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Segunda-feira, 6 de Agosto de 2018 I SÉRIE —

­ Número 153

BOLETIM DA REPÚBLICA
   PUBLICAÇÃO OFICIAL DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE

IMPRENSA NACIONAL DE MOÇAMBIQUE, E. P. CAPÍTULO II


Conteúdo dos Programas
AVISO SECÇÃO I
A matéria a publicar no «Boletim da República» deve Programa Subsídio Social Básico
ser remetida em cópia devidamente autenticada, uma ARTIGO 3
por cada assunto, donde conste, além das indicações
(Definição)
necessárias para esse efeito, o averbamento seguinte,
assinado e autenticado: Para publicação no «Boletim O Programa Subsídio Social Básico, adiante designado
da República». PSSB, consiste em transferências monetárias regulares mensais,
por tempo indeterminado visando reforçar o nível de consumo,
autonomia e resiliência dos grupos da população que vivem em
SUMÁRIO situação de pobreza e vulnerabilidade, bem como a melhoria
da nutrição das crianças.
Conselho de Ministros:
ARTIGO 4
Decreto n.º 47/2018:
Concernente à revisão dos Programas de Segurança Social Básica, (Objectivos do PSSB)
criados pelo Decreto n.º 52/2011, de 12 de Outubro e revoga 1. O Subsídio Social Básico tem como objectivo geral aumentar
o Decreto n.º 52/2011, de 12 de Outubro. a capacidade de consumo das pessoas em situação de pobreza
Decreto n.º 48/2018: e de vulnerabilidade através de transferências monetárias.
Altera os artigos 4 e 55 do Regulamento das Operações Petrolíferas, 2. São objectivos específicos:
aprovado pelo Decreto n.º 34/2015, de 31 de Dezembro. a) Melhorar o bem-estar das pessoas idosas vulneráveis
pela compensação por velhice;
b) Melhorar o bem-estar das pessoas com deficiência pela
CONSELHO DE MINISTROS compensação por incapacidade funcional;
c) Melhorar as condições de vida das pessoas com doenças
crónicas e degenerativas;
Decreto n.º 47/2018 d) Contribuir para a redução do risco de desnutrição crónica
nas crianças;
de 6 de Agosto
e) Incentivar a protecção familiar de crianças órfãs de ambos
Havendo necessidade de proceder à revisão dos Programas pais, desamparadas e/ou abandonadas, bem como
de Segurança Social Básica, criados pelo Decreto n.º 52/2011, melhorar as suas condições de vidas;
de 12 de Outubro, nos termos do artigo 56 da Lei n.º 4/2007, f) Responder às necessidades básicas de agregados
de 7 de Fevereiro, o Conselho de Ministros decreta: familiares chefiados por crianças e contribuir para
CAPÍTULO I o desenvolvimento do capital humano.

