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SEGURANÇA E SAÚDE NO
TRABALHO
10 soluções de alto impacto para o desenvolvimento de
empresas sustentáveis
Este cap tulo descreve, como uma historia, como transformamos uma
situaçao adversa em SST em oportunidades para repensar como
devemos direcionar esforços para mudar a perspectiva de SST,
encarando desa ios como oportunidades.
Ao inal deste cap tulo, voce estara em condiçoes de ser um agente de
mudança para que a SST faça parte da gestao da excelencia, alterando
rotulos ou preconceitos por oportunidades de melhoria para
demonstrar que a SST e uma parte consistente e vital do negocio.
Se conhecemos pessoas que perderam parte do seu corpo ou, pior
ainda, partiram para a eternidade por causa do trabalho, sao choques
que a organizaçao sente profundamente. No entanto, e a fam lia que
carrega o peso, porque e ilho ou ilha, irmao ou irma, pai ou mae de
fam lia, etc. Nao existe o tunel do tempo para voltar ao passado, entao
quase sempre nos resignamos a um: poderíamos ter evitado. Em uma
planta industrial, faz mais de 10 anos atras, tive que investigar um
acidente fatal de um pai de fam lia que deixou ilhos no orfanato e que,
6 meses antes, tinha retornado ao trabalho apos ser v tima de um
acidente incapacitante de 6 meses em que deslocou o quadril ao cair de
uma escada enquanto pintava um tanque. Quando as causas foram
investigadas, varias de iciencias foram encontradas no sistema de
gestao de SST, principalmente na gestao das competencias de SST e na
analise de risco das atividades rotineiras.
Alem das liçoes aprendidas em cada evento como o mencionado,
devemos nos perguntar: por que fazemos SST? Ha uma serie de
respostas ou desculpas como: porque a regulamentaçao local exige,
porque meus resultados sao medidos em parte pelo SST, porque quero
evitar problemas como multas ou indenizaçoes, etc. Isso nos leva a
repensar e re letir sobre a importancia da SST em nossas organizaçoes.
Se pensarmos que a obrigaçao leva a convicçao, estamos indo contra a
logica. E como ser forçado a ouvir musicas de um estilo musical que nao
e do seu agrado: voce nunca sera convencido de que deve ouvi-las. Ou
ainda, ler um livro porque voce precisa fazer uma tarefa nao e o mesmo
que ler um livro porque voce gosta de explorar o assunto. Tudo o que
leva a fazer o que devemos por convicçao e nao por obrigaçao fara com
que os processos luam porque sera feito por razoes muito poderosas e
nao punitivas.
Em uma das empresas onde atuei como gerente de SST, uma de minhas
funçoes era acompanhar os relatorios mensais de auditoria interna de
SST, com cada um dos Gerentes de Operaçoes de cada uma das 30 iliais.
Em 29 deles, os Gestores foram muito diligentes e tiveram o cuidado de
entregar o seu relatorio de gestao completo em tempo util. No entanto,
um dos gestores destacou-se pelos repetidos atrasos no envio dos
relatorios, por torna-los incompletos e permitir o acumulo de varias
observaçoes nao resolvidas. Preocupado e tambem chateado com a
situaçao, resolvi ir ve-lo para conversar com ele. Quando ele me
atendeu, depois de me cancelar algumas vezes, ele se atrasou, nao se
desculpou e nao disse ola.
— O que você quer? – Ele me disse enquanto olhava para o celular.
— Prazer em conhecê-lo, venho do escritório central para… – o
cumprimentei gentilmente.
— Não tenho muito tempo, vá direto ao ponto – Ele me interrompeu
inesperadamente, enquanto ainda olhava para o celular.
— Ouça – eu disse a ele – você e eu nunca nos falamos ao telefone ou
pessoalmente, então não sei por que você se comporta tão rudemente
comigo.
— E foi para isso que você veio? Para desperdiçar meu tempo? –
Respondeu-me.
Por dentro, meu sangue estava fervendo, mas eu sabia que nao deveria
cair em provocaçoes, entao me contive e mais uma vez falei com ele em
tom amavel:
— Acho que encontrei você em um momento ruim, você está muito
chateado, é melhor eu vir outro dia.
Ao que ele respondeu:
— Não estou chateado, estou sempre assim: claro e direto. Você já me fez
perder cerca de 3 minutos do meu precioso tempo, e faltam apenas 12
minutos para o im da reunião agendada, então aproveite ou não.
Naquele momento eu queria ir embora, mas pensei que se o izesse
perderia mais, entao escutei meu ego ferido e disse:
— Ok, vou direto ao ponto e o que tenho a dizer é curto e levará apenas
alguns minutos: Gostaria de saber por que você é o único dos 30 gerentes
de operações que não cumpre os prazos e estipulações dos relatórios
gerenciais mensais de SST?
— Calma – respondeu – a resposta está no que você acabou de dizer.
Agora sou o Gerente de Operações, não sou mais da SST. Então, agora
minhas métricas de gerenciamento são Footfall, Margem líquida, Taxa de
conversão, Ticket médio, Vendas por metro quadrado, Tempo de rejeição,
Churn Rate, não taxa de frequência ou gravidade, ações corretivas e tudo
isso, coisas burocráticas e inúteis de SST.
Desta vez, minha curiosidade me venceu e perguntei a ele:
— O que quis dizer quando disse “não sou mais de SST”?
E ele respondeu:
— "Bem, isso, eu não trabalho mais no departamento de SST, agora
trabalho no departamento de operações".
Surpreso, perguntei a ele:
— Você já trabalhou no departamento de SST antes?
Ele respondeu:
— Claro, mas isso foi há mais de 3 anos. Não sabia? Típico de alguém do
SST. Não se dão a tarefa de descobrir primeiro quem vão encontrar, não
enxergam além de seus narizes e desperdiçam seu tempo e o tempo dos
outros, 5 anos de "pseudoengenharia", 2 anos de mestrado, e para que?
Acabar como burocratas, colocando obstáculos no caminho de quem
realmente produz e gera renda para pagar seus salários, ou como polícia
de segurança e ir atrás dos funcionários dizendo: isso é proibido, isso é
obrigatório, que eles coloquem no capacete, ou implorar um orçamento
da alta administração, com a historinha de que "segurança não é um
gasto, é um investimento" e eles não sabem nem calcular o ROI9 dos
projetos de SST baseados no COK10 da empresa.
