Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Data: 05/01/2012
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.
Assuntos tratados:
1º Horário.
Persecução Penal / Procedimentos / Procedimento comum ordinário / Prazo
para Encerramento da Instrução / Início do Processo / Audiências /
Requerimento de Diligências / Alegações Finais / Saneamento do Processo /
Sessão de Julgamento / Deliberação
2º Horário.
Prorrogação da Sessão de Julgamento / Emendatio Libelli / Mutatio Libelli /
Sentença / Procedimentos Especiais / Procedimento de Deserção / Disposições
Comuns à Deserção de Praças e Oficiais / Deserção de Oficial / Deserção de
Praças / Processo de Insubmissão / Recurso / Recurso em sentido estrito /
Apelação
1º Horário
1. Persecução Penal
1.1. Procedimentos
Os procedimentos abaixo abordados são os adotados em tempo de paz.
Observe-se que o Código de Processo Penal Militar, em sua parte especial, traz
procedimentos especiais para o tempo de guerra.
Os procedimentos adotados em tempo de paz são divididos em comum
ordinário e em especiais, nos quais se incluem o de deserção e de insubmissão.
1
O juiz auditor é um civil togado, que faz parte do quadro da magistratura federal especializada.
Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 2
Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888
www.enfasepraetorium.com.br
Direito e Processo Penal Militar
Data: 05/01/2012
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.
Art. 21. O sorteio dos juízes do Conselho Permanente de Justiça é feito pelo Juiz-
Auditor, em audiência pública, entre os dias cinco e dez do último mês do
trimestre anterior, na presença do Procurador e do Diretor de Secretaria.
Parágrafo único. Para cada Conselho Permanente, são sorteados dois juízes
suplentes, sendo um oficial superior - que substituirá o Presidente em suas faltas e
impedimentos legais e um oficial até o posto de capitão-tenente ou capitão, que
substituirá os demais membros nos impedimentos legais.
Os Conselhos são compostos por 1 juiz auditor e por 4 juízes militares, sendo o
Presidente do Conselho um dos quatro militares. É importante notar que nos termos
do art. 23, Lei 8.457/02, tratando-se de Conselho Especial de Justiça, o Presidente será
o oficial superior de maior patente. Frise-se que os juízes militares são todos oficiais.
Art. 23. Os juízes militares que integrarem os Conselhos Especiais serão de posto
superior ao do acusado, ou do mesmo posto e de maior antiguidade.
§ 1° O Conselho Especial é constituído para cada processo e dissolvido após
conclusão dos seus trabalhos, reunindo-se, novamente, se sobrevier nulidade do
processo ou do julgamento, ou diligência determinada pela instância superior.
§ 2º No caso de pluralidade de agentes, servirá de base à constituição do Conselho
Especial a patente do acusado de maior posto.
§ 3° Se a acusação abranger oficial e praça ou civil, responderão todos perante o
mesmo conselho, ainda que excluído do processo o oficial.
§ 4o No caso de impedimento de algum dos juízes, será sorteado outro para
substituí-lo. (Redação dada pela Lei nº 10.445, de 7.5.2002)
Observação: A parte final do art. 27, II, Lei 8.457/92 foi revogada.
O art. 19, Lei 8.457/92 fixa a maneira pela qual as listas de sorteio serão
elaboradas.
Art. 19. Para efeito de composição dos conselhos de que trata o artigo anterior,
nas respectivas Circunscrições, os comandantes de Distrito ou Comando Naval,
O art. 400 do CPPM trata das solenidades que deverão ser seguidas na sessão
de instalação.
