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Dois fatores importantes determinam quanta corrente fluirá: o potencial elétrico e a

condutância elétrica. O potencial elétrico, também chamado de voltagem, reflete a força


exercida sobre uma partícula carregada, assim como a diferença de carga entre o ânodo e o
cátodo. Quanto maior for essa diferença, mais corrente fluirá. A voltagem é representada pelo
símbolo V e é medida em unidades chamadas de volts. Como exemplo, a diferença de
potencial elétrico entre os terminais de uma bateria de carro é de 12 volts, isto é, o potencial
elétrico em um terminal é 12 volts mais positivo do que no outro. A condutância elétrica é a
habilidade relativa de uma carga elétrica de migrar de um ponto para outro. É representada
pelo símbolo g e medida em siemens (S). A condutância depende do número de partículas
disponíveis para carregar a carga elétrica e da facilidade com que essas partículas possam viajar
pelo espaço. Um termo que expressa a mesma propriedade, mas de uma outra forma, é
resistência elétrica, que é a dificuldade relativa de uma carga elétrica de migrar. É representada
pelo símbolo R e medida em unidades chamadas de ohms (Ω). A resistência é simplesmente o
inverso da condutância (i.e., R = 1/g). Existe uma relação simples entre o potencial (V), a
condutância (g) e a quantidade de corrente (I) que passará. Essa relação, chamada de lei de
Ohm, pode ser escrita como I = gV: a corrente é o produto da condutância com a diferença de
potencial. Observe que, se a condutância for zero, nenhuma corrente passará, mesmo que a
diferença de potencial seja muito alta. Da mesma forma, quando a diferença de potencial é
zero, nenhuma corrente passará, mesmo que a condutância seja muito alta. Considere a
situação ilustrada na Figura 3.10a, na qual o NaCl foi dissolvido em concentrações iguais nos
dois lados de uma bicamada fosfolipídica. Se conectarmos os terminais de uma bateria nos
diferentes lados da solução, geraremos uma grande diferença de potencial através da
membrana. Entretanto, nenhuma corrente passará, uma vez que não existem canais que
permitam a migração de Na+ e Cl− através da membrana; a condutância da membrana é zero.
Assim, forçar eletricamente íons a atravessar a membrana requer que (1) a membrana possua
canais permeáveis àquele íon (para gerar a condutância) e (2) exista uma diferença de
potencial elétrico através da membrana (Figura 3.10b). Com isso, o terreno está pronto: temos
íons eletricamente carregados nas soluções de ambos os lados da membrana neuronal. Os íons
podem atravessar a membrana somente pelos canais proteicos, que podem ser altamente
seletivos para íons específicos. O movimento de qualquer íon através de seu canal depende do
gradiente de concentração e da diferença no potencial elétrico através da membrana.
Utilizaremos esse conhecimento para entendermos o potencial de repouso da membrana.

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