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FACULDADE DE FILOSOFIA, LETRAS E CIÊNCIA HUMANAS

 UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

FLT0344 – Literatura e Educação


Prof. Andrea Saad Hossne

A construção do leitor na escola: do apreço infantil ao declínio do valor literário

Monica Maria Durães – 11852001


4 Páginas
27/06/2023
Introdução

A história da educação brasileira não é tão distante para se pensar em uma cultura de
letramentos efetivos, temos como ponto de partida a Educação na sociedade colonial, com as
primeiras escolas de ler e escrever sob as ações jesuíticas. O modelo implementado na época
baseava-se na evangelização dos povos indígenas e no ensino de gramática, e somente mais tarde a
escola ganharia uma certa importância civilizatória e humanista, ou seja, no final do século XIX e
XX. Diante disso, é interessante o pensamento de que o ensino da leitura partiu de uma base
religiosa perante a interpretação de um livro - a Bíblia. Mesmo que esse material possa ser
questionado sobre sua veracidade fatídica, foi também a base para a expansão da leitura no
movimento da Reforma Protestante no século XVI.

Assim, até hoje, não imaginamos aprender algo novo se não for através de uma obra literária -
ou um manual de instruções, mesmo com o avanço tecnológico a leitura ainda permanece como
fonte de conhecimento. Desse modo, a escola também deveria pensar na utilização desse material,
priorizando o livro como fator primordial da interação do aluno com o mundo. Durante a história da
educação, tivemos ideias revolucionárias que tomariam “corpo” sobre esse ponto, principalmente
com o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova na década de 30 - que repensou a educação
propondo uma escola para laica e para todos, ou como também, pode-se citar a iniciativa docente de
Paulo Freire -com letramentos construídos da vivência e realidade do aluno, ou seja, a educação no
Brasil desenvolveu-se a passos lentos, assim como o ensino da leitura. Mesmo sendo utilizada como
alicerce importante para a alfabetização e conhecimento de mundos, acabou-se tornando uma
prática automática, sem interpretações e sem imaginação perante o ensino básico, o que
caracterizou uma invalidade do ato de ler durante os anos de escolarização.
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Portanto, esse ensaio pretende refletir através das ideias de Regina Zilberman, Alfredo Bosi e
sobre como as escolas partem de um princípio de apresentação das leituras aos alunos ao longo do
período de escolarização e como essas leituras integram uma chamada consciência leitora de valor
literário - entre o canônico e não canônico, mas torna-se uma carga excessiva que não interagem
com a realidade da vivência dos alunos e acabam se transformando em apenas mais uma atividade
obrigatória. É determinante esse debate, pois, as construções sobre a leitura impactam diretamente a
formação do professor no ensino superior, na escolha profissional de discentes e docentes, no lazer,
etc; ou seja, são instâncias que movem grande parte dos interessados em literatura dentro e fora das
salas de aula.

Desenvolvimento
Experiência docente e como leitor:
O processo de leitura consiste na adaptação do leitor a um mecanismo literário que proporcione
prazer, interpretação de mundo e adrenalina. É dessa maneira que imaginamos uma leitura
agradável e inesquecível, ou várias releituras, porém, a prática docente - do professor de ensino de
literatura, requer atenção especial diante da adaptação do leitor e a compreensão da leitura por parte
dos alunos ali presentes.
relação que o leitor traga algo
o que está no texto é a realidade do texto? sentido de arbitrariedade
o ponto de vista que temos talvez tenha dificuldades de entender os segmentos, muitas vezes
achando que não é capaz de compreender, o que vai variar é o ponto de percepção, um contexto
diferente altera o ponto de vista do leitor, um pode perceber mais facilmente o que está visível e
outro com as “sombras” não consegue ou vice-versa
desenvolvimento do letramento
função do professor = mediador
teorias que colocam os leitores no centro da discussão, todas se voltam para a interpretação
qual o papel do ensino superior para os profissionais da educação/letras, diante do letramento?
comunidades interpretativas = comungam de valores comuns e partilham essas estratégias
o texto não é estável (FISH)
Aisthesis = autonomia do aluno/leitor

existe um letramento literário na educação básica que afasta o aluno da leitura para si (no processo
de escolarização) cobrança de leitura como conversão mental para o distanciamento.
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Dessa forma, a instituição deveria pensar a melhor forma de trabalhar com esse mecanismo e
os resultados que poderiam advir da atividade de leitura. Mas, em sua maioria, o que vemos em
grande parte das escolas brasileiras são o descaso com a leitura e os processos de recepção.

Assim sendo, a construção de uma educação emancipatória através dos livros ainda se baseia
em modelos tradicionais e canônicos de que a leitura só serve para o aprendizado de uma língua
(gramática), sem pensar que o ler e escrever é um processo constante de letramento e interpretações
de mundos.

Conclusão
como é feita essa ruptura?
Aisthesis = autonomia do aluno/leitor
espaço público x espaço íntimo da leitura??
não existe uma única interpretação possível
função do professor = mediador
Trabalho: pequeno ensaio no qual sejam estabelecidas articulações (reflexões, indagações,
problematização, proposições etc.) entre elementos do conteúdo do curso e a experiência da
prática docente do(a) aluno(a), caso seja professor(a) de literatura, ou entre elementos do
conteúdo do curso e a experiência de leitor(a) e de estudante de literatura, caso não seja.
Maiores orientações serão dadas durante o semestre.
Referências

ISER, "A interação do texto com o leitor"

JAUSS, "A Estética da Recepção. Considerações Gerais"

BOSI, "A interpretação da obra literária"

"Que literatura para o estudante do ensino médio"

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