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O PÊSSEGO GIGANTE

Cena 01

OFF - João vive com sua mãe e seu pai, numa casa encatadora, junto ao mar.

Mãe (surpreendendo o menino) - Te peguei!!! Feliz aniversário, meu menino. Agora,


depressa, assopre antes que o vento apague a vela e o seu aniversário. (João faz sinal
de vai assoprar, a mãe interrompe o assopro). Mas, prmeiro, faça um pedido!

OFF - A família tinha uma vida maravilhosa. Eles tinham uns aos outros. Tinham
os seus sonhos.

Pai - Olhem! Aquela nuvem se parece com um camelo.

João - ..... e aquela ali ... se parece com um trem.

Mãe e pai - E consegue ver o edifício mais alto do mundo.

João (depois de esticar os pés e o pecoço para enxergar o prédio) - Oras, não consigo
encontrar!

Mãe e pai - Tente olhar para ele de outra maneira.

(uma luz, em foco, ilumina apenas o menino)

João (encantado com o edifício) - Eu estou vendo!!

Mãe - É para onde nós vamos!

Pai - É para onde nós vamos!


(João continua encantado, olhando o edificio, ao longe)

Mãe e pai - Um grande navio vai nos levar através do oceano, e nós vamos até o
topo daquele arranha céu (ambos pousam delicadamente as mãos sobre os ombros de João).
Nós três!

João, Mãe e Pai (olhando fixamente para o prédio) - Nós três... no topo do mundo!

João - Há crianças como eu?

Mãe - Dezenas delas!


Pai - Centenas delas!

Mãe - Milhares delas!

Mãe e pai - É um lugar maravilhoso, filho!

Mãe - Um lugar onde os desejos se realizam.

OFF - Então, um dia, uma coisa terrível aconteceu.... (black out, clima sombrio,
sonoplastia "rinoceronte").... De repente um rinoceronte furioso, do nada, apareceu e
matou seus pais, num pisoteio só! O mundo de João, num milésimo de segundo,
desmoronou. (Para a plateia) Os seus problemas, caso os tivessem, desapareceriam
em 35 segundos, mas os problemas de João estavam apenas começando. Agora, ele
vive aqui, com a tia Esponja ....

CENA 2

Esponja - Levante-se, seu verme preguiçoso!

OFF - E a tia Espigão...

Espiga - Arre! Já perdemos 4 minutos da luz do dia. (Desdenhando) Olhe para ele,
vive passeando pela terra dos sonhos, quando há tanto trabalho para fazer. Ervas
para arrancar, madeiras para cortar.

Esponja e Espiga - Trabalho, trabalhe... Trabalhe, trabalho... trabalho, trabalho!

Esponja (admirando-se) - Eu me declaro linda como uma rosa, eu sou uma festa para
os olhos. Veja o meu delicado. Contemple o meu celestial e delicado nariz.... E, se
eu tirar minhas meias, verás os meus dedinhos delicados.

Espiga - Mas não se esqueça, minha querida Esponja o quanto és uma convencida
mentirosa!
(João tira uma pausa para o descanço e está lendo um livro)

Esponja e Espiga - Quem te disse para parar de trabalhar?

João - Mas eu acabei de cortar a madeira!


(Espiga tirando o livro das mãos de João)
Espiga - Um livro de viagens?! Como se atreve em sonhar ir embora?

Esponja - Esta é a única casa que algum dia terá!

Espiga - Ninguém vai aturar uma coisinha insignificante como você.

Esponja - Onde arranjou isso?

Espiga - Onde?

João - O meu pai me deu. Disse que um dia iríamos lá.

Esponja - Idiota! Sempre sonhando, e é isso que lhe tira a atenção.

Espiga - E a sua mãe... tinha a cabeça nas nuvens, e naõ via para onde ia.

Esponja e Espiga - Ela nunca viu aquele rinoceronte!

Espiga - A fera vai te pegar também, se não se comportar.

Esponja - Eu vou arrancar esses sonhos da sua cabeça, nem que seja na marra.

Espiga e Esponja - Volte para o trabalho, você já desperdiçou 5 minutos da luz do


dia.

Esponja (nervosíssima, repetindo) - Volte para o trabalho, você já desperdiçou 5


minutos da luz do dia.

Espiga - Calma, calma, Eponjinha, ou vais desenvolver mais algumas ruguinhas


nessa sua carinha "de jovem".

Esponja(gargalhando, sarcástica) - Ahahahaha, (rápida, brava) cale-se!


(passagem de tempo, efeito sonoro de relógio. João termina o serviço. As tias terminam o
jantar)

João - Eu já acabei todas as tarefas!

Espiga e Esponja - Oooh, e nós terminamos o jantar!

João

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