Aprendizado Sicon

Ministério da Cidadania
O Sicon
na Gestão de
Condicionalidades do
Programa Bolsa Família
1ª Edição
atualizada
Manual de Aprendizagem
Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação | SAGI

Secretaria Nacional de Renda de Cidadania | SENARC
Governo Federal
2019 – Ministério da Cidadania (MC)
Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação (Sagi)

Departamento de Formação e Disseminação (DFD)
Secretaria Nacional de Renda de Cidadania (Senarc)

Departamento de Condicionalidades (Decon)
Conteudistas
Florentino Gonçalves Chaves Neto, Luciana de Fátima Zumba Seabra e Natália Maria
Leitão de Melo.
Apoio Técnico
Danielle Freitas Henderson, Juliana Borim Milanezzi, Kyara Michelline França, Mariana
Gangana Ribeiro Hermont e Raphaella de Almeida Bandeira.
Coordenadora Geral de Acompanhamento de Condicionalidades

Luciana de Fátima Zumba Seabra
Coordenadora Geral de Formação

Mariana Gangana Ribeiro Hermont
Coordenador Geral de Disseminação

Gustavo André Bacellar Tavares de Sousa
Projeto Gráfico e Diagramação

Tarcísio da Silva
Equipe de Apoio
Amaliair Atallah, Gustavo Vellozo, João Pedro Albuquerque e Victor Gomes
É permitida a reprodução total ou parcial, desde que citada a fonte.

Venda proibida.
Manual de Aprendizagem
1ª edição (atualizada) – Abril de 2019
Distribuições e informações
Ministério da Cidadania
Secretaria Nacional de Renda de Cidadania
Ed. The Union – SMAS – Setor de Múltiplas Atividades Sul
Trecho 3 – Lote 1 – Ao lado da Leroy Merlin - 2º Andar
CEP: 71215-300 – Brasília/DF
2
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO 04
1
UNIDADE
AS CONDICIONALIDADES DO PBF 06
UNIDADE
2 INTRODUÇÃO AO SICON 16
UNIDADE
O SICON NA GESTÃO DE CONDICIONALIDADES:
3 ETAPAS 1 A 4 38
UNIDADE
4 ETAPA 5 62
UNIDADE
5 ETAPA 6 84
UNIDADE
6 ETAPA 7 98
MENSAGEM FINAL 128
O Sicon na Gestão de Condicionalidades do Programa Bolsa Família | manual de aprendizagem 3

APRESENTAÇÃO
E
ste manual é um recurso didático do curso O Sistema de Condiciona-
lidades (Sicon) na Gestão de Condicionalidades do Programa Bolsa Fa-
mília (PBF), que serve tanto como apoio durante a capacitação quanto
como um material de consulta e orientação prática no trabalho.
O acompanhamento de condicionalidades do PBF é uma atividade comple-

xa e interfederativa, que requer uma articulação intersetorial, envolvendo os
três níveis de governo nas áreas de saúde, educação e assistência social.
Neste processo, o Sicon é uma ferramenta fundamental de apoio à gestão
federal, estadual e municipal das condicionalidades.
O objetivo principal deste curso é capacitar gestões municipais e estaduais

para o uso do Sicon, considerando-se as normas do PBF e os objetivos do
acompanhamento de condicionalidades. Ao final do curso, espera-se que
os/as participantes saibam identificar as regras e objetivos da gestão de con-
dicionalidades do PBF, reconhecendo como se relacionam com as principais
funcionalidades do Sicon e como o sistema pode ser útil para a gestão in-
tersetorial das condicionalidades, contribuindo para um olhar integral sobre
as famílias.
Este manual está estruturado em 6 unidades:
 Unidade 1 – As condicionalidades do PBF
 Unidade 2 – Introdução ao Sicon
 Unidade 3 – O Sicon na Gestão de Condicionalidades: etapas 1 a 4
 Unidade 4 – O Sicon na Gestão de Condicionalidades: etapa 5
Este Manual contém as etapas de condicionalidades do Programa Bolsa Fa-

mília, apresentando o seu passo a passo no Sicon. Espera-se que esse Ma-
nual contribua com a prática cotidiana das equipes que atuam com o PBF e
que somam esforços para fortalecer as famílias e auxiliá-las na superação de
situações de vulnerabilidade. Utilize esse Manual sempre que tiver dúvidas.
Bons estudos!

UNIDADE 1
AS CONDICIONALIDADES
DO PBF
Ao final desta Unidade, você será capaz de:
 Reconhecer a importância das condicionalidades do PBF para reforçar o acesso

das famílias beneficiárias a seus direitos sociais básicos nas áreas de saúde, de edu-
cação e de assistência social;
 Descrever quais são as condicionalidades e seus objetivos;
 Identificar os principais atores envolvidos na gestão de condicionalidades; e
 Distinguir as etapas da Gestão de Condicionalidades.

CONTEXTUALIZAÇÃO DAS CONDICIONALIDADES DO PRO-
GRAMA BOLSA FAMÍLIA (PBF)
O
Programa Bolsa Família é um programa de transferência condicio-
nada de renda com foco nas famílias em situação de pobreza e de
extrema pobreza. A gestão do Programa é descentralizada e de res-
ponsabilidade da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios.
O PBF é baseado em três dimensões: 1) a transferência direta de renda às famí-

lias, com o objetivo de promover o alívio imediato da pobreza; 2) cumprimento
de condicionalidades, que tem como objetivo reforçar o acesso aos serviços
públicos de saúde e educação; e 3) as ações complementares, que visam auxiliar
na superação da situação de vulnerabilidade e pobreza. No curto prazo, com a
transferência de renda, o intuito é que as famílias tenham acesso a bens e servi-
ços básicos para a sua subsistência. Já no longo prazo, tanto com as condiciona-
lidades quanto com a previsão de ações complementares, visa-se enfrentar os
mecanismos de reprodução da pobreza, quebrando o seu ciclo intergeracional.
Sendo assim, percebe-se que o Programa prevê a combinação entre a transfe-
rência do benefício e a oferta de serviços sociais básicos, principalmente nas
áreas de saúde, educação e assistência social.
IMENSÃO IMENSÃO
1ª D 2ª D
Condicionalidades
Transferência direta reforço do acesso
de renda às famílias aos serviços públicos que
constituem direitos
alívio
sociais, nas áreas de
imediato da
saúde e educação e
pobreza
assistência social
PBF
IMENSÃO
3ª D
Ações
complementares
fomento à autonomia das
famílias e apoio à superação
da situação de
vulnerabilidade e
pobreza

O foco deste manual é a segunda dimensão do PBF: as condicionalidades.
Previstas no art. 3º da Lei nº 10.836/2004, as condicionalidades são compro-
missos assumidos tanto pelas famílias beneficiárias do Bolsa Família quanto
pelo poder público para reforçar o acesso dessas famílias a seus direitos
sociais básicos, principalmente nas áreas de saúde, educação e assistência
social. Por um lado, as famílias devem assumir e cumprir esses compromis-
sos para continuar recebendo o benefício. Por outro, as condicionalidades
responsabilizam o poder público pela oferta dos serviços de saúde, educa-
Aa ção e assistência social.
Z
Z
Aa
GLOSSÁRIO: Os direitos sociais são descritos pelo art. 6º da Constitui-

