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Adorno no Egito Antigo: entre a religião e a beleza

Louise Mary E. Souza 1

A joalheria no Egito Antigo

O uso de adorno é pessoal e universal, e já era usado entre as etnias mais primitivas.
Estudiosos questionam, se seriam roupas ou ornamentos a serem às primeiras coisas usadas
quando o homem saiu do "estado da natureza". (AMBROSE, 1940). Teria os ornamentos sua
origem na vaidade? Ou na crença de que eles eram um meio mágico de proteção? Para
BISOGNIN “o homem pré-histórico percebia a beleza nas coisas que o cercavam, espírito e
matéria se uniam numa relação mítico-mágica, onde o resultado ficava plasmado nos objetos
que fabricava.”
Qualquer que seja a resposta a essas perguntas, estes são objetos que no passado, eram usados
regularmente pelos indivíduos por razões espirituais e ou estéticas. Esses adornos deveriam ser
importantes, para serem incluídos nos enterros de seus proprietários. Colocados no túmulo com
o falecido para que eles pudessem continuar a adorná-lo e protegê-lo na vida e no Amduat.

1
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Figura 1- Parte do papiro Amduat de Nesmut, com uma pequena imagem de um portal com serpente
guardiã na parte inferior esquerda. British Museum EA 9984.

O que é adorno? Aquilo que serve para enfeitar e embelezar. Podem ser denominados
como atavios, enfeites, artefatos, ornamentos ou adereços. Enquadram-se as joias, bijuterias,
ornamentos corporais.

“Examinando os materiais e símbolos presentes nesses ornamentos, pode-se alcançar


uma compreensão mais profunda dos pensamentos complexos que guiaram os artistas e artesãos
na criação desses objetos, bem como das esperanças e crenças daqueles que os usavam nos
tempos antigos.” Afirma a Dr.ª Jennifer H. Wegner (curadora da Seção Egípcia do Penn
Museum).
As joias eram elaboradas a partir de cristais pedras e pedras coloridas originárias do
deserto. Os nômades do Deserto Oriental trocavam matérias-primas tais como: Ouro, prata e
cobre com agricultores e criadores de gado sedentários do Vale do Nilo por seus produtos.
Existia também troca de produtos com nômades de origem semítica que habitavam a Península
do Sinai por malaquita, turquesa e a lazulita (lápis-lazúli) pedra de cor azul que nunca existiu
nas montanhas egípcias. Estas eram importadas provavelmente do Afeganistão.

Figura 2Colar 15.JW.184 ilustra a variedade de pedras semipreciosas usadas pelos joalheiros egípcios
antigos, incluindo ametista, cornalina, lápis-lazúli e turquesa.

Todas as joias do final do Quinto e do Quarto Milênio a.C que foram encontradas, eram
originárias de tumbas. Joias tais como: Colares, pulseiras braceletes, pulseiras para tornozelos
e cintos.

Figura 3Estatua feminina da época protodinástica com argolas pintadas nos tornozelos (Muller,2006).

Até figuras femininas de barro destinada a acompanhar o morto (noiva dos mortos) na
outra vida, mostra a forma com que as mulheres egípcias costumavam se enfeitar.
Segundo Muller (MÜLLER, 2006: 24) “Desde sua origem, as joias egípcias não foram
só um recurso para embelezar o corpo, mas também, principalmente, um amuleto, um objeto
destinado a prolongar a vida e a proteger contra todo tipo de perigos quem a usasse” (MÜLLER,
2006).

Figura 4Colar egípcio Encontrado no cemitério de Abu Roash, a oeste do Cairo. Do túmulo de uma
mãe com seu filho Contas da Cornalina e um pingente de faiança verde (provavelmente uma imagem
de Hórus), ca.3000 - 2650 aC Rijksmuseum Amsterdã, Holanda

Mas como eram confeccionadas?

Foram encontradas contas pré-históricas confeccionadas a partir de diferentes tipos de


pedra. Levando a supor que existiam oficinas especializadas entre as povoações do Vale do
Nilo.
Escavações descobriram restos de uma fábrica do início do Segundo Milênio a.C, onde
foram encontradas contas inacabadas em processo de elaboração, bem como broca de sílex e
de cobre, que eram utilizados pelos joalheiros daquele período.
As contas eram enfiadas em finas tirinhas de couro, em fios feitos de linho ou pelo de
animais. Os colares e cintos eram unidos entre si por várias fileiras de contas por meio de
pequenos pedaços de ossos furados ou outros materiais que continham várias voltas.
E dependendo de suas características cada ornamento era destinado a proteger ou
reforçar um aspecto distinto da vida de cada indivíduo. Às pedras semipreciosas, eram
atribuídos diferentes poderes mágicos de acordo com sua cor. Cada cor tinha seu simbolismo
particular e foi criada a partir de elementos encontrados na natureza.

