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CENTRO DE TECNOLOGIA
João Pessoa
2023
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO
1.1 OBJETO
1.2 OBJETIVO
1.3 JUSTIFICATIVA
1.4 METODOLOGIA
2. REFERENCIAL TEÓRICO
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1.0 INTRODUÇÃO
A arquitetura romana fez parte de uma sociedade em constante expansão, por isso teve
muita influência de outras culturas: a grega e a etrusca, mas ainda sim, é única e inovadora. As
principais características de sua arquitetura são a grandiosidade, luxo, simetria, arcos e
abóbodas, espaços com grande abertura e a solidez nas construções, capazes de resistir a ação
do tempo.
Os romanos também foram responsáveis pela invenção do concreto armado, ladrilho e
uma espécie de cimento que serviu de base para o que utilizamos hoje. Com isso, percebemos
a sua importância na história e no desenvolvimento da arquitetura, por meio de seus elementos
visuais e construtivos, que influenciaram os modelos atuais.
1.1 OBJETO
A escolha do Coliseu Romano como objeto desta abordagem se deve a sua grandiosa
monumentalidade e aos seus aspectos arquitetônicos e estruturais, o qual substituiu as usuais
estruturas de madeira por pedras. Sendo considerado um patrimônio histórico, que revela as
habilidades e técnicas diversas da arquitetura e engenharia. Assim, torna-se possível deliberar
sobre o tema e assimilar a singularidade alcançada do império apesar de suas influências
externas.
1.2 OBJETIVO
É inegável o fato que os romanos agregaram a civilização da sua época, tendo em vista as
variadas inovações como a distribuição de água e as construções públicas monumentais. Sendo
fundamental o aprofundamento nesse conteúdo, a fim de compreender a evolução das cidades
e a influência romana nas demais civilizações. Assim, o interesse por esta abordagem histórico-
descritiva de aspectos da arquitetura antiga surgiu a partir de interesses e curiosidades do
anfiteatro Flavio, também conhecido como Coliseu, o qual será detalhado mais na frente.
1.4 METODOLOGIA
Nesse ínterim, a pesquisa reuniu uma ampla revisão bibliográfica, a partir de artigos,
teses, dissertações, livros e sites. Além, da análise de obras e quadros da época, e dos
ensinamentos ministrados na aula de Arquitetura e Urbanismo I. Isso ocorre com intuito de
unir a teoria e gerar um conhecimento amplo das construções arquitetônicas do período.
Roma teve extrema importância em vários aspectos, afinal, foi uma civilização
extremamente organizada, para a época, que perdurou por séculos, o que deu tempo e recursos
para que trouxessem avanços políticos, por exemplo. Suas contribuições para a arquitetura
também foram muitas, e isso se dá pelo fato de que era utilizada para mostrar imponência e
grandeza. Muitas obras grandiosas que, mesmo nos dias atuais, ainda estão em bom estado de
conservação.
O surgimento romano pode ser contado a partir de duas perspectivas distintas. Temos a
versão lendária, que se trata do conto de Rômulo e Remo, irmãos gêmeos deixados pela mãe,
que estava ameaçada pelo rei de Alba Longa, numa cesta à beira de um rio na esperança de que
sobrevivessem. Eles foram amamentados por uma loba antes de serem encontrados por um
pastor. Quando cresceram, esses gêmeos derrubaram o poder do rei que ameaçara sua mãe e
fundaram Roma aos arredores da região. Eventualmente, Rômulo mata Remo para tomar
controle da cidade, tornando-se primeiro rei Romano. Essa narrativa foi criada pelos próprios
cidadãos da época e acredita-se que foi feita a partir da mistura de fatos imaginários e reais.
Essa popular versão da história ganhou uma estátua na época representando uma das cenas,
sendo hoje em dia uma obra bem conhecida.
Figura 1: origem lendária de Roma
Fonte: históriadomundo
Atualmente temos a versão histórica, que perde a parte mais fictícia e tenta, através de
fatos, montar uma linha cronológica mais coesa. Relata que os próprios grupos que viviam ao
redor da península itálica foram pilares para a fundação de Roma por volta do século VI a.C.