ção e incluem educação, saúde, alimentação, trabalho, lazer, segurança,
previdência social, proteção à maternidade e à infância e assistência
aos desamparados, entre outros. Assim, se um brasileiro está sendo
impedido de materializar esses direitos, a superação dessa situação é
responsabilidade pública e estatal. Isto é, compete ao poder público
promover ações que visem ao enfrentamento da pobreza.
No Brasil, a educação, a saúde e a assistência social são direitos sociais

universais, previstos na Constituição Federal. Sendo assim, são políticas
sociais públicas que estão organizadas em todo o território nacional com
responsabilidades compartilhadas entre União, estados, Distrito Federal e
municípios. Entretanto, existe a necessidade de reforçar o acesso a essas
políticas, pois há o reconhecimento de que famílias em situação de pobreza,
historicamente, têm menos acesso a esses serviços, seja por situação de
vulnerabilidade e risco social, inadequação na oferta do serviço público ou
mesmo falta de compreensão do acesso a esses serviços como direito.
O acompanhamento das condicionalidades de saúde e de educação do PBF

permite ao poder público identificar quais crianças, adolescentes e gestantes
em situação de pobreza têm dificuldades de acesso a esses serviços. A partir
daí, é possível planejar ações intersetoriais e territorializadas que apoiem as
famílias na superação de suas vulnerabilidades.
O principal objetivo das condicionalidades, portanto, é contribuir para a rup-

tura do ciclo intergeracional da pobreza, partindo do pressuposto de que o
acesso a melhores condições de saúde, de educação e de convivência fami-
liar e comunitária aumentam as oportunidades de desenvolvimento social.
Em outras palavras, as chances de crianças e jovens terem uma vida melhor
do que a de seus pais são ampliadas.
8 Unidade 1: As condicionalidades do PBF

De acordo com o Decreto nº 5.209/2004, as condicionalidades se destinam a:
UNIDADE
a. estimular as famílias beneficiárias a exercer seu direito de acesso
a políticas públicas de saúde, educação e assistência social, promo-
vendo a melhoria das condições de vida da população; e
1
AS CONDICIONALIDADES DO PBF
b. identificar as vulnerabilidades sociais que afetam ou impedem o
acesso das famílias beneficiárias aos serviços públicos a que têm
direito, por meio do monitoramento de seu cumprimento.
Na área de educação, a condicionalidade se refere à frequência escolar

mensal mínima de 85%, em estabelecimento de ensino regular, para as
crianças e adolescentes de 6 a 15 anos e de 75% para os adolescentes que
recebem o Benefício Variável Vinculado ao Adolescente (BVJ)1. O acompa-
nhamento da frequência é realizado pelas Secretarias Municipais de Edu-
cação e pelas escolas, por intermédio do Sistema Presença do Ministério
da Educação (MEC). Já na área de saúde, deve haver o acompanhamento
da vacinação e do crescimento e desenvolvimento das crianças menores
de sete anos. Além disso, as gestantes devem realizar o pré-natal. O acom-
panhamento é realizado pelas equipes de saúde municipais e o registro é
feito no Sistema de Gestão do Programa Bolsa Família na Saúde, de res-
ponsabilidade do Ministério da Saúde (MS).
As Condicionalidades do Programa Bolsa Família são:
Na área de educação: frequência escolar mensal mínima de 85%

para beneficiários e beneficiárias de 6 a 15 anos e de 75% para os
adolescentes que recebem o BVJ;
1 O Benefício Variável Vínculado
ao Adolescente (BVJ) é concedido às
Na área de saúde: vacinação e acompanhamento nutricional (peso
famílias que tenham adolescentes de
e altura) de crianças menores de 7 anos e pré-natal de gestantes. 16 e 17 anos. A família do/da adoles-
cente continua recebendo as parcelas
do BVJ até dezembro do ano em que
Na área de assistência social, embora não exista uma condicio- ele/ela completa 18 anos. Enquanto a
família receber o BVJ, o/a adolescente
nalidade por parte da família2, compete ao Sistema Único de Assis-
deverá ter a frequência escolar acom-
tência Social (SUAS) realizar o trabalho social com as famílias que panhada.
descumprem as condicionalidades para que sejam identificados os 2 A condicionalidade relacionada à

reais motivos que estão interferindo no acesso regular de crianças e frequência de crianças e adolescentes
em risco ou retiradas do trabalho in-
adolescentes à escola e de crianças e gestantes aos cuidados básicos fantil no Serviço de Convivência e For-
talecimento de Vínculos (SCFV), pre-
de saúde. vista no inciso III do art. 2º da Portaria
n.º 251/2012, foi revogada pela Portaria
n.º 318/2016.

GESTÃO DE CONDICIONALIDADES COMO UM TRABALHO
INTERSETORIAL E COMPARTILHADO
A gestão de condicionalidades, realizada de forma integrada e articulada en-
tre diferentes setores, envolve ações coordenadas entre os governos federal,
estadual, municipal e do Distrito Federal, com o apoio do Controle Social,
para acompanhar os compromissos assumidos pelas famílias do PBF e pelo
poder público. As responsabilidades e competências atribuídas e compar-
tilhadas pelos atores que integram a gestão de condicionalidades são es-
senciais na operacionalização do acompanhamento da frequência escolar
e da saúde dos beneficiários e beneficiárias do PBF e na oferta dos serviços
socioassistenciais às famílias em situação de vulnerabilidade social.
QUAIS SÃO OS/AS PRINCIPAIS RESPONSÁVEIS PELA GESTÃO DE CON-

DICIONALIDADES?
 NO GOVERNO FEDERAL, o Ministério da Cidadania (MC) é res-

ponsável pela coordenação da gestão de condicionalidades em parceria
com as políticas setoriais de assistência social, educação e saúde. Entre
as atribuições do MC, estão identificar o público com perfil para acom-
panhamento das condicionalidades e enviá-lo ao MEC e ao MS, que são
os Ministérios setoriais, a fim de possibilitar o acompanhamento pelas
respectivas áreas no âmbito dos municípios. O MEC é responsável pela
definição de diretrizes e coordenação do processo de acompanhamen-
to da matrícula e frequência escolar de crianças e adolescentes do PBF,
em parceria com as redes estaduais e municipais de educação. O MS é
responsável pela definição de diretrizes e coordenação do processo de
acompanhamento da vacinação e do crescimento e desenvolvimento de
crianças menores de 7 anos, bem como do pré-natal de gestantes do
PBF, em parceria com as redes estaduais e municipais de saúde. Os Mi-
nistérios setoriais, MEC e MS, são também responsáveis por gerenciar
e manter o funcionamento dos sistemas para registro das informações
do acompanhamento, respectivamente, o Sistema Presença e o Sistema
de Gestão do Programa Bolsa Família na Saúde, disponibilizando-os aos
estados e municípios;
 NOS ESTADOS, a Coordenação Estadual do PBF é responsável pela

coordenação da gestão de condicionalidades na esfera estadual, em par-
ceria com as políticas setoriais de assistência social, educação e saúde.
Entre as atribuições da área destacam-se: viabilizar o acesso ao Sicon

aos/as parceiros/as estaduais do PBF nas áreas de educação, saúde e
UNIDADE
1
assistência social e capacitar gestores e gestoras do PBF e da assistência
social dos municípios sobre a utilização do Sicon, especialmente quanto
ao registro do trabalho social com famílias no sistema. Os estados de-
vem designar responsáveis das áreas de saúde e de educação (Coordena-
dores e Coordenadoras Estaduais do PBF na Saúde e na Educação) para
coordenar o processo de gestão das condicionalidades em seu território.
As coordenações estaduais nas três áreas devem apoiar os municípios
na realização das ações de gestão das condicionalidades. Além disso, o
Estado deve constituir uma Coordenação Intersetorial do Programa Bol-
sa Família;
 NOS GOVERNOS MUNICIPAIS, a Gestão Municipal do PBF é res-

