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Faz sentido crer na

Bíblia?
“Vocês acreditam na Bíblia por causa de Jesus, mas acreditam em Jesus por causa da Bíblia. Não seria
isso um raciocínio em círculos?”
• Com certeza, um livro dizer que é a Palavra de Deus não o torna tal coisa. Por
outro lado, se um livro for mesmo a Palavra de Deus, ele obrigatoriamente
afirmará ser a Palavra de Deus. A Bíblia tem de ser autoritativa para ser
coerente!
Mas... Tenho um problema filosófico aqui...o policial precisa de
um agente externo que lhe confira autoridade ...
Quem convalidaria Deus?
• Isso é complicado em termos de Bíblia Sagrada porque demandaria um
agente neutro, independente, superior e externo a Deus que validasse sua
Palavra de Deus, mas como Deus é, em tese, a autoridade maior e
absoluta, ele quem ou o que poderia validar sua autoridade?
• A resposta obvia? Nada nem Ninguém! E se houvesse esse padrão
autoritativo para confirmar a Palavra de Deus, apenas criaríamos outro
círculo pois esse padrão também demandaria outro padrão maior que o
confirmasse e assim por diante.
Como resolver o dilema?
• Partindo do pressuposto de que é possível que haja Deus:
• I. Se Deus Existe, então milagres são possíveis de ocorrer
• II. Se o NT for historicamente confiável, então os milagres citados nele ocorreram
• III. Se Jesus declarou ser Deus no NT e o texto for historicamente confiável, então ele realmente
é Deus.
• IV. Se ele for Deus, o que ensinou será a palavra de Deus
• V. Logo, a Bíblia é, de fato, a Palavra de Deus
• O que precisamos agora é evidenciar essas premissas de modo que a conjunção “se” possa ser
retirada da frase tornando-a uma afirmação.
• Não se trata apenas de provar que realmente Jesus fez
coisas miraculosas porque isso outros também podem fazer,
por ilusão, truque ou força diabólica.
• Aliás, nem milagres verdadeiros, isto é, provindos de Deus,
podem provar que o realizador daquelas obras seja Deus,
pois muitos profetas, de acordo com a Bíblia, fizeram
milagres. Alguns milagres de Jesus tinham de ser únicos.
• Ele foi o único que curou doentes perdoando-lhes os
pecados cometidos, coisa que só Deus pode fazer. Também
foi o único que cumpriu profecias messiânicas do Antigo
Testamento e foi o único que ressuscitou dentre os mortos
como prova final de que tinha poder sobre a morte (João
10:18).
O que Jesus declarou acerca de si mesmo é
muito forte para passar despercebido (Jo 14:6)
• C. S. Lewis, popularizando um argumento de John Duncan: “ou ele era
um lunático, um mentiroso ou era o Senhor”.
• I se Jesus alega ser Deus e de fato não é, ele deve ser louco ou lunático.
• II se Jesus não é Deus e nem um lunático, deve ser um mentiroso.
• III se for lunático, não é mentiroso, mas também não é Deus.
• IV se Jesus não é mentiroso, nem lunático, então ele deve ser Deus.
• Bertrand Russell “Historicamente, a
existência de Cristo é duvidosa. E, se ele
realmente existiu, não sabemos quase nada
sobre ele. Portanto, não me preocupo com o
aspecto histórico.”
• . Sua existência é confirmada por nomes
como Suetônio, Tácito, flavio Josefo e outros.
• "Pitágoras foi, intelectualmente falando, um
dos homens mais importantes e influentes da
história. ..., Pitágoras e não Jesus Cristo
mereceria a atenção do homem moderno”
• CHRESTIANS OF CHRIST. Book
XV of Tacitus’s Annals is preserved
in the 11th–12th-century Codex
Mediceus II, “… whom the crowd
called ‘Chrestians.’ The founder of
this name, Christ, had been executed
in the reign of Tiberius by the
procurator Pontius Pilate
…” Photo: Codex Mediceus 68 II,
fol. 38r, the Biblioteca Medicea
Laurenziana, Florence, Italy.
• THE TESTIMONY OF JOSEPHUS. This 15th-
century manuscript, now in the Bibliothèque
Nationale de France, contains the portion of
Josephus’s Testimonium Flavianum 
Photo: Codex Parisinus gr. 2075, 45v. Courtesy
Bibliothèque Nationale de France.
• E, por essa época, surgiu outro foco de novas dificuldades, um certo
Jesus, homem sábio. Ele era operador de feitos maravilhosos, mestre
daqueles que recebem coisas estranhas com prazer. Atraiu a muitos
judeus, e também a muitos gregos. Esse homem era o assim chamado