Sobre as cores
Vermelho (desher): Feito de ferro oxidado e ocre vermelho, usado para criar
tons de carne e simbolizar a vida, mas também o mal e a destruição. O vermelho
estava associado ao fogo e ao sangue, simbolizando vitalidade e energia, mas
também poderia ser usado para acentuar certo perigo ou definir uma divindade
destrutiva - deus Seth. A Cornalina era utilizada frequentemente para confeccionar jóias, bem
como o grená e jaspe vermelho. (DAVID, Rosalie. Religion and Magic in Ancient Egypt: 2003.)

Azul (irtiu e khesbedj): Uma das cores mais usadas pelos artesãos,
normalmente chamada de "Azul Egípcio", feita de óxidos de cobre
e ferro com sílica e cálcio, simbolizando fertilidade, nascimento,
renascimento, vida e geralmente usada para representar a água e
os céus. O azul também simbolizava a proteção. Os amuletos de
fertilidade do deus-protetor Bes eram frequentemente azuis, assim
como as tatuagens que as mulheres usavam de Bes ou padrões em
forma de diamante na parte inferior do abdômen, costas e coxas.

Preto (kem): Feito de carbono, carvão moído, misturado com água e, às vezes, ossos de animais
queimados simbolizavam a morte, a escuridão, o submundo, assim como a vida, o nascimento
e a ressurreição. Segundo Richard H. Wilkinson (WILKINSON, 2002): "A associação
simbólica da cor com a vida e a fertilidade pode muito bem ter sua origem no fértil lodo preto
depositado pelo Nilo em suas inundações anuais, e Osíris – o deus do Nilo e do submundo -
era, portanto, frequentemente retratado com pele negra". (WILKINSON, 2002)
Amarelo (khenet e kenit) - Feito de ocre e óxidos
originalmente, simbolizando o sol e a eternidade. O
amarelo foi escurecido pela cor dourada dos deuses
ou iluminado com branco para sugerir pureza ou
algum aspecto sagrado de um personagem ou objeto.
A Deusa Ísis, por exemplo, sempre é retratada com
pele dourada em um vestido branco, mas, às vezes,
seu vestido é amarelo claro para enfatizar seu aspecto
eterno.

Branco (hedj e shesep) - Feito de cal misturado com gesso, frequentemente usado como
clareador para outros tons e simbolizando pureza, sacralidade, limpeza e clareza. O branco era
da cor das roupas egípcias e, portanto, associado à vida cotidiana, mas frequentemente era usado
em peças artísticas para simbolizar a natureza transcendente da vida. Os sacerdotes sempre
usavam branco, assim como os assistentes do templo e as pessoas no templo, que estavam
participando de um festival ou ritual. A Coroa Branca do Alto Egito, por exemplo, é
constantemente referida como branca - e é retratada de forma realista - mas também simboliza
a estreita conexão com os deuses cultuados pelo rei - e representa simbolicamente a pureza e o
sagrado
Verde (wadj): Misturado com malaquita, um mineral
de cobre e simbolizando bondade, crescimento, vida,
vida após a morte e ressurreição. A vida após a morte
egípcia era conhecida como “O Campo dos Juncos” ou
“O Campo da Malaquita” e sempre foi associada à cor
verde. Verde é a cor do deus ressuscitado Osíris e
também do Olho de Hórus. Turquesa, feldspato e jaspe
verde. Hathor estava intimamente associada à árvore
Sicômoro, como renovação, transformação e
renascimento. Múmias de mulheres tatuadas sugerem
que a tinta poderia ter sido verde, azul ou preta e as
tatuagens estão relacionadas ao culto de Hathor
(MARK, 2017).
Dourado: Os escritos egípcios descrevem os corpos dos deuses em
detalhes. Eles são feitos de materiais preciosos; sua carne é dourada,
seus ossos são prateados e seus cabelos são lápis-lazúli. Eles exalam
um perfume que os egípcios comparavam ao incenso usado nos
rituais. Alguns textos apresentam descrições precisas de divindades
específicas, incluindo altura e cor dos olhos. No entanto, essas
características não são fixas; nos mitos, os deuses mudam sua
aparência para se adequarem a seus próprios propósitos.