Disposições Gerais ARTIGO 5


ARTIGO 1 (Componentes do PSSB)
(Revisão) 1. São componentes do PSSB:
São revistos os Programas de Assistência Social e passam a) O Subsídio para a Pessoa Idosa;
a designar-se: b) O Subsídio para Pessoa com Deficiência;
a) Programa Subsídio Social Básico; c) O Subsídio para a Criança;
b) Programa Apoio Social Directo; d) Subsídio para Pessoa com Doença Crónica e Degenerativa.
c) Programa Serviços de Acção Social;
d) Programa de Acção Social Produtiva; 2. O Subsídio para a Criança compreende três subcomponentes,
e) Programa de Atendimento em Unidades Sociais. nomeadamente:
ARTIGO 2 a) Subsídio para Crianças de zero a dois anos de idade
desnutrida ou em risco de desnutrição;
(Aprovação) b) Subsídio para Crianças chefes de agregados familiares;
São aprovados os conteúdos dos Programas de Assistência c) Subsídio para Crianças órfãs que vivem em famílias em
Social referidos no artigo anterior. situação de pobreza e vulnerabilidade.
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3. Na componente do Subsídio de apoio à criança chefe b) Chefes de agregados familiares em situação de pobreza
de agregado familiar são atribuídos dois tipos de apoios cujo e de vulnerabilidade com incapacidade temporária
montante é definido pelo Ministro que superintende a área para o trabalho;
da Acção Social sendo um monetário e outro em espécie. c) Pessoas vivendo com HIV/SIDA em situação de pobreza
ARTIGO 6 e de vulnerabilidade e em tratamento antirretroviral;
d) Crianças em situação difícil precisando de apoio
(Grupos alvo do PSSB) multiforme;
São beneficiários do PSSB, os indivíduos vivendo em situação e) Pessoas ou agregados familiares em situação de pobreza
de pobreza e vulnerabilidade que compreendem: e de vulnerabilidade que sofreram choques pontuais
a) A Pessoa Idosa sem capacidade para o trabalho; ou vítimas de calamidade.
b) A Pessoa com Deficiência sem capacidade para
SECÇÃO III
o trabalho;
c) A Pessoa com Doença Crónica e Degenerativa Programa Serviços de Acção Social
e permanentemente acamada;
ARTIGO 11
d) Crianças de zero a dois anos de idade;
e) Crianças órfãs que vivem em famílias em situação (Definição)
de pobreza e vulnerabilidade;
f) Crianças órfãs chefiando agregado familiar com idade O Programa Serviços de Acção Social, adiante designado
entre 14 e 18 anos com capacidade para gerir ProSAS, consiste num conjunto de intervenções junto às famílias
as transferências, de forma autónoma. e comunidades para promover o reforço da capacidade de
protecção contra riscos sociais e de inclusão social das pessoas
SECÇÃO II mais vulneráveis.
Programa Apoio Social Directo
ARTIGO 12
ARTIGO 7
(Objectivo do ProSAS)
(Definição)
O ProSAS visa prevenir e responder aos riscos de violações de
O Programa Apoio Social Directo, adiante designado PASD,
direitos sociais, incluindo, entre outros, os de violência doméstica
consiste em transferências sociais pontuais ou prolongadas, por
tempo determinado, na forma de apoio multiforme, para fazer e sexual, de casamentos prematuros, de abusos e de abandono,
face a choques e a situações diversificadas de emergência que isolamento e discriminação contra a criança, a mulher, a pessoa
afectam as pessoas ou os agregados familiares. idosa e a pessoa com deficiência.

ARTIGO 8 ARTIGO 13
(Objectivo do PASD) (Componentes do ProSAS)

Prestar assistência pontual ou prolongada, por tempo São componentes do ProSAS:


determinado, às pessoas ou agregados familiares em situação de a) Intervenções preventivas, que visam diminuir
pobreza e de vulnerabilidade afectados por choques e situações a vulnerabilidade aos riscos sociais;
de emergência.
b) Intervenções de protecção que visam gerir e encaminhar
ARTIGO 9 os casos de pessoas vítimas de violência, abuso,
negligência, abandono, isolamento social, exploração
(Componentes do PASD)
ou outras violações de direitos, ou em situações
São Componentes do PASD, as seguintes: de vulnerabilidade extrema;
a) O Apoio multiforme que compreende as seguintes c) Intervenções de promoção social que consistem, entre
categorias: outras, na promoção do acesso a serviços sociais
i. Cabaz alimentar; básicos, cuidados na família e na reabilitação baseada
ii. Meios de compensação; na comunidade.
iii. Habitação; ARTIGO 14
iv. Substitutos de leite materno, em situações de
urgência, quando a mãe não poder amamentar; (Grupos Alvo do ProSAS)

v. Outros serviços. São beneficiários do ProSAS as pessoas e famílias que


b) Transferências sociais no contexto do Pós-Emergência enfrentam riscos sociais elevados, tais como os de violência,
que visam responder a situações de choques pontuais desigualdades de género, abusos, exploração, discriminação
resultantes de calamidades. e exclusão com prioridade para:
ARTIGO 10 a) Crianças órfãs e vulneráveis, incluindo as que chefiam
agregados familiares;
(Grupos alvo do PASD) b) Vítimas de violência, abuso, exploração ou negligência;
São beneficiários do PASD, indivíduos vivendo em situação de c) Raparigas vulneráveis;
pobreza e vulnerabilidade incluindo pessoas vítimas de choques d) Pessoas idosas isoladas, abandonadas e marginalizadas,
pontuais com destaque para: incluindo as vítimas de usurpação;
a) Pessoas com deficiência em situação de pobreza e) Pessoas vivendo com HIV/SIDA e suas famílias;
e de vulnerabilidade; f) Pessoas com deficiência.
6 DE AGOSTO DE 2018 1845