ponsável pela coordenação da gestão de condicionalidades na esfera
municipal, em parceria com as políticas setoriais de assistência social,
educação e saúde. Entre as atribuições da área destacam-se: atribuir se-
nha e perfil de acesso ao Sicon às equipes da assistência social, da edu-
cação e da saúde que atuam na gestão de condicionalidades do PBF;
orientar as famílias sobre a importância do cumprimento das condicio-
nalidades; analisar os resultados de acompanhamento das condicio-
nalidades; registrar e avaliar os recursos apresentados pelas famílias;
monitorar o registro do trabalho social com famílias beneficiárias em
descumprimento no Sicon; promover a articulação intersetorial entre
as áreas de educação, saúde e assistência social. Os municípios devem
designar responsáveis das áreas de saúde e de educação para coorde-
nar o processo de gestão das condicionalidades em seu território. A
Coordenação Municipal do PBF na Educação é responsável por coor-
denar o processo de acompanhamento e registro da frequência escolar
de crianças e adolescentes do PBF no Sistema de Acompanhamento da
Frequência Escolar (Sistema Presença) e também por orientar e sensi-
bilizar as famílias para o cumprimento das condicionalidades de edu-
cação. A Coordenação Municipal do PBF na Saúde é responsável por
coordenar o processo de acompanhamento e registro das informações
de saúde das crianças e gestantes no Sistema de Gestão do Programa
Bolsa Família na Saúde e também por estimular e mobilizar as famílias
para o cumprimento das condicionalidades de saúde.
A figura a seguir ilustra o trabalho intersetorial e compartilhado entre os

níveis de governo, necessário para a operacionalização da gestão de condi-
cionalidades.

FEDERAL
Ministério da Saúde Ministério da Ministério da Educação
Cidadania
ESTADUAL
Coordenador(a) Coordenador(a) Coordenador(a)
Estadual Estadual Estadual
de Saúde do PBF de Educação
Coordenador(a) Coordenador(a)
Gestor(a) Municipal Municipal do
Municipal do do PBF
PBF na Saúde PBF na Educação
MUNICIPAL
Proteção Básica (CRAS) Vigilância

Proteção Especial Socioassistencial
(CREAS)
Controle
Social do PBF
As definições vistas até este momento indicam que a gestão de condicio-

nalidades é um trabalho de caráter humanitário e inclusivo, que acontece
pela conjugação de esforços entre as áreas de saúde, educação e assistência
social. A efetividade do acompanhamento e do monitoramento das condi-
cionalidades requer conhecimento amplo das possibilidades de manutenção
dos benefícios do PBF, possibilidades essas que precisam ser transmitidas
de forma clara às famílias beneficiárias, com as devidas orientações.
A conjugação de esforços presente na gestão de condicionalidades, além de

garantir uma renda aos beneficiários e beneficiárias, aumentando a capaci-
dade de recuperação e preservação da função protetiva das famílias, forta-
lece a sua autonomia e diminui os riscos a vulnerabilidades que sobre elas
incidem.
Com diversos atores envolvidos, de áreas e níveis de governo diferentes,

o processo de gestão das condicionalidades exige o compartilhamento de
responsabilidades e de procedimentos entre as entidades do poder público
e por isso precisa ser bem definido. Para facilitar o entendimento, sistemati-
zamos esse processo em sete Etapas da Gestão de Condicionalidades, como
mostra a figura a seguir:

7.
Acompanhamento
pela Assistência
Social
ETAPAS DA GESTÃO DE CONDICIONALIDADES

UNIDADE
1
6.
Recursos
1. 2. 3. 4.
Geração do Acompanhamento 5.
Público para Disponibilização Registro do
das Repercussão
Acompanhamento de Informações Condicionalidades Acompanhamento
7.
Acompanhamento
pela Assistência
Social
Como característica básica do trabalho sistêmico, as etapas não são isola-

das, mas conectadas de forma complementar. Portanto, cada etapa obedece
a prazos bem definidos; e um problema na etapa anterior compromete a
seguinte, o que pode causar impacto nas demais etapas e nos resultados do
processo como um todo.
A execução dessas etapas possibilita o monitoramento do acesso às políti-

cas sociais envolvidas e a identificação de famílias em situação de vulnerabi-
lidade e risco social. A seguir, são definidas, resumidamente, as sete Etapas
da Gestão de Condicionalidades:
1. Geração do Público para Acompanhamento: realizada pelo MC,

consiste na identificação dos Públicos para Acompanhamento (PA), a
partir das bases do Cadastro Único e da Folha de Pagamento do PBF.
2. Disponibilização de informações: nesta etapa, o MC envia os PAs

para o MEC e para o MS que, por sua vez, os disponibilizam às suas
respectivas redes municipais, por meio dos seus sistemas específicos.
3. Período de Acompanhamento das Condicionalidades: nesta etapa

os municípios realizam o acompanhamento do cumprimento das condi-
cionalidades dos/das integrantes das famílias que estão no PA, nas áreas
de saúde e educação.
4. Período de Registro do Acompanhamento: esta etapa é reservada ao

registro, pelas equipes municipais de saúde e de educação, em seus res-
pectivos sistemas, dos dados resultantes da etapa de acompanhamento
das condicionalidades. Ao final de cada período de registro, as informa-
ções registradas pelos municípios são consolidadas pelos Ministérios
setoriais (MEC e MS) e enviadas ao MC.

5. Repercussão: nesta etapa, o MC recebe o resultado do acompanha-
mento realizado pelos municípios, identifica famílias que descumpriram
as condicionalidades e aplica os correspondentes efeitos previstos na le-
gislação. As famílias são comunicadas desses efeitos, em geral, por meio
de mensagem no extrato bancário.
6. Período de registro e avaliação de recursos no Sicon: o recurso é

um ato administrativo para viabilizar o direito de a família solicitar revi-
são de efeitos aplicados em decorrência de descumprimento de condi-
cionalidades.
7. Acompanhamento pela Assistência Social: consiste em prover às

famílias em situação de vulnerabilidade e risco social serviços socioassis-
tenciais, dando prioridade àquelas que se encontrem em descumprimen-
to reiterado de condicionalidades.
IMPORTANTE: O acompanhamento das condicionalidades engloba

não só o registro das informações das famílias no Sistema de Gestão
do Bolsa Família na Saúde/MS e no Sistema Presença/MEC, mas todo
o processo de identificação das dificuldades existentes para que es-
sas famílias tenham acesso aos serviços, além da realização de um
trabalho de atendimento ou acompanhamento socioassistencial das
famílias mais vulneráveis que permita a superação das dificuldades
que as impedem de ter acesso pleno a seus direitos.
Para realizar a Gestão das Condicionalidades do PBF, temos o Sicon, sobre o

qual daremos uma visão geral e abordaremos suas funcionalidades básicas
na próxima unidade. Já nas demais Unidades, retomaremos e detalharemos
as regras e etapas da gestão de condicionalidades, relacionando-as com as
principais funcionalidades do Sicon.

UNIDADE 2
INTRODUÇÃO AO SICON
 Acessar o Sicon;
 Identificar os perfis de acesso ao sistema;
 Identificar a interação do Sicon com outros sistemas;
 Navegar na página inicial do Sicon;
 Realizar consulta por meio da funcionalidade Pesquisa Pessoa;
 Acessar a página Informações Integradas da Família; e
 Realizar consulta por meio da funcionalidade Pesquisa Pessoa-Avançada.

