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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ACRE – UFAC

CAMPUS FLORESTA
BIOLOGIA TECIDUAL

TECIDO NERVOSO

Profa. Dra. Maria Isabel de L. Silva


INTRODUÇÃO

• Sistemas de integração e coordenação dos vários órgãos nos


metazoários: Sistema nervoso e Sistema endócrino;

• Tecido nervoso distribui-se pelo organismo interligando-se e


formando o sistema nervoso

• Sistema nervoso central – encéfalo, órgãos associados aos


fotorreceptores, medula espinal
• Sistema nervoso periférico – nervos e gânglios nervosos
INTRODUÇÃO
• COMPONENTES DO SISTEMA NERVOSO:
• NEURÔNIOS
• CÉLULAS DA GLIA OU NEURÓGLIA, sustentam os
neurônios.

• SNC – segregação entre os corpos celulares e seus


prolongamentos (substância branca e substância cinzenta)

• Substância cinzenta – corpos celulares de neurônios e


células da glia, contém também prolongamentos de
neurônios;

• Substância branca (mielina) – não contém corpos celulares,


sendo constituída por prolongamentos de neurônios e células
INTRODUÇÃO

• Neurônios são células excitáveis;


• Impulso nervoso – propagação da modificação do
potencial de membrana ao longo da célula, através
da membrana;
• O impulso nervoso transmite informações a outros
neurônios, músculos ou glândulas

• Circuitos neuronais
FUNÇÕES DO SISTEMA NERVOSO

• Detectar;
• Transmitir;
• Analisar;
• Utilizar informações geradas pelos estímulos
sensoriais representados por: calor, luz, energia
mecânica, modificações químicas do ambiente
externo e interno/
• Organizar e coordenar direta ou indiretamente o
funcionamento de quase todas as funções do
organismo.
NEURÔNIOS
TIPOS DE NEURÔNIOS QUANTO À MORFOLOGIA
TIPOS DE NEURÔNIOS QUANTO À MORFOLOGIA
NEURÔNIOS PSEUDO UNIPOLARES

• Aparecem na vida embrionária como bipolares.


Durante o desenvolvimento, os dois prolongamentos
se aproximam e se fundem por um pequeno percurso,
próximo ao pericário.
TIPOS DE NEURÔNIOS QUANTO À FUNÇÃO

• Neurônios motores – controlam órgãos efetores, tais


como glândulas exócrinas e endócrinas e fibras
musculares;

• Neurônios sensoriais – recebem estímulos sensoriais


do meio ambiente e do próprio organismo;

• Interneurônios – estabelecem conexões entre outros


neurônios, formando circuitos complexos.
CORPO CELULAR OU PERICÁRIO

• Parte da célula que contém o núcleo e o citoplasma


envolvente;
• Centro trófico;
• Função receptora e integradora de estímulos
• Rico em RER (corpúsculos de Nissl): a quantidade de RER
varia com o tipo e o estado funcional dos neurônios, sendo
mais abundantes nos neurônios motores;
• Complexo de Golgi localiza-se exclusivamente no pericário
• Mitocôndrias em quantidade moderada;
• Neurofilamentos (neurofibrilas);
• Microtúbulos;
• Melanina e lipofucsina
CORPO CELULAR OU PERICÁRIO
DENDRITOS

• Numerosos na maioria das células nervosas,


aumentando consideravelmente a superfície celular;

• Tornam-se mais finos, a medida em que se ramificam;

• A composição do citoplasma da base dos dendritos,


próximo ao pericário, é semelhante ao corpo celular,
mas os dendritos não têm C. Golgi

• Apresentam espinhas ou gêmulas – primeiros locais


de processamento dos impulsos nervosos que chegam
ao neurônio
AXÔNIOS
• Originam-se dos Cones de
implantação;
• Segmento inicial –
contém vários canais
iônicos, importantes para
gerar o impulso nervoso;
• Impulso nervoso;
• Ramos colaterais;
• Axoplasma;
• Telodendro;
• Fluxo anterógrado;
• Fluxo retrógrado.
AXÔNIOS

