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Minimalismo Bíblico ou

O minimalismo é aquela extremada corrente de arqueólogos que negam


a historicidade de praticamente tudo o que a Bíblia diz, ficando apenas com o
mínimo do mínimo de sua narrativa, daí o nome minimalistas. Para eles figuras
clássicas como rei Davi e outros heróis bíblicos nunca existiram e quase
totalidade das histórias narradas especialmente no Antigo Testamento, não
passa de mitos produzidos depois do cativeiro babilônico. Dizem que estes
mitos foram criados pelos escribas que viveram no período helenista no 4º
século a.C.
Quando estudamos a história da arqueologia moderna especialmente a
arqueologia do oriente médio percebemos uma coisa curiosa na trajetória desta
ciência. Até meados da década de 1970, havia um razoável consenso entre os
especialistas, de que a Bíblia era uma fonte histórica confiável principalmente
se estivesse tratando da história antiga do povo hebreu, sabia se que a
arqueologia fornecia e indiscutíveis confirmações do relato bíblico e a oposição
de alguns acadêmicos geralmente sem treinamento arqueológico não passava
de uma voz isolada. Para ter uma noção de como era praticamente unânime a
opinião dos grandes arqueólogos a respeito dos relatos bíblicos veja o que
disseram alguns dos grandes pioneiros da arqueologia no passado.
“O leitor moderno pode seguramente afirmar-se na conclusão de que
nada tem sido encontrado [pelos arqueólogos] que traga o menor
distúrbio a fé. E nada do que se descobriu jamais pode se desmentir
uma só doutrina teológica. Já não estamos mais preocupados em
tentar “harmonizar” ciência e religião, ou tentar “provar” a Bíblia.
Nossa conclusão é que a Bíblia pode se estabelecer por si mesma.
Contudo não existe a menor dúvida de que a arqueologia tem
confirmados substancialmente a historicidade da tradição escritor
escriturística. ” william foxwell albright

“Se algo legítimo a ser dito em relação ao Antigo Testamento é que a


evidência arqueológica tem restabelecido a sua autoridade histórica.
Bem como aumentado seu valor por torná la mais conhecida a luz do
seu contexto e ambiente cultural. Arqueologia ainda tem muito por
revelar é claro mas os resultados até agora confirmam o que a fé
sugeriu que a Bíblia é um livro digno de confiança. ” Frederic G.
Kenyon

“É perfeitamente seguro dizer que nenhuma descoberta da


arqueologia tem desmentido uma referência bíblica sequer. O que o
conjunto de evidências arqueológicas tem feito é confirmarem claros
detalhes as declarações históricas encontradas na Bíblia. “ Nelson
Glueck

Ocorre, no entanto, que comentários como estes são rechaçadas por


alguns como sendo coisa do passado, a pouco mais de 30 anos havia uma
nova postura arqueológica que surgiu no território do oriente médio, esta
postura tem procurado a todo custo desmentir as conclusões a que chegaram
estes eminentes especialistas do passado.
Esta nova linha arqueológica digamos ceticismo é comumente chamada
de arqueologia minimalista e como o próprio nome diz ela acentua que tudo em
termos de documentação textual antiga que não esteja claro corroborado por
evidências arqueológicas contemporâneas deve ser desacreditado; por
exemplo, a Bíblia fala que houve no Egito um primeiro ministro chamado José e
também na Babilônia um assessor do rei chamado Daniel, porém como até
hoje não se encontrou nem o Egito nem na Babilônia exemplos ou indícios
diretos da existência destas duas personagens, a conclusão a que muitos
chegam é que estes não passam de figuras lendárias do imaginário judeu.