Sua linha do tempo foi dividida em três fases principais. A Monarquia, que aconteceu entre
753 a.C e 509 a.C que possuía classes sociais bem demarcadas, sendo elas Patrícios, Plebeus
e Clientes. A versão mais aceita conta que a essa forma de organização teria caído devido a
conflitos dentro da própria família real e a um golpe de estado que se sucedeu devido a essa
perda de força dentro da família real. A queda deu vez ao período da República, um dos mais
duradouros, tendo início em 509 a.C e terminando em 27 a.C. Essa foi a época em que o
envolvimento da população na política, criando atrito entre patrícios e plebeus. O território
dominado por romanos também começou a expandir, através da conquista de vários povos do
mediterrâneo. Por último, mas não menos importante, a fase de Império, ocorrida entre 27 a.C
e 476 d.C. e marcada pela política do pão e circo, que visava uma maior aproximação com o
povo, também foram feitas algumas reestruturações sociais que favoreceram a incorporação de
novas técnicas que facilitavam coisas como o transporte e a comunicação, por exemplo. O
mapa abaixo mostra a vasta área ocupada por eles em seu apogeu.
A inovação desse período foi o uso do concreto nas construções, misturado areia vulcânica
com calcário e ladrilhos quebrados. Assim, o concreto permitia a edificação de grandes
construções, como exemplo, as cúpulas, além de revolucionar a forma e possibilidades da
arquitetura.
2.2.1 ARCO ROMANO
Nesse contexto, o arco romano foi uma das principais criações romanas, de origem
etrusca. Forma um semicírculo, apoiado em duas extremidades e fechado por uma pedra em
formato de cunha. Foram um dos principais elementos arquitetônicos que contribuíram para o
desenvolvimento da monumentalidade e da edificação. Além disso, o arco permitia uma maior
distribuição de peso e maiores vãos, muito utilizado nas edificações públicas de Roma, a
exemplo, nos aquedutos, pontes e anfiteatros. Assim, o Aqueduto de Segóvia e o anfiteatro
Flavio (Coliseu) são exemplos formados por arcos plenos em sua edificação.
Fonte: todamatéria
2.2.2 ABÓBODA DE BERÇO
Fonte: Pinterest
Na construção com abóbodas, a alvenaria exerce pressão para baixo e para os lados, assim
é preciso compensar esse empuxo para os lados, usando cargas mortas. Por esta razão, a
construção de abóbodas exige o uso de paredes ou pilastras. Portanto, a abóboda consiste em
uma estrutura arquitetônica de formato curvado, usado para cobrir espaços entre dois muros ou
vários pilares. Encontradas em igrejas, templos, catedrais, galerias subterrâneas e entre outras
construções.
2.2.4 ALVENARIAS
A arquitetura romana simboliza poder, riqueza e grandeza, assim eles utilizavam suas
construções para transmitir esse preceito através de seus templos, mercados, prédios, pontes,
aquedutos e banhos públicos. Os resquícios de suas edificações são um testemunho de toda
tecnologia conquistada pelo Império. Além, de pedras, madeiras e mármores, inovaram no
concreto romano, conhecido como pozolana, que permitia construções sólidas, também era
utilizado tijolos e vidros. Contudo, as paredes foram mudando de materiais como pedras com
juntas secas e tijolos cozidos ao sol até paredes mais sofisticadas, construídas com concreto e
tijolos maciços.
A alvenaria era destinada a apoiar os arcos, abóbodas e cúpulas. Sendo utilizado diferentes
técnicas e sem o uso de rejuntamento de argamassa, muito usado nas paredes ciclópicas, que
se constituíam de pedras brutas e grandes com diferentes dimensões, apoiadas umas sobre as
outras.
- Opus quadratum: parede feita com blocos de tamanhos semelhantes e uniformes, dispostas
em fiadas. Os blocos eram de calcário ou tufo vulcânico, os quais eram abundantes aos
arredores de Roma.
- Opus caementicium: composta pela mistura de pedras, calcário, água e pozolana, sendo um
material extremamente resistente quando seco. Eram feitos a partir de uma forma de madeira
preenchidos com essa mistura, obtendo-se um formato irregular. Em geral, a parede era
revestida com acabamentos em mosaicos, pinturas ou afrescos.
- Opus latericium: técnica que trabalha com o uso de tijolos com estruturas grossas, com
formatos regulares até redondos.
Figura 20: opus latericium Figura 21: parede com técnica construtiva
- Opus mixtum: paredes híbridas com misturas de técnicas, com faixas horizontais de tijolos
ou telhas planas, funcionando como fiadas de nivelamento e dividindo o reticulado em painéis.