Art. 400. Tendo à sua direita o auditor, à sua esquerda o oficial de posto mais
elevado ou mais antigo e, nos outros lugares, alternadamente, os demais juízes,
conforme os seus postos ou antigüidade, ficando o escrivão em mesa próxima ao
auditor e o procurador em mesa que lhe é reservada — o presidente, na primeira
reunião do Conselho de Justiça, prestará em voz alta, de pé, descoberto, o
seguinte compromisso: "Prometo apreciar com imparcial atenção os fatos que me
forem submetidos e julgá-los de acordo com a lei e a prova dos autos." Esse
compromisso será também prestado pelos demais juízes, sob a fórmula: "Assim o
prometo."
Parágrafo único. Desse ato, o escrivão lavrará certidão nos autos.
1.1.1.3 Audiências
a) 1ª Audiência: Segundo o art. 402, CPPM, o interrogatório ocorre na 1ª
audiência, devendo ser respeitado o prazo mínimo de 7 dias entre a designação e a
realização da audiência.
Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 6
Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888
www.enfasepraetorium.com.br
Direito e Processo Penal Militar
Data: 05/01/2012
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.
2
Na prática, este rigor é mitigado, mas em provas é necessário seguir a letra da lei.
Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 7
Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888
www.enfasepraetorium.com.br
Direito e Processo Penal Militar
Data: 05/01/2012
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.
h) o rol das testemunhas, em número não superior a seis, com a indicação da sua
profissão e residência; e o das informantes com a mesma indicação.
Ademais, de acordo com o estabelecido pelo art. 417, parágrafo 1º, CPPM,
havendo mais de 3 acusados o procurador poderá requerer a oitiva de mais 03
testemunhas numerárias por fato.
Observação: Quanto à oitiva das testemunhas, o CPPM adota, ainda, o sistema
presidencialista, conforme art. 418, CPPM. Os juízes militares, o MP e o advogado da
parte formulam as perguntas por intermédio do juiz auditor.
Art. 418. As testemunhas serão inquiridas pelo auditor e, por intermédio deste,
pelos juízes militares, procurador, assistente e advogados. Às testemunhas
Todavia, caso a defesa queira arguir alguma nulidade deverá fazê-lo nas
alegações finais escritas, não podendo fazê-lo posteriormente no momento da sessão
de julgamento, sob pena de preclusão.
Exemplo: preterimento na ordem da oitiva das testemunhas de defesa. Repare-
se que as nulidades absolutas não se submetem à preclusão.
Questão – DPU – 2004
Se houver preterição do prazo para a defesa arrolar testemunhas durante a
instrução processual, poderá ser arguida nulidade durante a sessão de
julgamento.
Resp.: Errado, pois o momento adequado à arguição da referida nulidade é nas
alegações finais.
1º Se o acusado revel comparecer nessa ocasião, sem ter sido ainda qualificado e
interrogado, proceder-se-á a estes atos, na conformidade dos arts. 404, 405 e 406,
perguntando-lhe antes o auditor se tem advogado. Se declarar que não o tem, o
auditor nomear-lhe-á um, cessando a função do curador, que poderá, entretanto,
ser nomeado advogado.
Revel de menor idade
2º Se o acusado revel for menor, e a sua menoridade só vier a ficar comprovada
na fase de julgamento, o presidente do Conselho de Justiça nomear-lhe-á curador,
que poderá ser o mesmo já nomeado pelo motivo da revelia.
Falta de apresentação de acusado preso
3º Se o acusado, estando preso, deixar de ser apresentado na sessão de
julgamento, o auditor providenciará quanto ao seu comparecimento à nova
sessão que for designada para aquele fim.
Adiamento de julgamento no caso de acusado solto
4º O julgamento poderá ser adiado por uma só vez, no caso de falta de
comparecimento de acusado solto. Na segunda falta, o julgamento será feito à
revelia, com curador nomeado pelo presidente do Conselho.
Falta de comparecimento do advogado
5º Ausente o advogado, será adiado o julgamento uma vez. Na segunda ausência,
salvo motivo de força maior devidamente comprovado, será o advogado
substituído por outro.