O
Sistema de Condicionalidades (Sicon) é uma ferramenta de gestão
UNIDADE
2
intersetorial das condicionalidades do PBF, que integra e disponi-
biliza as informações de acompanhamento da saúde, educação e
assistência social. O sistema apoia e possibilita o modelo de gestão inter-
setorial do PBF, contribuindo para as ações de planejamento, execução e
monitoramento envolvendo as três áreas e para um olhar mais integral sobre
as famílias.
ACESSO AO SICON
O Sicon pode ser acessado por profissionais que atuem ou apoiem a gestão
das condicionalidades do PBF tais como:
 Gestores, gestoras, técnicos e técnicas da gestão municipal e esta-

dual do PBF;
 Gestores, gestoras, técnicos e técnicas das áreas de saúde, educação

e assistência social;
 Técnicos e técnicas dos CRAS e CREAS; e
 Conselheiros e Conselheiras dos Conselhos municipais e estaduais

de assistência social e conselhos tutelares.
O acesso ao Sicon se dá por meio do Sistema de Gestão do Programa Bol-

sa Família (SigPBF)2. O SigPBF é um sistema informatizado, com acesso
via internet, no qual estão contidas várias ferramentas indispensáveis para a
gestão do Bolsa Família, como o Sicon.
Os Gestores e as Gestoras Municipais do PBF e os Coordenadores e as Co- 2 Para ver como acessar o SigPBF,
consulte os Guias de Navegação do
ordenadoras Estaduais tem login e senha de acesso ao SigPBF atribuídos SigPBF, disponíveis na página do MC >
pelo MC, que possibilita acesso imediato ao Sicon. Para que as equipes téc- Assuntos > Bolsa Família > SIGPBF.
nicas das gestões municipais e estaduais do PBF e das outras áreas tenham
acesso ao Sicon, é necessário que o/a Gestor/Gestora Municipal e o/a Coor-
denador/Coordenadora Estadual do PBF, respectivamente, atribuam a elas
acesso ao SigPBF e as habilitem como usuárias do Sicon.
ATENÇÃO: A pessoa cadastrada como usuária do Sicon assume

o compromisso com o uso ético do sistema, com a confiden-
cialidade das informações reservadas sobre as famílias e com
a veracidade das informações que registrar.

Perfis de acesso ao Sicon
Para habilitar uma pessoa como usuária do Sicon, é preciso atribuir a ela
um perfil de acesso ao sistema. O perfil de acesso delimita quais ações cada
usuário/usuária poderá realizar no sistema. Isto significa que nem todas as
pessoas que acessam o Sicon podem realizar todas as ações que o sistema
permite, isso depende do perfil de acesso que possuem.
Os perfis de acesso ao Sicon podem ser atribuídos aos/às profissionais que

atuam nos âmbitos municipal, estadual e federal, como melhor se adequem
à organização adotada para a gestão de condicionalidades no respectivo ter-
ritório, não havendo limite de pessoas habilitadas no sistema. Veja a seguir
quais são os perfis de acesso ao Sicon:
No âmbito municipal:
 Sicon_Gestor_Municipal: permite fazer consultas, registrar atendi-

mento/acompanhamento familiar, registrar e avaliar recursos.
 Sicon_Municipal_Acompanhamento_Familiar: permite fazer con-

sultas de informações no sistema e registrar atendimento/acompanha-
mento familiar.
 Sicon_Municipal_Recurso: permite realizar consultas de informa-

ções e registro/avaliação de recurso online.
 Sicon_Municipal_Consulta: somente permite utilizar as funcionali-

dades de consulta no sistema, em geral, relativas ao seu município.
No âmbito estadual:
 Sicon_Estadual: permite consultar informações sobre famílias, pes-

soas, recursos e atendimento/acompanhamento familiar dos municípios
do estado.
No âmbito Federal o perfil é:
 Sicon_Federal: amplo acesso de gestão.
O Gestor ou a Gestora Municipal do PBF pode cadastrar várias pessoas e

2 Para ver como atribuir perfil de
acesso ao Sicon, consulte os Guias atribuir o mesmo perfil a todos elas2. Por exemplo: vários perfis Sicon_Mu-
de Navegação do SigPBF, disponíveis
na página do MC > Assuntos > Bolsa
nicipal_Acompanhamento_Familiar podem ser liberados para as equipes dos
Família > Gestão do Programa > Sis- CRAS e dos CREAS que realizam os registros de atendimento/acompanha-
temas de gestão e de informação >
SIGPBF. mento familiar de modo descentralizado.
18 Unidade 2: Introdução ao Sicon

Além disso, a mesma pessoa pode ser cadastrada com mais de um perfil.
UNIDADE
2
Exemplo: uma pessoa pode ser cadastrada com o perfil Sicon_Municipal_Re-
curso e perfil Sicon_Municipal_Acompanhamento_Familiar, ou seja, ela estará
habilitada a registrar recurso e informações das famílias inseridas em aten-
dimento/acompanhamento familiar.
IMPORTANTE: As ações só podem ser realizadas no Sicon com o acesso (lo-
gin) de alguma pessoa cadastrada, em nome de quem ficam registradas as
informações incluídas ou alteradas. Em vista disso, as senhas são pessoais e
intransferíveis.
A seguir, veja o passo-a-passo para acessar o Sicon.
1. Entre no SigPBF (www.mds.gov.br/sistemagestaobolsafamilia/) e digite

seu login e senha.
Tela de acesso ao SigPBF.
2. No menu do SigPBF, coloque o cursor do mouse sobre o menu Gestão de

Condicionalidades e em seguida selecione a opção Sicon.
Tela inicial do SigPBF.

3. Automaticamente a página inicial do Sicon se abrirá em uma nova janela
do navegador de internet, conforme tela abaixo.
Página inicial do Sicon.
Sicon Treinamento
Conforme pode ser observado na tela inicial do SigPBF, no menu “Gestão

de Condicionalidades” também está disponível a opção Sicon Treinamento.
O Sicon Treinamento é um ambiente que possui as mesmas funcionalidades
do Sicon e permite aos usuários e usuárias realizar consultas e registros de
recursos e de atendimento/acompanhamento familiar como se estivessem
manuseando o sistema. Assim, é possível navegar livremente, sem medo de
que alguma ação errada prejudique as famílias ou o trabalho do município/
estado. Nesse ambiente de treinamento, cada município/estado acessa uma
base reduzida de famílias do seu território.
Para acessar o Sicon Treinamento, também é preciso ter perfil ativo no Si-
gPBF e perfil de acesso ao Sicon Treinamento. Os perfis de acesso ao am-
biente de treinamento se assemelham aos do Sicon, delimitando as ações
que poderão ser simuladas na plataforma. Gestores e Gestoras municipais
e Coordenadores e Coordenadoras estaduais do PBF cadastrados no SigPBF

têm automaticamente acesso ao Sicon Treinamento com os seguintes perfis
UNIDADE
2
de acesso, respectivamente: Treinamento_Sicon_Gestor_Municipal e Treina-
mento_Sicon_Gestor_Estadual. Para as demais pessoas usuárias do sistema,
o/a gestor/gestora municipal/estadual deverá atribuir perfil de acesso ao
ambiente de treinamento.
Para as ações de capacitação realizadas por estados ou municípios, indica-
-se atribuir o perfil Treinamento_Sicon_Gestor_Municipal que permite simular
a utilização de todas as funcionalidades de consulta e registro do sistema.
Para ter um dos perfis de acesso ao ambiente de treinamento não é preciso
ter o perfil semelhante no Sicon.
Importante ressaltar que as informações registradas no ambiente de treina-

mento não têm efeito real. Um recurso ou atendimento/acompanhamento
familiar registrado neste ambiente não será considerado válido para fins da
gestão de condicionalidades. É importante sempre observar em qual siste-
ma (se no Sicon propriamente dito ou no ambiente de treinamento) estão
sendo registradas as informações. Para isso, basta checar o link que aparece
na barra de endereço do seu navegador ou se há a palavra TREINAMENTO
ao lado da logo do Sicon, conforme demonstrado na tela abaixo.
Página inicial do Sicon Treinamento.
AS INFORMAÇÕES DISPONÍVEIS NO SICON

O Sicon integra e disponibiliza informações de diversos sistemas relacionados
ao PBF, tais como: Cadastro Único, Folha de Pagamentos do PBF, Sistema de
Gestão do PBF na Saúde e Sistema Presença. Além disso, permite o registro
e a avaliação de recursos assim como o registro de atendimento/acompanha-
mento familiar. As informações são disponibilizadas tanto de forma detalhada
por família, inclusive o histórico delas, quanto por meio de relatórios consoli-
dados, permitindo acompanhar o cumprimento das condicionalidades pelas
famílias, bem como sua gestão no âmbito municipal e estadual.

