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Crooked Kingdom: Vingança e Redenção

Resenha por Carolina Cardoso


No segundo volume dessa duologia, Leigh Bardugo traz de volta nossos seis
criminosos favoritos às ruas de Ketterdam. Após sobreviverem milagrosamente
ao ousado assalto à Corte de Gelo no último livro, nossos protagonistas têm
que lidar com a traição de seu contratante que lhes nega a recompensa
prometida e sequestra um membro valioso do grupo, além é claro das
consequências dos esforços empreendidos para completar a última missão.
Esse livro tinha um alto padrão a atingir, Six Of Crows foi uma mistura brilhante
de trama de assalto e alta fantasia, com uma construção de personagens
louvável e desenvolvimento de todos eles, o que merece destaque quando
falamos de um livro com seis protagonistas. A primeira pergunta que surge,
então, é: como superar aquilo? Eles já invadiram a maior fortaleza que há,
como ir além? Bom, para nossa sorte, a autora tinha algumas ideias.
O final de Six Of Crows é no mínimo agoniante, vivemos a traição de Van Eck
que se recusa a pagar os corvos, tenta assassiná-los e ainda sequestra Inej. É
compreensível, portanto que o leitor chegue a essa continuação com muitas
perguntas sem resposta e um coração acelerado. Fico feliz em tranquiliza-lo,
afirmando que todas elas serão respondidas. Vivemos nessa trama um novo
nível de profundidade para os dilemas gerais e individuais dos personagens,
eles estão de volta ao Barril, a briga agora é em casa, tudo se intensifica.
Problemas antigos e novos parecem se misturar e as consequências da última
missão turvam ainda mais o caminho. Cada personagem parece viver uma
dimensão ainda mais densa dos dramas já apresentados no primeiro livro.
Temos um aprofundamento significativo que aprimora as conexões que o
próprio leitor estabelece com os seis.
Vivemos é claro, uma história tramas e esquemas, roubos, sequestros e
traições com planos mirabolantes e lutas épicas, mas vivemos também muitas
lutas internas, cada um dos seis avança largos passos em suas relações entre
si e na superação dos próprios dilemas. Viemos e vemos eles viverem, o amor,
a dor, a perda, o esforço, a luta, a esperança, o desespero, a raiva e a alegria,
o fundo do barril e mais alto dos ceús. É um livro intenso, e um final digno para
essa brilhante duologia. O coração do leitor vai se alegar e se partir, isso eu
posso garantir. Vai também ser conquistado por elementos nostálgicos e
visitado por personagens conhecidos do mundo grisha. Vai conhecer mais de
personagens que tiveram pouco espaço no primeiro livro, como Wylan e Jasper
e vai viver plenamente essa aventura que com certeza está um nível acima. A
autora sem dúvidas se supera, ela tinha um alto padrão a atingir e assim o fez,
tudo é maior, os problemas, as emoções, os dilemas, as consequências. Me
resta dizer que esse é por excelência um bom livro, um que merece sua
atenção caro leitor. Ele vai te arrancar algumas emoções e tudo bem, os
melhores são assim. Esse é o ápice do grishaverso, é a convergência de tanto
em tão pouco tempo, tantos povos, culturas, dilemas, tudo se envolve para
arrebatar o leitor e bem, funciona.

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