Os romanos eram mestres em construções e produziram, sem dúvidas, alguns dos mais
importantes edifícios e cidades até o momento, costumam fascinar arquitetos atuais com suas
monumentalidades. Desenvolveram técnicas construtivas, como exemplo, o cimbramento, que
consistia em um conjunto de estruturas auxiliares feitas de madeira ou metal, a qual era retirada
após a cura da estrutura, muito usada para confeccionar arcos e abóbodas.
Fonte: coisasdaarquitetura
Além disso, a outra técnica utilizada nas edificações romanas foi a concreção, feitos de
elementos tradicionais como pedra, mármore, tijolo e madeira, e também, elementos
inovadores como argamassa de cal e areia, pedaços de calcário, pozolana, cascalho e restos de
materiais cerâmicos, semelhantes ao cimento, tornando-se a construção mais rápida e
econômica. Sendo considerado um material plástico, que permitia construir livremente e em
grande escala.
-Materiais Laterícios: os quais são parte do grupo dos tijolos cozidos (later coctus), utilizados
na edificação de opus testaceum, do tijolo cru nas edificações em opus latericium e dos
elementos utilitários de terracota, estão entre os mais presentes nas construções termais. Uma
curiosidade é que esses elementos não poderiam ser feitos com terra arenosa, somente com
terra vermelha, cuja composição possui areia grossa. Sendo, os tijolos seco ao sol, a melhor
época para esse procedimento seria na primavera que impossibilita o aparecimento de trinca.
Além disso, a argila era uma das matérias-primas mais empregadas pelo ser humano nas
edificações e fabricações de utensílios cotidianos, devido a sua qualidade maleável, flexível e
plástica, que possibilita a moldagem com água.
-Materiais Pétreos: a pedra é o material mais empregado nas construções do mundo antigo,
com os mais diferentes tipos e tamanhos. Eram aplicados construtivamente como elementos
decorativos na arquitetura, as pedras esquadriadas apresentavam 3 variedades no que tange à
resistência interna: pedras macias, temperadas (mármore travertino) e as duras, como as
silicosas. E ainda havia a pedra vulcânica, comumente encontrada nas termas de Pompeia.
Assim sendo, a grande revolução do concreto romano foi a inclusão das cinzas vulcânicas
- pozzolana- que permitia o endurecimento até mesmo embaixo da água, isso devido a mistura
de reação química com a sílica e alumina, tornando mais resistente a construção, sendo
amplamente usado em portos e pontes. Portanto, os dois novos materiais de construções
romanos foram o concreto armado (opus caementicium) e o ladrilho (latericium) que
apresentava mais versatilidade.
Fonte: pinterest
A arquitetura grega estava muito presente nos traços romanos, visto que eles dominaram
os gregos e houve uma aculturação, sobretudo, nos estilos clássicos Jônico, Dórico e Coríntio.
Todavia, os romanos se reinventaram e criaram duas novas ordens arquitetônicas, a partir da
assimilação das ordens anteriores e a modificação de alguns elementos. Assim, a diferenciação
das nomenclaturas é evidente na composição e ornamentação dos capitéis.
Fonte: desenhoclássico
Com linhas mais arredondadas, fluidas e leve, remete ao corpo feminino. Apresentando 9
vezes o diâmetro de sua base, em sua composição possui base mais larga, possibilitando receber
mais carga, com fuste esguio e abrindo-se à medida que chega à base e capitel com volutas e o
friso passa a ter um elemento único decorado em continuidade.
Sendo a ordem mais prestigiada entre os romanos, caracterizada por ser mais rebuscada,
com detalhes mais pensados e elaborados, de modo a imitar a “figura delgada feminina”, com
a presença de brotos e folhas de acanto ornamentais. Além, de possuir 10 vezes o diâmetro de
sua base. Que transmite ideias de opulência, abundância e luxo, possuindo um custo mais caro
devido ao seu detalhamento e ornamentação.
Fonte: arteecultura
2.5.4 Ordem Toscana
Fonte: arteecultura
Desenvolvida a partir das ordens clássicas jônicas e coríntias, com volutas, brotos e
folhas de acanto, com cerca de 10 vezes o diâmetro de sua base.
Fonte: arteecultura
2.6 TIPOLOGIAS CONSTRUTIVAS
Os templos romanos eram destinados à religião, onde eles adoravam os seus deuses. Sua
estrutura era normalmente retangular, obedecendo à morfologia grega. Porém, por ser
construído no fórum romano, era necessário que a estrutura fosse projetada sobre um pódio de
aproximadamente três metros de altura, para que ele tivesse mais destaque do que as
edificações ao seu redor.
