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NATAL
2022
CYNTHIA GUADALUPE DE AZEVEDO CHAVARRIA
NATAL
2022
CYNTHIA GUADALUPE DE AZEVEDO CHAVARRIA
BANCA EXAMINADORA
______________________________________
Prof. Dr. Sérgio Luís Rizzo Dela-Sávia
Orientador
UFRN
______________________________________
Profa. Dra. Patrícia Borba Vilar Guimarães
Membro interno
UFRN
______________________________________
Profa. Dra. Ana Luiza Félix Severo
Membro externo ao Programa
UFCG
Aos animais, que, sem serem consultados, são
obrigados a contribuir para nosso desenvolvimento e
aos humanos que lutam por eles.
AGRADECIMENTOS
The use of animals in teaching and scientific research covers social and ethical
issues and still brings conflicts between the scientific community and society. In
response to pressure from society, Ethics Committees on Animal Use (CEUA) have
been consolidated in several countries to ensure the welfare of animals. In Brazil,
with the Law 11794 of 2008, the existence of these committees became mandatory in
educational and research institutions, whose main role is to analyze all proposals
involving animals in the institution, considering their relevance and the 3Rs Principle,
judging them based on their ethical acceptability and minimizing the damage
imposed on animals. Given the above, the goal of this study is to perform a diagnosis
of the ethical and legal review process of the CEUA at the Federal University of Rio
Grande do Norte (UFRN), by understanding the process of submission and
evaluation of submitted teaching and research proposals and identifying
inconsistencies in these proposals and in the ethical review process. At the end of
the study, it was detected that the main reasons for not immediately approving the
submitted proposals are related to the timeline, methodology and sample size. It was
also detected a weakness in the way the consubstantiated opinion is presented and
how it is filled out by the Committee, with inconsistencies in the standardization of
decisions. Even with these findings, it can be concluded that the CEUA-UFRN strives
to ensure compliance with the legislation regarding the use of animals in teaching
and research at UFRN, having become, over time, more rigid in favoring the
immediate approval of protocols, and being attentive to the principles of reduction
and refinement.
1 INTRODUÇÃO......................................................................................... 13
2 REVISÃO DA LITERATURA................................................................... 17
2.1 A bioética e a experimentação animal ................................................ 17
2.1.1 O status moral do animal......................................................................... 17
2.1.2 Breve histórico da bioética ...................................................................... 19
2.1.3 Implicações bioéticas da experimentação animal ................................... 21
2.2 O Princípio dos 3Rs .............................................................................. 25
2.3 Legislação sobre o uso de animais no ensino e na pesquisa .......... 31
2.4 As Comissões de Ética no Uso de Animais - CEUAs......................... 39
3 CONDIÇÕES PARA O BOM FUNCIONAMENTO DE UMA
COMISSÃO DE ÉTICA NO USO DE ANIMAIS ...................................... 44
3.1 A revisão ética ....................................................................................... 47
3.2 Realização de inspeções ...................................................................... 59
3.3 Suspensão das atividades ................................................................... 60
4 METODOLOGIA ..................................................................................... 61
4.1 Caracterização do trabalho .................................................................. 61
4.2 Coleta e análise de dados .................................................................... 62
4.3 Descrição do cenário da pesquisa ...................................................... 64
5. RESULTADOS ........................................................................................ 66
5.1 Do fluxo processual e emissão dos pareceres ................................. 67
5.2 Apresentação e discussão dos dados ................................................ 70
5.3 Proposta de intervenção .................................................................... 86
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................... 90
Referências…………………………………………………………………... 95
ANEXO I - Modelo do Formulário Unificado para Solicitação
de Autorização para Uso de Animais em Experimentação e/ou
105
Ensino elaborado pelo CONCEA ..............................................................
ANEXO II - Modelo atual de parecer consubstanciado utilizado pela
CEUA-UFRN ............................................................................................. 114
APÊNDICE I - Proposta de novo modelo de parecer para a
CEUA-UFRN ............................................................................................. 116
13
1 INTRODUÇÃO
2 REVISÃO DA LITERATURA
raciocinar? nem: Podem eles falar? mas: Podem eles sofrer? (BENTHAM
apud SINGER, 2018, p. 87).
Fritz Jahr, em 1927, definiu bioética como a obrigação ética do homem para
com o ser humano e demais seres vivos, propondo um “imperativo bioético”, o de
respeitar todo ser vivo essencialmente como um fim em si mesmo e tratá-lo, se
possível, como tal. Mas somente na década de 70, o termo bioética passou a ser
reconhecido mundialmente através de Van Rensselaer Potter, caracterizando-a
como a ciência da sobrevivência e, em 1971, como uma ponte entre os fatos novos
que a ciência descobria e os valores que esses fatos punham em jogo. Em 1980,
Potter enfatizou a característica interdisciplinar e abrangente da Bioética,
denominando-a de global (GOLDIM, 2006), compreendendo o mundo todo, com
uma abordagem voltada para as preocupações ecológicas, preservação do planeta
e de seus ecossistemas.