Contas e Pedras

Contas coloridas, conchas de certos caracóis originários do vale do Nilo, válvas de


moluscos recolhidas no Mar Vermelho ou Mediterrâneo. Conchas de cauri (búzios) aparecem
mais em tumbas de mulheres, em cintos que ficavam ao redor dos quadris e ventre. Foram
encontradas pedras de cantarias no interior das conchas que possivelmente eram para produzir
som aos movimentos do corpo.
Figura 5Cordão de conchas e contas de pedra, período Badarian (antes 4.000 aC), Pulseiras de
conchas, período Pré Dinástico (cerca de 3500 aC).

As conchas de cauri (búzios) eram usadas como amuletos


femininos, tinham o poder de afastar as doenças do ventre e
garantir que a gestação terminasse bem. As sementes de acácias
tinham a mesma função das conchas de cauri e frequentemente
apareciam como ligação ornamental entre as fileiras de contas nos
cintos femininos. Pequenas contas de meteoritos que contém ferro,
encontrados em uma tumba. Dentes de animais como
hipopótamos, chifres, casca de ovos de avestruz e garras de aves
Figura 6conchas de cauri de rapinas eram também usados nas confecções de adornos.
(búzios)

Esmaltes e Pasta Vidrada

No 4ª. Milênio a.C, as contas de pedra sabão e quartzo aparecem revestidos de verniz
vidrado. O verniz provavelmente foi descoberto por acaso ao jogar resto de malaquita (utilizada
para maquiar os olhos), rica em oxido de cobre, e areia do deserto que é rica em carbonato de
sódio e quartzo quando são misturados, e ao fundir no calor se, transformam se em esmalte
vidrado. Outras descobertas dos artesãos egípcios foram às contas confeccionadas a partir de
uma pasta vidrada que era uma mistura de: Areia calcária do deserto e compostos de cobre
utilizados para dar cor, à qual era acrescentado carbonato de sódio a água.
A pasta era amassada modelada em uma forma de contas, deixada secar e provavelmente
nos primeiros tempos cozida em forno coberto com calcita em pó, cinza vegetal ricas em
substâncias alcalinas e composto de cobre. As contas eram feitas com uma porção de palha no
seu interior, para evitar o processo de perfurar.

Figura 7"Hipopótamo com flores de lótus, brotos e folhas, dinastia XII (por volta de 1950 aC)
popularmente chamada "William“,

Metais

Os metais utilizados eram o ouro, a prata e o cobre. Mas também utilizavam o metal
vindo do céu – ferro meteórico.

Figura 8A adaga forjada com ferro dos céus. O objeto foi


encontrado no túmulo do faraó egípcio Tutankhamon
datada de 1350 AEC, cerca de 200 anos antes da Idade do
Ferro. (Imagem: © Albert Jambon)
Figura 9Punhal de sílex com cabo decorado
com lamina de ouro batido (MÜLLER, 2006: 28)

Figura 10 pepita de ouro

O Ideograma Ouro

O falcão Hórus pousado sobre o ideograma ouro. Seth, agachado sobre o ideograma
ouro.

Antes da primeira dinastia por volta do ano 3.000 a.C, a palavra “ouro” começou a ser
representada em forma hieroglífica como um colar de contas.
Este colar consistia de um semicírculo formando vário voltas de contas, que ficavam
penduradas sobre o peito, cercavam os ombros e se fechavam atrás na nuca com duas fitas.
Tinha como acabamento na parte inferior do colar alguns pingentes em formato de lágrimas. A

raiz da palavra ouro (nb) é a mesma que a palavra utilizada para designar as brasas
candentes. (MÜLLER, 2006)
O hieróglifo egípcio que representa o ouro (Gardiner S12), valor fonético nb, é
importante devido ao seu uso no nome Hórus de Ouro.

