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Despertar

Personagens:

Joãozinho (filho) – Luan


Rosa Mística (flor) - Barbara
Dona Angela (mãe) - Alana
A sombra da Noite - Karol

Crianças:

Serafina - Misllene
Angelina - Bruna
Gabriela - Mariane

Cena 1.
O contador de estórias
Narrador-mãe – Este é Joãozinho, meu filho... coitado (mira o filho) ele pensa que é
contador de estórias! E não é que ele mesmo se meteu numa delas. É isto que dá, viu
Joãzinho: imaginar demais...

(Sai o narrador. Joãzinho diante do público. Começa a recitar sua nova estória).

Joãozinho – Era uma vez um mundo de sono (entra a mãe limpando a casa)
Dona Angela – Ih! Menino, sai, sai, sai. Tenho muita coisa pra fazer. Muita coisa pra
limpar. Vá brincar em outro lugar, vai! (tira o menino de cena)
Joãozinho – (voltando) É que eu tenho de contar esta estória!
Dona Angela – Que estória, menino? Você está doente, hein?
Joãzinho – Não, mãe. É uma estória que eu inventei e...
Dona Angela – Inventou? Que que isto? Você anda inventando estória é? Olha que se seu
pai souber que você está mentindo...
Joãozinho – Ai! Mãe! Todas as estórias são de mentiras!
Dona Angela – Que coisa feia!
Joãozinho – Não, mãe! Não é que todas são de mentira... Algumas coisinhas a gente
inventa, outras...
Dona Angela – Ah! Sei. E outras...
Joãozinho – Mãe, é só uma estória. Acredita quem quer! Agora eu posso contar a estória?
Dona Angela – (se dirige para o público) Ih! Não sei não, mas eu acho que ele bateu a
cabeça. Essa de inbentar, ivetar... como é que é mesmo? Bom, sei não. (diz desconfiada)
Joãozinho – Posso ou não posso?
Dona Angela – Está bem!
Joãzinho – ( se prepara para ler, mas é interrompido de novo pela mãe)
Dona Angela – Mas e se eu não acreditar?
Joãozinho – Ora... se não acreditar... (pensa em algo bom para convencer a mãe) você não
vai ser feliz.
Dona Angela – Sei (olha para o público e pisca um olho) E o que é que eu preciso fazer
para acreditar?
Joãozinho – Bem... feche os olhos (Joãozinho fecha os olhos)
Dona Angela – (Mantém os olhos abertos)
Joãozinho – Fechou?
Dona Angela – Fechei! (com os olhos ainda abertos. Olha para o público e pisca) Escuta:
como é que você vai ler de olhos fechados? (pisca de novo para o público)
Joãozinho – Não preciso ler: toda estória nasce de dentro da gente. É só fechar os olhos e
imaginar com toda força.
Dona Angela – (sai devagar da cena)

Cena 2
As crianças

Joãzinho – Era uma vez (começa a contar a estória, quando chegam três crianças. Tocam
com o dedo o ombro do menino)
Serafina – Ei, moço!
Joãozinho – Ah! Mãe... (abri os olhos) Quem é você?
Serafina – Meu nome é Serafina. E este é Gabriel.
Gabriela – Olá!
Serafina – E esta é...
Angelina – Angelina, a mais bonita.
Joãozinho – O que que vocês estão fazendo em minha casa?
Gabriela– Casa?
Joãozinho – (olhando para todos os lados) Ei! onde estou?
Angelina – Na Floresta do Sono, ora!
Joãozinho – Mas este lugar eu inventei! (diz espantado)
As crianças – Risos. (altos)
Joãzinho – Parem de rir... é verdade!
Serafina – (entre risos) Desculpe-me, mas você é muito engraçado!
A Sombra da Noite– Quem é que anda dando risadas tão altas! (grita uma voz de longe)
Angelina – Ai, não! Ela nos ouviu!
Joãozinho – Ela quem?
Gabriela – Ai, e agora!
Joãozinho – Quem é?
Serafina – É a Sombra da Noite. Ela é má e faz dormir quem muito é feliz!
Joãzinho – Ei, espera um pouco: eu também criei... Ah! Já sei, mas não pode ser (vira-se
para o público) ou pode, ou não pode, ou pode? Gente! Eu estou na estória!
A Sombra da Noite – Eu ouço vocês, crianças. Vou pegá-los todos.
Gabriela – Ih! É louco mesmo (agarra Joãozinho pelo braço). Se você não correr agora,
você vai ver quem vai sair da estória já já.

(Eles saem correndo da cena. Chega a Sombra da Noite)

Cena 3
A Sombra da Noite
(Entra a Sombra da Noite)
A Sombra da Noite – Eu sou a Sombra da Noite. Todos que eu toco, dormem (ao público).
Eu sou a mais poderosa deste mundo. Estão vendo todas essas pessoas no chão? (aponta
para o chão) Estão todas dormindo um sono profundo. Só eu posso viver! Só eu posso
brincar! Ah!Ah!Ah!

