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ESCOLA DE LÍDERES

Boletim mensal de estudo para Pastor, Coordenador e Líder de PG


Agosto | 2018

CORRIJA AS ARESTAS
USE AS FRENTES MISSIONÁRIAS
“Ação sem oração
é arrogância, mas
oração sem ação é
hipocrisia.”
Huston

A
oração é a principal pulmão do trabalho que man- caráter beneficente que se
força motora de uma tém a oxigenação da vida espi- assemelha mais ao de Jesus.
campanha evange- ritual dos trabalhadores na vi- Russel Burril sublinha: nada
lística. Sem ela, o fracasso é nha. Ellen White, enfatizando a pode ser realizado pelo esfor-
certo. Como observa Vicente importância da oração no tra- ço humano sem oração. Toda
Cheung, “uma vez que Deus balho evangelístico, diz que os ação evangelística deve estar
nos ordena a orar, a negligên- ministros devem tomar tempo firmada pela vida de oração
cia na oração é pecaminosa.” para orar por eles mesmos e individual dos membros en-
A razão disso é que o trabalho pelo povo de Deus, a quem es- volvidos, já que ser cristão não
missionário é uma obra divino- tão designados para servir. se resume apenas a privilé-
-humana, ou seja, Deus utiliza É imprescindível que haja gios, mais que isso, constitui-
homens e mulheres consagra- intercessão diante Deus em -se uma responsabilidade.
dos para alcançar os perdidos. favor de nossos amigos, uma A forte ligação entre a ora-
A oração intercessora apa- vez que a oração nos une ção e evangelismo pode ser
rece tanto no Antigo, como no uns com os outros e também vista em exemplos como At
Novo Testamento (Nm 6:23; Is com o próprio Deus. Quando 16:13-14, onde a oração desem-
62:6-7; Mt 5:44; 1Tm 2:1). Ela é o há intercessão assume-se um penhou papel fundamental na
plantação da igreja dos filipenses, e também na Pesquisadores atuais em crescimento de
conversão do carcereiro (At 16:25). Muitas vezes, igreja como Emílio Abdala, no livro Manual
contudo, oramos pedindo que Deus faça algo Para Evangelistas, diz que promover uma at-
em nossa igreja e então ficamos observando mosfera contagiante numa Igreja antes do
e esperando para ver os resultados. Isso é um evangelismo significa o cultivo do crescimen-
grande erro. Deus trabalha na Igreja por nosso to interno e o reavivamento dos cristãos para
intermédio, pois se Ele quisesse realizar o cresci- uma consagração em Cristo. Devem-se esta-
mento da igreja sem nos utilizar, com certeza já belecer grupos de oração, orações individuais,
teria completado sua tarefa há séculos e Cristo vigílias, etc. com listas de coisas e membros
já teria vindo. Paul Cho observa: “Deus vai ope- que eles gostariam de ter.
rar, o fará por seu e por meu intermédio”. Então, Otoniel Ferreira, professor de crescimen-
nossas orações precisam ser acompanhadas to de Igreja no Seminário Adventista Latino
por nossas ações evangelísticas. Americano de Teologia – Sede Bahia, não pen-
Tanto a igreja-mãe quanto o evangelista sa diferente. No livro 21 Dias de Poder ele tem
precisam estar orando pela nova congrega- promovido a oração como fator que reaviva e
ção, bem como por todas as frentes evangelís- prepara a igreja para buscar e salvar o perdido.
ticas. Se alguém orar ao Senhor pedindo pelo Ele diz ainda que “a oração é a primeira en-
alargamento de suas fronteiras, com certeza tre todas as virtudes que os líderes da igreja
irá reconhecer a resposta divina. Este, “terá devem nos ensinar.” A oração é, sem dúvidas,
um assento na primeira fila de um grande es- uma indispensável ferramenta missionária da
petáculo: uma vida cheia de milagres”. Ellen qual a igreja como um todo deve lançar mão.
White conhecia a importância de orar pelos
perdidos quando afirmou: “Houve, no passa- Duplas Missionárias
do, pessoas que fixavam o espírito sobre alma Esta frente missionária tem um importan-
após alma, dizendo: Senhor ajuda-me a salvar te papel no crescimento da Igreja. É por meio
esta alma.” Agora, no entanto, tais exemplos desse método que muitos amadurecem na fé
são raros. Quantos procedem como se avalias- e outros são levados a conhecer a Verdade. O
sem o perigo dos pecadores? Quantos tomam clássico texto de Eclesiastes 4:9-12 afirma com
aqueles que sabem achar-se em perigo, apre- propriedade que é “melhor serem dois do que
sentando-os a Deus em oração, e suplicando- um, porque tem melhor paga do seu trabalho:
-Lhe que os salve?” Se um cair, o outro levanta o seu companhei-
ro. Mas ai do que estiver só, pois, caindo, não
haverá quem o levante”.
Se houver o envolvimento das Duplas Mis-
sionárias em todas as fases do trabalho evan-
gelístico, não há dúvidas de que o resultado
será um acréscimo significativo de pessoas
ao rebanho de Deus. O próprio Jesus fazia uso
desse poderosíssimo método, enviando Seus
discípulos de dois em dois a lugares que Ele
iria depois: “Chamou a si os doze, e passou a
enviá-los de dois em dois, dando-lhes poder...”
(Marcos 6:7). Lucas 10:1 narra: “E, depois dis-
so, designou o Senhor ainda outros setenta e
mandou-os adiante da sua face, de dois em
dois, a todas as cidades e lugares aonde ele Escola Sabatina
havia de ir”. Essa estratégia de Jesus se tornou Esta é uma ferramenta que precisa reto-
um princípio bíblico para a evangelização. mar seu aspecto evangelístico. Nos últimos
Segundo Barna, não é o trabalho feito por anos tem-se percebido que a Escola Sabatina
alguma equipe de visitação ou de evangelismo tem se focado apenas nos que já são mem-
que faz os visitantes se sentirem bem acolhi- bros, de modo que já não se escuta mais de
dos. A estratégia também requer que a pessoa almas que foram alcançadas por este departa-
que fez o convite proveja hospitalidade no local mento. Devido sua configuração, a divisão das
e dê algumas instruções após a visita. Este mé- classes por faixas etárias (juvenis, jovens, adul-
todo é, sem sombras de dúvidas, o de Cristo. A tos, etc.) se reunindo periodicamente é um
Igreja pode, por meio de Duplas Missionárias, excelente método para evangelizar grupos de
ajudar no evangelismo público saindo para pessoas com características em comum. É na
orar, visitando pessoas, fazendo pesquisas de Escola Sabatina que os amigos já envolvidos
opinião religiosa e oferecendo cursos bíblicos com a Igreja através de outras frentes vêm e
aos interessados, visando encaminhá-los pos- reúnem-se para o estudo da Bíblia dentro do
teriormente à campanha de colheita. próprio templo da igreja. Isso favorece uma in-
teração mais próxima entre o convidado e as
peculiaridades da Igreja.
Colocar esse plano em ação proporciona
algumas vantagens. A primeira é que há um
“A formação de melhor aproveitamento no estudo em gru-
po. Segunda, o ensino pode ser adaptado à
pequenos grupos como
mentalidade de cada grupo e, terceiro, tor-
base de esforço cristão, na-se mais fácil arrancar decisões e maior a
foi-me apresentada colheita. É um método sem segredos, que
pode ser executado por qualquer membro
por Aquele que não
leigo e mesmo assim garantir bons resulta-
pode errar. Se há na dos na colheita de almas. A mensageira do
igreja grande número Senhor dá algumas dicas: “Após breve dis-
curso, mudai a ordem dos exercícios, e dai a
de membros, convém
todos os que desejarem ocasião de perma-
que se organizem em necer para uma entrevista posterior, ou clas-
pequenos grupos a se bíblica, na qual possam fazer perguntas