Figura 11Antebraço de mulher adornado com 4 pulseiras, provavelmente das câmaras funerárias de
Djer. Cada pulseira tinha um significado, a que representavam o título real: “Falcão Hórus sobre a
fachada do palácio” (o Serekh)

Alguns amuletos mais encontrados

O ankh é dos símbolos mais reconhecíveis da iconografia egípcia. Esta palavra


significa “viver, vida, seres vivos”, ligando-se à força que simboliza a vida em
si própria. Quem possuiria esta força vital seriam os deuses, representando-se
várias vezes com um ankh na mão. Era utilizado como motivo decorativo,
adornava vários túmulos, joias e objetos como caixas, sendo utilizado muitas
vezes como amuleto, mais ligados aos vivos. Porém, a partir
do Império Novo são observáveis pinturas em que deuses
oferecem aos defuntos este símbolo de vida, representando
assim não só a vida enquanto se está vivo mas também a vida
que se obteria depois da morte, no reino de Osíris, a vida
eterna. Com este significado, vai-se integrar na visão da cruz ansata, dos cristãos coptas.
O pilar djed, que é caracterizado por uma coluna larga com barras em cima
(três ou quatro), sendo associado à coluna de Osíris. Observa-se a presença
deste amuleto na vertical nos sarcófagos podendo-se fazer uma ligação à
própria coluna do defunto. Djed teria como significado “resistência” ou
“estabilidade”, utilizando-se por vezes em conjunto com outros amuletos.
Era geralmente feito de faiança, porém o Livro dos Mortos recomendava que
se colocasse este amuleto, em ouro, à volta do pescoço da múmia. Durante o
festival anual de Sokar era erguido este pilar, como símbolo de ressurreição e de vitória de
Osíris contra a morte e os seus inimigos.

Nó de Ísis, ou tjet, este amuleto é semelhante ao ankh, e era colocado


normalmente no pescoço do defunto. O Livro dos Mortos dizia que deveria
ser sempre de cor avermelhada, sendo muitas vezes utilizado o jaspe
vermelho para o fabricação deste amuleto, assim como a cornalina. Era visto
como um símbolo de regeneração e estava, como o seu nome indica, ligado
à deusa Ísis, assemelhando-se a uma malha de tecido, a
partir da qual na extremidade inferior caia com dobras.
Pode representar um pano usado durante a menstruação.
De acordo com o feitiço 156 do Livro dos Mortos, este
amuleto fornecia a proteção de Ísis a qualquer pessoa que
fosse atacada. Este feitiço invocava o sangue da deusa, o seu poder e magia, sendo recitado por
cima do amuleto, para assegurar a sua aplicação direta nesse mesmo objeto. Por vezes pode
haver inscrições com nomes de algumas pessoas, referindo assim que a proteção se aplicava
especificamente àquela pessoa.
O escaravelho é um dos animais mais representados como amuletos
no Antigo Egito, podendo-se inserir numa categoria de amuletos
naturalistas. Este inseto, conhecido como kheper, empurrava uma
bola de esterco na terra e era este movimento que os egípcios
começaram a associar ao movimento do disco solar no céu. Foi então
a partir desta observação que o escaravelho vinculou-se ao deus
Khepri e ao Sol nascente, como símbolo de renascimento dos
defuntos, pois o Sol renascia depois da noite. As primeiras
representações destes animais em amuletos datam do Império
Antigo, sendo simples, sem inscrições, tornando-se mais complexos
a partir do Império Médio, com selos emotivos decorativos,
apresentado por vezes textos na sua base. Como símbolo ligado ao renascimento, foi muito
utilizado na mumificação, como escaravelho do coração. Uma peça confeccionada era colocado
no peito do morto, preso na zona do coração ou pendurado no pescoço da múmia. Por vezes
apresentava uma cabeça humana com corpo de inseto.

O escaravelho do coração tinha como função evitar


que o coração do morto o traísse durante o
julgamento final, não se rebelando contra o seu dono,
como se verifica
por inscrições do
capítulo 30 do
Livro dos Mortos.

Figura 12 - imagens retiradas do livro AMULETS OF ANCIENT EGYPT - Carol Andrews - pag. 52
Olho wdjat refere-se ao olho esquerdo que o deus Hórus perdeu
na contenda com o deus Set, sendo reposto pelo deus Tot, na
versão mais conhecida, ainda que muitas vezes esteja
representado o olho direito, ligado ao sol (deus Ra). Na visão
egípcia um símbolo de perfeição, proteção e poder. Usado como
amuleto tanto por vivos como por mortos.

Peixe. O colar Glencairn 15.JW.43 apresenta um amuleto de


peixe. Dada a importância do rio Nilo, não surpreende que
imagens de peixes sejam encontradas em adornos. Um tipo
de peixe, a tilápia, era um símbolo de renascimento e
regeneração. Os amuletos de peixe também podem ter sido
usados para proteger alguém de afogamento. Museu
Glencairn 15.JW.431.