Desde o surgimento da bioética até os tempos atuais, compreende-se que se
faz necessário tentar esclarecer não sua evolução, mas, sim, seu trabalho em
relação à vida em geral, uma vez que as ações humanas, quando exercidas em
todos os seres vivos, apresentam problemas morais. Expande-se assim o corpo da
bioética referente à vida como tal, tanto sobre a vida humana quanto sobre a vida
em geral frente às abordagens morais, dadas suas condições de consciência,
autoconsciência, liberdade e as consequências que delas decorrem. Neste cenário,
os testes em animais abrem amplos debates éticos e suas complexidades, que são,
em maior ou menor grau extraídas de autores, tornaram visíveis o entendimento e
sua consideração diante da evolução da ciência e o desenvolvimento da bioética
moderna.
Assim, se por um lado, de uma perspectiva global, a bioética tenta relacionar
os julgamentos de valor com fatos biológicos e é considerada um conjunto de
diretrizes filosóficas e metodológicas que orientam os processos e decisões em
pesquisa científica, social e humanística, com o objetivo de alcançar o bem, por
outro lado, o debate da bioética permeia a incorporação da diversidade e pluralidade
de pensamento em favor da guarda respeito à vida, com base em princípios e
normas básicas que foram retirados da filosofia e da prática humana.
Embora o conceito inicial de bioética tenha relação com o respeito à vida em
todas as suas formas, foi aplicada primeiramente na pesquisa envolvendo seres
humanos, a partir de condutas impróprias na prática científica. O Código de
Nuremberg (1947) foi o primeiro documento específico sobre ética para pesquisa
com seres humanos, surgindo em resposta às atrocidades do nazismo alemão.
21
bem-estar animal. Ficou conhecido como uma espécie de declaração dos direitos
dos animais:
1. Estar livre de fome e sede: Os animais devem ter acesso a água e alimento
adequados para manter sua saúde e vigor.
2. Estar livre de desconforto: O ambiente em que eles vivem deve ser adequado a
cada espécie, com condições de abrigo e descanso adequados.
3. Estar livre de dor, doença e injúria: Os responsáveis pela criação devem garantir
prevenção, rápido diagnóstico e tratamento adequado aos animais.
4. Ter liberdade para expressar os comportamentos naturais da espécie: Os animais
devem ter a liberdade para se comportar naturalmente, o que exige espaço
suficiente, instalações adequadas e a companhia da sua própria espécie.
5. Estar livre de medo e de estresse: Não é só o sofrimento físico que precisa ser
evitado. Os animais também não devem ser submetidos a condições que os levem
ao sofrimento mental, para que não fiquem assustados ou estressados, por
exemplo.
No tocante à vivissecção, esta prática tem dividido a sociedade em,
basicamente, três correntes, de acordo com Lacerda (2013): os vivisseccionistas,
para quem os benefícios obtidos com tais experimentos ultrapassam os malefícios
proporcionados aos animais, representando importante instrumento em pesquisas
voltadas para cura de doenças, avanços científicos e consequente melhoria na
qualidade de vida, além da relevância para formação profissional dos estudantes
ligados a área da biomédica; os abolicionistas, que a veem como uma prática cruel
que não se justifica, visto que existem métodos alternativos eficazes para
proporcionar os mesmo objetivos a qual esta se destina, argumentando ainda que os
experimentos realizados em animais geram resultados duvidosos em decorrência de
fatores como imperícia técnica na condução do experimento, desequilíbrio na saúde
física e psíquica do animal, e outros; e por fim os defensores dos 3Rs, que tratam da
possibilidade da prática experimental, entretanto, estabelecendo princípios de forma
a evitar experimentos desnecessários com animais.
O surgimento de regulamentações nos países europeus e nos Estados
Unidos aperfeiçoaram-se gradualmente para se tornar disposições, documentos
regulatórios e leis em nações. Aumentar o uso de legislação de bem-estar animal de
laboratório criou novos regulamentos nas áreas onde eles não existiam antes e
levou à revisão e melhoria das leis e diretrizes existentes. E isso se deve
24
a) Replacement (Substituição):
b) Reduction (Redução):
c) Refinement (Refinamento):
Quadro 2 – Compilado legislativo referente à proteção animal e ao seu uso para fins
científicos
1924 Decreto Federal n.º 16.590 Regulamenta o funcionamento das casas de
diversões públicas; proíbe uma série de maus
tratos que violam a dignidade animal
1998 Lei n.º 9.605 Dispõe sobre as sanções penais para quem
praticar ato de abuso, maus tratos, ferir ou
mutilar animais silvestres, domésticos ou
domesticados, nativos ou exóticos e realizar
experiência dolorosa ou cruel em animal vivo,
35
2009 Decreto n.º 6.899 Regulamenta a Lei n.º 11.794 e cria o CIUCA
A Lei n.º 11.794, de 2008, conhecida também como Lei Arouca, levou 13 anos
para ser aprovada, tornando-se o marco histórico para o uso de animais no ensino e
na pesquisa. A lei criou o Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal
(CONCEA), órgão de caráter normativo, consultivo, deliberativo e recursal,
responsável pela política nacional para essas atividades que usam animais,
revisando e publicando periodicamente decretos, portarias, resoluções normativas e
orientações técnicas, abrindo, desde sua criação, consulta pública para a sociedade
poder opinar sobre como serão as futuras normatizações para o uso de animais em
pesquisa e ensino; estabeleceu a criação das Comissões de Ética no Uso de
Animais (CEUAs) em instituições que criam ou utilizam animais para fins de ensino e
pesquisa como requisito essencial para seu credenciamento no CONCEA
No ano seguinte, em 2009, o Decreto n.º 6.899 regulamentou as atividades de
ensino e pesquisa com animais vivos das espécies classificadas como filo Chordata,
subfilo Vertebrata, transformando o bem-estar dos animais não só em uma questão
ética e humanitária, mas também em uma questão legal (CONCEA, 2015); e criou o
Cadastro das Instituições de Uso Científico de Animais (CIUCA). Após a análise da
solicitação de credenciamento realizada pelo sistema CIUCA, é gerado um número
de Cadastro das Instituições de Uso Científico de Animais (CIAEP), válido por cinco
anos, período em que a instituição é autorizada a realizar essas atividades.