Todo esse questionamento começou na Inglaterra e na universidade de
Copenhague na Dinamarca e estes são os principais expositores do
minimalismo: Niels Peter Lemche e Thomas L. Thompson, Philip R. Davies e
Keith Whitelam. Todos esses homens foram pródigos em afirmar,
especialmente nos anos 80 que Davi e Salomão e outras figuras chaves
mencionadas na Bíblia não passavam de criações literárias produzidas pelos
autores bíblicos nós sem nenhum respaldo histórico ou arqueológico. Será isto
verdade? Não podemos mais confiar na historicidade da Bíblia? Quais são
afinal os principais argumentos usados pelos minimalistas? Seria este o fim
daquela antiga arqueologia que sustentava que as histórias mencionadas na
Bíblia eram verdadeiras?
Na metade dos anos 80 o principal argumento usado pelos minimalistas
envolve a adaptação dos textos bíblicos escritos em hebraico, a escola
minimalista insistia em dizer que os judeus só começaram a escrever o Antigo
Testamento depois do cativeiro da Babilônia, isto é, a partir de 538 a.C. e a sua
forma final como a conhecemos, só foi alcançada no final do período
helenístico em torno do quarto século a.C. Ora isto levaria a forma final do
texto como a conhecemos para algo em torno de 700 anos depois de Davi.
Logo, para esta escola de pensamento nenhum dos relatos bíblicos anteriores
teria solidez histórica e apenas uns poucos episódios mais recentes teriam
algum fragmento de memória genuína estes seriam os únicos eventos
confirmados pela arqueologia. Assim a conclusão lógica, seria a de que
importantes descrições bíblicas não passariam de imaginação literária com fins
propagandísticos. Nunca houve algo como: um dilúvio, um êxodo do Egito, nem
as chamadas 12 tribos de Israel ou até mesmo um reino unificado de Davi e
Salomão. Tudo isto diziam os críticos era uma lenda. Portanto, uma das
propostas desse grupo é reescrever a história de Israel como ela teria de fato
acontecido, e não como a Bíblia no apresenta. Em seu livro intitulado “Em
busca do Antigo Israel”, publicado em 1992, Davis afirma que a busca
acadêmica pelo Israel antigo é necessária porque o que se elaborou até hoje
sobre esse assunto teria apenas a Bíblia como fundamento e ela já não pode
mais ser considerada um livro histórico. Trabalhando com novas definições de
termos como: Israel, cananeus, exílio e período persa, deve se conclui que é
simplesmente impossível dizer que a literatura bíblica ofereceria um quadro
suficientemente claro e imparcial da palestina anterior ao ano 300 a.C. Deste
modo, devemos extrair a nossa definição de palestina de outras fontes o que
exclui a literatura bíblica.
“O historiador diz ele já no começo de seu livro precisa investigar a
história real independentemente do conceito bíblico. “ Davies

O problema, é definir que fonte poderia dar à esta história um aspecto


real de forma independente e não setorizada, o que levanta um grande debate
não somente na historiografia bíblica, mas também nas discussões
arqueológicas em geral. É a velha disputa de até onde vai a crença no texto
antigo e até onde vai a crença no artefato encontrado. Alguns historiadores
praticamente abandonaram o testemunho dos artefatos para se valer apenas
do antigo texto escrito, já alguns arqueólogos extremadas chegaram a
considerar como pressuposto de qualquer pesquisa o fato de que o texto antigo
estaria sob suspeita até que se provasse o contrário. A maneira equilibrada de
resolver isto, seria obviamente, colocando lado a lado textos e artefatos antigos
lembrando é claro que nenhum dos dois poderá nos dar um quadro completo
do passado, pois segundo Carl Sagan, “a ausência da evidência não significa
evidência da ausência. ” Um dos grandes argumentos dos minimalistas
consiste em negar a realidade de um evento de um episódio passado apenas
porque não se encontraram evidências, isto é, artefatos que testemunha a seu
respeito. O fato de não se encontra nenhum artefato arqueológico no Egito que
afirme os hebreus construíram estas ruínas, já para eles o suficiente para
afirmar que os hebreus nunca estiveram ali. Daí o texto que narra o Êxodo
seria, portanto, um mito, que na verdade seria um eufemismo para dizer o texto
mentiu. Estes céticos se esquecem, porém que a maior parte do tesouro