Em seguida, acrescentou:
— Ou eles também dão treinamento para funcionários adultos, usando
pedagogia e eles nem ouviram falar de andragogia, além disso, eles
colocam a maioria dos objetivos de seu treinamento com "sensibilização",
como se tivessem inventado um sensibilômetro de consciência para
descobrir qual nível de consciência ou sensibilidade que um funcionário
tem antes de ser forçado a participar de um treinamento de SST, ou como
sua consciência/sensibilidade aumentou uma hora depois de ver dezenas
de slides e ouvir termos semelhantes a incidente ou acidente, ou coisas
tão patéticas como explicar que risco é a combinação de probabilidade x
gravidade e dar como exemplo de risco levantar mais peso do que o
permitido: lombalgia ou lesões musculoesqueléticas, porque adoram
palavras di íceis, se sentirem pro issionais de verdade, usurpando as
habilidades de outras pro issões reais.
Ele acrescentou logo em seguida:
— Por exemplo, eles realizam campanhas de prevenção sem conhecer os
princípios do marketing, falando sobre leis, decretos, regulamentos e
resoluções, sem serem advogados, implementando a Segurança Baseada
em Comportamento sem conhecer heurísticas, vieses cognitivos e o
funcionamento de hábitos. Parecem mais astrólogos que falam coisas que
parecem cientí icas, mas são mitos, como acreditar que zero acidentes é
possível ou que a pirâmide de índices de acidentes de Heinrich/Bird tem
validade estatística. E, além disso, não estão atualizados, continuam
usando as técnicas e ferramentas que os prevencionistas do século 19
usaram para tentar resolver os problemas do século 21. Dá vontade de rir
quando os vejo com sua prancheta, com uma folha de papel e uma
caneta, fazendo inspeções de segurança e fazendo com que os
trabalhadores também preencham todos os tipos de listas de controle e
pedaços de papel, tendo no bolso um computador 1.000 vezes mais
poderoso do que todos os computadores que a NASA usou para colocar o
homem na Lua.
E a conversa terminou assim:
— E eu poderia passar a tarde inteira contando para vocês todas as
coisas que me motivaram a parar de praticar SST, mas os 12 minutos
acabaram e eu tenho que fazer um trabalho de verdade, que contribua
com coisas reais e tangíveis. Então agora você sabe por que não quero
perder tempo preenchendo relatórios burocráticos de SST. Não é nada
pessoal, acho você uma pessoa legal e até gostei de você, mas já perdi
muito tempo com a questão do SST e não quero mais desperdiçar. Com
licença, devo ir.
Sa daquele escritorio com o moral baixo, me senti como um boxeador
que foi encurralado contra as cordas e apanhou ate o nocaute sem
responder com um unico golpe. Embora eu tivesse algumas horas ate o
im do meu dia de trabalho naquela tarde, nao voltei ao meu escritorio.
Fui para casa muito desanimado. Comecei a anotar as coisas que ele me
disse que, segundo ele, descrevia os pro issionais de SST e quando me
lembrava de cada coisa, parecia um soco na cara. Quando terminei a
lista de coisas que ele me disse, comecei a descobrir na internet sobre
as duvidas que tinha.
Comecei por descobrir: o que e um COK e descobri que era o custo de
oportunidade de cada empresa e que e uma variavel para calcular o ROI
ou retorno sobre o investimento de um projeto. Vi que realmente era
minha culpa que a alta direçao da minha empresa considerasse a
segurança como uma despesa: fui eu, por apenas pedir orçamentos,
mas nao demonstrar com indicadores inanceiros que tinha realmente
um retorno e que, portanto, sim foi um investimento.
Entao perguntei sobre o que realmente signi icava conscientizar ou
sensibilizar, e por que nao e correto usa-lo como objetivo de um
treinamento em SST. Vi que os objetivos devem ser SMART: Espec icos,
Mensuraveis, Ating veis, Realistas e No Tempo (cuja de iniçao veremos
com mais detalhes no cap tulo 8). Acontece que a conscientizaçao ou
sensibilizaçao nao e mensuravel em um treinamento, e muito dif cil de
alcançar, nao e realista e leva muito tempo. Entao eu tive que repensar a
maioria das metas do meu programa anual de treinamento em SST.
Entao eu pesquisei o que era andragogia11 e acabei de descobrir o que
era a ciencia da educaçao de adultos. Naquela epoca, descobri que uma
universidade estava oferecendo um diploma em andragogia e que
começaria em uma semana. Me inscrevi e na primeira aula o professor
nos fez uma pergunta: Se você icasse doente, você iria ao pediatra? E
nossa resposta foi unanime: Não! E entao o professor nos disse: Então
por que você tenta ensinar um adulto usando a pedagogia, que é a ciência
da educação para crianças, baseada em como as crianças aprendem e
cujas teorias e pesquisas são baseadas em crianças? La pude identi icar
porque os funcionarios da minha empresa foram treinados e a SST
entrou por um ouvido e saiu pelo outro.
No dia seguinte, comecei a revisar algumas das matrizes de
identi icaçao de perigos de SST e avaliaçao e controle de riscos (no Peru
sao conhecidas como matrizes IPERC) e descobri que na parte sobre
riscos biomecanicos (ergonomico), foi indicado como "risco" para o
levantamento manual de cargas excessivas: lombalgia, hernia e outras
afecçoes musculoesqueleticas ou osteomusculares. Passei mais de 2
semanas corrigindo esses e outros erros semelhantes em todas as
matrizes.
Quando terminei as alteraçoes nas matrizes do IPERC, veri iquei alguns
slides que usei para a induçao do SST e descobri que tinha uma folha
com a Piramide de Kelsen, com a qual expliquei a hierarquia dos
diferentes instrumentos jur dicos que temos em SST. Eu tinha mais dois
com a lista de padroes, seus numeros, os anos em que foram publicados
e seus t tulos. Alem disso, notei a prevalencia de todos os termos legais
que usei naquele slide: artigos, deveres, proibiçoes, obrigaçoes,
sançoes, jurisprudencia, etc. Percebi que ele parecia mais um advogado
do que um engenheiro e, com essa induçao, que e a primeira impressao
que um trabalhador tem sobre SST em uma empresa, ele projetou a
imagem de que eramos uma especie de pol cia de prevençao. Dediquei
dois dias inteiros para melhorar essa apresentaçao, para que a
mensagem que o funcionario icasse como primeira impressao fosse
que a SST, mais do que um dever, era um direito, que nao representa um
onus, mas sim um benef cio.