36
Para que uma CEUA desempenhe seu papel com eficiência, é importante que
haja uma cultura de conformidade dentro da instituição e compromisso de todos os
envolvidos: membros, pesquisadores e demais usuários de animais. As
competências de uma CEUA estão bem determinadas na legislação nacional e
internacional, podendo variar em alguns pontos, mas compartilhando do mesmo
objetivo: garantir o bem-estar dos animais e os padrões éticos no cuidado e uso de
animais no ensino e na pesquisa.
Segundo a Diretriz Brasileira para o Cuidado e a Utilização de Animais em
Atividades de Ensino ou de Pesquisa Científica (CONCEA, 2016) e a Resolução
Normativa n.º 51 (CONCEA, 2021a), as instituições, devem prover estrutura física
para reuniões, assim como recursos humanos adequados; garantir um sistema de
registro eficiente para monitorar o número de animais produzidos e utilizados na
instituição; fornecer recursos necessários para a orientação, a educação e a
capacitação continuada de seus membros, bem como a capacitação da assistência
administrativa, em ética e em cuidados e uso de animais em experimentação;
garantir que usuários ou qualquer pessoa envolvida no cuidado com os animais
sejam capacitados e estejam cientes de suas responsabilidades perante a Lei n.º
11.794/08; e observar as recomendações das CEUAs, assegurando o suporte
necessário para o cumprimento de suas obrigações, em especial as que se
destinam à supervisão das atividades de produção, manutenção ou utilização de
animais em ensino ou pesquisa científica.
Aos membros, cabe a responsabilidade primária de avaliar as questões éticas
das propostas submetidas à CEUA e equilibrar o impacto ao bem-estar dos animais
com um bem maior antecipado, pautando suas decisões nos Princípios Éticos da
utilização de animais e nos conceitos dos 3Rs. Possuem uma posição privilegiada
para contribuir com a qualidade dos trabalhos científicos realizados na instituição.
Para Petrie & Wallace (2015), os membros das CEUAs devem estar cientes de suas
responsabilidades, garantindo que as normas e regulamentos relativos ao uso de
modelos animais sejam compreendidos e seguidos.
Silverman et al (2015), para determinar a frequência dos tópicos discutidos
pelas CEUAs de 10 instituições acadêmicas, fizeram uma revisão de estudos que
45
pessoas da causa animal possam se manifestar, a cada novo projeto apreciado pela
Comissão, como membros de uma sociedade mais ampla.
A CEUA conta ainda com as figuras do Coordenador e Vice-coordenador,
cujas funções estão estabelecidas na Diretriz Brasileira para o Cuidado e a
Utilização de Animais em Atividades de Ensino ou de Pesquisa Científica (DBCA),
devendo, principalmente, assegurar que a CEUA opere de acordo com a Lei n.º
11.794/08, e demais disposições legais pertinentes ao seu escopo, com o Decreto
n.º 6.899/09, e com as resoluções do CONCEA. É papel do coordenador moderar as
discussões, identificar opiniões antagônicas, dar vez para que todos possam opinar,
estimular o questionamento e facilitar a conclusão, submetendo a decisão em
plenário. (BRASIL, 2007)
Por fim, a lei determina que o médico veterinário faça parte da comissão, com
reconhecida competência técnica e notório saber, e destacada atividade profissional
em áreas relacionadas ao escopo da Lei n.º 11.794/08. Cabe ao médico veterinário a
responsabilidade pelas ações relacionadas aos cuidados médicos veterinários e ao
bem-estar dos animais utilizados em ensino ou pesquisa científica nas instalações
animais nas quais for designado a atuar pela Instituição (CONCEA, 2021a).
O médico veterinário deve ser considerado um aliado, visto que é o
responsável pela saúde e bem-estar dos animais. Assim, pesquisadores e membros
da CEUA devem reconhecer e respeitar a autoridade e julgamento desse
profissional, e vice-versa (PETRIE & WALLACE, 2015)
De acordo com Mohan e Foley (2019), muitas CEUAs optam por exigir uma
pré-revisão do protocolo pelo médico veterinário, garantindo que as descrições dos
procedimentos, critérios de pontos finais humanitários, adequação dos
medicamentos e plano de intervenção na dor sejam adequadamente tratados. Essa
pré-análise ajuda a facilitar o processo de revisão ética da CEUA, podendo resultar
ainda em um tempo de aprovação mais rápido.
A seguir, serão feitas considerações acerca de algumas funções da CEUA,
focando na função da revisão ética dos protocolos de ensino e experimentais, uma
das mais importantes, pois é por meio dessa revisão que a CEUA indica que os
procedimentos propostos são de grande valor científico e ético para serem
realizados na instituição.
