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O sistema deve possibilitar que seus componentes sejam facilmente inspecionáveis e evitar o acesso de esgoto ao
subsistema de ventilação (Foto: Maksim Safaniuk/Shutterstock)
chuveiro (box), pisos laváveis, áreas externas, terraços, varandas etc. Não devem, entretanto, receber
efluentes de ramais de descarga;
• A caixa sifonada tem forma cilíndrica e provida de desconector. Ela recebe efluentes de conjuntos de
aparelhos como lavatórios, bidês, banheiras e chuveiros de uma mesma unidade autônoma, assim como
as águas provenientes de lavagem de pisos – nesse caso, deve ser provida de grelha;
• Ramal de descarga é a tubulação que recebe diretamente os efluentes de aparelhos sanitários (lavatório,
bacia etc.). O ramal da bacia sanitária deve ser ligado diretamente à caixa de inspeção (edificação térrea)
ou no tubo de queda de esgoto (instalações em pavimento superior). Os ramais do lavatório, da banheira,
do ralo e do tanque devem ser ligados à caixa sifonada;
• O ramal de esgoto recebe os efluentes dos ramais de descarga. Suas ligações ao subcoletor ou coletor
predial devem ser efetuadas por caixa de inspeção, em pavimentos térreos, ou tubos de queda, em
pavimentos sobrepostos;
• Tubo de queda é a tubulação vertical existente nas edificações de dois ou mais pavimentos, que recebe os
efluentes dos ramais de esgoto e dos ramais de descarga;
• Coluna de ventilação é a tubulação vertical que possibilita o escoamento do ar da atmosfera para o interior
das instalações de esgoto, e vice-versa, com a finalidade de protegê-las contra possíveis rupturas do fecho
hídrico dos desconectores;
• Subcoletor é a tubulação horizontal que recebe os efluentes de um ou mais tubos de queda ou de ramais
de esgoto. Devem ser construídos, sempre que possível, na parte não edificada do terreno. No caso de
edifícios com vários pavimentos, normalmente, são fixados sob a laje de cobertura do subsolo, por meio de
braçadeiras. Nesses casos, devem ser protegidos e de fácil inspeção;
• A caixa de inspeção permite a inspeção, limpeza e desobstrução das tubulações de esgoto;
• A caixa de gordura tem a função de reter, em sua parte superior, as gorduras, graxas e óleos contidos no
esgoto, formando camadas que devem ser removidas periodicamente, evitando, dessa maneira, que esses
componentes escoem livremente pela rede de esgoto e gerem obstrução;
• Coletor predial é o trecho de tubulação compreendido entre a última inserção de subcoletor, ramal de
esgoto ou de descarga ou caixa de inspeção, e o coletor público.
A vedação hídrica evita que odores e insetos provenientes dos ramais de esgoto
penetrem pelas aberturas dos ralos
Roberto de Carvalho Junior
O engenheiro explica que o fecho hídrico do sistema de esgoto é uma camada líquida, com altura mínima
de 5 cm, que serve para vedar a passagem dos gases contidos nos esgotos. “A vedação hídrica evita que
odores e insetos provenientes dos ramais de esgoto penetrem pelas aberturas dos ralos”, ensina.
também, o acesso de corpos estranhos ao interior do sistema”, explica. O sistema deve ser projetado de
maneira a possibilitar que seus componentes sejam facilmente inspecionáveis e evitar o acesso de esgoto
ao subsistema de ventilação. Além disso, é preciso que admita a fixação dos aparelhos sanitários somente
por dispositivos que facilitem sua remoção para eventuais manutenções. “É fundamental não interligar o
sistema de esgoto sanitário com outros sistemas”, diz.
“O bom projeto de esgoto predial se diferencia dos demais pela compatibilização das instalações com os
projetos arquitetônico e estrutural”, ressalta o engenheiro, lembrando que as instalações prediais são
subsistemas que devem ser integrados ao sistema construtivo proposto pela arquitetura, de forma
harmônica, racional e tecnicamente correta. Quando não há coordenação e (ou) entrosamento entre o
arquiteto e os profissionais contratados para a elaboração dos projetos complementares, pode ocorrer uma
incompatibilização entre os projetos. “Condição que, certamente, aparecerá depois, durante a execução da
obra, gerando inúmeras improvisações para solucionar os problemas surgidos e finalizar a execução das
instalações”, alerta.
ERROS COMUNS
Segundo o engenheiro, são vários os erros observados em sistemas de esgoto. Ele destaca a ligação do
ramal de ventilação a uma coluna de ventilação sem a “alça de ventilação”, de modo a impedir o acesso de
esgoto sanitário ao interior do tubo ventilador. “Esse é o maior problema. Poucos instaladores colocam o
ramal de ventilação do esgoto em seu ponto correto e fazem a ‘alça de ventilação’ com uma altura
adequada. Mesmo que se projete corretamente, alguns encanadores, na hora da execução das obras,
tratam de suprimir esta alça acreditando em uma economia, por total desconhecimento de sua serventia”,
conta.
Outro erro é quando a ligação do ramal do primeiro pavimento é realizada próxima ao pé da coluna. “Esta
ligação do primeiro pavimento, na área de maior pressão de impacto (zonas de sobrepressão), pode
causar um possível retorno da espuma para os andares localizados em cotas mais baixas”, expõe.
Os entupimentos também são muito comuns. O entupimento do ramal da bacia sanitária, por exemplo,
normalmente acontece por falta de educação de quem usa o aparelho, pois é muito comum o usuário achar
que lixo e esgoto são a mesma coisa. Outra causa importante de entupimento é o uso inadequado de
conexões. “É possível observar, em alguns projetos sanitários, a aplicação de joelhos e curvas em 90° nas
mudanças de direção na horizontal, sendo que esta aplicação não está correta. No lugar dessas peças,
deve-se aplicar conexões com ângulos de 45°, melhorando o escoamento e proporcionando maior
facilidade na manutenção da rede em casos de entupimento”, orienta Carvalho, acrescentando que a NBR
8160:1999 prevê que as mudanças de direção nos trechos horizontais devem ser feitas com peças com
ângulo central igual ou inferior a 45°. “Em instalações de esgoto, por exemplo, o TE nunca pode ser
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22/09/2022 15:05 Sistema de esgoto exige projeto e execução conforme a norma | AECweb
COLABORAÇÃO TÉCNICA
Roberto de Carvalho Junior – Engenheiro civil, licenciado em Matemática, com habilitação em Física e
Desenho Geométrico. Pós-graduado em Didática do Ensino Superior e mestre em Arquitetura e Urbanismo.
Projetista de Instalações Prediais desde 1982, já elaborou inúmeros projetos de edificações de médio e de grande
porte, executados em várias cidades do Brasil. Desde 1994, leciona disciplinas de instalações prediais em
faculdades de Arquitetura e Urbanismo e de Engenharia Civil. É palestrante e autor dos livros “Instalações
Hidráulicas e o Projeto de Arquitetura”; “Instalações Elétricas e o Projeto de Arquitetura”; “Patologias em Sistemas
Hidráulico-Sanitários”; “Instalações Prediais Hidráulico-Sanitárias – Princípios básicos para elaboração de
projetos” e “Interfaces Prediais”, publicados pela editora Blucher. Atualmente, trabalha na área acadêmica e como
consultor independente.
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