Alguns meses depois, em março, um mes antes da celebraçao do dia
mundial de SST, comecei a pesquisar na Internet os princ pios de
marketing para aplicar as campanhas de SST, e descobri que essa parte
do marketing se chama endomarketing12, e que os princ pios que a
regem sao totalmente contrarios as campanhas que vi implementadas
durante muitos anos, pois a maioria dos cartazes e v deos que sao feitos
para promover a prevençao de acidentes ou doenças pro issionais
apelam mais ao medo de consequencias negativas. O endomarketing
mostrou que esse tipo de mensagem gera rejeiçao ou morbidade nos
funcionarios, enquanto se apelar as emoçoes que geram satisfaçao e
utilizar contextos positivos, o impacto e maior.
Ao inal da atualizaçao das induçoes, liderei um projeto de digitalizaçao
da documentaçao do sistema de gestao de SST atraves de um software
que estava vinculado a plataforma de gestao documental da empresa.
Quando apresentamos a proposta para a alta administraçao e eles
viram que calculamos que o ROI seria em menos de 1 ano, eles
aprovaram imediatamente o orçamento e nos mostraram como
exemplo para as demais areas de suporte.
Um ano apos a conversa com aquele gerente de operaçoes de que falei
no in cio, foi implementado um plano piloto em sua ilial, que consistia
no uso de Gami icaçao13 para que os trabalhadores vissem a SST de
uma forma mais agradavel. A estrategia foi premiada
internacionalmente como um case de sucesso e inovaçao e, por ser o
gerente da ilial onde o projeto começou, recebeu o reconhecimento da
Direçao Geral. Ele tirou uma foto da placa que lhe deram e me enviou
via WhatsApp junto com uma mensagem de voz em que dizia: Espero
que apareçam cada vez mais pro issionais de SST que a irmem sua
pro issão e possam dar sentido ao que fazem, que promovam prevenção
por convicção e não apenas por obrigação.
Muitas vezes, os pro issionais de SST sao percebidos de forma
preconceituosa como:
1. Paperwork-aholics ou burocrata por excelencia. Antes de gerar outro
documento, perguntemo-nos se e realmente necessario gera-lo, que
valor acrescentado dara ao sistema de gestao de SST e, se poss vel, se
pode ser fundido com um ja existente. No caso de registros, alem do
acima, e necessario avaliar sua frequencia de aplicaçao.
2. Consultores sem envolvimento ou que nao tenham responsabilidade
por nada, pois tudo e assumido pela operaçao. Em cada processo,
projeto ou iniciativa e importante de inir os papeis em um esquema
RASCI.
Figura 2: Esquema RASCI
Fonte: Baker, Dean (2009). Multi-Company Project Management: Maximizing Business Results
Through Strategic Collaboration.
Os passos a seguir para realizar uma linha de base SST sao detalhados
abaixo, de acordo com os elementos vistos no esquema descrito acima:
Conformidade: Para determinar o n vel de conformidade em SST,
os seguintes aspectos devem ser considerados:
No nível dos requisitos legais, pode-se tomar como referencia
uma lista de controle existente baseado em normas tecnicas
ou obrigatorias em n vel federal ou nacional, estadual e/ou
municipal, aplicaveis a organizaçao. Na sua ausencia, pode
preparar o seu proprio, onde se sugere a contrataçao de um
escritorio de advocacia especializado na identi icaçao e
avaliaçao da conformidade legal em SST.
Ao nível dos requisitos corporativos, pode ser tomada como
referencia uma lista de veri icaçao existente baseada nas
normas e especi icaçoes corporativas aplicaveis a
organizaçao. Na sua ausencia, pode-se preparar a partir dos
requisitos corporativos obrigatorios, onde se sugere entrar
em contato com o departamento de suporte global ou
centralizado da SST, sob abordagem tecnica.
Avaliação: Para determinar o n vel de risco existente na
organizaçao, os seguintes aspectos devem ser considerados:
A identi icaçao de perigos e a avaliaçao de riscos podem ser
realizadas por atividade, processo ou cargo na organizaçao, a
im de determinar quantos deles sao de n vel alto, medio ou
baixo, avaliando se as medidas de controle sao su icientes ou
nao para melhorar o n vel de risco.
A identi icaçao de ameaças que podem afetar os ativos da
organizaçao e a avaliaçao da vulnerabilidade, ou seja,
fragilidades que os ativos da organizaçao podem apresentar
em relaçao as ameaças identi icadas, dada sua localizaçao
geogra ica e exposiçao a desastres naturais. Recomenda-se a
contrataçao de consultores externos especializados em
determinar o n vel de risco, aplicando metodologias
reconhecidas quanto as ameaças identi icadas e seu n vel de
vulnerabilidade.
A identi icaçao de oportunidades para melhorar o
desempenho de SST vinculadas a mudanças planejadas na
organizaçao que tenham impacto em SST, açoes para eliminar
ou reduzir o n vel de risco, bem como o n vel de adaptaçao e
organizaçao do trabalho e seu ambiente aos funcionarios.
Uma analise SWOT (forças, fraquezas, oportunidades e
ameaças) tambem pode ser realizada para caracterizar o
funcionamento do sistema de gestao de SST, que pode ser
realizada internamente pela organizaçao, com base nas
evidencias existentes que corroboram as caracter sticas de
cada quadrante na analise.
Iniciativas corporativas: Se for uma organizaçao que opera
globalmente ou e multi-site, pode haver iniciativas espec icas
necessarias na organizaçao para estabelecer uma estrutura de
trabalho e melhoria cont nua, que deve ser mensuravel e relatavel
a matriz ou ao n vel corporativo global. Alguns exemplos em que
seu n vel de desempenho da soluçao e relatado: numero de
relatorios de atos ou condiçoes inseguras por funcionarios,
numero e criticidade das constataçoes de auditoria, numero de
iniciativas para melhoria cont nua em SST apresentadas, etc.