Falta de comparecimento de assistente ou curador
6º Não será adiado o julgamento, por falta de comparecimento do assistente ou
seu advogado, ou de curador de menor ou revel, que será substituído por outro, de
nomeação do presidente do Conselho de Justiça.
Saída do acusado por motivo de doença
7º Se o estado de saúde do acusado não lhe permitir a permanência na sessão,
durante todo o tempo em que durar o julgamento, este prosseguirá com a
presença do defensor do acusado. Se o defensor se recusar a permanecer na
sessão, a defesa será feita por outro, nomeado pelo presidente do Conselho de
Justiça, desde que advogado.
a) quando o réu preso não for apresentado (sem que seja revel por vontade
própria);
b) quando houver falta de comparecimento injustificado do acusado solto por
uma única vez (na 2ª falta injustificada é decretada a revelia);
c) na ausência do advogado por uma única vez (na 2ª ausência, será designado
defensor público ou advogado dativo).
Observa-se, portanto, que na falta do assistente ou do curador3 de revel não há
adiamento da sessão de julgamento.
Questão – DPU – 2004
Se o assistente de acusação, por motivo de força maior, não comparecer à sessão
de julgamento, deverá haver o adiamento.
Resp.: Errado, pois esta hipótese não se encontra prevista nos parágrafos do art.
431, CPPM.
A regra é que a sessão de julgamento seja una. Apesar disso, ela poderá ser
interrompida a depender da complexidade do processo (art. 436, CPP).
Art. 436. A sessão de julgamento será permanente. Poderá, porém, ser
interrompida na fase pública por tempo razoável, para descanso ou alimentação
dos juízes, auxiliares da Justiça e partes. Na fase secreta não se interromperá por
motivo estranho ao processo, salvo moléstia de algum dos juízes, caso em que
será transferida para dia designado na ocasião.
Parágrafo único. Prorrogar-se á a jurisdição do Conselho Permanente de Justiça,
se o novo dia designado estiver incluído no trimestre seguinte àquele em que
findar a sua jurisdição, fazendo-se constar o fato de ata.
3
A lei trata do curador de menor, figura que não mais existe, por não ser julgado pela Justiça Militar.
Centro: Rua Buenos Aires, 56 - 2º, 3º e 5º andares – Tel.: (21)2223-1327 13
Barra: Shopping Downtown – Av. das Américas, 500 - bl. 21, salas 157 e 158 – Tel.: (21)2494-1888
www.enfasepraetorium.com.br
Direito e Processo Penal Militar
Data: 05/01/2012
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais.
Considere que ao julgar o feito, o juiz auditor vote pela absolvição, seguido pelo
primeiro juiz militar. O segundo juiz militar divergiu votando pela condenação,
pedindo 3 meses de detenção. O outro juiz também condenou, mais pediu 4
meses de detenção. Nessas circunstâncias, o resultado final será a condenação do
réu e a pena é de 3 meses de detenção.
Resp.: Certo.
2º Horário
No CPP, o juiz pode fazer a capitulação de ofício, mas no processo penal militar
a emendatio libelli é mais garantista, pois a nova definição jurídica deverá ser
formulada pelo MP em alegações finais escritas, devendo ser dada oportunidade para
manifestação da defesa. Neste caso as alegações finais da defesa serão obrigatórias.
Note-se que essa exigência de que a definição jurídica diversa seja formulada
pelo MP em alegações finais escritas, devendo ser dada oportunidade para
manifestação da defesa, só é cabível se a nova definição acarretar agravamento para o
réu. Isto porque a Súmula 5 do STM determina que o Conselho de Justiça poderá, de
ofício, sem manifestação prévia neste sentido pelo MP, alterar a definição jurídica se
for para benefício do réu, visto que este se defende de fatos e não do direito.
STM, Súmula nº 5. A desclassificação de crime capitulado na denúncia pode ser
operada pelo Tribunal ou pelos Conselhos de Justiça, mesmo sem manifestação
neste sentido do Ministério Público Militar nas alegações finais, desde quando
importe em benefício para o réu e conste da matéria fática.
sido formulada pelo MPM em alegações escritas, e a outra parte houver tido
oportunidade de responder.