47
a) Importância da informação
A Resolução Normativa n.º 51 (CONCEA, 2021a), em seu Art. 7º, cita que é
competência da CEUA “avaliar a qualificação e a experiência do pessoal envolvido
nas atividades de produção, manutenção ou utilização de animais em atividades de
ensino ou pesquisa científica, de modo a garantir o uso adequado dos animais”. O
50
c) Objetivos
e) Relevância e Originalidade
A relevância de uma proposta deve ser muito bem descrita pelo pesquisador,
apresentando os possíveis avanços que sua proposta trará para a ciência, meio
ambiente e saúde humana e/ou animal e deixando claro que os benefícios
potenciais da atividade envolvendo animais superam os custos e o sofrimento
causados a eles (relação custo x benefício), como determina a Resolução Normativa
nº. 52 (CONCEA, 2021c). Para uma análise do custo x benefício adequada, é
importante que os membros da comissão tenham uma boa compreensão sobre os
impactos dos benefícios potenciais e dos danos causados aos animais,
considerando as medidas de refinamento, substituição e redução do número de
sujeitos utilizados. Além disso, devem estar preparados para questionar e/ou rejeitar
projetos mal elaborados e metodologias desatualizadas, certificar que a relevância
da proposta descrita pelo pesquisador está correta e compreender todos os
52
potenciais danos aos animais (National Competent Authorities for the implementation
of Directive 2010/63/EU on the protection of animals used for scientific purposes
Working document on Project Evaluation and Retrospective Assessment, 2013).
Todo e qualquer fármaco que vier a ser necessário no protocolo deve ser
informado: nome, dose e via de administração. Para analgésicos e antibióticos, por
exemplo, informar ainda a frequência. A não utilização de analgésicos deve ser
muito bem justificado, visto que esses fármacos visam evitar ou diminuir a dor e
sofrimento impostos aos animais, uma forma de refinamento dos procedimentos. Já
os relaxantes musculares não podem ser utilizados como substitutos à substâncias
sedativas, analgésicas ou anestésicas.
A CEUA-UFRN exige que antes de submeter a proposta para revisão ética, o
médico veterinário, responsável técnico pelo biotério onde acontecerão os
experimentos, avalie se os fármacos utilizados são os recomendados para a espécie
e tipo de pesquisa a ser realizada. Caso o docente ou pesquisador precise utilizar
um fármaco não previsto na legislação, deve, juntamente com o médico veterinário,
encontrar uma opção que melhor atenda às necessidades específicas do estudo.
Procedimentos cirúrgicos/invasivos
Procedimentos pós-cirúrgicos
Após a cirurgia, o animal deve ser acompanhado para avaliação dos sinais
clínicos, como sinais vitais, lesão e alteração de comportamento. Todo e qualquer
cuidado pós-cirurgia, como uso de medicamentos, ambiente aquecido, cama extra,
deve ser descrito. O controle inadequado da dor pós cirurgia pode produzir efeitos
indesejados e afetar os dados da pesquisa, comprometendo a promoção dos
princípios do refinamento e redução.
Outros procedimentos
Eutanásia
A CEUA tem poder para suspender qualquer atividade que não esteja sendo
conduzida de acordo com o que foi descrito e aprovado pela Comissão. Como
explícito no Inciso XV, Art 7º, da Resolução Normativa n.º 51 (CONCEA, 2021a),
compete à CEUA “determinar a paralisação de qualquer procedimento em
desacordo com a Lei n.º 11.794/08, na execução de atividades de ensino e de
pesquisa científica, até que a irregularidade seja sanada, sem prejuízo da aplicação
de outras sanções cabíveis”.
É relevante destacar as competências e responsabilidades das CEUAs no
que tange ao monitoramento do uso de animais para atividades de ensino ou
pesquisa científica, e quaisquer desvios devem ser prontamente informados ao
CONCEA.
61
4 METODOLOGIA
Objetivo geral:
Diagnosticar o processo de análise ética e legal da CEUA na Universidade Federal
do Rio Grande do Norte
5 RESULTADOS
Este capítulo apresenta os resultados a partir da coleta dos dados obtidos dos
pareceres emitidos pela CEUA-UFRN, de 1 de janeiro de 2009 a 31 de dezembro de
2020, resumidos no Quadro 4. Essas informações foram organizadas em figuras,
gráficos e tabelas. A discussão é feita no decorrer da apresentação dos achados.
2009 47 0 47
2010 55 0 55
2011 60 0 60
2012 57 2 59
71
2013 61 8 69
2014 69 2 71
2015 73 4 77
2016 54 2 56
2017 82 1 83
2018 72 6 78
2019 68 13 81
2020 25 5 30
Dos protocolos avaliados quanto às questões éticas e legais (723), 674 foram
aprovados, demonstrado na Figura 2. Dentro do número de protocolos aprovados,
considerou-se aqueles aprovados em primeira análise e aprovados após ajustes
(que ficaram com pendências em primeira análise).
