras. Portanto, a abóboda consiste em
uma estrutura arquitetônica de formato curvado, usado para cobrir espaços entre dois muros ou
vários pilares. Encontradas em igrejas, templos, catedrais, galerias subterrâneas e entre outras
construções.

Figura7: Templo de Diana, Nimes 80 a.C


Fonte: tripadvisor

Assim, o templo de Diana é um belo exemplo de construção com abóboda de berço de


alvenaria, usada para cobrir o espaço.

2.2.3 CÚPULAS HEMISFÉRICAS

É uma estrutura esférica resultante da rotação de 360 graus do raio da semicircunferência


do arco romano, considerando sua corda. Na verdade, se tornava metade de uma esfera,
portanto, uma cúpula hemisférica.

Figura 8 e 9: Panteão de Agripa Figura 9

Fonte: mozaweb Fonte: romapravoce

O Panteão de Agripa possui a maior cúpula de concreto já construída, com diâmetro de


42m e 80cm, correspondendo a altura do piso ao óculo- abertura na parte superior da cúpula
para fins de iluminação- sendo construída em caixotões para aliviar o peso da estrutura sobre
as paredes do tambor.

2.2.4 ALVENARIAS

A arquitetura romana simboliza poder, riqueza e grandeza, assim eles utilizavam suas
construções para transmitir esse preceito através de seus templos, mercados, prédios, pontes,
aquedutos e banhos públicos. Os resquícios de suas edificações são um testemunho de toda
tecnologia conquistada pelo Império. Além, de pedras, madeiras e mármores, inovaram no
concreto romano, conhecido como pozolana, que permitia construções sólidas, também era
utilizado tijolos e vidros. Contudo, as paredes foram mudando de materiais como pedras com
juntas secas e tijolos cozidos ao sol até paredes mais sofisticadas, construídas com concreto e
tijolos maciços.
A alvenaria era destinada a apoiar os arcos, abóbodas e cúpulas. Sendo utilizado diferentes
técnicas e sem o uso de rejuntamento de argamassa, muito usado nas paredes ciclópicas, que
se constituíam de pedras brutas e grandes com diferentes dimensões, apoiadas umas sobre as
outras.

Figura 10: paredes ciclópicas Figura 11: parede romana ciclópicas

Fonte: archdaily Fonte: populusquelatinus

- Opus quadratum: parede feita com blocos de tamanhos semelhantes e uniformes, dispostas
em fiadas. Os blocos eram de calcário ou tufo vulcânico, os quais eram abundantes aos
arredores de Roma.

Figura 12: opus quadratum Figura 13: aqueduto de Tarragona

Fonte: archdaily Fonte: morituritesalutant4.blogspot

- Opus caementicium: composta pela mistura de pedras, calcário, água e pozolana, sendo um
material extremamente resistente quando seco. Eram feitos a partir de uma forma de madeira
preenchidos com essa mistura, obtendo-se um formato irregular. Em geral, a parede era
revestida com acabamentos em mosaicos, pinturas ou afrescos.

Figura 14: opus caementicium Figura 15: abóbodas de pompeia

Fonte: archdaily Fonte: arteculturas

-Opus incertum: consiste em núcleos de pedras em formatos irregulares, utilizando pequenos


blocos piramidais colocados na parte exterior, resultando em uma superfície sem padrão, com
o revestimento sendo colocado de forma que a face lisa se sobressaísse, formando uma
superfície plana, podendo receber argamassa para cobrir as imperfeições.

Figura 16: opus incertum Figura 17: parede irregular

Fonte: archdaily Fonte: arteeculturas

- Opus reticulatum: consiste em pequenos blocos quadrados cortados no formato de pirâmides


truncadas, com a base quadrada e tamanhos precisos, assentados em linhas diagonais com uma
fina camada de argamassa.

Figura 18: opus reticulatum Figura 19: parede de Pompeia


Fonte: archdaily Fonte: adobestok

- Opus latericium: técnica que trabalha com o uso de tijolos com estruturas grossas, com
formatos regulares até redondos.

Figura 20: opus latericium Figura 21: parede com técnica construtiva

Fonte: archdaily Fonte: flickr

- Opus mixtum: paredes híbridas com misturas de técnicas, com faixas horizontais de tijolos
ou telhas planas, funcionando como fiadas de nivelamento e dividindo o reticulado em painéis.