Resp.: Certo.
Com isto, parte da doutrina entende que o art. 384, CPP é aplicável
subsidiariamente para suprir a ausência de previsão de distinção no CPPM (posição
adotada pelo STM). Todavia, para outros, como o contraditório é necessário na
emendatio libelli, o art. 437, CPPM deve ser usado para o preenchimento da lacuna.
Art. 437. O Conselho de Justiça poderá:
a) dar ao fato definição jurídica diversa da que constar na denúncia, ainda que,
em consequência, tenha de aplicar pena mais grave, desde que aquela definição
haja sido formulada pelo Ministério Público em alegações escritas e a outra parte
tenha tido a oportunidade de respondê-la;
1.1.1.7.5. Sentença
A sentença é redigida pelo auditor, mesmo que seja vencido, devendo constar a
declaração dos votos, como previsto no art. 438, CPPM. Já a proclamação do resultado
é feita pelo presidente.
Art. 438. A sentença conterá:
a) o nome do acusado e, conforme o caso, seu posto ou condição civil;
b) a exposição sucinta da acusação e da defesa;
c) a indicação dos motivos de fato e de direito em que se fundar a decisão;
d) a indicação, de modo expresso, do artigo ou artigos de lei em que se acha
incurso o acusado;
e) a data e as assinaturas dos juízes do Conselho de Justiça, a começar pelo
presidente e por ordem de hierarquia e declaração dos respectivos postos,
encerrando-as o auditor.
Declaração de voto
1º Se qualquer dos juízes deixar de assinar a sentença, será declarado, pelo
auditor, o seu voto, como vencedor ou vencido.
Redação da sentença
2º A sentença será redigida pelo auditor, ainda que discorde dos seus
fundamentos ou da sua conclusão, podendo, entretanto, justificar o seu voto, se
vencido, no todo ou em parte, após a assinatura. O mesmo poderá fazer cada um
dos juízes militares.
Sentença datilografada e rubricada
3º A sentença poderá ser datilografada, rubricando-a, neste caso, o auditor, folha
por folha.
O oficial desertor ficará agregado, pois é um mau exemplo para a tropa, por
isso, mesmo que se apresente voluntariamente, essa agregação durará até o trânsito
em julgado da sentença. Note-se que esta situação não o põe em inatividade, apesar
de não poder receber benefícios como promoções e ingresso na lista de antiguidade.
Questão – TJ/TO – 2007
No processo de deserção de oficial, o oficial desertor deve ser agregado ao
apresentar-se ou ser capturado, permanecendo nessa situação até decisão
transitada em julgado.
Resp.: Certo.
já será iniciado, mas ficará sobrestado até a presença do réu para que haja o sorteio do
Conselho.
O procedimento na deserção é sumário, concentrado e, reunido o Conselho
Especial de Justiça, parte-se para o interrogatório e oitiva das testemunhas de
acusação e das de defesa eventualmente arroladas (art. 455, parágrafo 1º, CPPM).