(Sai)

Cena 4
A Rosa Mística

(Entram as crianças cansadas de correr).

Joãozinho – Para onde vamos?


Serafina – Vamos até a Rosa Mística.
Gabriela – É. Ela vai poder nos ajudar.
Joãozinho – (admirado) Eu também criei esta...
Angelina – Ah! Não, chega. Pirou de vez. Vamos logo encontrar a Rosa Mística antes que a
Sombra da Noite nos ponha para ninar.

(De repente, a Rosa Mística surge)

Rosa Mística – Aqui estou, crianças.


Crianças – Ai! Que susto!
Rosa Mística – Desculpem –me. Ouvi o coração de vocês baterem tão forte que vim
correndo. O que aconteceu?
Gabriela – A
Serafina – Sombra
Angelina – da
Joãozinho – Noite (timidamente)
Rosa Mística - Ah! (olha para Joãzinho) Qual é o nome do novo amigo de vocês?
Angelina – É mesmo: não perguntamos qual o teu nome.
Joãozinho – Eu me chamo Joãzinho.
Rosa Mística – Muito prazer, Joãozinho. Tenho a impressão que já nos conhecemos...
Joãozinho – É que eu criei vo...
Gabriela – É... não liga pra ele não (fecha a boca do menino) Ele deve ter batido a cabeça...
Rosa Mística – Bem o que aconteceu?
Serafina – É a Sombra da Noite.
Gabriela – É ela veio atrás da gente.
Angelina – E a gente viu um monte de gente no caminho dormindo.
Rosa Mística – A gente precisa fazer alguma coisa para eles acordarem.
As crianças – Como?
Rosa Mística – Venham comigo!

(Saem)
Cena 5
A igreja
(Rosa Mística na frente, as crianças atrás. Entram na igreja e se ajoelham)

Rosa Mística – (faz o sinal da cruz) Pai, sou eu, tua filha e devota. Vim te pedir ajuda. Teus
filhos foram levados pelas sombras e precisamos de tua luz. Mostra-nos, Senhor, o teu
caminho.
As crianças – Amém.
Rosa Mística – (para o público)
Vejam quanta luz
Ilumina o caminho.
Ela nos conduz
Ao nosso Senhor divino.

Até em sonho reluz


Quando dormimos,
Oh! Senhor! Oh! Amor!,
O Bem que perseguimos.
As crianças – Amém.
Rosa Mística – Agora, vocês precisam ir, crianças. Digam a todos esta mensagem, para que
todos acordem.
As crianças – Amém.

(Elas saem. De repente, surge a Sombra da Noite)

Sombra da Noite – Ah! Encontrei vocês! Agora vocês são meus!


As crianças – Socorro!
Sombra da Noite – (toca com o dedo na testa de Gabriela, Serafina e Angelina. Eles caem
em sono profundo) Durmam, durmam para sempre.Ah!Ah!Ah! Mas ainda falta um... (coça
a cabeça e sai).
Joãozinho – (sai de trás da árvore) OH! E agora? Eles estão dormindo! Para sempre! (se
levanta e sai à procura de ajuda) Rosa Mística, Rosa Mística!

(entra a Rosa Mística)

Rosa Mística – Olá, Joãozinho! O que aconteceu?


Joãzinho – Rosa Mística (diz cansado) a Sombra da Noite pegou o Gabriela, a Serafina e a
Angelina, e agora?
Rosa Mística – Calma, meu filho! Você sabe o que fazer. (toca-o)
Joãzinho – Eu sei?
Rosa Mística – Sabe! Você nos criou! Você acha que eu não sei? È por causa de você que
esta estória existe. Por causa do seu amor por nós que nós existimos.
Joãozinho – Eu sei...
Rosa Mística – Então, vá até lá e desperte os seu amigos (neste momento vira-se para o
público). Faça com que eles vivam o despertar todos os dias.
Joãzinho – Eu sei...
(sai correndo e encontra os amigos deitados)
Joãzinho – (enquanto diz a mensagem, sai tocando a testa de cada um, que desperta)
Vejam quanta luz
Ilumina o caminho.
Ela nos conduz
Ao nosso Senhor divino.

Até em sonho reluz


Quando dormimos,
Oh! Senhor! Oh! Amor!,
O Bem que perseguimos.
As Crianças – (se espreguiçam longamente e se levantam. Assim que se levantam saem de
cena).
Joãozinho – (só) Eu consegui despertar os meus amigos Agora eles brincam novamente.
Mas a Sombra da Noite anda solta, sempre querendo que a gente volte a dormir. Por isso é
preciso estar sempre perto Daquele que nos dá forças para continuar na caminhada da vida
e...
Dona Angela – Olha está tudo muito bom, tudo muito bem, mas eu preciso terminar de
limpar a minha casa, né? Olha (se volta para o público) vocês me desculpem, viu? Mas
outro dia ele conta outra estória.

(Saem os dois. A mãe empurrando o filho com o cabo de vassoura)

Fim

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