Figura 22: opus mixtum Figura 23: sítio arqueológico, Roma


Fonte: archdaily Fonte: dreamstime

2.3 TÉCNICAS CONSTRUTIVAS

Os romanos eram mestres em construções e produziram, sem dúvidas, alguns dos mais
importantes edifícios e cidades até o momento, costumam fascinar arquitetos atuais com suas
monumentalidades. Desenvolveram técnicas construtivas, como exemplo, o cimbramento, que
consistia em um conjunto de estruturas auxiliares feitas de madeira ou metal, a qual era retirada
após a cura da estrutura, muito usada para confeccionar arcos e abóbodas.

“Estrutura temporária de apoio, tradicionalmente de madeira, usada para


sustentar as aduelas de um arco ou abóbada de alvenaria durante a construção.
O cimbre é removido após o término da construção, que se torna autoportante.
Também chamado de cimbramento ou cambota” (ADDIS, 2009, p. 611).

Figura 24: cimbramento

Fonte: coisasdaarquitetura

Além disso, a outra técnica utilizada nas edificações romanas foi a concreção, feitos de
elementos tradicionais como pedra, mármore, tijolo e madeira, e também, elementos
inovadores como argamassa de cal e areia, pedaços de calcário, pozolana, cascalho e restos de
materiais cerâmicos, semelhantes ao cimento, tornando-se a construção mais rápida e
econômica. Sendo considerado um material plástico, que permitia construir livremente e em
grande escala.

2.4 MATERIAIS CONSTRUTIVOS


Os materiais de construção e, portanto, as formas de projeto variam em todo o império-
tijolos na Grã-Bretanha, pedras ao norte da África- contudo, os elementos essenciais eram
basicamente os mesmos como tijolo, pedras, mármores e a madeira. O tijolo era maciço, cozido
ao sol, fazendo uso da argila, material abundante na Península Itálica. A madeira era utilizada
nas cobertas usando a estrutura em tesoura. Dessa forma, podemos dividir os materiais de
construção em dois tipos:

-Materiais Laterícios: os quais são parte do grupo dos tijolos cozidos (later coctus), utilizados
na edificação de opus testaceum, do tijolo cru nas edificações em opus latericium e dos
elementos utilitários de terracota, estão entre os mais presentes nas construções termais. Uma
curiosidade é que esses elementos não poderiam ser feitos com terra arenosa, somente com
terra vermelha, cuja composição possui areia grossa. Sendo, os tijolos seco ao sol, a melhor
época para esse procedimento seria na primavera que impossibilita o aparecimento de trinca.

Além disso, a argila era uma das matérias-primas mais empregadas pelo ser humano nas
edificações e fabricações de utensílios cotidianos, devido a sua qualidade maleável, flexível e
plástica, que possibilita a moldagem com água.

-Materiais Pétreos: a pedra é o material mais empregado nas construções do mundo antigo,
com os mais diferentes tipos e tamanhos. Eram aplicados construtivamente como elementos
decorativos na arquitetura, as pedras esquadriadas apresentavam 3 variedades no que tange à
resistência interna: pedras macias, temperadas (mármore travertino) e as duras, como as
silicosas. E ainda havia a pedra vulcânica, comumente encontrada nas termas de Pompeia.

Figura 25: Termas de Pompeia


Fonte: viajandoecorrendo

Assim sendo, a grande revolução do concreto romano foi a inclusão das cinzas vulcânicas
- pozzolana- que permitia o endurecimento até mesmo embaixo da água, isso devido a mistura
de reação química com a sílica e alumina, tornando mais resistente a construção, sendo
amplamente usado em portos e pontes. Portanto, os dois novos materiais de construções
romanos foram o concreto armado (opus caementicium) e o ladrilho (latericium) que
apresentava mais versatilidade.

Figura 26: Porta Asinaria, Roma

Fonte: pinterest

2.5 ORDENS ARQUITETÔNICAS

A arquitetura grega estava muito presente nos traços romanos, visto que eles dominaram
os gregos e houve uma aculturação, sobretudo, nos estilos clássicos Jônico, Dórico e Coríntio.
Todavia, os romanos se reinventaram e criaram duas novas ordens arquitetônicas, a partir da
assimilação das ordens anteriores e a modificação de alguns elementos. Assim, a diferenciação
das nomenclaturas é evidente na composição e ornamentação dos capitéis.