2009 0 3 1
2011 2 0 0
2012 0 1 0
2017 0 0 1
Fonte: dados da autora (2022).
roedores
1806 5064 4992 3401 7610 5787 5543 8071 8203 9674 8449 1979 70579
(laboratório)
animais de
0 0 52* 0 185 117 625 541 1172 644 383 624 4343
produção
cães, gatos 0 1000 15 210 165 70 435 0 0 1082 2903 0 5880
peixes 0 50 102 795 118 425 940 * 2258 884 4707 3129 840 14248
TOTAL APROVADO 1906 6194 5303 4558 8352 6518 7977 10931 11493 16304 15137 3707 98380
Fonte: dados da autora (2022).
título 0 1 1 0 0 5 0 0 0 0 0 0 7
objetivos 0 0 0 0 3 1 2 0 1 1 0 0 8
introdução 0 0 3 0 0 0 0 0 0 0 0 0 3
justificativa 2 0 3 0 0 0 0 0 0 0 0 0 5
cronograma 3 17 17 4 3 5 2 3 8 7 0 0 68
orçamento/fonte 4 3 3 3 3 1 0 1 5 4 0 0 27
referências 1 2 2 1 2 0 0 0 0 0 0 0 8
TOTAL 124
Fonte: dados da autora (2022).
título 1 1 1 0 1 3 4 0 5 4 1 0 21
objetivos 3 0 0 0 1 0 3 0 8 2 3 0 20
introdução 0 0 0 0 0 1 4 0 0 0 0 0 5
justificativa 3 2 1 0 3 5 5 1 9 2 0 2 33
cronograma 5 3 3 4 9 7 14 18 32 12 5 9 121
orçamento/fonte 1 3 3 3 2 4 4 4 17 11 7 5 65
referências 2 2 2 1 3 0 7 3 0 1 2 0 23
TOTAL 288
Fonte: dados da autora (2022).
título 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 0 0 2
objetivos 4 0 0 0 2 1 1 0 0 0 0 0 8
introdução 1 0 0 0 0 1 1 0 0 0 0 0 3
justificativa 2 0 0 0 3 0 1 0 0 0 0 0 6
cronograma 0 0 0 0 1 2 1 2 0 1 0 0 7
79
orçamento/fonte 4 0 0 0 3 0 0 0 0 1 0 0 8
referências 0 0 0 0 1 0 1 0 0 0 0 0 2
TOTAL 36
Fonte: dados da autora (2022).
Aprovados com
recomendação 0 3 4 3 2 1 0 0 1 0 0 0 14
Com Pendências 3 4 3 4 2 1 11 8 10 5 14 4 69
Não Aprovados 0 0 0 0 0 1 0 1 0 1 0 0 3
Fonte: dados da autora (2022).
82
Grau de
invasividade 1 3 3 1 1 2 1 0 0 1 0 0 13
N amostral 0 6 7 7 4 6 0 1 4 3 0 0 38
Redução do N
amostral 3 0 0 1 0 3 0 1 1 0 0 0 9
Metodologia 9 0 5 6 3 5 3 3 8 5 0 0 47
Acomodação e
manutenção 4 1 1 3 1 3 0 3 3 2 0 0 21
Manipulação 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1
Analgesia 1 1 1 3 3 1 0 1 2 1 0 0 14
Anestesia 3 4 5 3 3 4 0 0 2 0 0 0 24
Pontos finais
humanitários 0 0 0 4 1 0 0 3 2 0 0 0 10
83
Eutanásia 14 9 9 15 6 13 3 1 4 2 0 0 76
Fonte: dados da autora (2022).
Grau de
invasividade 0 4 4 1 2 3 7 5 6 6 3 3 44
N amostral 8 3 3 7 8 10 35 18 18 8 18 8 144
Redução do N
amostral 6 0 0 0 2 5 1 1 1 2 1 4 23
Metodologia 11 4 4 9 12 16 27 26 22 14 27 12 184
Acomodação e
manutenção 2 4 4 1 6 4 6 13 22 7 7 1 77
Manipulação 1 4 3 0 0 1 0 0 0 0 5 0 14
Analgesia 0 0 0 2 2 4 3 8 12 6 6 6 43
Anestesia 3 2 2 6 8 5 11 11 12 11 18 4 77
Pontos finais
humanitários 2 0 0 2 1 0 0 14 22 9 20 8 81
Eutanásia 5 6 7 8 8 11 30 11 27 11 17 8 149
Fontes: dados da autora (2022).
Grau de
invasividade 0 0 0 0 1 2 0 1 0 0 0 0 4
N amostral 4 0 0 0 2 2 0 4 0 0 0 0 12
Redução do N
amostral 1 0 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 3
Metodologia 5 0 0 0 2 2 0 2 0 1 0 0 12
Acomodação e
manutenção 3 0 0 0 2 2 0 3 0 0 0 0 10
Manipulação 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1
Analgesia 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Anestesia 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 0 0 2
84
Pontos finais
humanitários 0 0 0 0 0 1 0 1 0 0 0 0 2
Eutanásia 1 0 0 0 1 1 0 2 0 0 0 0 5
Fonte: dados da autora (2022).
A partir dos resultados obtidos neste estudo, foi proposta a revisão do modelo
de parecer adotado pela CEUA-UFRN, a fim de contemplar avaliação ética de todos
os itens exigidos no Formulário Unificado elaborado pelo CONCEA e seguindo a
Diretriz Brasileira para o Cuidado e a Utilização de Animais em Atividades de Ensino
ou de Pesquisa Científica, definindo com precisão o que não está em conformidade
87
com os princípios éticos e legais. Acredita-se que este novo modelo contribuirá para
melhoria do processo de revisão ética, facilitando a análise das propostas pelos
membros da comissão e entendimento por parte do pesquisador sobre os
questionamentos feitos pela CEUA-UFRN.