• O axoplasma possui poucas organelas, sendo mantido


pela atividade sintética do pericário

• O centro de produção de proteínas é o pericário

• O fluxo retrógrado pode levar moléculas e partículas


estranhas e prejudiciais para o corpo celular situado no
SNC. É por essa via, por exemplo, que o vírus da raiva,
depois de penetrar os nervos, é transportado para o
corpo das células nervosas, provocando encefalite muito
grave.
POTENCIAIS DE MEMBRANA
• POTENCIAL DE REPOUSO DA MEMBRANA

• POTENCIAL DE AÇÃO DA MEMBRANA

• EXTRUSÃO DE NEUROTRANSMISSORES( aminas,


aminoácidos, pequenos peptídeos, compostos
inorgânicos)

• Uma vez utilizados, os neurotransmissores são removidos


rapidamente por degradação enzimática, difusão ou
endocitose, por intermédio de receptores específicos
localizados na membrana pré sináptica.
POTENCIAIS DE MEMBRANA

• Os anestésicos locais atuam sobre os axônios. São


moléculas que se ligam aos canais de sódio,
inibindo também o potencial de ação responsável
pelo impulso nervoso. Assim, tornam-se bloqueados
os impulsos que seriam interpretados no cérebro
como sensação de dor.
POTENCIAIS DE MEMBRANA
COMUNICAÇÃO SINÁPTICA
SINAPSES

• SINAPSES QUÍMICAS – transmissão do impulso


nervoso é mediada pela liberação de determinadas
substâncias

• SINAPSES ELÉTRICAS - as células nervosas


unem-se por junções comunicantes, que possibilitam
a passagem de íons. São raras nos mamíferos,
encontradas mais em invertebrados.
ETAPAS DURANTE A TRANSMISSÃO DAS SINAPSES
QUÍMICAS

• Despolarização;
• Abertura de Canais de
cálcio na região pré
sináptica;
• neurotransmissores;
• Despolarização;
• Sinapses excitatórias;
• Hiperpolarização – não há
transmissão do impulso
nervoso;
• Sinapses inibitórias.
CÉLULAS DA GLIA
• OLIGODENDRÓCITOS – produzem aas bainhas de mielina
que servem de isolante elétrico para o SNC
• CÉLULAS DE SCHWANN – também produzem bainha de
mielina, mas no SNP
• ASTRÓCITOS – células estreladas que ligam neurônios aos
capilares sanguineos e à pia-mater;
• Além da função de sustentação, os astrócitos participam do
controle da composição iônica e molecular do ambiente
extracelular dos neurônios;
• Alguns astrócitos apresentam prolongamentos chamados pés
vasculares , que se expandem sobre os capilares sanguineos.
Acredita-se que esses prolongamentos transferem moléculas e
íons do sangue para os neurônios
Astrócitos
• Apresentam muitos receptores, sugerindo que
respondem a diversos sinais químicos;
• Podem influenciar a atividade e a sobrevivência dos
neurônios, graças a sua capacidade de controlar os
constituintes do meio extracelular, absorver excessos
localizados de neurotransmissores e sintetizar
moléculas neuroativas, como, como peptídeos;
• Comunicam-se uns com os outros por meio de
junções comunicantes, alcançando grandes
distâncias dentro do SNC.
Gliose
• Os espaços deixados pelos neurônios do sistema
nervoso central mortos em razão de doenças ou
acidentes são preenchidos pela proliferação
(hiperplasia) e pela hipertrofia (aumento de volume)
dos astrócitos, um processo denominado gliose.
CÉLULAS DA GLIA E ATIVIDADE NEURONAL
CÉLULAS DA GLIA

• CÉLULAS EPENDIMÁRIAS – são células epiteliais


colunares de revestimento.