“As ordens vieram propiciar uma gama de expressões arquitetônicas, variando da


rudeza e da firmeza até a esbelteza e a delicadeza. No verdadeiro projeto clássico, a
seleção da ordem é uma questão vital – é a escolha do tom”. (Vitrúvio)
Figura 27: Ordens arquitetônicas romanas

Fonte: desenhoclássico

2.5.1 Ordem Dórica

Apresenta linhas rudimentares e estética robusta ligada à proporção do corpo masculino,


por causa da proporção, solidez e elegância de um corpo viril, se relacionando com os
princípios espartanos de dureza e força. A coluna não tem base, ficando assente diretamente
sobre a estilóbata, porém possui corpo e capitel. A ordem Dórica contempla edifícios mais
baixos, com medida igual a 6 vezes o diâmetro da base, sendo empregado principalmente em
templos dedicados às divindades masculinas. É apontada como uma das ordens mais baratas,
devido a sua simplificação.

2.5.2 Ordem Jônica

Com linhas mais arredondadas, fluidas e leve, remete ao corpo feminino. Apresentando 9
vezes o diâmetro de sua base, em sua composição possui base mais larga, possibilitando receber
mais carga, com fuste esguio e abrindo-se à medida que chega à base e capitel com volutas e o
friso passa a ter um elemento único decorado em continuidade.

Figura 28: Templo de Saturno, Roma


Fonte: arteecultura

2.5.3 Ordem Coríntia

Sendo a ordem mais prestigiada entre os romanos, caracterizada por ser mais rebuscada,
com detalhes mais pensados e elaborados, de modo a imitar a “figura delgada feminina”, com
a presença de brotos e folhas de acanto ornamentais. Além, de possuir 10 vezes o diâmetro de
sua base. Que transmite ideias de opulência, abundância e luxo, possuindo um custo mais caro
devido ao seu detalhamento e ornamentação.

Figura 29: Panteão, Roma

Fonte: arteecultura
2.5.4 Ordem Toscana

Consiste em uma reinterpretação da ordem dórica, buscando a simplificação formal e


estrutural, apresentando fuste liso sem caneluras. Com eixo esguio e sem entalhes ou outros
ornamentos, seus capitéis são redondos e possuem toros, que correspondem a anéis.

Figura 30: capitéis toscanos

Fonte: arteecultura

2.5.5 Ordem Compósita

Desenvolvida a partir das ordens clássicas jônicas e coríntias, com volutas, brotos e
folhas de acanto, com cerca de 10 vezes o diâmetro de sua base.

Figura 31: pilar ordem compósita

Fonte: arteecultura
2.6 TIPOLOGIAS CONSTRUTIVAS

2.6.1 Templos Romanos

Os templos romanos eram destinados à religião, onde eles adoravam os seus deuses. Sua
estrutura era normalmente retangular, obedecendo à morfologia grega. Porém, por ser
construído no fórum romano, era necessário que a estrutura fosse projetada sobre um pódio de
aproximadamente três metros de altura, para que ele tivesse mais destaque do que as
edificações ao seu redor.

Um exemplo de templo romano, é o templo de Maison Carrée, em Nimes na França.


Foi construído entre 19 a.C à 16 a.C durante o império de Augusto, e é considerado o templo
mais preservado da antiguidade. O templo é relativamente pequeno, possui apenas um cômodo,
seus capitéis são de ordem coríntia, é um templo pseudoperíptero (possui parede ao redor) e é
hexastilo (há seis colunas na fachada).

Figura 32: Templo de Maison Carrée, Nimes, França

Fonte: megacurioso.com.br

2.6.2 Teatros Romanos

Normalmente eram localizados no coração das cidades romanas, os teatros eram para
realização de espetáculos e seguiam o modelo grego semicircular, porém eram
construídos em solo plano, com apoio de pilares e abóbodas e seu acesso era feito por
baixo das arquibancadas. Possui três setores: a cena (onde era apresentada a peça), a
orquestra (onde ficava os músicos e narradores) e a arquibancada (destinada ao
público).

O teatro de Mérida na Espanha, foi construído entre 16 a.C e 15 a.C, possuía uma
capacidade de aproximadamente seis mil pessoas, e apesar de os romanos não serem
grandes apreciadores de teatro, não podia faltar em uma grande cidade um local para
entretenimento.