Para elaboração no novo modelo do parecer foi necessária uma revisão dos
Formulários Unificados para ensino e pesquisa elaborados pelo CONCEA, assim
como da Diretriz Brasileira para o Cuidado e a Utilização de Animais em Atividades
de Ensino ou de Pesquisa Científica. O termo “inadequado” foi substituído por
“comentários”, pois nem sempre as observações feitas nos pareceres apontavam
para um procedimento inapropriado, mas a solicitações de esclarecimentos. A
sugestão é que este instrumento seja aprimorado à medida que a legislação se
atualiza a partir de novos questionamentos éticos que surgem ao longo do tempo.
Esse novo modelo foi construído conforme as seguintes sessões:
a) A primeira seção permanece como apresentada atualmente, contendo
informações acerca da identificação da proposta (número do protocolo, nome do
responsável, título, resumo, objetivos e se de ensino ou pesquisa).
2) DESCRIÇÃO DO PROJETO:
Linguagem Adequada Comentários
Introdução Adequada Comentários
Relevância/Originalidade Adequada Comentários
Objetivos Adequados Comentários
Cronograma Adequado Comentários
Orçamento e fonte financiadora Adequada Comentários
Referências bibliográficas Adequada Comentários
5) PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS
Grau de invasividade: _______ Adequado Comentários
Capacitação/experiência da equipe Adequado Comentários
Metodologia Adequado Comentários
Manipulação dos animais Adequado Comentários
Anestesia Adequado Comentários
Analgesia Adequado Comentários
Monitoramento pós-operatório Adequado Comentários
Eutanásia Adequado Comentários
Pontos Finais Humanitários Adequado Comentários
Minimização do impacto ao bem-estar Adequado Comentários
dos animais
f) por fim, o item relacionado à compatibilidade com a legislação foi transferido para
o final do documento, pois apenas após observar todos os itens é que torna-se
possível afirmar se a proposta está ou não em conformidade com a lei. A esse item
foi acrescentado também a compatibilidade com o Princípio dos 3 Rs.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este estudo teve como objetivo geral diagnosticar o processo de análise ética
e legal da CEUA na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, através da
compreensão do processo de submissão e avaliação das propostas de ensino e
pesquisa submetidas e da identificação de inconsistências nos protocolos e no
processo de revisão ética, propondo, ao final, a revisão do modelo de parecer
adotado pela CEUA-UFRN, a fim de contemplar itens exigidos no Formulário
Unificado elaborado pelo CONCEA e seguindo a Diretriz Brasileira para o Cuidado e
a Utilização de Animais em Atividades de Ensino ou de Pesquisa Científica.
Os resultados obtidos a partir dos objetivos específicos indicaram que os
roedores, criados em laboratório, como ratos e camundongos, são as espécies mais
utilizadas para pesquisa na UFRN. Quanto às inconsistências apresentadas nos
protocolos de ensino e pesquisa submetidos, os itens “cronograma”, “metodologia” e
“N amostral” foram os itens mais mencionados nos pareceres que demandaram
ajustes para que os protocolos pudessem ser aprovados. Identificou-se ainda que
houve poucos protocolos de ensino submetidos à comissão.
Apesar de a maioria dos protocolos ter sido aprovada, dos 723 protocolos
considerados nesta pesquisa, 44,1% ficaram com pendências e 2,48% não foram
aprovados em primeira análise. Ou seja, quase metade deles apresentaram
inconsistências. O número aumentaria consideravelmente se fossem consideradas
as orientações nos protocolos aprovados com recomendação (28,4%), de natureza
semelhante às encontradas nos pareceres desfavoráveis à aprovação imediata.
Dessa forma, apenas 23,82% dos protocolos foram aprovados na íntegra em
primeira análise, número que foi caindo ao longo dos anos. Esse dado aponta para a
necessidade de incentivar atividades educativas, desenvolvidas pela CEUA e pela
instituição, junto a pesquisadores e seus colaboradores, visando sensibilizá-los
quanto à importância de se conhecer a legislação e incorporar padrões éticos nas
propostas de ensino e pesquisa com animais.
Detectou-se ainda uma fragilidade na forma como o parecer consubstanciado
está apresentado, com ausência de itens que estão no Formulário Unificado, e como
é preenchido pela Comissão, com inconsistências na padronização de decisões. As
causas dessas lacunas podem estar relacionadas às mudanças de gestão, que
ocorrem a cada 2 anos, geralmente com renovação da maior parte dos membros.
91
Acredita-se que este novo modelo de parecer será benéfico para todos os
envolvidos, dentre eles, o pesquisador e os membros da CEUA-UFRN, pois
apresentará de forma mais clara e objetiva os pontos a serem ajustados, se for o
caso; e, especialmente para os animais, pois tópicos de teor ético, como a
justificativa do seu uso (métodos alternativos), relevância (os benefícios que a
pesquisa trará e o impacto sobre os animais) e a minimização dos impactos causado
ao seu bem-estar, estando expressos no parecer, trazem indicativos de que a
CEUA-UFRN e os pesquisadores estão atentos a esses pontos. Vale ressaltar que
as Comissões de Ética em Pesquisa com humanos registram nos pareceres sua
avaliação quanto aos riscos e benefícios da proposta (relevância), além dos
procedimentos para minimização desses riscos.