Vejamos a seguir mais detalhes sobre os sistemas que
possuem interface com o Sicon.
1) Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal
Instrumento que identifica e caracteriza as famílias de baixa renda. O Gover-

no Federal, por meio de um sistema informatizado, consolida os dados cole-
tados, tais como: informações sobre a família e seus componentes, caracte-
rísticas do domicílio, situação de trabalho e renda entre outras. No Sicon, é
possível visualizar informações básicas sobre todas as famílias do Cadastro
Único, beneficiárias e não beneficiárias do PBF. O Sicon extrai os dados do
Cadastro Único periodicamente, assim, uma informação que acabou de ser
inserida no Cadastro precisará de algum tempo para aparecer no Sicon.
2) Sistema de Benefícios (Sibec) e Folha de Pagamentos do PBF
O Sibec é utilizado para realizar as atividades de administração de benefícios

do PBF. Após a geração das repercussões pelo Sicon, são enviadas para o
Sibec as ações que incidem sobre o benefício (bloqueios, suspensões ou
cancelamentos) em razão do descumprimento de condicionalidades, bem
como as reversões dos efeitos em função dos recursos apresentados pelas
famílias e deferidos pela Gestão Municipal do PBF. As ações sobre o benefí-
cio refletem na folha de pagamentos do Programa.
No âmbito da gestão das condicionalidades, a folha de pagamentos é utili-

zada para identificar, juntamente com as informações advindas do Cadastro
Único, os beneficiários e as beneficiárias que possuem perfil para acompa-
nhamento das condicionalidades.
No Sicon, é possível verificar a composição e a situação do benefício da

família, segundo o mês e ano de referência da folha de pagamento, e os
3 As informações de saque apre- últimos registros de saque do benefício3. A página inicial do Sicon informa
sentadas no Sicon possuem defasa-
gem de 1 mês em relação a última refe-
o mês de referência da base do Cadastro Único e da folha de pagamentos
rência da folha de pagamento utilizada consideradas na última atualização do sistema, conforme pode ser visto na
para atualização do Sicon.
tela a seguir.

UNIDADE
Página inicial do Sicon – mês de referência do Cadastro Único e da Folha de pagamento do PBF.
3) Sistema Presença/MEC
É o sistema desenvolvido e gerenciado pelo Ministério da Educação no qual

os municípios registram a frequência escolar das crianças e dos adolescen-
tes do PBF. Nele também são registrados os motivos de baixa frequência
dos alunos e das alunas que não cumpriram o percentual mínimo de pre-
sença escolar estabelecido pelo PBF: 85% (6 a 15 anos) e 75% (adolescentes
que recebem o BVJ). As informações do acompanhamento registradas pela
rede de educação no Sistema Presença são carregadas no Sicon para que se
processe a repercussão, identificando as famílias com integrantes que não
cumpriram as condicionalidades. O Sicon disponibiliza todo o histórico de
acompanhamento de condicionalidade de educação de cada integrante da
família que alguma vez foi público para acompanhamento.

MINISTÉRIO DA CIDADANIA MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO MUNICÍPIOS
CADASTRO ÚNICO
Famílias no perfil para
acompanhamento
(crianças e adolescentes de 6 a 17anos)
Sicon SISTEMA PRESENÇA
Gera o público para Atualiza o público e o
SISTEMA DE BENEFÍCIOS AO acompanhamento e disponibiliza aos
CIDADÃO (Sibec) envia ao MEC estados e municípios SISTEMA PRESENÇA
Famílias que estão na folha de Municípios
pagamentos do PBF Imprimem as listas
Distribuem para escolas
Sicon
Registram a frequência escolar
Identifica o
SISTEMA PRESENÇA
descumprimento e Consolida os resultados da
comanda a frequência escolar
aplicação de efeitos
SISTEMA DE BENEFÍCIOS AO
CIDADÃO (Sibec)
Efeitos incidem sobre o benefício
Sicon SICON
das famílias
Disponibiliza lista de Municípios
famílias em Extraem listagem de famílias
Reverte efeitos sobre a benefício
descumprimento em descumprimento
Comanda recursos Registro de Recurso

deferidos ao Sibec Registro de Trabalho Social
com Famílias
4) Sistema de Gestão do Programa Bolsa Família na Saúde/MS:
É o sistema desenvolvido e gerenciado pelo Ministério da Saúde no qual as

equipes de saúde dos municípios registram o acompanhamento dos integran-
tes das famílias beneficiárias do PBF. As informações do acompanhamento
registradas no Sistema de Gestão do PBF na Saúde são, posteriormente, car-
regadas no Sicon para que se processe a repercussão, identificando as famílias
com integrantes que não cumpriram as condicionalidades. O Sicon disponibi-
liza todo o histórico de acompanhamento de condicionalidade de saúde de
cada integrante da família que alguma vez foi público para acompanhamento.
MINISTÉRIO DA CIDADANIA MINISTÉRIO DA SAÚDE MUNICÍPIOS
CADASTRO ÚNICO
Famílias no perfil para
acompanhamento
(crianças menores de 7 anos e
mulheres entre 14 e 44 anos) Sicon SISTEMA PBF SAÚDE
Gera o público para Insere o público e o
acompanhamento e disponibiliza aos
envia ao MS estados e municípios SISTEMA PBF SAÚDE
SISTEMA DE BENEFÍCIOS AO Municípios
CIDADÃO (Sibec) imprimem os mapas
Familias que estão na folha de Distribuem para unidades de
pagamento do PBF Sicon saúde Registram o acompanha-
Identifica o mento de saúde no sistemas
SISTEMA PBF SAÚDE
descumprimento e Consolida os resultados
comanda a de saúde das famílias
aplicação de efeitos
SISTEMA DE BENEFÍCIOS AO
CIDADÃO (Sibec)
Efeitos incidem sobre o Sicon SICON
benefício das famílias Disponibiliza lista de Municípios
famílias em Extraem listagem de famílias
Reversão dos efeitos
descumprimento em descumprimento
sobre o benefício
Comanda recursos Registro de Recurso

deferidos p/ Sibec Registro de Trabalho Social
com Famílias

UNIDADE
IMPORTANTE: Ao integrar informações de diferentes sistemas,
o Sicon se consolida como uma ferramenta de apoio à gestão
intersetorial que permite um acesso dinâmico e qualitativo
2
às informações das famílias beneficiárias do PBF, de forma a
identificar suas principais demandas sociais e possibilitar a
melhor gestão dos serviços para a garantia do acesso aos di-
reitos sociais.
FUNCIONALIDADES BÁSICAS DO SICON