arqueológico da humanidade ainda não foi escavado, está debaixo da terra ou
há muito tempo foi destruída pela ação dos anos, pela guerra ou pelo saque de
caçadores de tesouros. Veja o episódio interessante que aconteceu no Egito
pouco antes dos protestos de rua contra Mubarak. O editor Hershel Shanks
estampou na capa da Biblical Archaeology Review uma entrevista que fizeram
com renomados Zahi Hawass então secretário-geral do supremo conselho de
antiguidades egípcias no governo de Mubarak. Neste cargo de alta confiança
comanda 32 mil funcionários públicos que cuidam de todo o acervo do Egito, o
pais mais cobiçados por historiadores do mundo inteiro. Hawass especialista
formado em egiptologia pela universidade do Cairo e PHD na mesma área pela
universidade da Pensilvânia. Hershel Shanks lhe perguntou entre outras coisas
o que ele dizia sobre a possibilidade histórica dos hebreus terem estado no
Egito como afirma Bíblia. Embora ele não aceite o texto bíblico, já que é de
cultura muçulmana secular, Zahi Hawass discordou daqueles que afirmavam
categoricamente que não há nenhuma possibilidade de os hebreus terem
estado no Egito. Em primeiro lugar, ele lembrou que os faraós construíram
tumbas para sua memória posterior e não para contar o que de fato aconteceu,
suas memórias seriam sempre de batalhas nas quais eles saíram vitoriosos e
não as batalhas nas quais perderam como seria o caso do Êxodo. O faraó
unificara o alto e baixo Egito e por isso queria ser lembrado como vitorioso
deus e não como alguém que fracassou a história do êxodo não mereceria ser
contado nos relatórios reais. Ademais concluiu Hawass, o que se achou até
hoje, não representa 30% dos monumentos egípcios que ainda estão debaixo
do solo esperando para ser escavados. Embora não se trate de um defensor
da Bíblia nem esteja diretamente falando do minimalismo, este especialista dá
declarações que nos revelam na sua opinião, que algumas informações
daqueles minimalistas seriam altamente especulativas não científicas e
preconceituosas. Elas se baseiam não o que se achou nem no que pode ser
encontrado, mas no que se crê nunca será encontrado. É exatamente este o
método inaugurado na Inglaterra e na escola de Copenhagen.
O que os artefatos podem nos revelar acerca da história da Bíblia e do
antigo povo hebreu. Muito da discussão minimalista centralizou-se na narrativa
bíblica acerca de 1.000 anos a.C., este seria o tempo quando Davi governou
sobre a monarquia unida de Israel, de fato pela narrativa bíblica o reino de Davi
e seu filho Salomão alcançou uma extensão grandiosa que abarcaria parte do
atual Líbano, Síria, Jordânia e Egito. Os minimalistas é claro afirmam que reino
nunca existiu, parte da sua argumentação estaria na ausência de documentos
extra bíblicos que mencionasse o rei Davi. Este rei seria para eles apenas uma
personagem tão fantasiosa quanto o rei Arthur da literatura inglesa, porém
entre 1993 e 1994 estes fragmentos de uma antiga Estela aramaica foram
encontrados nas escavações de Tel Dan na qual uma expressão que
assombrou os arqueólogos ela dizia: Beth David, "Casa de Davi". A escavação
liderada pelo conceituado professor Dr. Abraham Biran, revelou ser um grande
e importante achado arqueológico. Aquela seria uma pedra comemorativa
erguida por um rei inimigo de Israel, e ele menciona especificamente um rei de
Israel e um rei da casa de Davi, isto é, da descendência de Davi. Isto prova não
apenas que existiu um rei com este nome, mas também que ele tinha uma
descendência ocupando o trono de Judá e de Israel. Esta descoberta também
levou a nova análise dessa pedra conhecida como “A Pedra Moabita ou Estela
de Mesha” e que hoje pode ser vista no museu do Louvre em Paris. É que esta
outra Estela comemorativa produzida por um rei Moabita contemporâneo
daqueles tempos, trazia num canto bastante danificado da escrita uma
expressão que o paleógrafo André Lemaire da universidade de Sorbonne
traduziu como sendo, “casa de Davi”. A análise paleográfica de ambos os
artefatos os datou em torno do 900 a.C. e nele do pelo menos uma
possibilidade ou duas referências extra bíblicas ao rei Davi referindo a sua
descendência ambas produzidas entre 100 e 120 anos depois do seu reinado.