Figura 33: Teatro de Mérida, Espanha

Fonte: spainiscultere.com

2.6.3 Anfiteatro Romano

É o rebatimento do teatro romano, formando um círculo e duplicando a capacidade de


pessoas. Sua função era a apresentação de lutas de gladiadores e feras, encenações de
batalhas famosas. A sua estrutura era composta pela arquibancada, e pela parte central,
a arena, abaixo dela havia uma cova para os animais.

O anfiteatro de Pompeia, é um dos mais conhecidos e abrigava cerca de doze a vinte


mil espectadores, possuía escadas externas para acessar as arquibancadas superiores,
por baixo os corredores davam acesso as escadas para as áreas inferiores. Foi construído
em uma depressão, e suas arquibancadas foram erguidas com apoio de aterros. Ao
contrário dos outros, não possuía espaços subterrâneos.

Figura 34: anfiteatro de Pompeia, Itália


Fonte: apaixonadosporhistoria.com.br

2.6.4 Circo Romano

Possui a estrutura semelhante ao estádio grego, mas com comprimento maior, pois era
destinado a corridas de cavalo e carros. Era composto pela arquibancada, cárceres (onde
os corredores ficavam antes da corrida) e a arena, que possuía uma espinha, que era um
canteiro central, dividindo a arena ao meio.

Figura 35: Circo Máximo, Roma

Fonte: infoescola.com

2.6.5 Palestra Romana

A palestra romana corresponde ao ginásio grego, mas treinava os gladiadores. Sua


setorização era similar ao ginásio, possuía o pátio central e as salas em seu entorno.

Exemplo de palestra romana é o Ludus Magnus em Roma.


Figura 36 e 37: Ludus Magnus, Roma

Fonte: janeestrelinas.blogspot.com

Figura 37

Fonte: dreamstime.com

2.6.6 Termas Romanas

As termas eram um ambiente de socialização, mas sua função principal era o banho
público. Possuía diversos ambientes: o frigidarium (para banhos frios), tepidarium (para
banhos mornos), caldarium (para banhos quentes), além de biblioteca, sala de
relaxamento e praça de alimentação. Um belo exemplo é a Termas de Bath na
Inglaterra.
Figura 38: Termas de Bath, Inglaterra

Fonte: viajonarios.com

2.6.7 Basílica Romana

Era um local destinado as funções e ações jurídicas e financeiras, como ocorrência de


julgamentos e onde funcionava também a bolsa de valores. Era um local sustentado por
colunas em arco, e nas duas extremidades laterais havia duas abóbadas no teto. O
modelo da basílica romana, foi utilizado por igrejas nos tempos medievais.

A basílica de Pompeia é a basílica romana mais antiga que se tem conhecimento, o local
era coberto por um telhado de duas águas e uma estrutura de madeira, mas nem todas
as basílicas eram assim.

Figura 39 e 40: Basílica de Pompeia

Fonte: coisasdaarquitetura.wordpress.com

Figura 40
Fonte: arteculturas.com

2.6.8 Cúria Romana

O edifício funcionava como sede do Senado, tinha um formato retangular e havia


arquibancadas laterais, para os senadores.

A Cúria Hostília em Roma, foi a primeira cúria na República Romana.

Figura 41: Cúria Hostílica, Roma

Fonte: alamy.com

2.6.9 Mausoléu Romano

Era destinado para o sepultamento de mortos, mas apenas as figuras importantes, como
imperadores e suas famílias. Sua estrutura era circular, pois simboliza o símbolo do infinito,
e possuía um jardim no topo.
Um exemplo dessa tipologia, é o Mausoléu de Adriano, que nos dias atuais é conhecido
como o castelo de Santo Ângelo, e tem cerca de oitenta e nove metros e cinco pavimentos
que são conectados por uma rampa em espiral.

Figura 42: Mausoléu de Adriano

Fonte: castel-sant-angelo-ticket.com

O Mausoléu de Augusto, o primeiro imperador de Roma, é um grande túmulo construído


em Roma, mas o monumento ficou fechado para visitação, foi negligenciado e totalmente
abandonado, passando a ser utilizado como entulho e depósito. Em 2006 começou o
processo de restauração. O mausoléu é a maior tumba circular do mundo antigo, possui
noventa metros de diâmetro e quarenta e cinco metros de altura, sua construção é
basicamente feita de tijolo, mas foi coberto de mármore. Ao longo dos anos, ele
desempenhou diversas funções, como fortaleza medieval, anfiteatro e salas de concertos.