Ao longo dos anos, observou-se que o número de propostas aprovadas em
primeira análise caiu consideravelmente a partir de 2015, podendo-se inferir que a
comissão tem se tornado mais exigente nas revisões éticas das propostas de ensino
e pesquisa. Além disso, a CEUA-UFRN exige que um médico veterinário revise as
propostas de ensino e pesquisa antes de serem submetidas à comissão, decisão
que visa garantir que os procedimentos a serem realizados nos animais, como
anestesia e cuidados pós-operatórios, são realizados de maneira ética e seguindo o
estabelecido pela legislação.
Outro dado importante refere-se às propostas de pesquisa submetidas que
não envolviam animais vivos: 5% do total utilizaram dados de outras pesquisas,
animais invertebrados (caranguejos e borboletas) e material não senciente, como
animais mortos encontrados nas praias, material biológico adquirido de outros
projetos aprovados pela CEUA e partes de animais obtidos de abatedouros, por
exemplo. Esses casos não são contemplados pela Lei Arouca e, por isso, não
necessitam de revisão ética. No entanto, a CEUA-UFRN emite uma declaração, para
quem desejar, afirmando que esses casos não são contemplados pela lei.
Constata-se, dessa forma, que a substituição absoluta de animais em pesquisa
ainda é tímida na instituição.
Pode-se concluir que a CEUA-UFRN se esforça para garantir o cumprimento
da legislação quanto ao uso de animais no ensino e na pesquisa na UFRN, tendo
se tornado, com o tempo, mais rígida em favorecer a aprovação imediata dos
protocolos. É possível observar que os princípios da redução e do refinamento têm
sido cobrados, como identificado ao longo da terceira seção dos pareceres. Apesar
93
REFERÊNCIAS
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jul. 2022.
105
1. Projetos já realizados ou iniciados não podem ser avaliados pela CEUA (Lei 11.794/2008).
2. Informações não compa veis com os dados apresentados no projeto implicam na devolução
automá ca deste formulário.
3. Complete com “N/A” todos os campos que não se apliquem a pesquisa em questão.
4. Leia com atenção a todas as observações e as orientações referentes a cada item do formulário,
elas contribuem muito para a celeridade do processo de avaliação e emissão do parecer.
5. Todos os documentos de apoio ao preenchimento desse formulário podem ser encontrados em
http://www.ceua.propesq.ufrn.br/documento.php?id=163974471.
6. Em caso de dúvida durante o preenchimento deste documento, consulte o formulário explica vo:
http://www.sistemas.ufrn.br/shared/verArquivo?idArquivo=2808233&key=80a593b172d272cb8cbca
00782363f76
7. Após preencher este formulário, por favor, verifique se todos os dados per nentes ao estudo
foram preenchidos e se estão corretos.
8. Este formulário foi aprovado pelo CONCEA (Conselho Nacional de Controle de Experimentação
Animal) por meio da Resolução Norma va nº 04 de 19 de abril de 2012.
1.FINALIDADE
Ensino Início
Pesquisa Término
Treinamento
Em Inglês:
106
Área do conhecimento:
3. RESPONSÁVEL
Nome completo
Ins tuição
Unidade/Centro/Ins tuto/Núcleo
Departamento
Telefone
E-mail
Currículo La es (link)
Currículo La es: h p://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/busca.do?metodo=apresentar
4. COLABORADORES
Nome completo
Ins tuição
Nível acadêmico
Função no projeto
Experiência prévia na função
(meses/anos)
Treinamento
(especificar; anexar cer ficados, outros)
Telefone
E-mail
Currículo La es
U lize esta tabela para o preenchimento de um colaborador.
COPIE, COLE E PREENCHA A TABELA, QUANTAS VEZES FOREM NECESSÁRIAS, ATÉ QUE TODOS OS COLABORADORES SEJAM
CONTEMPLADOS.
Currículo La es: h p://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/busca.do?metodo=apresentar
8. RELEVÂNCIA DO PROJETO
Explicar abaixo a importância e necessidade do estudo, sua originalidade. Caso seja replicação de estudo anterior, jus ficar.
9. MODELO ANIMAL
Espécie (nome popular, se houver):
9.1. PROCEDÊNCIA
O não preenchimento deste item implicará na NÃO AVALIÇÃO do projeto. (RESOLUÇÃO NORMATIVA Nº 6, DE 10 DE JULHO DE 2012)
Animais u lizados em estudos pilotos também devem ser incluídos no número no número total.
O animal é gene camente modificado? Em caso afirma vo, assinale o po de OGM que será u lizado e a
respec va nomenclatura. Completar com NA os itens não aplicáveis
Transgênico
Knockout
Nomenclatura (completa):
Para auxiliar na busca do nome oficial do animal transgênico, acesse os catálogos h p://www.informa cs.jax.org/ (para
camundongos) e h p://rgd.mcw.edu/ (para ratos).
Ins tuição de origem do transgênico:
Projetos que envolvem Organismos Gene camente Modificados devem ser subme dos a CIBio (Comissão
Interna de Biossegurança). O presente projeto já foi subme do à CIBio-UFRN?
108
Não
Sim
Número de protocolo CIBio (se
houver):
Alguns projetos que envolvem Animais Silvestres devem ser autorizados pelo SISBIO (Sistema de
Autorização e Informação em Biodiversidade). O presente projeto já foi subme do ao SISBIO?