Cristo. E quando Pilatos o condenara à crucificação mediante acusações
feitas pelos principais líderes dos judeus, aqueles que o haviam amado
desde o começo não o abandonaram; pois lhes apareceu, segundo
diziam, vivo outra vez ao terceiro dia, havendo os divinos profetas
falado isso e milhares de outras coisas maravilhosas a seu respeito: e
mesmo agora a família dos cristãos assim denominados por causa dele,
ainda não se extinguiu."
Josefo
• Being therefore this kind of
person [i.e., a heartless
Sadducee], Ananus, …
called a meeting [literally,
“sanhedrin”] of judges and
brought into it the brother of
Jesus-who-is-called-Messiah
… James by name, and some
others. He made the
accusation that they had
transgressed the law, and he
handed them over to be Jewish historian Josephus is pictured in the ninth-century
stoned medieval manuscript Burgerbibliothek Bern Codexunder
the Greek caption “Josippos
Historiographer.” Photo:Burgerbibliothek Bern Cod. 50,
f.2r.
A menos que... O Jesus da História não seja o
Cristo da fé...
• Os evangelhos são interpretações, e
não biografias de Jesus. Os
evangelhos canônicos são coletâneas
planejadas com fins doutrinários e
de propaganda a fim de atrair fiéis.
Assim sendo, é difícil extrair deles
um perfil “histórico” de Jesus. 
• H. G. Wells, embora não afirmasse ser cristão, reconheceu:
“Todos os quatro [escritores dos Evangelhos] estão de
acordo no que diz respeito a fornecer-nos um quadro de
uma personalidade bem definida; obrigando-nos a dizer
que esse homem realmente existiu. ... Eles transmitem
a . . . convicção da realidade. ... Acreditavam realmente
em sua ressurreição... A despeito das adições miraculosas
e inacreditáveis, somos obrigados a admitir: ‘Era
realmente um homem. Essa parte da história não podia ter
sido inventada”.  
• H. G. Wells. História Universal em 09 vols ("The outline
of History: Being a Plain History of Life and Mankind",
em dois volumes), São Paulo, Companhia
EditoraNacional: 1968, vol. 5, pg. 184
• Stuart Mill afirmou que o próprio Jesus era a maior prova de sua
existência. Afinal, se Cristo não existisse, nem nós nem seus
discípulos não teríamos condições de inventar alguém tão
fantástico assim. “Não adianta dizer que Cristo como exibido nos
evangelhos não foi histórico, e que não sabemos quanto do que é
admirável a seu respeito foi superado pela tradição de seus
seguidores. … Afinal de contas, quem dentre seus discípulos, ou
dentre seus prosélitos, seria capaz de inventar os ditos atribuídos
a Jesus, ou de imaginar a vida e o caráter revelados nos
Evangelhos? Certamente não os pescadores da Galileia; como
certamente não o apóstolo Paulo, cujo caráter e idiossincrasias
eram de um tipo totalmente diferente; menos ainda os primeiros
escritores cristãos, nos quais nada é mais evidente do que o bem
que estava neles, tudo derivou, como eles sempre professaram
que foi derivado a partir de fontes”. C.S. Lewis, “seria preciso
alguém maior que Jesus para inventar Jesus. A causa sempre será
maior que o efeito”.
Seriam os evangelhos “novelas” ou
“propagandas”?
Mitos Clássicos da Antiguidade Evangelhos canônicos
• 1 - as lendas clássicas antigas, • 1 – Falta aos evangelhos elementos
quando transformadas em literatura, artísticos importantes, a maior parte da
são todas, sem exceção, muito bem vida de Jesus não é coberta por seus
elaboradas, exageradas e relatos, algo inadmissível para num conto
biográfico, em termos imaginativos.
embelezadas especialmente quando
se trata de uma biografia mitológica. • 2 – Redação desajeitada se comparada
aos Diálogos de Platão
• 2 – diálogos bem elaborados
Catábase e Anábase
• A Antiguidade está repleta de relatos de pessoas
(homens, deuses e semi-deuses) que disseram voltar
dos mortos. Gilgamesh, Osiris, Enoque (apócrifo),
Orfeu, Hércules, Eneias, Ulisses descem em
«catábase» aos infernos, fazem-no quase sempre
para averiguar as condições do mundo do além,
cumprirem uma missão ou agir em favor de alguém.
O regresso sempre é difícil e por isso mesmo
descrito em detalhes. Mais assombrosas são as
descrições do mundo subterrâneo. Cf. João 21:5