• Em alguns locais , as células ependimárias possuem


cílios, o que facilita a movimentação do LCR

• MICROGLIA – fagocitárias, participam da


inflamação e da reparação do SNC
Esclerose múltipla
• Ocorre destruição das bainhas de mielina, por
mecanismo ainda não completamente
esclarecido, causando diversos distúrbios
neurológicos. Nessa doença, os restos de
mielina são removidos pela micróglia, cujas
células se tornam semelhantes aos
macrófagos.
SISTEMA NERVOSO CENTRAL

• O SNC está contido e protegido na caixa craniana e no


canal vertebral, sendo envolvido por membranas de tecido
conjuntivo chamadas meninges

• DURA-MÁTER;

• ARACNOIDE;

• PIA-MÁTER.
DURA-MÁTER

• Meninge mais externa;


• Tecido conjuntivo denso, contínuo com o periósteo
dos ossos da caixa craniana;
• Espaço peridural – espaço formado entre o periósteo
e a dura-máter que envolve a medula espinal;
ARACNOIDE

• Apresenta duas partes, uma em contato com a dura-máter,


em forma de membrana e outra em forma de traves, que
fica em contato com a pia-máter

• Espaço subaracnóideo (não tem comunicação com o


espaço subdural) –contém o LCR;

• A aracnoide forma, em certos locais, expansões que


perfuram a dura-máter e provocam saliências em seios
venosos, onde terminam como dilatações fechadas: as
vilosidades da aracnoide, cuja função é transferir LCR
para o sangue.
PIA-MÁTER
• Muito vascularizada e aderente ao tecido nervoso,
embora não fique em contato direto com células ou
fibras nervosas;

• Entre a pia-máter e os elementos nervosos situam-se


prolongamentos dos astrócitos, que, formando uma
camada muito delgada, unem-se firmemente à face
interna da pia-máter;
BARREIRA HEMATENCEFÁLICA

É uma barreira funcional que dificulta a passagem de


determinadas substâncias, como alguns antibióticos,
agentes químicos e toxinas, do sangue para o tecido
nervoso;

A barreira hematencefálica se deve a menor permeabilidade


dos capilares sanguineos do tecido nervoso. Seu principal
componente são as junções oclusivas entre as células
endoteliais.

Prolongamentos dos astrócitos que envolvem os capilares


PLEXOS COROIDES E LCR

• Dobras da pia-máter ricas em capilares dilatados;

• São constituídos por tecido conjuntivo frouxo da pia-máter,


revestido por epitélio simples, cúbico ou colunar baixo, cujas
células são transportadoras de íons

• Função: secretar LCR


SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO

• COMPONENTES: NERVOS, GÂNGLIOS E


TERMINAÇÕES NERVOSAS;

• FIBRAS NERVOSAS: axônio e suas bainhas envoltórias;


• Nas fibras periféricas a célula envoltória é a célula de
Schwann. No SNC as células envoltórias são os
oligodendrócitos.

• Fibras nervosas mielínicas e fibras nervosas amielínicas


FIBRAS AMIELÍNICAS
FIBRAS MIELÍNICAS
FIBRAS MIELÍNICAS
NERVOS

• Epineuro – camada fibrosa mais externa de tecido


conjuntivo denso. Reveste o nervo e preenche os espaços
entre os feixes de fibras nervosas

• Perineuro - Forma o revestimento dos feixes de fibras


nervosas. Constitui-se por uma bainha de várias camadas
de células achatadas e justapostas.

• Endoneuro – Bainhas de células de Schwann, com lâmina


basal e um envoltório conjuntivo constituído
principalmente por fibras reticulares sintetizadas pelas
células de Schwann.
SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO

• Relaciona-se com o controle da musculatura lisa, com a


modulação do ritmo cardíaco e com a secreção de
algumas glândulas.

• Sua função é manter a homeostase

• Anatomicamente é formado por aglomerados de células


nervosas localizadas no SNC, por fibras que saem do
SNC através dos nervos cranianos e espinais, e pelos
gânglios nervosos situados no curso dessas fibras
SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO

• SIMPÁTICO: localizam-se na porção torácica e


lombar da medula espinal

• PARASSIMPÁTICO: situam-se no encéfalo e na


porção sacral da medula espinal
DEGENERAÇÃO E REGENERAÇÃO DO TECIDO
NERVOSO

• Os prolongamentos dos neurônios podem se


regenerar dentro de certos limites, devido à atividade
sintética dos pericários. Por isso, os nervos
regeneram, embora com dificuldade

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