Treinamento: Um elemento chave do sistema de gestao de SST
na transferencia de conhecimento e desenvolvimento de
competencia e o treinamento, explicado no cap tulo cinco. O n vel
de cumprimento do programa de treinamento de SST pode ser
baseado nos treinamentos de habilidades realizados entre os
planejados, ou ainda, no numero de funcionarios que
compareceram ou aprovaram, em relaçao ao publico-alvo. Alem
disso, a e icacia do treinamento pode ser medida tanto no
aprendizado do conhecimento depois de ministrado, quanto no
seu cumprimento na pratica. Sera importante revisar se o
programa de treinamento em SST e projetado de forma a atender
as expectativas da gestao de SST.
Saúde e Higiene: Tomando como informaçao o monitoramento
de agentes f sicos, qu micos e biologicos, bem como de fatores de
risco ergonomicos e psicossociais, caso tenham sido realizados
anteriormente pelos gestores de SST, e importante veri icar se as
condiçoes de trabalho mudaram e se foram tomadas providencias
quanto ao que foi identi icado. Caso contrario, devem ser
realizadas, conforme exigido por norma legal ou societaria,
mapeando os processos e atividades nos quais os agentes ou
fatores de risco mencionados estao presentes. Recomenda-se que
sejam realizados por empresa especializada sob supervisao direta
de pro issional de SST, em coordenaçao previa com as areas de
trabalho onde sera realizado.
Alem disso, o diagnostico deve ter a caracterizaçao
sociodemogra ica dos empregados, bem como o resultado da
condiçao de saude de cada um, com base nos fatores de risco a que
estao expostos, por meio de exames medicos ocupacionais. A
con idencialidade dos casos deve ser preservada e deve ser
conduzida por um medico do trabalho. O resultado ao n vel das
patologias e preexistencias colocara a organizaçao num ponto de
partida para gerar o programa de saude ocupacional
correspondente.
Descobertas: Todas as informaçoes dispon veis sobre relatorios,
inspeçoes ou auditorias de SST, sejam realizadas internamente
com pro issionais competentes da organizaçao ou empresas de
consultoria especializadas, contribuirao para uma linha de base
mais espec ica em termos de:
Resultados de estudos especí icos de SST anteriores, tais como:
estudos de risco de incendio, segurança do processo,
exposiçao a agentes ou maquinas perigosas, projetos de
engenharia ou viabilidade com impacto em SST, etc.
Resultados das inspeções internas de SST: O resultado das
listas de veri icaçao ou registros implementados de
inspeçoes internas focadas em SST nas areas de trabalho ou
espec icas de materiais, ferramentas ou equipamentos.
Sejam aspectos positivos ou lacunas de conformidade, eles
ajudarao a determinar o status das condiçoes de trabalho da
organizaçao.
Resultados das auditorias de SST: Sejam auditorias internas
realizadas por pessoas competentes na organizaçao, ou
externas realizadas por empresas contratadas (como
unidades de veri icaçao ou consultores especializados), ou
em n vel corporativo global, elas nos darao como resultado as
boas praticas que foram implementadas, bem como
descobertas de n vel cr tico, maior ou menor que devem ser
abordadas como parte do Plano de SST que sera preparado
como resultado do desenvolvimento da linha de SST.
Data Histórica: Os antecedentes de anos anteriores permitem
recolher informaçao, analisa-la, interpreta-la e agir sobre ela.
Podemos encontra-lo nos seguintes elementos em termos de
quantidade, lacunas e causas:
Estatísticas e causalidades de acidentes e doenças
pro issionais.
Resultados de inspeções regulatórias ou agências
governamentais de SST.
Resultados de pesquisas sobre conhecimento ou percepção de
SST pelos funcionários da organização. Recomenda-se que
nao seja uma pesquisa com mais de 7 perguntas, que seja
respondida pelo maior numero poss vel de pessoas, e cujas
respostas permitam gerar facilmente um plano de açao.
Resultado dos indicadores de desempenho de SST, onde serao
obtidas informaçoes sobre quais indicadores de desempenho
estavam sendo monitorados e qual foi sua tendencia, bem
como identi icar a necessidade de implantaçao de novos
indicadores de desempenho de SST necessarios para focar os
esforços de melhoria na gestao de SST.
As consideraçoes para a preparaçao da linha de base SST sao as
seguintes:
Deve ser realizado por pro issionais com formaçao em SST, pois
devem ter conhecimento da legislaçao local aplicavel, avaliaçao de
riscos e sistemas de gestao de SST.
Os dados e informaçoes da organizaçao devem ser coletados,
conforme descrito nos elementos que compoem a linha de base
de SST, analisando os documentos existentes no sistema de gestao
de SST.
Deve contar com a participaçao dos funcionarios, pois a partir de
suas entrevistas obtem-se informaçoes sobre o que esta
acontecendo em SST dentro da organizaçao.
Considerar na linha de base de SST, tanto o empregador ou
empregador principal quanto os contratados e subcontratados
que realizam atividades dentro das instalaçoes da organizaçao, a
im de alinha-los no Plano de SST que sera elaborado como
resultado deste diagnostico.
O relatorio contendo os elementos da linha de base SST descritos
acima deve ser elaborado e apresentado a alta administraçao,
bem como comunicado aos funcionarios da organizaçao. Para
comunicaçao, pode ser utilizada a sessao da CIPA e,
posteriormente, de forma mais resumida, a sessao de analise da
gestao.
Alem dos elementos da linha de base SST, voce deve ter as
seguintes informaçoes:
Data e per odo em que foi realizado.
Pro issionais responsaveis pelo diagnostico.
Identi icaçao da empresa e descriçao das atividades nela
exercidas, incluindo o ramo de atividade.
Fontes de informaçao ou evidencias coletadas.
Analise de informaçoes.
Conclusoes: aspectos positivos e lacunas em relaçao aos
aspectos analisados. Se poss vel, use dados numericos
conclusivos.
Recomendaçoes: proximos passos para direcionar o plano de
açao. Recomendaçoes gerais devem ser evitadas, portanto,
devem ser espec icas e baseadas no que foi identi icado no
diagnostico.