O Escândalo de Jesus (I Cor. 1:23)
Distância entre fato e relato.
• O hiato entre a produção dos evangelhos e o fatos neles descritos é muito pequeno
para que haja tempo de formar uma descrição lendária dos acontecimentos. Quando
Paulo disse que Jesus ressuscitou dentre os mortos, isso 25 anos depois do ocorrido,
havia na Judeia muitas testemunhas oculares ainda vivas que poderiam confirmar ou
desmentir o relato. Lendas (Once upon a Time) tendem a se fabricar cinquenta ou
cem anos depois do evento, a fim de que haja tempo suficiente para que a primeira e
a segunda geração morram, o relato ganhe contornos fantásticos e os leitores não
possam mais checar a viabilidade dos fatos apresentados. Mesmo que eu trabalhe
com datas tardias devo levar em consideração o material prévio que os escritores
usaram.
Pouco tempo p produção de mito
 Ipsissima verba ou  Ipsissima vox?
• Não menos que 604 vezes
encontramos expressões
como “Jesus disse”, “E
respondeu dizendo” etc. .
Seriam essas suas palavras
exatas?
• A propósito pode-se notar que
• 1)  existem pesquisas de outros críticos que preferem ver nos Evangelhos o eco
da pregação dos rabinos. A imagem de Jesus, mestre a instruir seus discípulos,
está muito viva nos Evangelhos. Estes escritos parecem ser o eco fiel do
pensamento de Jesus, podendo por vezes perceber-se ipsissima verba (as
próprias palavras) de Jesus. Tal é a conclusão da escola escandinava
(Riesenfeld, Gerhardson e colegas);
• 2)  além disto, tentou-se fazer a tradução do Evangelho grego para o aramaico
— o que surpreendeu os tradutores, pois averiguaram que o texto grego parece
corresponder a um discurso aramaico, cuja sintaxe e linguagem estão no
linguajar do texto grego.
• 3) há os dois, ipssissima vox (diálogo com a mulher samaritana e com
Nicodemos), ipisissima verba ditos da cruz.
• Plutarco diz que César era sempre
acompanhado por um secretário que
anotava seus discursos e ensinos em
suas viagens. (Plutarch, Caesar 17).
• Eusébio fala de Origines tendo sete
copistas (taquigrafos) que se
reversavam anotando seus discursos
(Eusebius, Historia Ecclesiastica 6.23)
• Plínio o Velho levava consigo um
“notarion”.
E os judeus, usavam secretários?
• “Os textos rabinicos partiam do pressuposto de
que os escribas (soferim) poderiam ser
encontrados em cada vila, em cada Mercado,
com uma tableta em branco esperando para
anotar registros de empréstimos e vendas”.
• Martin Goodman, “Texts, Scribes and Power in
Roman Judea,” 102,
• Escreviam documentos judiciais, cartas.
• Nas fontes rabínicas, os escribas (soferim) são
apresentados como secretários que escrevem
documentos, ensinos, cartas e a cópias da Torá.
São também professores de escola primária.  
• Diz o Tamude que o Rabino Gamaliel tinha um
escriba que o auxiliava (t. Sanh. 2:6).
• Josefo usou escriba pois seu grego era
rudimentar  (A.J. β0.11.β e B.J. 1.1.1)
• Bar Kochba nas cartas de Nahal Hever (até o
nome de alguns escribas são citados)
• Jeremias e Baruque (Jeremias 36:4, 32; 45:1)
• O sentido original de "soferim" era “pessoa
que sabe escrever/contar”
• Um homem instruído era proibido de morar
num lugar onde não houvesse um escriba
(Sanh. 17b).
• R. Joshua b. Levi mencionava o costume
dos homens do Sinédrio de jejuar por 24
dias orando para que os soferim não
ficassem ricos e, em virtude disso,
perdessem o interesse em escrever. Eles não
podiam enriquecer com grandes somas (Pes.
50b; Tosef., Bik. ii.,ss ). Mesmo hoje
ganham pouco.
• A referência mais importante e mais antiga é a do escritor Cristão
primitivo, Papias de Hierápolis (125 dC-150 dC). Ele escreveu: “ “Mateus
reuniu, de forma ordenada, na língua hebraica, as sentenças [de Jesus] e
cada um as interpretava conforme sua capacidade”.
Não é historiografia moderna, mas...
• Evangelhos têm semelhanças com Tucídides que escreveu sobre a guerra
entre atenienses e espartanos ocorrida nas últimas três décadas do séc. V
a.C.. Ele foi testemunha ocular e pesquisador dos eventos. E Xenofonte
que escreveu a vida do rei persa Ciro: “Narraremos o que dele ouvimos, e
o que pudemos alcançar por investigação própria” (XENOFONTE, 1970:
07)