fim de trabalhar, não sobre assuntos que os perturbem.”.


Sempre que for possível, todo discurso
somente pelos membros importante deve ser seguido de um estudo
da própria igreja, bíblico e isto só é possível na Escola Sabatina
mas também pelos que, além de ser uma fonte de alimento e mo-
tivação espiritual, também funciona como um
incrédulos.”
pequeno grupo dentro da igreja.
Testemunhos Seletos, vol. 3, pág. 84.
Clube de Desbravadores
Tradicionalmente, este grupo não é visto e
nem utilizado como frente missionária oficial
na igreja. Entretanto, tem um grande poten- ja grande número de membros, convém que
cial, que se aproveitado, pode alavancar to- se organizem em pequenos grupos a fim de
das as fases de uma campanha evangelística. trabalhar, não somente pelos membros da
Promovendo atividades mobilizadoras com as própria igreja, mas também pelos incrédulos.”
devidas características juvenis pode atrair me- Testemunhos Seletos, vol. 3, pág. 84.
ninos e meninas, alcançando-os para Cristo.
O Clube de Desbravadores pode também, É nos pequenos grupos que uns são for-
por meio de suas gincanas e programações, talecidos enquanto outros são tocados pelo
manter ocupados os juvenis e adolescentes evangelho, enfatiza Ramildo Bezerra. Fazer dis-
durante toda a campanha. Com um alto nível cípulos não se resume apenas na decisão do
de qualidade e adequação das programações, novo converso ao batismo quando se chega ao
e se bem estabelecido, um Clube de Desbra- fim de uma campanha. Deve haver o ensino
vadores perdurará e será fator fundamental e o recomeço do ciclo. Isto fica muito prático
para a conservação e a diminuição da aposta- quando existe a estrutura do pequeno grupo.
sia dos juvenis batizados no evangelismo. O propósito de se ter os pequenos grupos
é a criação de uma comunidade relacional na
Pequenos Grupos qual as pessoas cresçam espiritualmente, sejam
O evangelismo eficaz é uma mistura de envolvidas e ensinadas sobre a verdade. Esta co-
muitas abordagens e métodos. Contudo, sem munidade, se saudável, estará repleta de ami-
dúvida alguma, os pequenos grupos são a cha- gos, os quais serão guiados a uma campanha
ve quando o pensamento é evangelismo e dis- evangelística. Assim, os pequenos grupos par-
cipulado, já que poucas pessoas que se unem ticipam ativamente na realização de um evan-
a um pequeno grupo apostatam. Esta frente gelismo quando os amigos vão em conjunto as-
missionária, se envolvida no pré-evangelismo, sistir as palestras evangelísticas. Os grupos que
pode se tornar a base para a realização das ati- se preocupam somente consigo mesmos não
vidades preparatórias da campanha. funcionam direito, corrobora Burrill.
“A formação de pequenos grupos como
base de esforço cristão, foi-me apresentada Pr. Alan Moura
por Aquele que não pode errar. Se há na igre- Ministério Pessoal - APeC

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