SECÇÃO IV SECÇÃO V

Programa Acção Social Produtiva Programa de Atendimento em Unidades Sociais

ARTIGO 15 ARTIGO 20
(Definição)
(Definição)
1. O Programa de Atendimento em Unidades Sociais, adiante
O Programa Acção Social Produtiva, adiante designado PASP
designado PAUS, consiste num conjunto de intervenções
consiste em transferências monetárias mensais direccionados a orientadas para o acolhimento ou assistência temporária
pessoas vivendo em situação de pobreza e de vulnerabilidade, ou permanente de pessoas desamparadas, ou vítimas da
com capacidade para o trabalho, através da sua participação em materialização dos riscos no ambiente familiar ou comunitário.
trabalhos públicos, acompanhada de medidas complementares 2. A Unidade Social é uma instituição de acolhimento
de reforço da sua autonomia económica. e assistência temporária ou definitiva aos grupos alvo, que
funcionam em regime aberto, fechado ou misto e compreende:
ARTIGO 16
a) Infantário, destinado ao acolhimento de crianças órfãs
(Objectivo do PASP) e Vulneráveis desamparadas;
b) Centro de Atendimento da Pessoa com Deficiência
1. O PASP visa promover a inclusão socioeconómica de Profunda;
pessoas em situação de pobreza e de vulnerabilidade em idade c) Centro de Apoio à Velhice, destinado ao acolhimento
activa com capacidade para o trabalho, através da sua participação de pessoas idosas desamparadas;
em trabalhos públicos e do aumento da resiliência às mudanças d) Centro de Trânsito, destinado ao acolhimento transitório
climáticas, assim como incentivo ao desenvolvimento de de pessoas com deficiência em atendimento
nos Centros Ortopédicos;
actividades geradoras de rendimento.
e) Centro Aberto destinado a realização de actividades
2. Igualmente, visa aumentar o nível de consumo dos agregados ocupacionais.
familiares beneficiários, assim como reduzir o risco de pobreza 3. O acolhimento em Unidades Sociais de regime fechado,
e vulnerabilidade através dos benefícios e investimentos na é transitório e aplicável como último recurso nos cuidados
protecção ambiental e no reforço da capacidade produtiva e de oferecidos às pessoas em situações de vulnerabilidade
autonomia económica dos beneficiários. ou desamparo.

ARTIGO 21
ARTIGO 17
(Objectivos do PAUS)
(Componentes do PASP)
O atendimento nas Unidades Sociais visa prevenir e responder
São componentes do PASP: aos riscos de violações graves de direitos sociais através
a) Trabalhos públicos que consiste na participação dos de acolhimento e assistência institucional.
beneficiários em actividades de utilidade pública;
ARTIGO 22
b) Apoio ao desenvolvimento de iniciativas de Geração
de Rendimento que consiste na promoção de (Grupos alvo do PAUS)

oportunidades de auto-sustento por via do São beneficiários deste programa as pessoas em situação de
auto-emprego para os beneficiários da componente pobreza e de vulnerabilidade abandonadas ou marginalizadas,
de trabalhos públicos. designadamente:
a) A criança em situação difícil;
ARTIGO 18 b) A pessoa idosa;
(Grupos alvo do PASP)
c) A pessoa com deficiência;
d) A pessoa vítima de tráfico;
São beneficiários, as pessoas em idade activa vivendo em e) Outras pessoas vítimas de violência.
situação de pobreza e com capacidade para o trabalho integradas
CAPÍTULO III
nos seguintes Agregados Familiares:
a) Chefiados por mulheres; Gestão e Organização dos Programas
de Assistência Social
b) Com elevadas taxas de dependência;
c) Com pessoas com deficiência não elegíveis ao subsídio ARTIGO 23
por incapacidade; (Gestão)
d) Com crianças. 1. A gestão dos programas de assistência social é da
responsabilidade do Instituto Nacional de Acção Social (INAS),
ARTIGO 19 excepto o Programa Serviços de Acção Social - ProSAS,
(Duração do PASP) cuja gestão é da responsabilidade dos Serviços Distritais
que superintendem a área da Acção Social.
O beneficiário do PASP estabelece um vínculo de duração de 2. Na implementação dos Programas de Assistência
três anos, podendo após avaliação da situação social e económica Social podem intervir instituições religiosas, organizações
a ser efectuada pelo INAS, permanecer no programa por períodos não-governamentais, associações e sector privado através
posteriores a serem definidos. da terceirização.
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ARTIGO 24 Decreto n.º 48/2018