Importante dizer que a expressão aramaica “Beith Davi” ou casa de Davi
referindo se à sua descendência é encontrada mais de 20 vezes no Antigo
Testamento como em 1 Reis 12.19 “Assim, Israel se mantém rebelado contra a
casa de Davi até ao dia de hoje” ou em Isaías 7.2 “Deu-se aviso à casa de
Davi: A Síria está aliada com Efraim. Então ficou agitado o coração de Acaz...”
como estas a outras várias passagens que trazem a mesma expressão. Os
minimalistas ficaram tão incomodados com essa descoberta arqueológica, que
começaram a propor traduções diferentes para aquela expressão aramaica
“Beith Davi” eles disseram que ela significaria: casa do tio, casa do amado ou
até casa da chaleira, mas como nenhuma epígrafista endossou essas
possibilidades eles pararam de usar este argumento. Hoje eles preferem
admitir que Davi existiu mas afirmam que ele não foi um grande monarca que
governou uma grande extensão de terra, ora isto é uma insistência em afirmar
uma teoria que já se comprovou infundada. Uma coisa é certa, o texto inscrito
trás o nome de Javé - Deus de Israel, como também apresenta a forma como
rei de Moabe atacou a cidade de Astaroth que foi edificada por um anônimo rei
israelita. Este evento mencionado na Estela de Mesha foi o unanimemente
datado em torno de 850 a.C., portanto bem antes do cativeiro babilônico. Ela
mostra não somente o nome do Deus de Israel já era conhecido pelos povos
vizinhos, como também menciona uma cidade no território da Transjordânia
ocupada por Israel. O texto prossegue dizendo que, este rei de Israel
comandava ou controlava aquela região a partir de uma capital, que
obviamente seria bem distante dali. Isto por si só já indicaria um grande reino
pertencente aos israelitas, o texto inscrito afirma também que este rei por muito
tempo subjugou um grande reino Moabita e que seu filho havia feito o mesmo.
Líderes tribais não teriam tanto poder e extensão territorial. O texto também
fornece o nome do rei Onri, e que seu filho possivelmente, Acabe é
mencionado duas linhas abaixo.
Yossi Garfinkel se dedicava a pesquisa arqueológica pré-histórica
especialmente aquela alusiva à arte neolítica, mas com o tempo ao ver
evidências que não podiam ser negados ele migrou para o departamento de
arqueologia bíblica e hoje dirige a escavações nesta área. Yossi Garfinkel
discorda veementemente dos minimalistas, diz ter fortes argumentos para
afirmar a existência histórica do reino unificado de Davi, como também o fim da
arqueologia minimalista.
