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O texto do Dr. Júlio nos leva a refletir sobre a justiça, sua definição, seus
aspectos, sua relação com a fé cristã e como um desejo latente do próprio
homem. Dentro dessa caminhada é apresentado Deus como àquele que
satisfaz o desejo por justiça, aquele que a promove capacitando seus agentes
e que os impele a serem seus executores no mundo.
A estrutura do capítulo parte de uma afirmação da busca pela justiça por parte
do homem e uma análise da justiça retributiva e justiça distributiva,
diferenciando-as. Passa o autor a uma reflexão sobre o Sermão do Monte (ou
Sermão da Justiça) apontando a verdadeira justiça como a “justiça do Reino”,
passando em seguida a focar no agente da Justiça, no texto de Isaias 42, no
“escravo de Deus”. Após esse estudo do “escravo de Deus”, Dr. Júlio
Zambatiero passa a dialogar com teólogos das mais diversas linhas
(reformados, pentecostais e católicos) apontando uma relação entre o Espírito
Santo e a prática da Justiça. Por fim oferece como conclusão conselhos
práticos para aqueles que aceitarem ao convite de, como escravos de Deus,
proclamarem a Sua justiça as nações.
A sede de justiça do ser humano é destacada como algo nato. Seja no âmbito
pessoal ou social a busca pela satisfação da justiça é inerente ao homem que
tenta retribuir os atos negativos de outros pela justiça ou pelos atos positivos
distribuir, com justiça, proporcionalmente aquilo que fazem. Uma questão
incômoda que o texto traz logo nas primeiras páginas é a relação entre os
maiores níveis de justiça social inversamente proporcionais ao nível de
cristianismo em alguns países.
As bem aventuranças alertam que a justiça do Reino não nos conduz a uma
vida fácil e que deve exceder em muito a justiça dos escribas e fariseus
modernos, ou seja, uma justiça excessiva e não exclusiva e excedente, que
pode e deve ser partilhada.
Tal tarefa a ser executada por este escravo ungido seria a de levar a o direito
(justiça) aos povos ou as nações como diz o texto, que seria basicamente o
mesmo projeto de vida social justa e digna que o próprio Deus havia dado a
Israel quando da sua libertação do cativeiro egípcio, promovendo com isso a
abertura de olhos para os cegos, a liberdade da prisão para o cativo e para os
que vivem em trevas. A justiça tem, enfim, intima relação com libertação!
Essa missão do servo-escravo que é assumida por Jesus (Fp 2:6-11) quando
Ele se fez escravo e é transferida para a Igreja (Jo 20:21-22) quando, soprando
sobre seus discípulos o Espírito Santo, também lhes enviou como agentes,
servos e escravos de Deus. A missão dos discípulos é a mesma do servo em
Isaias e a mesma do Cristo, servir a Deus integralmente como escravos da
Justiça onde a busca pela justiça deixa de ser uma opção e passa a ser uma
exigência do evangelho. Buscar a justiça e levar a justiça são duas faces da
mesma moeda e não se pode separar e distinguir essas exigências.