Figura 43: Mausoléu de Augusto


Fonte: melhoresdestinos.com.br

2.6.10 Casa Romana

A Casa Romana, ou Domus, como era conhecida, era a moradia dos romanos. Sua estrutura
era semelhante a casa grega, pois possuía um pátio central e parte dele era aberta, com um
tanque no chão para acumular água. Os principais cômodos da casa estavam voltados para
o pátio de maneira direta e havia afrescos nas paredes, representando cenas do cotidiano.

Figura 44: Casa de Pansa, Pompéia.

Fonte: meisterdrucke.pt

A casa era construída com tijolo e ladrilhos, geralmente havia um piso ou dois. O telhado era
ligeiramente inclinado para o interior, e não tinha aberturas para a não ser a porta da frente ou
às vezes possuía uma porta nos fundos da casa.
A casa dos Vetti em Pompéia, é uma das casas mais célebres da antiga cidade, e foi preservada
com a erupção do Vesúvio. A escavação da casa preservou grande parte dos afrescos na parede.

Figura 45 e 46: Casa de Vetti, Pompeia

Fonte: históriadasartes.com

Figura 46

Fonte: históriadasartes.com

2.6.11Ínsulas romanas

Eram as zonas periféricas da cidade, onde os mais pobres viviam. Era um local densamente
te ocupado, com moradias justapostas e sobrepostas, o térreo era ocupado por comércio, as
construções eram altas e feitas de madeira, sendo suscetíveis à incêndios. Os romanos se
preocupavam em utilizar a arquitetura solar em seus edifícios, usando a capacidade do sol
para iluminar e aquecer os edifícios, poupando as reservas de madeira, que muitas vezes
faltavam. Eram geralmente construídos pela elite, para servir de aluguel para as outras
pessoas, por isso, nem sempre foram utilizadas as melhores técnicas de construção, havia
pouca manutenção, causando muitos desabamentos.

Figura 47 e 48: Ínsula de Herculano

Fonte: dreamstime.com

Figura 48

Fonte: historiadasartes.com

2.6.12 Arco Triunfal

O arco triunfal era construído para celebrar a vitória de batalhas importantes,


homenageando o imperador. Inicialmente eram feitos de madeira, mas depois passou a ser
construído de mármore.

Figura 49: Arco Triunfal de Orange, França.


Fonte: wikipedia.org

2.6.13 Aquedutos Romanos

Por meio deles, era feito o transporte de água para as cidades romanas, era constituído por
arcos plenos e o sistema de água era abastecido e conduzido com a força da gravidade.
Apesar dos aquedutos romanos remeterem a forma de arcos plenos interligados, apenas
vinte porcento dos aquedutos eram aéreos, pois a maioria era subterrâneo, uma vez que era
mais econômico, protegia de alterações climáticas e causava menos transtorno no cotidiano
das pessoas ao redor. Um exemplo de aqueduto romano é o Aqua Marcia, que possuía
noventa e dois quilômetros de extensão, mas apenas onze quilômetros eram arcos.

Figura 50: Aquetudos romanos

Fonte: arteculturas.com
Figura 51: Aqueduto Claudio, Roma.

Fonte: arteculturas.com

2.6.14 Pontes Romanas

São compostas por arcos plenos e construídas com pedras. A ponte de Mérida na Espanha,
atualmente é a maior ponte sobrevivente, pois possuía setecentos e cinquenta e cinco metros
de comprimento, com sessenta e dois vãos, hoje em dia permanecem setecentos e vinte e
um metros e sessenta vãos.

Figura 52: pontes romanas

Fonte: wikipedia.org

2.6.15 Portas Romanas


As portas romanas eram a entrada fortificada da cidade, serviam como controle de acesso
à cidade e como defesa e estratégias militares. Eram sempre compostas por um ou mais
arcos, e abóbodas de berço. Um exemplo de porta romana é a Porta Maior, que é a mais
preservada e por meio dela seguiam duas estradas.