Fonte: megacurioso.com.br
Normalmente eram localizados no coração das cidades romanas, os teatros eram para
realização de espetáculos e seguiam o modelo grego semicircular, porém eram
construídos em solo plano, com apoio de pilares e abóbodas e seu acesso era feito por
baixo das arquibancadas. Possui três setores: a cena (onde era apresentada a peça), a
orquestra (onde ficava os músicos e narradores) e a arquibancada (destinada ao
público).
O teatro de Mérida na Espanha, foi construído entre 16 a.C e 15 a.C, possuía uma
capacidade de aproximadamente seis mil pessoas, e apesar de os romanos não serem
grandes apreciadores de teatro, não podia faltar em uma grande cidade um local para
entretenimento.
Fonte: spainiscultere.com
Possui a estrutura semelhante ao estádio grego, mas com comprimento maior, pois era
destinado a corridas de cavalo e carros. Era composto pela arquibancada, cárceres (onde
os corredores ficavam antes da corrida) e a arena, que possuía uma espinha, que era um
canteiro central, dividindo a arena ao meio.
Fonte: infoescola.com
Fonte: janeestrelinas.blogspot.com
Figura 37
Fonte: dreamstime.com
As termas eram um ambiente de socialização, mas sua função principal era o banho
público. Possuía diversos ambientes: o frigidarium (para banhos frios), tepidarium (para
banhos mornos), caldarium (para banhos quentes), além de biblioteca, sala de
relaxamento e praça de alimentação. Um belo exemplo é a Termas de Bath na
Inglaterra.
Figura 38: Termas de Bath, Inglaterra
Fonte: viajonarios.com
A basílica de Pompeia é a basílica romana mais antiga que se tem conhecimento, o local
era coberto por um telhado de duas águas e uma estrutura de madeira, mas nem todas
as basílicas eram assim.
Fonte: coisasdaarquitetura.wordpress.com
Figura 40
Fonte: arteculturas.com
Fonte: alamy.com
Era destinado para o sepultamento de mortos, mas apenas as figuras importantes, como
imperadores e suas famílias. Sua estrutura era circular, pois simboliza o símbolo do infinito,
e possuía um jardim no topo.
Um exemplo dessa tipologia, é o Mausoléu de Adriano, que nos dias atuais é conhecido
como o castelo de Santo Ângelo, e tem cerca de oitenta e nove metros e cinco pavimentos
que são conectados por uma rampa em espiral.
Fonte: castel-sant-angelo-ticket.com
A Casa Romana, ou Domus, como era conhecida, era a moradia dos romanos. Sua estrutura
era semelhante a casa grega, pois possuía um pátio central e parte dele era aberta, com um
tanque no chão para acumular água. Os principais cômodos da casa estavam voltados para
o pátio de maneira direta e havia afrescos nas paredes, representando cenas do cotidiano.
Fonte: meisterdrucke.pt
A casa era construída com tijolo e ladrilhos, geralmente havia um piso ou dois. O telhado era
ligeiramente inclinado para o interior, e não tinha aberturas para a não ser a porta da frente ou
às vezes possuía uma porta nos fundos da casa.
A casa dos Vetti em Pompéia, é uma das casas mais célebres da antiga cidade, e foi preservada
com a erupção do Vesúvio. A escavação da casa preservou grande parte dos afrescos na parede.
Fonte: históriadasartes.com
Figura 46
Fonte: históriadasartes.com
2.6.11Ínsulas romanas
Eram as zonas periféricas da cidade, onde os mais pobres viviam. Era um local densamente
te ocupado, com moradias justapostas e sobrepostas, o térreo era ocupado por comércio, as
construções eram altas e feitas de madeira, sendo suscetíveis à incêndios. Os romanos se
preocupavam em utilizar a arquitetura solar em seus edifícios, usando a capacidade do sol
para iluminar e aquecer os edifícios, poupando as reservas de madeira, que muitas vezes
faltavam. Eram geralmente construídos pela elite, para servir de aluguel para as outras
pessoas, por isso, nem sempre foram utilizadas as melhores técnicas de construção, havia
pouca manutenção, causando muitos desabamentos.
Fonte: dreamstime.com
Figura 48
Fonte: historiadasartes.com
Por meio deles, era feito o transporte de água para as cidades romanas, era constituído por
arcos plenos e o sistema de água era abastecido e conduzido com a força da gravidade.
