NASCIDO EM 09/05/1949 61 ANOS NATURAL DE PERNAMBUCO ARTISTA PLASTICO, MÚSICO, ESCRITOR E COMPOSITOR.
Lula Côrtes começou a pintar aos 15 aos de idade na cidade de São
Paulo, mas desde criança costumava desenhar todas as paisagens que via em Lagoa do Carro no interior de PE, local onde passou parte da sua infância. Logo que iniciou na pintura a óleo no Braz em São Paulo, começou a freqüentar um atelier coletivo que se chamava Labor Ato Rio, que era composto por um grupo de artistas muito ligados ao DADAISMO, coisa que lhe influenciou bastante, tendo enveredado nessa época por colagem sobre madeira, plástico etc. Nessa mesma época começou a elaborar uma pintura absolutamente Surrealista e psicodélica que chamou de ATIPICOS, que são “organismos de uma natureza não existente” como explica Lula e que até hoje o acompanha. De dois em dois anos o artista volta a abordar esse tema. A última vez foi em 2007. A primeira coleção de ATIPICOS foi também a sua primeira mostra, que aconteceu no Clube de Juiz de Fora – Minas Gerais, a exposição teve um resultado surpreendente, foram vendidas todas as peças. Nessa época Lula Côrtes resolveu mudar-se para Juiz de Fora, lá o movimento pictórico era muito intenso. Empolgado, começou então a freqüentar a Galeria Celina onde conheceu e conviveu com Carlos Bracher, um grande expoente da pintura mineira, hoje tendo seu atelier sitiado em Ouro Preto. A escola de pintura mineira exerceu grande influência na carreira de Lula Côrtes e foi a partir daí que retornou às paisagens, assim como fazia quando era menino, só que desta vez com óleo sobre tela. A pintura de Bracher o impressionava muito, era uma paisagem vista por um ângulo que beirava o expressionismo alemão pós-guerra, com tons muito escuro e agressivo, com excesso de tinta um tanto quanto “Vangoguiano”. Dessa época em diante Lula Côrtes passou a participar de todos os Festivais de Arte e Mostras Alternativas, paralelamente a isso fazia parte do Clube dos Bêbados que era uma reunião de Poetas que acontecia no Salve a Terra e passou a escrever na Gazeta Mercantil semanalmente na coluna de poemas. A sua segunda exposição foi no 1º Festival de Inverno de Ouro Preto, as paisagens tinha uma paleta bem surreal. Depois dessa época foi para o Rio de Janeiro, absolutamente engajado no Movimento Beat Nick onde morava e pintava nas praças e expunha suas obras nas ruas. Voltou para São Paulo e expôs na Praça Carlos Gomes junto a outros integrantes do mesmo movimento, dessa feita a pintura se mesclava em paisagens, organismos e colagens Dadaístas. Permanecia escrevendo sobre suas experiências e tentando explicar de uma forma didática o que se passava dentro da sua cabeça, nessa época pensava em escrever um livro sobre isso, mas sua vida era muito caótica nesse período e não conseguiu. Voltou para Pernambuco com 18 anos de idade e conheceu a hoje cineasta Kátia Mesel, pessoa que foi de importância fundamental para sua carreira pelo fato de ter uma visão muito aberta em relação às artes em geral, diante de tanta identificação Lula Côrtes e Kátia Mesel se casaram, era o casamento perfeito: a pintura, a música, a arquitetura, a literatura, isso era a tônica do trabalho e das suas vidas. Nesse período por estarem ligados diretamente às artes gráficas, Lula Côrtes começou a publicar seus primeiros ensaios e a pintar as paisagens de Itamaracá, lugar que freqüentava assiduamente e onde aconteceu a sua terceira mostra de pintura, essa exposição aconteceu na Casa Holanda e teve continuidade. Mas outras 15 exposições aconteceram durante esse período em que esteve junto com Kátia, e assim a pintura e a literatura começaram a andar juntas na carreira de Lula Côrtes. Lançou então o seu primeiro livro na imprensa universitária que se chamava “Habito ou Vicio”. Logo depois fizeram um trabalho junto com Carlos Ferlauto do Rio Grande do Sul. Continuaram assim uma pesquisa com livros que se transformavam em objetos lúdicos, Raru Corp (que significa a palavra procurar ao contrário) é um exemplo, esse livro era dividido em três partes, os poemas podiam ser lidos na sua íntegra pelas cores ou o leitor poderia montar um poema próprio, esse livro rendeu um prêmio no Salão de Artes Gráficas de Belo Horizonte. Na sequência foi publicado o “Livro das Transformações”, “Bom Era Meu Irmão, Ele Morreu e Eu Não”, esse último livro particularmente tinha uma peculiaridade, era montado dentro de uma caixa com uma mola que quando abria lançava as páginas para o alto. Daí por diante Lula Côrtes e Kátia Mesel participaram de muitos movimentos inovadores junto com Paulo Bruske. Juntos criaram a gravadora Abracadabra, responsável pelo lançamento do primeiro disco independente do Brasil, SATWA – Lula Côrtes e Laylson de Holanda. Este trabalho foi lançado na América pela gravadora Time-Lag Records e ficou em décimo quinto lugar na parada de sucesso americana. Nessa época Lula estava mais dedicado ao trabalho musical e lançou vários álbuns experimentais, são eles: “Paebirú – O Caminho da Montanha do Sol”, de Lula