Uma boa referencia ou guia para a elaboraçao de parte da linha de
base de SST pode ser encontrada no Anexo 3 da Resoluçao
Ministerial nº 050-2013-TR Aprovar os Formatos Referenciais que
contemplam as informações mínimas que devem conter os registros
obrigatórios do Sistema de Gestão de Segurança e Saúde no
Trabalho, que faz parte da regulamentação peruana emitida pelo
Ministério do Trabalho e Promoção do Emprego.
A linha de base SST permite que a organizaçao:
Estabeleça a situaçao inicial ou capture a fotogra ia do momento e
do cenario em que o sistema de gestao de SST esta implementado.
Estabelecer um ponto de comparaçao para que as avaliaçoes
subsequentes possam determinar o progresso do sistema de
gestao e o alcance dos objetivos de SST.
Estabelecer um solido sistema de gestao de SST adaptado a
organizaçao, que permita atingir os objetivos de SST.
Sendo documentado e abrangente, deve ser um documento de
suporte para facilitar a tomada de decisao sobre a gestao da SST
na adoçao de medidas preventivas e avaliar a melhoria cont nua
do sistema de gestao da SST.
Prestar suporte como elemento de gestao na reduçao de perdas,
auxiliando tambem na melhoria da produtividade das
organizaçoes.
Determinar as necessidades e prioridades da organizaçao em SST,
que devem ser abordadas, re letidas no Plano de SST da empresa.
Este Plano SST pode ser uni icado, embora preferencialmente seja
estabelecido pela sede da empresa.
Com base no que foi explicado acima, sugere-se tomar medidas sobre o
seguinte:
Realizar um diagnostico ou linha de base de SST com base nos
elementos descritos.
Desa iar e atualizar o Plano SST, onde estao inclu das todas as
atividades regulatorias de SST que devem ser cumpridas na
organizaçao.
Atualizar periodicamente as analises de risco para determinar o
n vel de risco das atividades e processos aos quais os trabalhos
correspondentes estao expostos.
Comunicar o resultado do diagnostico ou linha de base de SST aos
funcionarios envolvidos para que conheçam a situaçao de SST na
organizaçao e como podem contribuir para melhora-la, bem como
a alta administraçao para facilitar a tomada de decisoes sobre as
necessidades, prioridades e recursos para a gestao da SST. A
prioridade sera, evidentemente, a mitigaçao dos riscos de n vel
alto e medio, e tambem no que signi ica quick-wins, ou seja,
ganhos rapidos aplicando a economia de esforço.
Manter os registros do sistema de gestao de SST em condiçoes
seguras de backup para facilitar o desenvolvimento da linha de
base de SST, bem como futuros diagnosticos de SST realizados na
organizaçao.
Desenvolver um programa anual de SST, com base no resultado do
diagnostico ou linha de base de SST.
Planejar os recursos necessarios ( inanceiros, humanos, entre
outros) para elaborar o orçamento e plano de investimentos para
mitigar os riscos de SST na organizaçao.
Resumindo o que foi visto até agora:
O in cio da implantaçao de taticas ou açoes para alcançar um
excelente sistema de gestao de SST e o diagnostico ou linha de
base da gestao de SST.
A linha de base SST e a analise da situaçao da organizaçao em
tudo relacionado a segurança e saude no trabalho, que visa
comparar a situaçao atual com relaçao aos elementos que a
compoem, com base em regulamentaçoes legais de alguns pa ses,
normas internacionais e experiencia pessoal: conformidade,
avaliaçao, iniciativas corporativas, treinamento, saude e higiene,
descobertas e dados historicos.
Para a elaboraçao da linha de base de SST, deve ser considerado o
seu desenvolvimento por pro issionais com formaçao em SST,
compilando dados e informaçoes de acordo com os elementos
descritos acima, com a participaçao dos funcionarios e
comunicaçao, bem como da gestao de topo e incluindo
contratados e subcontratados.
A linha de base de SST permite que a organizaçao estabeleça a
situaçao inicial do sistema de gestao de SST, bem como um ponto
de comparaçao para avaliaçoes subsequentes, e desenvolva um
sistema de gestao de SST solido e adaptado a organizaçao, o que
permitira que os objetivos de SST sejam alcançados.
A linha de base de SST, sendo documentada e abrangente, deve
ser um documento de suporte para facilitar a tomada de decisoes
sobre a gestao de SST e avaliar sua melhoria cont nua. Isso
permitira que seja um suporte na reduçao de perdas e na
melhoria da produtividade, determinando as necessidades e
prioridades da organizaçao em SST, a serem re letidas no Plano de
SST.
Podemos agir em relaçao ao desenvolvimento da linha de base de
SST, desa iando o Plano de SST, bem como atualizando
periodicamente as analises de risco de SST. E importante manter
os registros do sistema de gestao de SST em condiçoes seguras de
armazenamento que facilitem a preparaçao da linha de base de
SST.
Como resultado da linha de base de SST, deve-se entao
desenvolver um programa anual de SST, levando em consideraçao
o planejamento dos recursos necessarios para elaborar o
orçamento e o plano de investimentos para mitigar os riscos de
SST na organizaçao.
Agora que ja abordamos a soluçao baseada na linha de base de SST
como ponto de partida, onde vimos como estabelecer uma linha de
base ou diagnostico de SST para determinar as prioridades necessarias
que levam a uma gestao de excelencia em SST; voce esta pronto para ir
para a soluçao baseada na gestao de competencias de SST, que descreve
a importancia das competencias relacionadas a SST para alcançar uma
maneira de trabalhar melhor, mais segura, mais saudavel e mais feliz,
bem como a entrega de melhores resultados em termos de
produtividade e e iciencia, caracter sticas inerentes as empresas
sustentaveis.
Sergio Valencia Krauss
Fonte: Adaptaçao de Sipan, R. & Valencia, S. (2012). Modelo de gestao para o desenvolvimento
cont nuo do potencial humano baseado em competencias para empresas de emulsao e
derivados no Peru – Caso: EDESAC
Neste caso, o resultado indica que a execuçao deste projeto criara valor
de USD 9.937 para a organizaçao, em comparaçao com a opçao de nao
realizar nenhum projeto que mitigue o risco de um terremoto
relevante.