Não
Sim
Número de protocolo SISBIO (se aplicável):
Para saber quais são os casos que necessitam autorização do SISBIO, acesse:
h p://www.ceua.propesq.ufrn.br/documento.php?id=163974471 (Anexo 3)
Fonte de água:
Exaustão de ar:
109
Fármaco
Dose (UI ou mg/kg)
Via de administração
U lize esta tabela para o preenchimento de um fármaco. Copie, cole e preencha a tabela, quantas vezes forem necessárias,
até que todos os fármacos sejam contemplados.
No campo “fármaco”, deve-se informar o(s) nome(s) do(s) princípio(s) a vo(s) com suas respec vas Denominação Comum
Brasileira (DCB) ou Denominação Comum Internacional (DCI).
Disponível em: h p://www.anvisa.gov.br/medicamentos/dcb/lista_dcb_2007.pdf.
As doses anestésicas de alguns fármacos estão disponíveis em:
h p://www.ceua.propesq.ufrn.br/documento.php?id=163974471 (Anexo 8).
Fármaco
Dose (UI ou mg/kg)
Via de administração
U lize esta tabela para o preenchimento de um fármaco. Copie, cole e preencha a tabela, quantas vezes forem necessárias,
até que todos os fármacos sejam contemplados.
No campo “fármaco”, deve-se informar o(s) nome(s) do(s) princípio(s) a vo(s) com suas respec vas Denominação Comum
Brasileira (DCB) ou Denominação Comum Internacional (DCI).
Disponível em: h p://www.anvisa.gov.br/medicamentos/dcb/lista_dcb_2007.pdf.
Sim
Não
Fármaco
Dose (UI ou mg/kg)
Via de administração
Frequência
U lize esta tabela para o preenchimento de um fármaco. Copie, cole e preencha a tabela, quantas vezes forem necessárias,
até que todos os fármacos sejam contemplados.
No campo “fármaco”, deve-se informar o(s) nome(s) do(s) princípio(s) a vo(s) com suas respec vas Denominação Comum
Brasileira (DCB) ou Denominação Comum Internacional (DCI).
As doses analgésicas de alguns fármacos estão disponíveis em:
h p://www.ceua.propesq.ufrn.br/documento.php?id=163974471 (Anexo 8).
RESTRIÇÃO HÍDRICA:
Sim
Não
Duração em horas
10.7. CIRURGIA
Não
Sim Única
Dupla
Qual(is) ?
10.8. PÓS-OPERATÓRIO
10.8.1. OBSERVAÇÃO DA RECUPERAÇÃO
111
Sim
Não
Período de observação (em horas):
Fármaco
Dose (UI ou mg/kg)
Via de administração
Frequência
Duração
U lize esta tabela para o preenchimento de um fármaco. Copie, cole e preencha a tabela, quantas vezes forem necessárias,
até que todos os fármacos sejam contemplados.
No campo “fármaco”, deve-se informar o(s) nome(s) do(s) princípio(s) a vo(s) com suas respec vas Denominação Comum
Brasileira (DCB) ou Denominação Comum Internacional (DCI).
As doses analgésicas de alguns fármacos estão disponíveis em:
h p://www.ceua.propesq.ufrn.br/documento.php?id=163974471 (Anexo 8).
Descrição:
Fármaco
Dose (UI ou mg/kg)
Via de administração
Frequência
No campo “fármaco”, deve-se informar o(s) nome(s) do(s) princípio(s) a vo(s) com suas respec vas Denominação Comum
Brasileira (DCB) ou Denominação Comum Internacional (DCI).
Material biológico
Quan dade da amostra
Frequência
112
Método de coleta
U lize esta tabela para o preenchimento de um material biológico. Copie, cole e preencha a tabela, quantas vezes forem
necessárias, até que todos os materiais sejam contemplados.
Os materiais biológicos destes exemplares serão usados em outros projetos? Quais? Se já aprovado
pela CEUA, mencionar o número do protocolo.
12. FINALIZAÇÃO
12.1. PONTOS FINAIS HUMANITÁRIOS
O ponto final experimental de um estudo ocorre quando as metas e os obje vos cien ficos forem
alcançados. Por outro lado, o ponto final humanitário é o ponto no qual a dor ou a aflição de um
animal experimental é prevenida, eliminada ou aliviada.
Descreva quais serão os pontos finais humanitários que serão adotados em sua pesquisa e em quais
situações:
12.3. DESTINO DOS ANIMAIS APÓS O EXPERIMENTO (Caso os animais não sejam eutanasiados)
13. REFERÊNCIAS
Coloque aqui as referências que foram citadas no decorrer do preenchimento do formulário.
Assinatura: ___________________________________
Assinatura: ___________________________________
Coordenador(a) da Comissão
Assinatura: ___________________________________
Coordenador(a) da Comissão
Assinatura: ___________________________________
Coordenador(a) da Comissão
114
1) PROTOCOLO Nº :
TÍTULO DO PROJETO:
PESQUISADOR RESPONSÁVEL:
2) DATA DA REUNIÃO
3) RESUMO DO PROJETO:
4) OBJETIVOS DO PROJETO:
9) PARECER:
Aprovado
Recomendações
Pendência
Não aprovado
PESQUISADOR RESPONSÁVEL:
TÍTULO DO PROJETO:
RESUMO DO PROJETO:
OBJETIVOS DO PROJETO:
2) DESCRIÇÃO DO PROJETO:
5) PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS
Grau de invasividade: ________ Adequado Comentários
7) PARECER:
Aprovado
Aprovado com Recomendações
Pendência
Não aprovado