As funcionalidades do Sicon podem ser agrupadas em duas categorias prin-
cipais: consulta e registro. Na consulta, é possível realizar diversos tipos de
pesquisa para obter informações que o auxilie na gestão de condicionali-
dades. As consultas podem ser realizadas por qualquer pessoa usuária do
Sicon, quantas vezes for preciso. São exemplos de consulta: informações
básicas das famílias do Cadastro Único, inclusive de modo territorializado;
histórico do acompanhamento das condicionalidades por integrante da fa-
mília; situação do atendimento/acompanhamento familiar, geração de rela-
tórios, etc.
Já o registro é a função que permite ao usuário gravar informações no siste-

ma. Diferentemente da consulta, nem todos os usuários do Sicon possuem
permissão para realizar essa ação, isso irá depender do perfil de acesso ao
sistema que o usuário possui, lembra? Alguns exemplos da função registro
são: registrar, deferir ou indeferir recursos e registrar informações sobre fa-
mílias em atendimento/acompanhamento familiar.
Nesta unidade veremos algumas funcionalidades básicas do Sicon. Nas pró-

ximas unidades, entenderemos cada etapa da gestão de condicionalidades e
quais as funcionalidades do Sicon disponíveis para auxiliar na operacionali-
zação de cada uma delas.
A página inicial do Sicon
Iniciando pelo menu superior do Sicon, observamos que existem quatro

itens: Pesquisa, Orientações, Relatório e Sair.

a) O item Pesquisa nos traz quatro opções:
Menu superior do Sicon – Item Pesquisa.
Pesquisa – Descumprimento: permite consultar as famílias com registro de

descumprimento de condicionalidades por meio do NIS do/da Responsável
pela Unidade Familiar (RF).
Pesquisa – Descumprimento – Avançada: possibilita consultar ou identificar

as famílias que receberam efeito por descumprimento de condicionalidades
a partir de alguns filtros de pesquisa, como: tipo de benefício4 (BFA ou BVJ),
efeito aplicado (advertência, bloqueio, suspensão ou cancelamento), mês de
repercussão, nome do RF.
4 Nesse filtro podem aparecer duas Pesquisa – Pessoa: pode ser acessada diretamente da página inicial do Si-
opções: BFA ou BVJ, distinção utiliza-
con ou por meio do menu superior de navegação. Pesquisando pelo núme-
da para fins da gestão de condicio-
nalidades. O BFA está relacionado ao ro do NIS de qualquer integrante da família, é possível acessar as diversas
descumprimento por integrantes de 0
a 15 anos ou gestantes. A opção BVJ se informações daquele núcleo familiar: composição familiar, composição do
refere ao descumprimento de adoles-
benefício, histórico de descumprimento das condicionalidades, consulta e
cente que recebe este benefício. Pela
regra de condicionalidades, o des- registro do atendimento/acompanhamento familiar, entre outras.
cumprimento por uma criança de 0
a 15 anos ou uma gestante afeta todo
o benefício da família, inclusive o BVJ. Pesquisa – Pessoa – Avançada: essa opção permite consultar qualquer pessoa,
Entretanto, quando o descumprimen-
ou uma lista de pessoas, que esteja na base do Sicon, a partir de parâmetros de
to é apenas de adolescente que rece-
be BVJ, o efeito por descumprimento pesquisa informados (nome, data de nascimento, sexo, bairro, etc). A Pesquisa
de condicionalidades recairá apenas
sobre o benefício associado a ele, não Pessoa-Avançada pode ser utilizada quando não se sabe o NIS da pessoa a ser pes-
afetando o restante do benefício da fa-
quisada. Ela deve ser identificada por meio de outros dados pessoais que estejam
mília. Isso será visto com mais detalhes
na Unidade 4. no sistema: nome completo, nome da mãe, data de nascimento, entre outros.
b) Seguindo o menu superior do Sicon, a opção seguinte, Orientações, é o

link para o Manual do Sicon, que descreve cada funcionalidade do sistema de
forma a facilitar sua compreensão.
Menu superior do Sicon – Item Orientações.

c) O item seguinte, Relatório, traz quatro opções:
UNIDADE
Menu superior do Sicon – Item Relatório.
Relatório Consolidado5: permite gerar relatórios com os resultados de acompanha-

mento das condicionalidades de saúde e educação, repercussão, recursos registra-
dos, atendimento/acompanhamento familiar e de famílias em fase de suspensão.
Esses relatórios não trazem informações sobre cada família ou cada NIS e sim
informações agregadas (consolidadas) por município, estado ou de todo o Brasil.
Relatório Recurso: permite consultar informações consolidadas dos recursos

cadastrados e os motivos registrados, bem como do número de recursos
avaliados, não avaliados, deferidos ou indeferidos. O resultado da consulta
possibilita acessar os recursos um a um (analiticamente) e ainda gerar rela-
tório em Excel e PDF, no qual constam informações que auxiliam a localizar
a família (Nome do RF, Endereço, Bairro, Telefone).
Relatório Acompanhamento Familiar: possibilita produzir relatórios analíti-

cos (informações desagregadas) dos atendimentos/acompanhamentos re-
gistrados de acordo com parâmetros de pesquisa, tais como: CRAS, CREAS,
equipe técnica local, situação do acompanhamento, situação de vulnerabi-
lidade identificada, atividade realizada, resultado da avaliação, período de
inclusão e encerramento do acompanhamento.
Gerenciador de Arquivos: disponibiliza, sob demanda do estado ou muni-

cípio, relatórios superiores a cinco mil registros, originados a partir de con-
sultas realizadas na funcionalidade Pesquisa Pessoa-Avançada. Isto é, quando
você gera uma consulta com mais de cinco mil registros na Pesquisa Pessoa-
-Avançada, o Sicon informará que a sua consulta está em uma fila de espera
e posteriormente este resultado ficará disponível no Gerenciador de Arquivos.
d) A última opção do menu, Sair, desconecta a pessoa do Sicon.
Ainda na página inicial do Sicon, existem dois botões para fazer download de
arquivos para impressão (formulários em branco de recurso e de atendimen- 5 Alguns relatórios podem apare-
cer com o status ‘Em manutenção’ e
to/acompanhamento familiar). Além disso, mais abaixo, são apresentados estarem temporariamente indisponí-
veis. Isso ocorre quando são necessá-
os calendários anuais de acompanhamento e de repercussão. Esses calen-
rias alterações ou correções nos rela-
dários são definidos anualmente, numa ação conjunta entre MC, MEC e MS. tórios existentes.

Página inicial do Sicon – arquivos para download e calendários de acompanhamento e repercussão.
O calendário de repercussões apresenta quatro colunas:
Mês da repercussão: indica o mês de aplicação dos efeitos por descumpri-

mento de condicionalidades.
Educação: apresenta o período de acompanhamento das condicionalidades

da educação considerado para a repercussão.
Saúde: apresenta o período de acompanhamento da saúde considerado para

a repercussão.
Data limite para recursos: apresenta a data limite para cadastramento e ava-
liação dos recursos referentes à repercussão de determinado mês.
O calendário de acompanhamento permite selecionar a área desejada (Edu-

cação ou Saúde) e apresenta três colunas:
Período: apresenta os meses de acompanhamento das condicionalidades.
Abertura: apresenta a data de abertura dos sistemas para registro do resulta-

do acompanhamento das condicionalidades.

Fechamento: apresenta a data de fechamento dos sistemas para registro do
UNIDADE
2
resultado do acompanhamento das condicionalidades.
IMPORTANTE: é fácil se localizar no Sicon! O sistema sempre

mostra onde a pessoa usuária está. Basta se orientar pelos
ícones que se encontram na parte superior da tela.
Agora que já vimos as principais características da Página Inicial do Sicon, va-

mos ver com mais detalhes duas das suas funcionalidades de consulta: a Pes-
quisa Pessoa e a Pesquisa Pessoa-Avançada. Essas são ferramentas fundamentais,
pois é por meio delas que se acessa as principais informações das famílias.
Pesquisa – Pessoa
Como vimos, a Pesquisa Pessoa se encontra na página inicial do Sicon. Nela

você pode digitar o NIS de qualquer integrante da família no campo indicado
na tela a seguir.