Vale ressaltar neste ponto que devido a restriçao de recursos
inanceiros dispon veis para uma empresa, projetos com VPL maior
devem ser executados, nao sendo viavel que todos aqueles com VPL
positivo possam ser executados. Se houvesse um projeto C, com os
mesmos efeitos, mas com custo total inferior a USD 18.000, o projeto A
nao seria conveniente, mas o projeto C.
Observe, inalmente, que o projeto A tem um VPL acumulado de USD
-5.818 no inal do primeiro ano (USD -12.000 + USD 6.182), e no inal
do segundo ano torna-se muito proximo de zero (USD 74). Podemos
entao estabelecer que o payback deste projeto e de praticamente 2
anos, quando os efeitos positivos do projeto cobrem ou compensam os
custos envolvidos ate aquele momento. Se tivessemos 2 projetos
diferentes que oferecem a mesma VPL, mas com paybacks diferentes, o
escolhido seria aquele que levasse o menor tempo para recuperar o
investimento realizado.
Avaliação de projetos de SST
Em muitas organizaçoes, os projetos de SST sao frequentemente vistos
pela alta administraçao como uma despesa necessária para cumprir as
regulamentaçoes impostas pelos orgaos reguladores, ao inves de
considera-los como investimentos que geram valor. Financeiramente
falando, uma despesa tem impacto apenas no per odo em que e
incorrida e, portanto, nao tem impacto no futuro. Por outro lado, um
investimento representa um desembolso que tera impacto a longo
prazo, seja aumentando ou diminuindo os luxos l quidos gerados pela
organizaçao.
Na medida em que os projetos, atividades ou iniciativas de SST
continuem sendo vistos como a execuçao obrigatoria de despesas em
vez de serem vistos como um investimento valioso para a organizaçao,
as decisoes sobre sua implementaçao continuarao sendo baseadas na
execuçao do m nimo custo poss vel. Esta e claramente uma visao
limitada e m ope do impacto que a SST tem nas organizaçoes.
Outro problema enfrentado pelos projetos, atividades ou iniciativas de
SST e que geralmente nao estao vinculados a aumentar o luxo de caixa
de uma empresa, mas sim a mitigar um risco com potencial impacto e,
consequentemente, evitar um maior desembolso no caso de um evento
que cause isso. Isso torna os benef cios da SST menos vis veis e claros
para alguns tomadores de decisao. No entanto, em ambos os casos, o
importante e o efeito l quido que a iniciativa tem no luxo de caixa da
organizaçao, como vimos anteriormente.
Assim, algumas das chaves ao apresentar um projeto, atividade ou
iniciativa de SST aos tomadores de decisao para sua aprovaçao sao:
Identi icar e quanti icar claramente todos os custos de
implementaçao de um projeto ou açoes preventivas em termos de
gestao de SST. Estes representam as sa das de dinheiro na
execuçao e operaçao deles, como a aquisiçao de novos elementos
de segurança, a melhoria das instalaçoes, os custos relacionados
com a formaçao dos funcionarios, implementaçao dos controlos
de risco existentes, aumento dos custos de manutençao ou
operaçao, entre outros.
Identi icar todos os riscos que serao mitigados pela execuçao do
projeto ou orçamento do ano corrente. Com isso, avalie a
magnitude do impacto no luxo de caixa caso o risco se concretize
e o projeto nao seja implementado. Esses numeros representam
as economias potenciais (entrada l quida de dinheiro) que seriam
alcançadas com a execuçao do projeto. Este ponto e
especialmente cr tico: uma iniciativa SST tera maior
probabilidade de ser aprovada, na medida em que seus benef cios
sejam expostos de forma mais clara.
Manter um equil brio entre as metas de SST e os custos
associados. Ter baixos n veis de proteçao em relaçao a SST sera
claramente prejudicial para a organizaçao; da mesma forma,
buscar a perfeiçao nos controles de proteçao de SST seria
extremamente caro. O objetivo e gerenciar o custo total da gestao
de SST para que os riscos sejam mitigados de forma satisfatoria e
e iciente.
Figura 8: Decisão de custo-bene ício em SST
Pesquisa de
percepçao de DuPont® 24
segurança do DSS
Rede de
Pesquisadores
Questionario
Nordicos de
Nordico de Clima
Segurança
de Segurança 50
Ocupacional com o
Ocupacional
apoio inanceiro do
NOSACQ:50
Conselho de
Ministros Nordico
Fonte: Elaboraçao propria.
Fonte: https://prevencontrol.com/prevenblog/claves-de-la-construccion-de-la-cultura-de-
seguridad-en-la-empresa/
Modelo ICSI
Este e um dos mais faceis de interpretar, porem, sua propriedade
intelectual tambem pertence ao ICSI.
Figura 12: Modelo do Instituto para uma Cultura de Segurança
Industrial
Fonte: https://www.icsi-eu.org/es/revista/tipos-cultura-seguridad
A Escada de Parker
Este, ao contrario dos demais, possui 5 n veis em vez de 4, o que
di iculta a comparaçao com os demais. No entanto, nao e restrito por
direitos autorais.
Figura 13: Modelo da Escada de Parker
Fonte: https://www.prlinnovacion.com/lo-importante-es-medir-5-modelos-para-conocer-
nuestro-nivel-de-cultura-preventiva/
Alem do esquema a ser aplicado, ou de algum serviço de consultoria
especializado em programas de segurança baseados em
comportamento a ser aplicado, isso nao e su iciente para que a
transformaçao cultural se torne realidade, pois a organizaçao precisa se
apropriar dessa mudança, ou seja, nao pode ser algo delegavel.
Por esse motivo, e fundamental estabelecer uma estrategia ou roteiro
solido para promover essa mudança, conforme discutido no cap tulo
tres. É essencial que os gestores de SST tenham experimentado uma
mudança cultural, pois, caso contrário, não serão capazes de gerá-
la. Tambem e necessario entender o n vel de cultura em que a
organizaçao esta inserida, levando tambem em consideraçao a cultura
ao n vel do pa s ou regiao onde a empresa esta inserida. Deve ser
lembrado que o desenvolvimento de habilidades de liderança na gestao
de SST e a primeira pedra na construçao de uma estrategia solida,
conforme visto no cap tulo primeiro.