A arqueologia tem mostrado através das várias inscrições antigas extra
bíblicas que Davi existiu e foi rei de Israel, uma dessas inscrições onde o nome
aparece com certeza e a Estela de Tel Dan, encontrada pela equipe do
arqueólogo professor Dr. Abraham Biran, a outra é a Estela de Mesha segundo
a tradução do paleógrafo André Lemaire. Outras personagens da Bíblia,
anteriores ao período monárquico também já tiveram a sua historicidade
confirmada, é o caso de fragmentos achados em Deir Alla, Jordânia, é possível
ler o que está escrito nela trata se de um antigo dialeto da região Moabita
escritos com caracteres aramaicos e sul canaanitas, ela traz o oráculo original
atribuído acerto profeta cujo nome era Balaão, filho de Beor (Números 22 a 24)
e ali ainda dito que ele profetizavam em nome de El Shaddai exatamente como
diz a Bíblia, essa pedra contendo o nome de Balaão foi encontrado em 1967
nesse sítio arqueológico de Deir Alla, na Jordânia a 40 quilômetros das
planícies de Moabe. Os especialistas adaptaram em torno de 800 anos a.C.,
sabe-se que Balaão viveu bem antes disso o que mostra que ele foi muito
famoso tanto é que seus oráculos ainda eram citados muito tempo depois da
sua morte. Joseph Yossi Garfinkel da Universidade Hebraica de Jerusalém
como um arqueólogo pré-histórico hoje trabalha com arqueologia bíblica e têm
questionado com força os pressupostos minimalistas de questionamento a
Bíblia. Suas escavações encontram-se próxima a Kiryat Aba ao longo da
principal rota da região dos filisteus ali foi encontrada a estrutura de uma
cidade judaica de aproximadamente 500 ou 600 habitantes que floresceu
durante o reinado de Davi e Salomão em Jerusalém. A datação obtida pela
cerâmica local e também pelo carbono 14 que foi aplicado sobre restos de
antigas oliveiras encontradas no estrato inferior, ajudou a adaptar o sítio entre
1050 e 970 a.C. exatamente tempo da monarquia em Israel. Vários
arqueólogos têm identificado esse sítio como sendo a antiga ruína da cidade de
Etã ou Aim (1 Crônicas 4.32) outros pensam que seria a fortaleza de Saaraim 
mencionado em (1 Samuel 17.52).
Inconformados em admitir a existência histórica do rei Davi por causa do
achado de Tel Dan, os minimalistas concluem que Davi embora tenha existido
seria apenas um líder tribal sem nenhuma projeção e que aquele reino
unificado que a Bíblia menciona composto pelas tribos de Israel e Judá
dominando todo o território da seria uma lenda, um mito ou uma ficção.
Segundo Para eles Israel e Judá jamais foram unidos, nem constituíram aquele
país monumental país apresentado na Bíblia. Segundo Philip R. Davies e Keith
Whitelam a região central da palestina entre os séculos 10 e 9 a.C., havia
apenas um sistema patronal, ou seja, pequenos latifundiários que dominavam
espaço cercados por trabalhadores, escravos ou temporários. Estes patrões
então, teriam um outro patrão mais rico que, acabava assumindo o papel de rei
entre os demais uma espécie de sistema feudal da antiguidade. Uma outra
proposta um tanto distinta desta é a teoria do professor Israel Finkelstein, diz
que a região possuía uma população permanente escassa, portanto isolada e a
margem de qualquer coisa que pudesse ser chamado de um reino unificado. A
semelhança entre essas duas propostas é que além de ambos negarem a
historicidade da Bíblia quanto ao reino unificado de Davi, também negam que a
região tivesse cidades fortificadas e organizadas no século 10 a.C. negando a
historicidade dos relatos bíblicos.
