Você está na página 1de 18

IDENTIDADES SURDAS

Profa. Dra. Veridiane Ribeiro


IFSC-Campus Palhoça Bilíngue
Identidade Flutuante ou
Inconformada
—  Na qual o surdo se espelha na representação hegemônica do
ouvinte, vivendo e se manifestando de acordo com o mundo
ouvinte. Seguem a representação da identidade ouvinte, não
participam da comunidade surda, associação e lutas políticas,
desconhecem ou rejeitam a presença do intérprete de língua de
sinais, orgulham-se de saber falar “corretamente”. “São muitos
casos e muitas histórias de surdos profissionalizados que vivem as
identidades flutuantes, pois não conseguiram estar a serviço da
comunidade ouvinte por falta da comunicação e nem a serviço da
comunidade surda por falta da língua de sinais.” Perlin (2013, p.
66)

I.  Surdos que não têm contato com a comunidade surda;

II.  Seguem a representação da identidade ouvinte;

III.  Resistem à língua de sinais e à cultura surda.


Identidade de Transição
—  Na qual o contato dos surdos com a comunidade surda é
tardio, o que faz passar da comunicação visual-oral (na
maioria das vezes truncada) para a comunicação visual
sinalizada – o surdo passa por um conflito cultural; “No
momento em que esses surdos conseguem contato com a
comunidade surda, a situação muda e eles passam pela
‘desounvintização’ da representação da identidade” Perlin
(2013, p. 64)

I.  Momento de transição da identidade ouvinte para a


identidade surda;

II.  Aquisição da cultura surda não ocorre na infância;

III.  Passam pelo momento de “desouvintização”.


Identidade Híbrida
—  Reconhecida nos surdos que nasceram ouvintes e se
ensurdeceram e terão presentes as duas línguas numa
dependência dos sinais e do pensamento na língua oral.
Dependendo da idade em que a surdez chegou, conhecem a
estrutura do português falado e o envio ou a captação da
mensagem vez ou outra é na forma da língua oral. Assimilam um
pouco mais que os outros surdos, têm dificuldade de entendê-la;
“Conhecem uma forma ontológica de existir através da
experiência da audição.” Perlin (2013, p. 64)

I.  Nasceram ouvintes e posteriormente ficaram surdos;

II.  Podem conhecer a estrutura do português falado;

III.  Usam língua oral ou língua de sinais;

IV.  Aceitam-se como pessoas surdas.


Identidade Surda
—  Na qual ser surdo é estar no mundo visual e desenvolver
sua experiência na Língua de Sinais. Os surdos que
assumem a identidade surda são representados por
discursos que os veem capazes como sujeitos culturais,
uma formação de identidade que só ocorre entre
espaços culturais surdos. “Estão presentes no grupo pela
qual entram os surdos que fazem uso com experiência
visual propriamente dita.” Perlin (2013, p. 63)
Identidade Intermediária ou
Incompleta
—  Apresentam alguma porcentagem de surdez, mas levam uma
vida de ouvintes. Apresentam surdez leve à moderada,
valorizam o uso do aparelho auditivo, procuram treinamentos
de fala e não aceitam intérpretes da língua de sinais.

I.  Captação de mensagens não é totalmente na experiência


visual;

II.  Não são totalmente surdos;

III.  Utilizam aparelho auditivo;

IV.  Apresentam dificuldade de encontrar sua identidade;

V.  Consideram o surdo como sendo menos dotado.


Identidade Política
—  Carregam consigo a língua de sinais. Aceitam-se como surdos,
sabem que são surdos e assumem um comportamento de pessoas
surdas. Entram facilmente na política com identidade surda,
onde impera a diferença: necessidade de intérpretes, de
educação diferenciada, de língua de sinais. A escrita obedece a
estrutura da língua de sinais, pode igualar-se à língua escrita,
com reservas;

I.  Identidade fortemente marcada pela política Surda;

II.  Experiência visual;

III.  Carregam consigo a língua de sinais;

IV.  Aceitam-se como surdos;

V.  Assumem uma posição de resistência.


Identidade Embaçada
—  Os surdos não conseguem captar a representação da
identidade ouvinte. Nem consegue compreender a fala,
o surdo não tem condições de usar língua de sinais, não
lhe foi ensinada nem teve contato com a mesma. São
pessoas vistas como incapacitadas.

I.  Não conseguem captar a representação da identidade


Surda nem da identidade ouvinte;

II.  Não conhecem a língua de sinais nem o português;

III.  É uma situação de deficiência e de incapacidade.


Identidade Diáspora
I.  Surdos que mudam de país ou de estado ou de grupo
surdo;

II.  É uma identidade muito presente e marcada.


Referências
—  PERLIN, Gládis. Identidades surdas. In: SKLIAR, Carlos.
A surdez: um olhar sobre as diferenças. Porto Alegre:
Meditação, 2001.

—  Figuras disponíveis em:


http://www.surdocult.com.br/index.php/2012/08/03/
imagens-sobre-identidade-e-cultura/http://
www.surdocult.com.br/index.php/2012/08/03/imagens-
sobre-identidade-e-cultura/. Acessado em 07/09/20.

Você também pode gostar