(Formas de acesso) de 6 de Agosto
1. O acesso dos beneficiários aos programas é feito em Havendo necessidade de proceder à alteração pontual dos
obediência aos critérios de elegibilidade e em conformidade com
artigos 4 e 55 do Regulamento de Operações Petrolíferas,
as normas definidas nos manuais operacionais e nos seguintes
instrumentos: aprovado pelo Decreto n.º 34/2015, de 31 de Dezembro, ao
a) O Cartão de assistência social, que é o instrumento abrigo do disposto no n.º 1 do artigo 27 da Lei n.º 21/2014,
de acesso aos programas; de 18 de Agosto, o Conselho de Ministros decreta:
b) A Caderneta de Assistência Social, na qual se regista
o tipo de apoio concedido aos beneficiários dos ARTIGO 1
diferentes programas. (Alteração)
2. Compete ao Ministro que superintende a Área da Acção
Social aprovar os procedimentos para a implementação dos São alterados os artigos 4 e 55 do Regulamento das Operações
programas da assistência social e os modelos do cartão e caderneta Petrolíferas, aprovado pelo Decreto n.º 34/2015, de 31
de assistência social, ouvido o Conselho Nacional da Acção de Dezembro, passando a ter a seguinte redacção:
Social.
3. Não são elegíveis ao subsídio social básico os beneficiários ARTIGO 4
de outras pensões concedidas pelo Estado, ou as prestadas pelo
subsistema de segurança social obrigatória ou complementar. (Condições gerais)

ARTIGO 25 1. (…)
2. (…)
(Valores das transferências) 3. (…)
Os valores das transferências monetárias são pagos num
4. Após a aprovação de qualquer Plano de Desenvolvimento, as
montante fixo e podem ser reajustados anualmente por decisão do
Conselho de Ministros, sob proposta do Ministro que superintende pessoas moçambicanas devem estar inscritas na Bolsa de Valores
a área da acção social. de Moçambique, nos termos da legislação aplicável.

CAPÍTULO IV 5. (…)
6. (…)
Disposições Finais
7. (…)
ARTIGO 26 8. (…)
(Assistência em caso de morte) 9. (…)
Em caso de morte do beneficiário directo dos Programas ARTIGO 55
de Assistência Social, os membros do respectivo agregado
familiar, continuam a beneficiar de assistência por um período (Aquisição de bens e serviços)
de dois meses após a morte, devendo neste período, ocorrer a 1. A aquisição de bens e serviços para efeitos de realização
reavaliação da situação de vulnerabilidade para a continuidade
ou não da recepção de assistência. de operações petrolíferas no valor igual ou superior
a 80.000.000,00MT (oitenta milhões de meticais) deve ser feito
ARTIGO 27 por concurso público.
(Regulamentação) 2. (…)
Compete ao Ministro que superintende a área da acção social 3. (…)
aprovar os manuais de procedimentos para a implementação dos 4. (…)
Programas de Assistência Social, ouvido o Conselho Nacional 5. (…)
da Acção Social. 6. (…)
ARTIGO 28 7. (…)
(Revogação) 8. O valor previsto no n.º 1 pode ser alterado por diploma
conjunto dos Ministros que superintendem as áreas de Petróleo
É revogado o Decreto n.º 52/2011, de 12 de Outubro.
e das Finanças”.
ARTIGO 29
ARTIGO 2
(Entrada em vigor)
(Entrada em vigor)
O presente Decreto entra em vigor na data da sua publicação.
O presente decreto entra em vigor na data da sua publicação.
Aprovado pelo Conselho de Ministros, aos 5 de Junho
de 2018. Aprovado pelo Conselho de Ministros, aos 10 de Julho
Publique-se. de 2018.
O Primeiro-Ministro, Carlos Agostinho do Rosário. O Primeiro-Ministro, Carlos Agostinho do Rosário.

Preço — 20,00 MT

IMPRENSA NACIONAL DE MOÇAMBIQUE, E.P.

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