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CAPILARIDADE E TENSÕES

INDUZIDAS
Disciplina: Mecânica dos Solos II
Curso: 6º Período de Engenharia Civil
Capilaridade

 Os espaços vazios contínuos no solo podem se comportar


como feixes de tubos capilares de seção transversal variável;

 Ascensão da água acima do nível freático do terreno, através


dos espaços intersticiais do solo, em um movimento
contrário à gravidade.
Teoria do Tubo Capilar
A altura de ascensão da água no tubo capilar pode ser obtida somando-se as forças na
direção vertical

Onde:
P = peso da coluna d’água;
F = força de ascensão capilar;
T = tensão superficial da água por
unidade de linha de contato entre água
e o tubo (≅0,0764 g/cm para água
pura e vidro limpo);
hc = altura de ascensão capilar;
d = diâmetro do tubo;
γw = peso específico da água;
α= ângulo de contato (No caso de água
e vidro limpo este ângulo é zero).
Teoria do Tubo Capilar
 Assim, quanto menor for o
diâmetro do tubo capilar, maior
será a ascensão capilar;

 Embora o conceito de ascensão


capilar demonstrado para um tubo
ideal possa ser aplicado aos solos,
deve-se ter em mente que os tubos
capilares formados nos solos em
razão da continuidade dos vazios
tem seções transversais variáveis.

Altura de ascensão capilar em função


do diâmetro do tubo
Capilaridade

Os resultados de não-
uniformidade na ascensão
capilar podem ser visos na
figura. O grau de saturação é
de 100% a uma altura h2.
Além da altura h2, a água pode
ocupar apenas os vazios
menores, portanto, o grau de
saturação é menor que 100%.

Variação do grau de saturação em uma coluna de


solo arenoso.
Capilaridade

• Em solos arenosos é comum a ascensão capilar atingir alturas da ordem de 30 cm a 50 cm.


• Segundo Souza Pinto (2003), a altura de ascensão capilar máxima é de poucos centímetros
para pedregulhos, 1 a 2 m para areias, 3 a 4 metros para os siltes e dezenas de metros para
as argilas.
Fórmulas Empíricas
Fórmulas Empíricas
Fórmulas Empíricas
Capilaridade
• As pressões devido
à capilaridade são
sempre negativas,
induzem um efeito
de sucção e um
aumento das
tensões efetivas nos
solos
Tensões induzidas pela Capilaridade

 A poropressão u em um ponto em uma camada de solo


totalmente saturado pela ascensão capilar é igual a:

 Se a saturação parcial é causada pela ação capilar, ela pode ser


aproximada por:
Tensões Induzidas pela Capilaridade
Tensões Induzidas pela Capilaridade
Tensões Induzidas pela Percolação
de Água no Solo
Tensões Induzidas pela Percolação

Condição estática (sem fluxo):

 A figura a seguir mostra um solo saturado sem percolação de


água em nenhuma direção. A tensão total pode ser obtida a
partir do peso específico saturado do solo e do peso
específico da água acima dele:
Tensões Induzidas pela Percolação
Tensões Induzidas pela Percolação

Fluxo Ascendente:

 Se há percolação de água, a tensão efetiva em qualquer ponto


em uma massa de solo será diferente daquela do caso
estático;

 A tensão efetiva aumentará ou diminuirá, dependendo da


direção de percolação.
Tensões Induzidas pela Percolação
Tensões Induzidas pela Percolação
Forças de Percolação e Ruptura
Hidráulica

 É a Força de arraste hidráulico das partículas do solo na direção do fluxo

Força de percolação por unidade de volume

 É uma força que atua nas partículas, tendendo a carregá-las. Só não o faz porque o
peso das partículas a ela se contrapõe, ou porque o solo é contido por outras forças
externas.

 Ruptura Hidráulica dos solos: perda da resistência e da estabilidade de uma massa de


solo por efeito das forças de percolação.
Forças de Percolação e Ruptura
Hidráulica
Forças de Percolação e Ruptura
Hidráulica
Ruptura Hidráulica por Piping
Exemplo de Ruptura de Barragem por
Piping
Barragem de Teton (EUA):

 Barragem de terra e enrocamento com 93m de altura e 975m de


extensão;
 Entrada em operação em 1975
 Maciço rochoso muito fraturado
 Tratamento de fundação por meio de trincheira de vedação e cortina
simples de injeção sob o núcleo da barragem
 Barragem sem instrumentação (apenas medidores de vazão)
 Ruptura durante o enchimento rápido do reservatório
 11 vítimas fatais
Exemplo de Ruptura de Barragem por
Piping
Exemplo de Ruptura de Barragem por
Piping
Exemplo de Ruptura de Barragem por
Piping
Exemplo de Ruptura de Barragem por
Piping
Exemplo de Ruptura de Barragem por
Piping
Considere o esquema
representado na Figura. Para os
pontos A, B e C determine a
altura geométrica, a altura
piezométrica, a carga total e as
respectivas tensões totais,
tensões efetivas e poropressões.
Para o solo, determine também
o gradiente hidráulico, a força
de percolação, a vazão e a
velocidade de percolação. Pode
ocorrer ruptura hidráulica?
Exercício
 A Figura seguinte representa uma cortina impermeável
com 100 m de extensão e a rede de percolação que
descreve o movimento da água no terreno. O nível de
água de jusante pode variar entre uma cota máxima de
30,0 m e uma cota mínima de 22,0 m. Para o solo
permeável, adotar  = 19,0 kN/m3 e K = 1,0 x 10-6 m/s.
Pede-se:

 Para a situação do nível de água a jusante que considere


mais desfavorável (justificar), determinar a máxima cota do
nível de água a montante de tal modo que se tenha um
fator de segurança relativamente ao "piping" ou erosão
interna igual a 3,0.
Exercício
Exercício
Determine o fator de
segurança contra
levantamento no lado
jusante da estrutura
de cortina de estacas-
prancha. Assuma γsat
= 21 KN/m³
Exercício
A figura abaixo mostra a rede de fluxo para a água de percolação ao redor de
uma barragem de concreto.
• Calcule as tensões efetivas nos pontos A e B
• Calcule o fator de segurança contra a ruptura hidráulica a jusante, dado que
γsat para a camada permeável é de 21,5 KN/m³.

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