Dito isso, e dependendo de sua complexidade, uma mudança real na
cultura de segurança da organizaçao pode levar varios anos. E um erro
querer primeiro trabalhar em uma cultura de excelencia em SST sem
antes ter desenvolvido efetivamente um plano de trabalho baseado na
linha de base de SST, conforme discutido no Cap tulo quatro. Da mesma
forma, e pretensioso buscar um n vel de excelencia em cultura de SST
(seja interdependente ou generativo) se nao se desvincular sequer da
cultura reativa. Toda evoluçao consistente avança progressivamente.
Identi icar quais ou quais são os males que estão afetando a
cultura de segurança
Os instrumentos de diagnostico da cultura de segurança sao
constitu dos pelas chamadas dimensoes, que permitem a analise das
diferentes variaveis que con iguram a cultura de segurança. A maioria
dos instrumentos tem as mesmas dimensoes, embora sejam chamados
por nomes diferentes, por exemplo: O que o ICSI chama de Liderança
Gerencial, o NOSACQ:50 o divide em 2 e os denomina:
comprometimento gerencial e envolvimento gerencial. As outras 5
dimensoes do NOSACQ:50 sao:
Tratamento justo.
Compromisso coletivo.
Conscientizaçao do risco.
Aprendizagem coletiva.
Con iança na prevençao.
Assim, um bom diagnostico nos permitira saber quais sao as doenças
que a cultura de segurança na organizaçao sofre, indicando as lacunas
em cada dimensao.
Figura 14: Dimensões da cultura de segurança
Fonte: https://www.redalyc.org/journal/290/29063446043/html/
A visao zero nas organizaçoes ganha força com base na premissa de que
o unico numero aceitavel de mortes ou ferimentos graves e zero. A sua
adoçao nas organizaçoes tem impacto nos seus stakeholders, fazendo
com que se re lita no cumprimento de objetivos de longo prazo e
contribua para o desenvolvimento das regioes e pa ses onde atua.
Principalmente, dependendo do ramo de negocio da empresa, bem
como da sua localizaçao geogra ica, havera uma maior enfase ou
preocupaçao no desenvolvimento de um ou outro ODS pelos
stakeholders ou grupos de interesse representados na igura 17. A
partir da , deve ser desenvolvida uma estrategia que desdobre um
plano de trabalho consistente com os objetivos corporativos.
Como parte deste cap tulo, focalizaremos as experiencias relacionadas
as praticas trabalhistas e especi icamente aquelas vinculadas a SST.
Saude e segurança engloba todas as condiçoes e fatores que podem
afetar o bem-estar das pessoas no ambiente de trabalho, incluindo
funcionarios, contratados, visitantes, entre outros. Portanto, e
fundamental ter uma estrategia que nao apenas ajude a prevenir lesoes
e doenças, mas tambem garanta o bem-estar de todas as pessoas e suas
fam lias. Ter uma gestao de excelencia em SST pode tornar-se um fator
de competitividade e sustentabilidade, de forma a permitir a
diferenciaçao face a outras empresas.
Figura 17: Grupos de Interesse
Sua perspectiva sobre a SST e que e um meio pelo qual a vida das
pessoas, suas fam lias e seu entorno imediato pode ser impactado,
dando-nos a possibilidade de transmitir uma mensagem de
autocuidado, melhoria cont nua e conquistas em n vel pessoal e
empresarial atraves da excelencia, gerando uma reputaçao favoravel as
organizaçoes para uma sociedade mais civilizada em um mundo
melhor. Por meio desta publicaçao, onde articulou a colaboraçao de
grandes pro issionais e seres humanos da America Latina, e
apresentada uma poderosa mensagem para a gestao da excelencia em
SST por meio de soluçoes que proporcionem o desenvolvimento
sustentavel.
SVK tem oferecido conferencias presenciais e virtuais para
pro issionais de diferentes pa ses do mundo sobre questoes de EHS&S,
com uma autentica vocaçao de ensinar para ajudar os outros, explicar e
aplicar soluçoes e icazes para pro issionais de EHS&S nas organizaçoes.
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BIBLIOGRAFIA
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nosso n vel de cultura preventiva. O modelo de Parker.
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19. Organizaçao Internacional do Trabalho (OIT). (2022). Promover o
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20. Porter, M. (1980). Competitive Strategy. Techniques for Analyzing
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21. Resoluçao Ministerial N° 050-2013-TR Aprovar os Formatos de
Referencia que contemplem as informaçoes m nimas que devem
constar nos registros obrigatorios do Sistema de Gestao de
Segurança e Saude Ocupacional. Anexo 3. 2013. (Peru)
22. Revista Venezuelana de Administraçao, vol. 2 (2019).
Universidade de Zulia. III Encontro Internacional de
Pesquisadores e Estudantes do REOALCeI e os Objetivos de
Desenvolvimento Sustentavel (ODS): Um compromisso de todos
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26. Sevilhano Garcia, M.L. (2009). Competencias para o uso de
ferramentas virtuais na vida, no trabalho e na formaçao
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27. Sipan, R. & Valencia, S. (2012). Modelo de gestao para o
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28. Vargas, M.R. (2008). Projeto de curr culo baseado em
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Engenharia. Anfei, 88.
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29. Zohar, D. (1980). Safety climate in industrial organizations:
theoretical and applied implications. Journal of Applied
Psychology, vol. 65, n. 1, pp. 96-102.
Seja um gestor de excelência em Segurança e Saúde no Trabalho
© Sergio Valencia Krauss
2023
Notas de Rodape
[←1]
Relacionado com a lenda do beija- lor, contada no cap tulo Por que
escrevi este livro?
[←2]
VUCA signi ica em ingles volatilidade, incerteza, complexidade e
ambiguidade, que e usado para de inir o cenario que enfrentamos
no mundo.
[←3]
O autor refere-se a Santiago Palanques Fores, que conheceu no
Peru, e Josue Vazquez Gonzalez, no Mexico, a quem quis dedicar
algumas linhas como agradecimento por sua liderança e
comprometimento, bem como pela importancia em sua carreira
pro issional.