Apesar dos aquedutos romanos remeterem a forma de arcos plenos interligados, apenas
vinte porcento dos aquedutos eram aéreos, pois a maioria era subterrâneo, uma vez que era
mais econômico, protegia de alterações climáticas e causava menos transtorno no cotidiano
das pessoas ao redor. Um exemplo de aqueduto romano é o Aqua Marcia, que possuía
noventa e dois quilômetros de extensão, mas apenas onze quilômetros eram arcos.
Fonte: arteculturas.com
Figura 51: Aqueduto Claudio, Roma.
Fonte: arteculturas.com
São compostas por arcos plenos e construídas com pedras. A ponte de Mérida na Espanha,
atualmente é a maior ponte sobrevivente, pois possuía setecentos e cinquenta e cinco metros
de comprimento, com sessenta e dois vãos, hoje em dia permanecem setecentos e vinte e
um metros e sessenta vãos.
Fonte: wikipedia.org
Fonte: wikipedia.org
As cidades eram desenvolvidas a partir do fórum romano, a praça central, esse espaço
possuía funções políticas e administrativas, funções religiosas, funções comerciais, sociais
e cívicas. Era fortificada com muralhas defensivas, possuía ruas pavimentadas, meio-fio
alto, saneamento, abastecimento de água, tração animal, entre outros. Apesar do modelo
das cidades serem padronizados, caso o império romano conquistasse outra cidade com
arquitetura preestabelecida, eles preservavam o que já estava construído.
Sobre sua estrutura, ela foi planejada pelo arquiteto Gaudêncio e a obra ocupa uma área
total de 24.000 m². Seu topo está a 57 metros do chão. Essa altura foi atingida graças as 80
arcadas que sustentam toda essa parte exterior da estrutura e são uma das mais icônicas da
arquitetura romana, tornando novamente a origem da construção bem clara. Apesar de ter uma
aparência circular, a estrutura na verdade se ergue sobre um formato oval, tendo 188 metros de
comprimento e 156 metros de largura. A partir de imagens tiradas da vista de topo, podemos
ter uma ideia melhor desse formato.
Fonte: curvasearquitetura
Possuía capacidade estimada para 50.000 espectadores. Com tamanho público, o local
também evidenciava hierarquias na sociedade. Certos lugares na arena eram reservados para
pessoas com maior poder aquisitivo. Dependendo de seus interesses, podia-se reservar um
lugar com melhor visualização da arena ou um local mais próximo dela. Evidências de que
essas famílias tinham seus lugares específicos pode ser encontrada nas próprias paredes, que
possuíam nomes de famílias poderosas encravados em alguns locais. A própria estrutura da
arquibancada era desenhada para favorecer os lugares de pessoas importantes e negligenciar a
parte em que os plebeus ficavam, por exemplo. Isso tudo para manter o senso de hierarquia,
mesmo durante as exibições. Na imagem, podemos visualizar como se dava o posicionamento
das pessoas. Quanto mais perto da arena, maior o poder aquisitivo.
Fonte: ensinarhistoria
Fonte: il-colosseo.it
Toda essa estrutura tinha a finalidade de entreter o povo, ajudando o Imperador a manter
uma boa imagem e criando um senso de comunidade. Estima-se que por 5 séculos, foi palco
de inúmeras execuções, combates, caça de animais e até batalhas navais. Todas compunham
cenas extremamente violentas que, na época, eram bem normalizadas. Entre todas essas coisas
que ocorriam, é seguro dizer que as mais marcantes, as quais associamos o Coliseu até hoje,
eram as lutas de gladiadores com animais ferozes e o martírio de cristãos.
Quanto a execução de cristãos, por muito tempo foi apoiada pelos imperadores, afinal,
a nova religião formada não era bem-vista na região. Até hoje não se tem um número exato de
vítimas, mas baseado em números de outros espetáculos, estima-se que milhares. Suas casas e
locais de adoração eram deixadas em ruínas e seus restos mortais eram expostos pelas ruas.
Ironicamente, uma das primeiras pessoas registradas a morrer como mártir foi o próprio
arquiteto responsável por planejar o Coliseu. Na época, o Imperador tentou esconder a
responsabilidade que ele tinha por criar esse grande marco arquitetônico, porém, seu corpo foi
enterrado em catacumbas conhecidas como um dos poucos registros de outros mártires e sua
lápide foi preservada, com inscrições que revelavam Gaudêncio como arquiteto de uma das
mais grandiosas obras já vistas pela humanidade.
PÁDUA, Marco. Romanos: A Revolução Arquitetônica. Arquivo PDF, 2011. Disponível em:
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