• Prólogo de Lucas
• Ἐπειδήπερ πολλοὶ ἐπεχείρησαν ἀνατάξασθαι
• Tomaram a mão compor

• διήγησιν περὶ τῶν πεπληροφορημένων ἐν ἡμῖν


• Narrativa é possível se assegurar

• πραγμάτων,
• ocorreram

• καθὼς παρέδοσαν ἡμῖν οἱ ἀπ’ ἀρχῆς αὐτόπται καὶ


ὑπηρέται γενόμενοι τοῦ λόγου,
• ἔδοξε κἀμοὶ παρηκολουθηκότι ἄνωθεν πᾶσιν
ἀκριβῶς καθεξῆς σοι γράψαι, κράτιστε Θεόφιλε,

Autoria dos evangelhos
• O segundo séc. é unânime em
confirmar as autorias. Na
antiguidade na maioria das vezes o
autor não tinha seu nome dentro do
livro, mas no sillybos ou sittybos –
uma etiqueta de couro ou papiro
que ficava colada na haste do rolo
ou aplicada em seu verso à vista do
vendedor ou leitor.
Biblioteca de Alexandria
• Ainda sobre o pseudônimo:
Lucas só é mencionado poucas
vezes pelo nome. Marcos era um
menino que abandonou Paulo
(Atos 15), Mateus era apóstolo,
mas era cobrador de impostos. O
ideal seria que escolhessem
nomes como de Pedro, Apolo,
Paulo, Tiago. E que deixassem
bem explícita a autoridade de
quem escreve.
• Embora exista uma possível dependência de Mateus e Lucas em relação a
Marcos, pode-se dizer que os quatro evangelhos se formaram distintos um
do outro de modo que temos quatro depoimentos acerca da vida de Jesus,
fora as primitivas citações encontradas em Paulo. Em qualquer relatório
jurídico a pluralidade de fontes a testificar de um mesmo evento aumenta
exponencialmente a probabilidade histórica daquele relato e assim o é
com os evangelhos
• Por fim e não menos importante, está o fato de que os evangelistas, com provável
exceção para Lucas, eram judeus e como tais dificilmente inventariam um personagem
como Jesus Cristo, seu background judaico simplesmente não permitiria isso. Pouco
provável para não dizer impossível que autores judeus monoteístas inventassem e
defendessem a ideia de um Messias divino e encarnado, na verdade, nem os gregos
sugeririam tal coisa, de um Deus que se encarna tornando-se verdadeiramente homem.
A tese parece forte demais para ser defendida, a menos que se tratasse de uma história
real que não poderia ser negada por aqueles que a testemunharam. No dizer de C. S.
Lewis“Os seguidores de Jesus eram judeus, ou seja, pertenciam à nação que, de
todas as outras, era a que mais detinha a convicção de que havia um único Deus – que
não podia haver outro de forma alguma. É muito estranho que essa terrível invenção a
respeito de um líder religioso se desenvolvesse entre o único povo em toda a terra
menos passível de cometer tal equívoco. Pelo contrário, ficamos com a impressão de
que nenhum de Seus seguidores mais próximos ou até mesmo os escritores do Novo
Testamento aceitaram facilmente a doutrina.”
Evidências externas
Mateus 27:32; Marcos 15:21; Rom. 16:13
• As one might expect, the style and content of these
inscriptions were the key to establishing the likely
identity of the ancient owners and users of this tomb:
Of the 15 individual inscriptions on the ossuaries and
lids, all are written in Greek characters, except for one
in Hebrew and one bilingual. Of the 4 typically Jewish
names represented, 3 were previously unknown on
ossuaries, but they are names known to have been
used chiefly in Diaspora communities. Moreover,
most of the Greek-style names were previously
unknown among Greco-Jewish inscriptions in Israel-
Palestine, but some of these were names especially
common in Cyrenaica. So the inscriptions point to a
family originating in one of the large Jewish
communities of the Diaspora, almost certainly
Cyrenaica (eastern part of present-day Libya in North
Africa).
• In 1959 a group of eight Tabernae were excavated at Puteoli.  Taberna 5
was a guesthouse, as is clear from the graffiti within it.  These mention
various names and cities.
• On the west wall of taberna 5, a mass of graffiti included the following
graffito of a crucified woman.[2]  The cross is 40 cm high, the cross-piece
is 26 cm long, and the figure is 35 cm high.  The graffiti belongs to the
reign of Trajan or Hadrian.
• A name, Ἀλκίμιλα (= Alkimila, Alkimilla), is inscribed over the left-hand
side of the image, above the shoulder, suggesting that this is the name of
the person in question. It is also possible that this is a form of curse text,
rather than a record of an actual event.  The marks across the body are
perhaps from flaying or whipping.
• Linhas 10 e 11 proibem a
transferência de um corpo de um
túmulo para o outro para benefício
prõprio. (Mat 27:62-66; 28:11- 15).

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