Um famoso conto egípcio descreve uma jovem que está chateada por perder
seu pingente de peixe na água enquanto participa de uma festa real no barco.
Ela se recusa a remar até encontrar o pingente de peixe. Frasco de cosmético
no Museu Britânico (EA2572) mostra um pingente em forma de peixe afixado
à trança de uma jovem ajoelhada. Imagem cortesia do Museu Britânico.

Pingente de peixe-gato do Nilo representa um Synodontis


Batensoda, mais conhecido como peixe-gato do Nilo, uma espécie
de peixe nomeada por sua barriga negra. Frequentemente usados no
final de uma trança de cabelo, amuletos como esse eram
usados por crianças e jovens para proteger contra
afogamentos. Este amuleto fino é feito de ouro com
incrustações de pedra, incluindo uma pedra vermelha para o
olho direito e uma pedra verde para a esquerda. Os amuletos
na forma do Synodontis Batensoda eram particularmente
populares durante o Reino do Meio, quando os peixes poderiam ter sido identificados com uma
constelação astronômica. Ouro com faiança vidrada em verde egípcio, calcedônia, turquesa,
cornalina, lápis-lazúli e incrustações de pedra preta. Reino do Meio, 12a dinastia, ca. 1985-
1773 aC. Agora no Walters Art Museum.

Flores e frutos

Segundo Odessia Calugaru do Ancient Egyptian Portal:

A romã foi trazida para o Egito da Síria durante o governo dos hicsos (1600
aC). As romãs eram valorizadas no Egito como fonte de alimento e faziam
parte do suprimento de frutas necessárias na residência de um faraó.

Os egípcios antigos usavam a romã de várias


maneiras. Acreditava-se que o suco (chamado
Schedou) combatesse vermes intestinais, enquanto
a flor de romã era esmagada para formar um corante
vermelho e a casca era usada para tingir couro. A
romã tornou-se tão reverenciada que representações
de romãs foram encontradas em pinturas murais
egípcias em túmulos, simbolizando a vida após a morte. De fato, o rei Tut levou um vaso de
romã para a vida após a morte com ele.

A flor e botão de lótus representa o eterno renascimento usado joia


usado em vivos e mortos.

Conclusão
Após leitura pormenorizada deste trabalho, é possível compreender que, as
contribuições da historiografia e das inúmeras pesquisas realizadas por especialistas da área
foram fundamentais para esclarecer as dúvidas que surgem através dos séculos sobre a temática
abordada ao longo do referido texto.
Pode-se ainda perceber que, à medida que a sociedade egípcia se tornava mais
sofisticada em determinada época e local, surgiam sinais cada vez mais claros de atividades
religiosas e joias produzidas de forma e cores mais elaboradas, pois no imaginário dos antigos
egípcios, havia estreita relação entre beleza, deuses, religião, magia e práticas funerárias.

Bibliografia

BISOGNIN, E. L. et al. Adornos nas civilizações pré-históricas sob a ótica da


ourivesaria. Revista Competência, Revista da Educação Superior do Senac – RS, Porto Alegre,
v.5, n. 1, p. 57-70, 2012.
https://www.metmuseum.org/toah/hd/egold/hd_egold.htm
Richard H. Wilkinson em seu Symbolism & Magic in Egyptian Art e a Encyclopedia of
Ancient Egypt, de Margaret Bunson
Winlock's 'Excavations at Deir el-Bahari, 1911-1931' has a small section about Mayet
who was found during the 1921 season. Plate 11 has an image of 'The Jewelry of Mayet and
her mummy in its coffins'.
https://www.academia.edu/17620202/As_rela%C3%A7%C3%B5es_do_Egipto_do_I
mp%C3%A9rio_Antigo_com_a_N% C3%BAbia
The Palermo Stone: the Earliest Royal Inscription from Ancient Egypt Hsu, Shih-Wei
Carol_Andrews]_Amulets_of_ancient_Egypt(z-lib.org).pdf
Muller W, Hans / Thiem B. - O ouro dos Faraós Biblioteca Egito. 2006
Araujo, Luís Manuel - Seminário de História Antiga- Amuletos no Antigo Egipto 30 de
Maio de 2014 Portugal
Symbol & Magic in Egyptian Art (Book published February 1, 1999 Author Richard H.
Wilkinson

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