Figura 53: Porta Maior

Fonte: wikipedia.org

2.6.16 Cidades Romanas

As cidades eram desenvolvidas a partir do fórum romano, a praça central, esse espaço
possuía funções políticas e administrativas, funções religiosas, funções comerciais, sociais
e cívicas. Era fortificada com muralhas defensivas, possuía ruas pavimentadas, meio-fio
alto, saneamento, abastecimento de água, tração animal, entre outros. Apesar do modelo
das cidades serem padronizados, caso o império romano conquistasse outra cidade com
arquitetura preestabelecida, eles preservavam o que já estava construído.

Figura 54: Fórum Romano, Roma.


Fonte: brasilnaitalia.net

2.7 COLISEU ROMANO

Seguindo a lógica de utilizar a arquitetura para mostrar grandiosidade e poder, surge o


Coliseu, uma das mais icônicas obras não só do Império Romano, mas de toda a antiguidade.
Apesar da passagem de séculos, de todos os ataques que a cidade sofreu e condições climáticas
adversas, ainda segue erguido e continua a impressionar qualquer um que o observe.
Atualmente, é um símbolo de resistência, estabilidade e imponência, além de ser uma grande
referência para a arquitetura e engenharia, mesmo nos dias atuais. Só de observar a faixada por
algum tempo, já se pode notar partes da estrutura típicas do Império Romano, além da
monumentalidade da estrutura ao se comparar com a escala humana. A imagem abaixo mostra
turistas ao redor da área e quão pequenos parecem quando colocados ao lado dele.

Figura 55: Coliseu romano


Fonte: revistacasaejardim

Sobre sua estrutura, ela foi planejada pelo arquiteto Gaudêncio e a obra ocupa uma área
total de 24.000 m². Seu topo está a 57 metros do chão. Essa altura foi atingida graças as 80
arcadas que sustentam toda essa parte exterior da estrutura e são uma das mais icônicas da
arquitetura romana, tornando novamente a origem da construção bem clara. Apesar de ter uma
aparência circular, a estrutura na verdade se ergue sobre um formato oval, tendo 188 metros de
comprimento e 156 metros de largura. A partir de imagens tiradas da vista de topo, podemos
ter uma ideia melhor desse formato.

Figura 56: Coliseu vista de topo

Fonte: curvasearquitetura

Tudo isso se trata de um grande anfiteatro, inicialmente nomeado Amphitheatrum


Flavium, o que revela muito sobre a época em que foi construído. Foi no período da Dinastia
Flaviana, que apesar de ter subido ao poder em uma época conturbada, conseguiu trazer
prosperidade para o povo e a imagem do Imperador. Porém, depois de um tempo, passou a ser
conhecido como Coliseu devido a estátua dedicada a Nero que ficava em seus arredores, que
recebia o nome de Collossus Neronis. A estátua se perdeu com o tempo, mas o nome atribuído
ao monumento permanece o mesmo.

Possuía capacidade estimada para 50.000 espectadores. Com tamanho público, o local
também evidenciava hierarquias na sociedade. Certos lugares na arena eram reservados para
pessoas com maior poder aquisitivo. Dependendo de seus interesses, podia-se reservar um
lugar com melhor visualização da arena ou um local mais próximo dela. Evidências de que
essas famílias tinham seus lugares específicos pode ser encontrada nas próprias paredes, que
possuíam nomes de famílias poderosas encravados em alguns locais. A própria estrutura da
arquibancada era desenhada para favorecer os lugares de pessoas importantes e negligenciar a
parte em que os plebeus ficavam, por exemplo. Isso tudo para manter o senso de hierarquia,
mesmo durante as exibições. Na imagem, podemos visualizar como se dava o posicionamento
das pessoas. Quanto mais perto da arena, maior o poder aquisitivo.

Figura 57: Estruturas do anfiteatro

Fonte: ensinarhistoria

Apesar de desempenhar essa função social, a maneira como as arquibancadas eram


dispostas também colaborava muito com a questão acústica. A geometria que era atingida, em
conjunto com as paredes que ficavam por trás das arquibancadas, criava uma ressonância muito
maior do som e permitiam que todos escutassem o que acontecia. Na Grécia já se tinha alguns
desses aspectos em seus teatros, mas os anfiteatros romanos incrementaram essas ideias mais
básicas, obtendo estruturas maiores. O único ponto negativo que as vezes ocorria era o fato de
que as vezes o ruído produzido pelos próprios espectadores também ressoava na arena, coisa
que interferia um pouco mais quando o que estava sendo exibido era uma peça.