[←4]
Mesmo no mundo dos quadrinhos, evoluiu de indiv duos como
Superman ou Homem de Ferro para grupos como a Liga da Justiça
ou os Vingadores. A produtora Marvel anunciou recentemente que,
quando o Vingador 5 for lançado, havera mais de 50 super-herois
reunidos em 8 grupos. Esta mensagem subliminar parece muito
importante para crianças e jovens: para atingir objetivos
importantes, e necessario trabalho em equipe.
[←5]
Peter Senge: professor do MIT e autor de The Fifth Discipline, The
Fifth Discipline in Practice e The Dance of Change. Fred Kofman:
Executive Coach, com uma serie de publicaçoes sobre liderança e
gestao, escreveu com P. Senge “Metamanagement” (1993).
Communities of Commitment: The Heart of Learning Organizations.
[←6]
Viktor Frankl: neurologista, psiquiatra e ilosofo e autor de varios
livros. Criador de logoterapia e analise existencial. Ele sobreviveu
de 1942 a 1945 em varios campos de concentraçao nazistas. A
partir dessa experiencia, ele escreveu o livro Best Seller “Man’s
Search of Meaning” (1946).
[←7]
Pergunta retirada do livro "Liderança" (2011) de Jim Selman:
psicologo, ilosofo, coach, consultor e autor de varios livros.
[←8]
Larry King disse isso em seu programa autointitulado da CNN
Larry King Live, que foi ao ar de 1985 a 2010.
[←9]
O termo ROI e a sigla para a expressao inglesa «Return on
Investment», em portugues, Retorno Sobre o Investimento. Por
meio desse indicador inanceiro, e poss vel saber quanto dinheiro
a empresa esta ganhando (ou perdendo) com cada investimento
realizado.
[←10]
O custo de oportunidade do capital tambem e conhecido como
“Taxa de Desconto” ou “Taxa M nima de Retorno ou Juros”. Em
outras palavras, e o custo que voce tem por nao investir seu
dinheiro na oportunidade que lhe e apresentada atualmente, ou os
juros que voce teria ganho se tivesse investido na melhor opçao ou
negocio alternativo.
[←11]
Malcolm Knowles (1913-1997) e considerado o pai da educaçao de
adultos. Ele introduziu a teoria da Andragogia como a arte e a
ciencia de ajudar os adultos a aprender. Ele acreditava que os
adultos precisam ser participantes ativos em sua propria
aprendizagem. Knowles argumentou que os adultos aprendem de
forma diferente das crianças e que os treinadores em seu papel de
facilitadores da aprendizagem devem usar um processo diferente
para facilitar a aprendizagem. Em sua obra A Pratica Moderna da
Educaçao de Adultos: Andragogia contra Pedagogia de 1970, ele
apresentou seu Modelo Andragogico.
[←12]
O endomarketing signi ica implementar estrategias de vendas
entre os proprios funcionarios. Tambem e chamado de
endomarketing e engloba o conjunto de iniciativas que visam
promover o comprometimento e envolvimento dos trabalhadores
na empresa.
[←13]
Gami icaçao e o uso de elementos do jogo como competiçao,
cooperaçao, n veis, rankings e outros em contextos de nao-jogos
para torna-los mais agradavel e mudar a percepçao das pessoas
sobre aquela atividade, mudando assim seu comportamento.
[←14]
Michael Porter e um academico americano conhecido por suas
teorias em economia, estrategia de negocios e causas sociais. Ele e
o autor do livro “Competitive Strategy”. 1980.
[←15]
Chiavenato, I. (2007). Administraçao de Recursos Humanos O
Capital Humano das Organizaçoes. McGraw Hill, 8va ediçao.
[←16]
Sevilhano Garcia, M.L. (2009). Competencias para o uso de
ferramentas virtuais na vida, no trabalho e na formaçao
permanente. Madri: Pearson, Prentice Hall.
[←17]
Lev -Orta, Ramos-Mendez (Revista de Educacion, 362, 2013):
Componentes das competencias nos novos graus de algumas
universidades espanholas. Link:
https://www.educacionyfp.gob.es/dam/jcr:1f886e15-27b7-44b3-
9a5a-7bf7680a80a5/re36223-pdf.pdf
[←18]
Instituto Nacional de Segurança, Saude e Bem-Estar no Trabalho.
NTP Competencias, Talento e Condiçoes de Trabalho No.1.121.
2018. (Espanha)
[←19]
O ICSI e o Instituto para uma Cultura de Segurança Industrial, uma
associaçao sem ins lucrativos criada desde 2003 e que reune os
diferentes atores da segurança industrial: industrias expostas a
riscos, sindicatos, autoridades locais, centros de pesquisa,
universidades e grandes escolas, institutos e associaçoes
especializados. Para maior informaçao: https://www.icsi-
eu.org/en/safety-culture
[←20]
Zohar, Dov, 1980, “Safety climate in industrial organizations:
theoretical and applied implications”, Journal of Applied
Psychology, vol. 65, num. 1, pp. 96-102.
[←21]
Em 25 de setembro de 2015, os l deres mundiais adotaram um
conjunto de metas globais para erradicar a pobreza, proteger o
planeta e garantir a prosperidade para todos como parte de uma
nova agenda de desenvolvimento sustentavel. Cada meta tem
metas espec icas a serem alcançadas nos proximos 15 anos. Por
meio desses 17 ODS com seus 169 objetivos e 231 indicadores, os
Estados membros das Naçoes Unidas expressaram com irmeza
que essa agenda e universal e profundamente transformadora.
Com essa agenda, velhos paradigmas sao deixados para tras onde
alguns pa ses doam enquanto outros recebem ajuda condicional.
Esta agenda tambem procura expressar o princ pio de
responsabilidades comuns mas diferenciadas e construir uma
verdadeira parceria para o desenvolvimento onde todos os pa ses
participem.
https://www.un.org/sustainabledevelopment/es/objetivos-de-
desarrollo-sostenible/
[←22]
Organizaçao Internacional do Trabalho (OIT). (2022). Promover o
dialogo social para uma cultura de segurança e saude. Liçoes
aprendidas com o COVID-19. Relatorio para o Dia Mundial da
Segurança e Saude no Trabalho. pag. 7.
https://www.ilo.org/wcmsp5/groups/public/---ed_protect/---
protrav/---safework/documents/publication/wcms_842509.pdf