Um princípio básico dos achados arqueológico moderno, seja ela
pública ou não, é que a ação do tempo, desastres naturais, a própria ação da
estratigrafia, podem fazer desaparecer permanentemente ou temporariamente
uma cidade, uma civilização inteira, logo, o fato de não encontrarmos uma
cidade não surpreende a quem lida com o método arqueológico. Antes do final
do século 19 a maioria absoluta dos historiadores acreditavam que a grande
cidade da Babilônia nunca tinha existido, já que nada fora encontrado em toda
a extensão do rio Eufrates. Até que finalmente perceberam que o rio seguia um
outro curso na antiguidade e não passava mais pela abandonada colina de
Babil e naquela colina estavam os restos da grande metrópole que muitos
afirmavam nunca ter existido. O mesmo se pode dizer do grande império Hitita
e também da cidade de Tróia e de outras grandes civilizações perdidas ao
redor do mundo. A afirmação dos minimalistas é de que a região da palestina
era quase desabitada ou formada apenas por sociedades patronais; negam ou
insistem em desconhecer a própria história da arqueologia moderna que já
encontrou assentamentos mencionados e antigos registros e que antes muitos
supunham que nunca houvesse existido. Nas escavações de Khirbet Qeiyafa,
foi encontrada uma fortaleza reforçada com grande estrutura de pedras toda
disposta estrategicamente na fronteira entre o território de Judá e à terra dos
filisteus, esta foi projetada com uma amarração de pedras, que mostra a
sofisticação dos construtores do reino de Davi. Suas muralhas têm
aproximadamente 700 metros de extensão por 4 metros de largura, com quatro
torres de observação. Algumas das pedras da fundação pesavam mais de
cinco toneladas e a fortaleza como um todo tem umas 200 mil toneladas de
pedra, o que mostra que uma fortaleza dessa magnitude exigiria uma
sociedade muito mais complexa e organizada do que uma tribo, como alegam
os minimalistas. Yossi Garfinkel e sua equipe encontraram ali reflexos de uma
sociedade urbanística altamente organizada, fortalecida, o que condiz com o
retrato bíblico de um reino unificado sob o governo de Davi. Sobre a datação
do sítio, a maior parte com exceção de dois pontos mais ao topo condiz apenas
com o tempo de Davi e não com os tempos posteriores, muito menos com os
tempos helenísticos propostos pelos minimalistas. Havia por tanto, grandes
centros urbanos no século 10 em Judá. Os minimalistas tentaram
desconsiderar a datação, embora até a conceituada Universidade de Oxford
confirmou o período davídico daquelas escavações, depois propuseram uma
nova forma de contar a cronologia, quando nada disso funcionou apresentaram
uma nova hipótese mudando seu discurso original admitiam que Davi existiu,
mas que Khirbet Qeiyafa era uma cidade fortaleza filisteia e não um
assentamento judeu. Eles não admitem existência um reino judaico unificado
nessa época. A nova proposta minimalista é que Khirbet Qeiyafa seria um
assentamento filisteu, embora nada do que escavou ali naquele sítio aponta
para a menor possibilidade de ser aquele lugar um assentamento dos filisteus.
Diferente do que é encontrado em sítios filisteus, nenhum osso de porco foi
encontrado em ali evidenciando se tratar de um assentamento tipicamente
judaico. Sítio arqueológico de Tel Zafit, com ruínas de uma cidade
genuinamente filisteia, a cidade de Gate um assentamento filisteu e bem
diferente de Qeiyafa muitos ossos de porco e de cachorro são encontrados
junto à jarros de comida revelando a dieta dos filisteus, que é bem distinta da
dieta judaica. Ademais, a principal entrada é voltada para Jerusalém conforme
o costume judeu. Construída com os muros fazendo um duplo círculo, cidades
com essa estrutura não existem na região dos filisteus, mas são comuns no
lado judaico. A Filístia, a terra dos filisteus tinha apenas cinco grandes cidades
todas elas mencionadas na Bíblia que seriam: Asdode, Ascalão, Ecrom, Gaza
e, a maior delas, Gate todas fortificadas nenhuma outra cidade filisteia era
fortificada, logo se que a fosse mesmo uma cidade dos filisteus deveria ter sido
listada. Em Judá não apenas cinco, mas muitas cidades eram fortificadas. Para
encerrar a discussão, um pedaço de argila que chamado de Óstraco ou
Óstracon foi encontrado em Qeiyafa com uma inscrição hebraica de letras
proto-cananitas, indicando que no local tinha o hebraico como língua nativa, o
que é importante já que os minimalistas também negam que havia atividade da
escrita ao no corredor siro-palestinense antes 8º século a.C., que a atividade
de escrever se deu apenas no período helenístico, para os minimalistas não
havia como os judeus escreverem antes de Davi, porque eles nem sabiam
escrever. Se tal fato fosse verdade, reforçaria a tese de que nenhum livro da
Bíblia teria sido escrito antes do cativeiro, portanto seriam apenas lendas
tardias artificialmente traduzidas ou atribuídas à autoria de figuras também
lendárias como Moisés Samuel e outros. Este artefato achado, que desmonta
a afirmação de que não havia comunicação escrita naquele tempo, foi
submetido aos mais sofisticados métodos de datação e foi seguramente datado
em torno do século 10 a.C.,ou seja nos tempos de Davi, a única discussão é se
o texto está escrito em hebraico ou um idioma proto-cananita. O principal
epígrafista da Universidade Hebraica Amihai Mazar deu consistentes provas de
que se trata de um texto hebraico escrito com caracteres proto-cananita. A
última tentativa dos críticos minimalistas de responder a essa evidência foi
adotar a controvertida teoria da cronologia baixa sugerida por Israel Finkelstein.