Mesmo em ruínas, é possível identificar colunas de ordens jônica, dórica e coríntia. A


vasta obra, que inclusive passou por reformas, contou com materiais saqueados de outros locais
e trazidas para sua formação, fazendo-o cada vez mais rico. Infelizmente, ao longo dos anos
muitas dessas peças foram saqueadas para servir de colunas em outros locais, o que,
atualmente, faz com que toda essa diversidade de materiais e estruturas não seja tão notável
quanto um dia foi.

Um complexo subterrâneo também é uma parte fundamental para seu funcionamento.


Estava localizado abaixo da arena no centro e possuía as mais diversas utilidades. Desde jaulas
que abrigavam animais que seriam usados nas atrações, até possíveis aquedutos utilizados para
fins de treinamento naval. Esses tuneis eram por onde passavam todos aqueles que entrariam
na arena, guerreiros, mártires que estavam ali para ser executados e atores são só alguns
exemplos. Com o passar do tempo, aquilo que estava escondido debaixo de um grande palco,
passou a ser uma área exposta. Hoje em dia, essa área de subsolo pode ser visitada.

Figura 58: anfiteatro Flaviano

Fonte: il-colosseo.it

Toda essa estrutura tinha a finalidade de entreter o povo, ajudando o Imperador a manter
uma boa imagem e criando um senso de comunidade. Estima-se que por 5 séculos, foi palco
de inúmeras execuções, combates, caça de animais e até batalhas navais. Todas compunham
cenas extremamente violentas que, na época, eram bem normalizadas. Entre todas essas coisas
que ocorriam, é seguro dizer que as mais marcantes, as quais associamos o Coliseu até hoje,
eram as lutas de gladiadores com animais ferozes e o martírio de cristãos.

Os animais eram tratados com crueldade, mortos e esquartejados de todas as maneiras


imagináveis para entretenimento do povo. Muitas vezes eram utilizados instrumentos quentes
antes de liberar o animal na arena, para que ficassem ainda mais enfurecidos, e mesmo que o
animal matasse o gladiador, a cena ainda seria fortemente aplaudida por toda a plateia, afinal,
algumas dessas vítimas eram escravos ou plebeus que eram jogados na arena sem nenhum tipo
de equipamento. Essa prática era tão popular que havia escritos que relatavam alguns dias em
que todos os animais colocados nas jaulas abaixo da arena eram mortos em um único dia.

Quanto a execução de cristãos, por muito tempo foi apoiada pelos imperadores, afinal,
a nova religião formada não era bem-vista na região. Até hoje não se tem um número exato de
vítimas, mas baseado em números de outros espetáculos, estima-se que milhares. Suas casas e
locais de adoração eram deixadas em ruínas e seus restos mortais eram expostos pelas ruas.
Ironicamente, uma das primeiras pessoas registradas a morrer como mártir foi o próprio
arquiteto responsável por planejar o Coliseu. Na época, o Imperador tentou esconder a
responsabilidade que ele tinha por criar esse grande marco arquitetônico, porém, seu corpo foi
enterrado em catacumbas conhecidas como um dos poucos registros de outros mártires e sua
lápide foi preservada, com inscrições que revelavam Gaudêncio como arquiteto de uma das
mais grandiosas obras já vistas pela humanidade.

3.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Levando em consideração as origens de Roma e seu grande domínio territorial, percebe-


se que foi capaz de criar inovações na arquitetura, através da mescla de várias culturas dos
povos que dominavam. Por simbolizar poder e luxo, também acabaram produzindo
extraordinários monumentos que, apesar de tantos contratempos que sofreram ao longo de
séculos, se mantém erguidos até hoje, o que evidência, mais uma vez, uma estabilidade absurda
atingida graças a técnicas construtivas popularizadas por eles.

Mostraram também como os tipos de construção tem o poder de valorizar ou desvalorizar


o ambiente, de tal forma que a condição social da pessoa podia ser percebida através do tipo
de ambiente que vivia. Definitivamente consolidou mais ainda o senso estético, levando a
construções cada vez mais elaboradas para representar poder e atender a desejos de classes
mais altas de se destacar cada vez mais em relação a outras.

Toda essa ambição e popularização de elementos construtivos permitiu a criação de um


dos maiores legados arquitetônicos existentes, com técnicas construtivas que ainda hoje são
utilizadas e aspectos visuais ainda relevantes que impressionam qualquer um, mesmo nos dias
atuais.
4.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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