Côrtes e Zé Ramalho. Esse, vale salientar, é um dos discos mais raros e caros do mundo, chega a custar cerca de R$ 4mil e dependendo do estado de conservação sobe para R$ 6 mil; “No Sub Reino dos Metazoários”, com Lula Côrtes na direção musical. Seguiram-se várias composições instrumentais; “Flaviola e o Bando do Sol” de Flávio com sua participação, essa parceria rendeu mais de 50 composições. O último trabalho dessa gravadora foi “Rosa de Sangue” que também foi relançado recentemente nos EUA pela Time-Lag Records. Enquanto esses lançamentos musicais eram produzidos, Lula trabalhava na sua primeira série de desenhos dos “Signos do Zodíaco”, que foi editada em São Paulo por Poster’s Esdras, que infelizmente por conta da repressão, teve um mandado de apreensão e busca em todo território nacional. Para conseguir escoar esse trabalho Lula e Kátia Mesel levaram todo esse material para Europa e lá conseguiram comercializar todos os trabalhos de onde se gerou uma possibilidade de fazerem uma viagem por todo o Oriente, nessa busca ficaram hospedados na casa de Salvador Dali. Lula participou de umas das Bienais de São Paulo nos anos 80 e tendo voltado da Europa e ido morar em São Paulo, fez uma serie de exposições. Não dá para separar livro, pintura e música, com sua alma inquieta, Lula Côrtes vai trabalhando tudo ao mesmo tempo. Atualmente, Lula Côrtes continua seu trabalho com a regularidade fiel, pintando, escrevendo e tocando. “Tenho o prazer de compor para quase todos os nomes mais significativos da música popular brasileira como: Zé Ramalho, Alceu Valença, Amelinha, Dominguinhos, Guadalupe, Jarbas Mariz, Daniel Belleza, Dom Tronxo, Tito Livio entre outros”, enfatiza Lula. No Fã Clube da Má Companhia com Roberto de França é possível acessar todo o seu histórico musical que se compõe numa media de 21 álbuns. Em abril de 2006 foi lançado no Abril Pro Rock o CD “A Vida Não é Sopa”, com a banda Má Companhia, uma parceria que vem dando certo e já dura vinte anos. Em 2007, realizou a exposição “O Sexo das Plantas”, na galeria Arte Plural, no Recife antigo, mais um dos desdobramentos dos Atípicos, tema recorrente na arte de Lula Côrtes. Em 2008 foi lançado o áudio book “O Lobo e a Lagoa”, um conto de fada para adultos, Em 2009 foi relançado no Reino Unido o álbum “Paebirú – O Caminho da Montanha do Sol” – o que gerou interesse por parte da revista Rolling Stone dando matéria de cinco páginas, para isso veio o Jornalista Free-lance, Cristiano Bastos que realizou um documentário, longa, que está no portal Projeto Paebirú, e em vias de ser lançado. Também em 2009, foi realizada a exposição de pinturas “Sonhos e Marinas” no Bar no Neno no Parnamirim, onde juntou com uma noite de autógrafos do livro “O Lobo e a Lagoa” e um show acústico junto com a Má Companhia. Neste ano de 2010, Lula Côrtes, sempre junto com a Má Companhia, realizou vários shows, participou do projeto Som das Seis em João Pessoa/PB participou do Festival de Inverno de Garanhuns/PE, onde foi super elogiado pelos principais jornais locais, participou também da 1ª Semana Municipal da Juventude, em Caruaru/PE, em show no Bar Burburinho, no Recife Antigo/PE, do Festival Tipóia de Tracunhaém/PE, Som da Casa em Casa Amarela, Recife/PE, a agenda continua com o Ciclo Natalino, dia 25 de dezembro, Recife Antigo/PE e já agendado para o ano que vem Calourada de Ouro Preto/MG. Também dirigiu e compôs a trilha do curta, Caapiua Sushi, com uma canja no dia do lançamento que aconteceu em setembro no Espaço N.A.V.E. em Santo Amaro, Recife/PE. No momento, além de todo o trabalho artístico, Lula Côrtes também acumula o cargo de Assessor Especial da Prefeitura de Jaboatão, com assuntos relacionados à Cultura. Essa experiência política deu gás para a criatividade do multi artista que, paralelamente ao trabalho político, começou a desenvolvendo um diário ilustrado denominado “Diário Político Poético”, onde através dos desenhos documenta a vida, os costumes e todo o patrimônio cultural, material e imaterial do município do Jaboatão dos Guararapes, dessa obra ele pinçou alguns trabalhos e realizou em setembro desse ano mais uma exposição do Bar do Neno, juntamente com o lançamento da segunda edição do livro de poesisas “Amor em Preto e Branco”. “A Casa da Praia” é o ultimo trabalho literário pronto. Conto surrealista, que ele pretende lançar ainda este ano, possivelmente junto com o novo conto “A Aparição” e também está em andamento “A Hora da Batalha” uma historia para juventude, uma visão futurista de uma “outra Batalha dos Guararapes”. Também está em processo de criação o conto “O Retorno ao Jardim do Édem”, além de poemas e composições. Outros projetos em andamento. “Abre-te Sésamo! ”, uma coletânea em CD com sucessos de toda a sua carreira além de textos numa embalagem pra lá de especial e a gravação do seu primeiro DVD. Ainda com relação à música já estão prontas várias composições do CD “Tarja Preta”, sempre junto com a Má Companhia, mas este, pela quantidade de projetos em andamento só será lançado em 2011.