A cronologia de Israel é dividida em períodos, geralmente eles chamam
período o tribal de Israel de idade do ferro 1 (período dos juízes), o período
seguinte a idade do ferro 2 (organização urbana e um estado centralizado). Há
um consenso geral sobre esses dois períodos e que Davi e Salomão reinaram
entre 1.000 e 925 a.C. A grande questão é situar estes 75 anos de reinado,
estão eles na idade do ferro 1 ou 2. Os reinos de Davi Salomão eram reinos
tribais ou reinos urbanos? Na cronologia tradicional a transição ocorre por volta
do ano 1000 a.C., colocando assim os dois reinados na idade do ferro 2
(governo urbano), os minimalistas por sua vez reduzem essa data situando-a
por volta de 925 a.C., e colocando os dois reinados na idade do ferro 1
(governo tribal) assim todos os achados arquitetônicos são eles atribuídos a um
período posterior negando que Davi teria capacidade de construir tais
monumentos e atribuído ao período dos juízes. Assim, com poucas evidências
arqueológicas sobre o reino de Davi e Salomão não poderíamos falar muito
sobre eles, se tinham um alfabeto, se poderiam ter usado a capacidade de
escrever, como esta simples mudança pode trazer grandes consequências.
Seus argumentos são principalmente baseados em datação radio métrica, ou
seja, em restos orgânicos presentes nas escavações. Há certos ares de
precisão científica nessa datação, mas a verdade é que ela pode ser bem
precisa dependendo é claro de uma série de fatores. De que estrato o material
foi retirado? Por exemplo, a cidade poderia existir desde o ano 1.000 a.C. mas
se a mostra é do ano 900 a.C. levaria a uma conclusão errada, como também
o material orgânico o que nos leva a ver a datação radio métrica apenas como
uma forma de determinar qual a data provável daquilo que está sendo tratado
aliás a bem da verdade os dados da cronologia radio métrica são tão vagos
que eles tanto servem para suportar abaixo a cronologia quanto à cronologia
tradicional. Israel Finkelstein que escava a anos em Megido, ficou surpreso
quando recebeu em 2007 os resultados de amostras de carbono 14 que
colocavam a destruição de Megido por volta de 1.000 a.C., conforme a
cronologia tradicional apontado na Bíblia.
Um outro importante achado parece confirmar-se, o palácio original de
Davi em Jerusalém. À frente destas escavações está a Dra. Eilat Mazar da
Universidade Hebraica de Jerusalém, caso a suspeita se confirmem será um
golpe final do minimalismo, pois eles mesmos dizem que a ausência de um
palácio em Jerusalém seria um outro elemento para negar a existência de um
reino unificado de Israel. As expectativas quanto a este palácio de Davi são
promissoras e o que se encontrou até agora está mais a favor do texto bíblico
do que das argumentações dos críticos.
e nesse ponto alguém ironizou que novamente teremos o pequeno Davi
derrotando os gigantes do minimalismo na verdade pode ser eu espero que
esses dois programas tenham dado elementos básicos para que você entenda
que
A crença na historicidade da Bíblia sagrada é algo mais do que razoável
não é apenas uma questão de fé sem evidências que substanciam o texto da
Bíblia, mas que tem argumentação na história.

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