A Pesquisa Pessoa retorna as informações relativas ao núcleo familiar do NIS
consultado. Para tanto, o resultado da Pesquisa Pessoa apresenta a página
Informações Integradas da Família, na qual são apresentados dados básicos
da família como nome e NIS do/da RF, município, UF e código familiar e
outras informações da família organizadas em quatro abas: Família, Endereço,
Condicionalidades e Acompanhamento Familiar.
Resultado da Pesquisa Pessoa: Página Informações Integradas da Família.
Essas abas reúnem as diversas informações da família, como os dados ca-

dastrais de seus membros, dados do acompanhamento de condicionalida-
des, do registro de recursos (se houver) e de atendimento/acompanhamen-
to familiar (se houver). Vejamos agora as abas Família e Endereço. As abas
Condicionalidades e Acompanhamento Familiar serão vistas nas próximas
unidades.

Na aba Família, existem duas sub-abas: Composição Familiar e Bolsa Família.
UNIDADE
2
Ao acessar a página Informações Integradas da Família e sempre que clicar na
aba Família, você se encontrará na sub-aba Composição Familiar.
Em Composição Familiar são apresentados os dados de identificação, extraí-

dos do Cadastro Único, de todos os membros da família (nome, NIS, paren-
tesco com o Responsável Familiar, data de nascimento, idade e sexo). Outras
duas informações importantes são apresentadas nessa sub-aba: a situação
atual da família no Cadastro Único e a data da última atualização do cadastro
da família segundo a base de referência do Cadastro utilizada na última atu-
alização do Sicon. Para informações mais precisas e atualizadas acesse dire-
tamente o sistema do Cadastro Único.
Página Informações Integradas da Família – aba Família e sub-aba Composição Familiar.

Na sub-aba Bolsa Família, caso a família seja ou tenha sido beneficiária do
PBF, você encontra informações sobre a composição, o valor e a situação do
benefício de acordo com o mês e ano de referência da folha de pagamento
(navegue pelos ícones ). Também é possível verificar o histórico de sa-
que do benefício da família. Informações mais precisas e detalhadas sobre
os benefícios das famílias devem ser pesquisadas no Sibec.
Página Informações Integradas da Família – aba Família e sub-aba Bolsa Família.
A aba Endereço permite a consulta do endereço da família registrado no

Cadastro Único, assim como sua localização no mapa e a visualização das
escolas, estabelecimentos de saúde e CRAS/CREAS do município de resi-
dência da família no mapa.

UNIDADE
Página Informações Integradas da Família – aba Família e sub-aba Bolsa Família.
Na próxima unidade, veremos as demais abas da página Informações Inte-

gradas da Família.
Pesquisa – Pessoa – Avançada
Outra funcionalidade do Sicon é a Pesquisa Pessoa-Avançada. Para acessá-la,

passe o cursor do mouse sobre o item Pesquisa, no menu superior do Sicon
e, em seguida, selecione a funcionalidade Pessoa-Avançada, que permite
identificar as famílias por meio do preenchimento de filtros de pesquisa.

Essa funcionalidade é especialmente útil quando se quer buscar uma família
no Sicon, mas não se tem em mãos o NIS de algum dos seus integrantes.
Menu superior do Sicon – item Pesquisa – funcionalidade Pessoa-Avançada.
Na página da Pesquisa Pessoa-Avançada, você pode inserir algumas informações do

beneficiário ou da beneficiária para realizar a sua consulta, como nome da pessoa,
nome da mãe, data de nascimento, entre outras. Você pode também selecionar os
filtros Apenas pessoas do Programa Bolsa Família ou Apenas Responsável familiar para
delimitar ainda mais a pesquisa. Ainda é possível inserir informações sobre o bair-
ro, escola ou estabelecimento de saúde da família. Depois, você deve rolar a tela até
o fim da página e clicar em Pesquisar para obter o resultado da busca.

UNIDADE
Página Pesquisa Pessoa Avançada.
O resultado da Pesquisa Pessoa-Avançada identifica todas as pessoas que

tenham as mesmas características descritas nos filtros de pesquisa. Em al-
guns casos, a busca retorna mais de um resultado. Isso ocorre pois algumas
informações podem ser muito comuns. Você deve, então, verificar qual das
opções corresponde à pessoa que está buscando. Ao clicar no NIS do bene-
ficiário ou da beneficiária, você será direcionado para a página Informações
Integradas da Família, conforme vimos na Pesquisa Pessoa.

Resultado da consulta na funcionalidade Pesquisa Pessoa-Avançada.
Por meio da Pesquisa Pessoa-Avançada, utilizando os filtros que vimos, tam-

bém é possível gerar relatórios de pessoas de acordo com a necessidade de
atuação do município. Por exemplo, o Coordenador ou a Coordenadora Mu-
nicipal do Bolsa Família na Saúde em parceria com a Secretaria Municipal de
Assistência Social está organizando uma ação educativa para o público de
adolescentes, do sexo feminino, na faixa etária de 12 a 17 anos, beneficiárias
do PBF, que residem numa certa região da cidade. Pela Pesquisa Pessoa-A-
vançada, seria possível gerar a lista dessas pessoas com facilidade, além
de trazer dados necessários para localização de cada uma delas ao gerar o
relatório em Excel.
Nesta unidade vimos algumas funções iniciais do Sicon. Nas próximas uni-
dades, retomaremos as Etapas da Gestão de Condicionalidades e associare-
mos cada uma às funcionalidades do Sicon.

UNIDADE

UNIDADE 3
O SICON NA GESTÃO DE
CONDICIONALIDADES:
ETAPAS 1 A 4
 Distinguir as etapas de Geração do Público para Acompanhamento e de
Disponibilização das Informações (Etapas 1 e 2);
 Identificar como ocorre o acompanhamento e registro das condicionali-

dades de saúde e de educação (Etapas 3 e 4);
 Gerar relatórios consolidados de resultados de acompanhamento da

saúde e da educação; e
 Acessar informações de acompanhamento de condicionalidades de uma

família específica na página Informações Integradas da Família.
6.
Recursos
1.
Geração do 3.
2. 4.
C
Público para Acompanhamento 5.
Disponibilização Registro do
Acompanhamento das Repercussão
Acompanhamento
omo vimos na Unidade 1 deste manual, o acompanhamento
de Informações
das con-
Condicionalidades
dicionalidades envolve uma rotina complexa, mediada por sistemas, 7.

Acompanhamento
pela Assistência
que requer a coordenação de ações entre políticas setoriais distintas e Social
entre os entes públicos envolvidos em sua gestão e execução. Retomaremos

nesta unidade as Etapas da Gestão de Condicionalidades e veremos as funcio-
nalidades do Sicon que se relacionam com cada uma delas. Nesta Unidade
veremos as etapas 1, 2, 3 e 4. Nas próximas unidades, veremos as demais.
ETAPAS DA GESTÃO DE CONDICIONALIDADES

6.
Recursos
1. 2. 3. 4.
Geração do Acompanhamento 5.
Público para Disponibilização Registro do
das Repercussão
Acompanhamento de Informações Condicionalidades Acompanhamento
7.
Acompanhamento
pela Assistência
Social
ETAPAS 1 E 2: GERAÇÃO DO PÚBLICO PARA ACOMPANHA-

MENTO E DISPONIBILIZAÇÃO DAS INFORMAÇÕES
Periodicamente, o MC gera o público para acompanhamento (PA) das con-
dicionalidades, ou seja, para a área de educação, uma base com informações
das crianças e adolescentes que deverão ter a frequência escolar verificada, e
para a área da saúde, uma base com informações das crianças menores de 7
anos que deverão ter o calendário vacinal, o peso e a altura acompanhados,
além de dados das mulheres para identificação das gestantes e acompanha-
mento da realização do pré-natal.
O público com perfil para acompanhamento das condicionalidades é gerado

pelo MC com base na Folha de Pagamentos do PBF e nas informações ad-
vindas do Cadastro Único. A seguir, quando falarmos dos períodos de acom-
panhamento, indicaremos as bases de referência da Folha de Pagamentos e
do Cadastro Único utilizadas para a geração de cada PA.
Em seguida, o MC envia as listagens para o MEC e para o MS, que, por meio
dos sistemas específicos – Sistema Presença e Sistema de Gestão do PBF na
Saúde, respectivamente –, disponibilizam-nas aos municípios para realiza-
rem a coleta e o registro das informações do acompanhamento.
Estas etapas da Gestão de Condicionalidades não envolvem nenhuma fun-

cionalidade de consulta ou de registro do Sicon.