Art. 455. Apresentando-se ou sendo capturado o desertor, a autoridade militar
fará a comunicação ao Juiz-Auditor, com a informação sobre a data e o lugar onde
o mesmo se apresentou ou foi capturado, além de quaisquer outras circunstâncias
concernentes ao fato. Em seguida, procederá o Juiz-Auditor ao sorteio e à
convocação do Conselho Especial de Justiça, expedindo o mandado de citação do
acusado, para ser processado e julgado. Nesse mandado, será transcrita a
denúncia. (Redação dada pela Lei nº 8.236, de 20.9.1991)
§1º Reunido o Conselho Especial de Justiça, presentes o procurador, o defensor e o
acusado, o presidente ordenará a leitura da denúncia, seguindo-se o
interrogatório do acusado, ouvindo-se, na ocasião, as testemunhas arroladas pelo
Ministério Público. A defesa poderá oferecer prova documental e requerer a
inquirição de testemunhas, até o número de três, que serão arroladas dentro do
prazo de três dias e ouvidas dentro do prazo de cinco dias, prorrogável até o dobro
pelo conselho, ouvido o Ministério Público. (Redação dada pela Lei nº 8.236, de
20.9.1991)
STM, Súmula nº 12. Praça Com e Sem Estabilidade - Denúncia por Deserção -
Possibilidade - Status de Militar - Condição de Procedibilidade para a Persecutio
Criminis. A praça sem estabilidade não pode ser denunciada por deserção sem ter
readquirido o status de militar, condição de procedibilidade para a persecutio
criminis, através da reinclusão. Para a praça estável, a condição de
procedibilidade é a reversão ao serviço ativo.
oferecer denúncia, pois o insubmisso é civil que sequer chegou a ser incluído no
serviço ativo das forças armadas.
A inclusão do insubmisso, após a sua captura ou apresentação, em sendo
considerado apto na realização do exame de saúde, é condição de procedibilidade
para a apresentação da denúncia. A súmula 8, STM é igualmente aplicável ao
insubmisso.
STM, Súmula nº 8. Desertor sem Estabilidade e Insubmisso - Apresentação
Voluntária ou Captura - Incapazes para o Serviço Militar em Inspeção de Saúde -
Isenção do Processo - Pronunciamento do Ministério Público. O desertor sem
estabilidade e o insubmisso que, por apresentação voluntária ou em razão de
captura, forem julgado em inspeção de saúde, para fins de reinclusão ou
incorporação, incapazes para o Serviço Militar, podem ser isentos do processo,
após o pronunciamento do representante do Ministério Público.
1.2. Recursos
O CPPM prevê os seguintes recursos:
a) recurso em sentido estrito: as hipóteses se apresentam em rol taxativo do
art. 516, CPPM, quais sejam decisões interlocutórias e decisões finais que não julgam o
mérito.
Art. 516. Caberá recurso em sentido estrito da decisão ou sentença que:
a) reconhecer a inexistência de crime militar, em tese;
b) indeferir o pedido de arquivamento, ou a devolução do inquérito à autoridade
administrativa;
c) absolver o réu no caso do art. 48 do Código Penal Militar;
d) não receber a denúncia no todo ou em parte, ou seu aditamento;
e) concluir pela incompetência da Justiça Militar, do auditor ou do Conselho de
Justiça;
f) julgar procedente a exceção, salvo de suspeição;
g) julgar improcedente o corpo de delito ou outros exames;
h) decretar, ou não, a prisão preventiva, ou revogá-la;
b) apelação: deve ser interposta contra decisões finais que julguem o mérito,
desde que não atacáveis por recurso em sentido estrito.
c) recurso inominado: segue o mesmo rito do recurso em sentido estrito. As
hipóteses de cabimento estão previstas em rol taxativo abaixo analisado.
• rejeição da exceção de incompetência art. 145/146, CPPM.
Art. 145. Se aceita a alegação, os autos serão remetidos ao juízo competente. Se
rejeitada, o juiz continuará no feito. Mas, neste caso, caberá recurso, em autos
apartados, para o Superior Tribunal Militar, que, se lhe der provimento, tornará
nulos os atos praticados pelo juiz declarado incompetente, devendo os autos do
recurso ser anexados aos do processo principal.
d) recurso de ofício
e) embargos infringentes: no processo penal comum, os embargos infringentes
são exclusivos da defesa, o que não ocorre no processo penal militar, como previsto no
art. 538, CPPM.
Art. 538. O Ministério Público e o réu poderão opor embargos de nulidade,
infringentes do julgado e de declaração, às sentenças finais proferidas pelo
Superior Tribunal Militar.