Luana Reinert de Souza Arquitetura e Urbanismo - 2ª fase
ANÁLISE TEXTUAL – MORFOLOGIA URBANA E DESENHO DA CIDADES GREGAS
E ROMANAS A arquitetura grega baseava-se na medida, na proporção e na harmonia, e o princípio que fundamenta a arquitetura grega é de que o homem é a medida de todas as coisas, era comandada pela integração da arquitetura e da natureza, e se caracterizava pela procura da beleza e da elegância da forma, sua principal característica é ser uma arquitetura adintelada. Já a arquitetura produzida pelo Império Romano se caracterizou por um grande esforço na procura da utilidade, da força e da grandeza material. A arquitetura romana tinha uma grande concepção espacial, e uma enorme capacidade técnica construtiva, e era comum a utilização da escala monumental e sua principal característica é ser uma arquitetura abobadada. Enquanto a espacialização das cidades gregas se dava através da racionalização do espaço, a partir da organização funcional das cidades e da repartição por zonas de atividades, o zoneamento da cidade romana acontece de acordo com a hierarquia social, o espaço romano é concentrado e maciço e o tecido urbano é comprimido pela saturação de volumes e edificações. Os espaços públicos gregos importantes estão ligados à religião e ao poder democrático. A formação da estrutura urbana se dá através da composição de edifícios comerciais, cívicos, culturais e religiosos que são dispostos nos lugares principais das cidades. Enquanto as áreas residências se organizam de forma muito simples e modesta, diferentemente dos espaços públicos o tecido habitacional é ordenado sem pretensão tanto por traçados reguladores e repetitivos como traçados irregulares e orgânicos, foram os gregos que disseminaram do conceito das grelhas ortogonais. As cidades romanas se orientavam no sentido do nascer do sol ao pôr do sol, ou seja, de leste a oeste, e sua característica mais marcante era o traçado rígido das ruas principais, o CARDO, de norte a sul, e o DECUMANUS, de leste a oeste. No centro o DECUMANUS MAXIMUS, encontrava-se, perpendicularmente, com o CARDO MAXIMUS, que era a rua principal onde localizavam-se as lojas e os ambulantes, era o centro da vida econômica das cidades romanas. A quadrícula grega é um meio de organização fundiária para construir habitações, usado para os tecidos habitacionais, mas não para os espaços públicos e centrais. Ao mesmo passo que se aplicava intensivamente a quadrícula de Mileto, utilizava-se traços irregulares na Grécia no mesmo período. Bem como, nas colônias romanas utilizava-se a quadrícula por questões fundiárias e de facilidade construtiva, devido ao grande dimensionamento e as necessidades de espaço, água e defesa, coloca-se em pratica a regulamentação urbanística, para controlar as construções, circulações, infraestrutura, abastecimento de água, esgoto, drenagens pluviais e o crescimento urbano. O quarteirão grego é divido em lotes residenciais de diferentes tamanhos previamente fracionados e distribuídos. Da mesma forma o quarteirão romano é fundamentalmente residencial, os muros e as fachadas das habitações também seguem o traçado da rua, não possuindo logradouro. A cidade grega é envolta por muralhas por questões de defesa, e o santuário grego situa- se no espaço central, em sua volta está a praça, com edifícios de funções administrativas e jurídicas. Assim como, as cidades do Império Romano também eram fortificadas por muralhas, porém eram interligadas por estradas, cujos leitos das estradas romanas eram muito bem dimensionados em termos de fundações. Os templos gregos eram estruturas autônomas para serem vistos de fora, não para habitar ou utilizar, ocupavam lugares de visibilidade e evidência na cidade. Os gregos preocuparam-se mais com a imagem exterior, enquanto os romanos procuravam criar espaços interiores. Os templos gregos eram construídos com linhas retas, sem arcos nem abóbodas, possuíam planta retangular com base de geralmente três degraus, com colunas em todos os seus lados, utilizavam de estruturas retilíneas através da sobreposição de elementos horizontais sobre verticais. Já os templos romanos tinham profundidade do pórtico que antecede a porta do santuário, o estilóbato era bem alto, e tinham preferência pelas plantas circulares, era o poder imperial quem dirigia e operava as grandes construções, obras e monumentos romanos e foram eles que desenvolveram diversas estruturas utilitárias como o arco do triunfo, as pontes, os canais e os aquedutos que levavam a água até as termas, residências e às fontes de Roma. As inovações romanas em engenharia e materiais como o concreto, permitiram que os romanos construíssem estruturas curvilíneas, melhor adaptadas para reforçar e ampliar o interior dos edifícios garantindo espaços contínuos, e a aplicação da técnica de construção com abóbadas e cúpulas. O teatro Grego era escavado ou adaptado a uma encosta de colina. Já o teatro romano possuía arquibancadas em sua estrutura, era construído em solo plano e não possuía estátuas, pois não estavam ligados a religiosidade. Os edifícios gregos, raramente eram construídos para acomodar uma grande multidão, os templos por exemplo eram a morada dos deuses e não local de agrupamento humanos. Enquanto na arquitetura romana, o tamanho da população tornava necessários os edifícios administrativos e locais de encontro em grande escala.