ETAPAS 3 E 4: PERÍODOS DE ACOMPANHAMENTO DAS
CONDICIONALIDADES E DE REGISTRO
Nestas etapas, os municípios realizam o acompanhamento do cumprimento das
condicionalidades dos integrantes das famílias beneficiárias, nas áreas de saúde e
educação, e registram as informações coletadas nos respectivos sistemas.
Anualmente, o MC, o MEC e o MS acordam um calendário operacional que

define os períodos de coleta e registro das informações do acompanhamen-
to das condicionalidades nos sistemas da saúde e da educação. O calendário
anual com as principais atividades do acompanhamento de condicionalida-
des é publicado em Instrução Operacional do MC.
O acompanhamento da frequência escolar das crianças e adolescentes ocorre

cinco vezes ao ano, bimestralmente, excluindo-se os meses de dezembro e janei-
ro, destinados às férias escolares. Na área da saúde, há dois períodos de acom-
panhamento – ou as chamadas vigências –, equivalentes, cada um, a um semes-
tre. As gestões municipais de todas as áreas envolvidas no acompanhamento de
condicionalidades devem ficar atentas às datas estabelecidas no calendário.
Como vimos na Unidade 2, o calendário com as informações do período de acom-

panhamento e com as datas de abertura e fechamento dos sistemas da educação
e da saúde para registro das informações está disponível na página inicial do Sicon.
003
Página inicial do Sicon – Calendário de Acompanhamento da Educação.
014
Página inicial do Sicon – Calendário de Acompanhamento da Saúde.
IMPORTANTE O resultado do acompanhamento das condicionalidades de

saúde e educação tem impacto direto sobre o Índice de Gestão Descentrali-
zada Municipal e Estadual (IGD-M e IGD-E) e, consequentemente, no repas-
se financeiro realizado pela União a estados, municípios e Distrito Federal
para auxiliar na gestão do PBF e do Cadastro Único. Por isso é essencial que
o trabalho de gestão das condicionalidades seja realizado de forma articula-
da entre as áreas envolvidas no Programa .
Página inicial do Sicon – Calendário de Acompanhamento da Educação.
40 Unidade 3: O Sicon na Gestão de Condicionalidades: etapas 1 a 4

UNIDADE
O SICON NA GESTÃO DE CONDICIONALIDADES: ETAPAS 1 A 4

Página inicial do Sicon – Calendário de Acompanhamento da Saúde.
IMPORTANTE: O resultado do acompanhamento das condicionalida-

des de saúde e educação tem impacto direto sobre o Índice de Ges-
tão Descentralizada Municipal e Estadual (IGD-M e IGD-E)6 e, conse-
quentemente, no repasse financeiro realizado pela União a estados,
municípios e Distrito Federal para auxiliar na gestão do PBF e do
Cadastro Único. Por isso é essencial que o trabalho de gestão das
condicionalidades seja realizado de forma articulada entre as áreas 6 O IGD leva em consideração a
envolvidas no Programa. Taxa de Acompanhamento da Agenda
de Saúde (TAAS) e a Taxa de Acom-
panhamento da Frequência Escolar
(TAFE). Para mais informações sobre
o IGD, acesse o Caderno do IGD-M,
disponível na página do MC > Assun-
tos > Bolsa Família > Publicações >
Guias e Manuais > Manual do IGD-M do
Programa Bolsa Família e do Cadastro
Único.

COMO ACONTECE O ACOMPANHAMENTO E REGISTRO DAS
CONDICIONALIDADES DE SAÚDE?
O Sistema Único de Saúde (SUS) é responsável por oferecer serviços de
saúde, garantindo acesso integral, universal e gratuito para toda a popula-
ção. O acompanhamento das famílias do PBF pela área de saúde busca as-
segurar a oferta de serviços básicos a uma população com mais dificuldades
para ter acesso a seus direitos. As equipes de saúde da Atenção Básica são
responsáveis por acompanhar essas famílias, contribuindo para a prevenção
de doenças e manutenção de um bom estado de saúde, esclarecendo à famí-
lia sobre o seu papel no cumprimento das ações que compõem as condicio-
nalidades do PBF e de suas responsabilidades na melhoria de suas condi-
ções de saúde e nutrição.
IMPORTANTE: Acompanhar as famílias e registrar as condi-

cionalidades de saúde não são atividades com a finalidade
apenas de preencher sistemas, mas sim, garantir o acesso
das famílias às ações preventivas de saúde.
A Portaria Interministerial MS/MDS nº 2.509, de 18 de novembro de 2004, dispõe

sobre as atribuições e normas para a oferta e o acompanhamento das famílias
beneficiárias relativas ao cumprimento da agenda de saúde. O acompanhamento
das condicionalidades de saúde é de responsabilidade das Secretarias Munici-
pais de Saúde, que devem indicar um Coordenador ou uma Coordenadora Mu-
nicipal do Bolsa Família na Saúde. Como visto, para realizar e registrar o acompa-
nhamento, o município utiliza o Sistema de Gestão do Programa Bolsa Família
na Saúde, ferramenta desenvolvida e gerenciada pelo Ministério da Saúde.
As informações do público para acompanhamento das condicionalidades

são disponibilizadas pelas Secretarias Municipais de Saúde às Unidades
Básicas de Saúde e Equipes da Estratégia Saúde da Família por meio do
formulário Mapa de Acompanhamento, extraído do Sistema de Gestão do
Bolsa Família na Saúde. Esse formulário é utilizado para o registro do acom-
panhamento dos beneficiários e beneficiárias do PBF, para facilitar a poste-
rior inclusão dos dados no Sistema. O acompanhamento também pode ser
registrado diretamente no sistema pela equipe de saúde.
Especificamente em relação ao acompanhamento de mulheres para identifi-

cação de gestantes, no início de cada semestre, é gerado pelo MC um arqui-
vo denominado inicial, contemplando as mulheres com idade entre 14 e 44

anos, sendo este o público de acompanhamento obrigatório. Nesse arquivo
UNIDADE
3
inicial também consta o público de acompanhamento não obrigatório, com-
posto por mulheres com idade entre 7 e 13 anos e acima de 44 anos, para
garantir a possibilidade de se identificar e acompanhar todas as beneficiárias
do PBF que estejam grávidas.

IMPORTANTE: Embora esse público seja considerado não
obrigatório, se for acompanhado será contabilizado no cál-
culo do IGD.
Além disso, no meio de cada vigência – em geral no início de abril (primeira

vigência), e início de outubro (segunda vigência), – o MC gera um arquivo
chamado de complementar, que tem como objetivo atualizar a relação das
mulheres beneficiárias para acompanhamento, e o envia para o MS. Essa
ação possibilita que beneficiárias que entraram no programa após a geração
do público inicial possam ser identificadas como grávidas e, portanto, ele-
gíveis ao Benefício Variável Vinculado à Gestante (BVG)7. Assim, reduz-se a
possibilidade de uma gestante elegível não ser identificada pelo acompanha-
mento da saúde e, por consequência, não ter acesso ao benefício. Esse arqui-
vo é disponibilizado no Sistema de Gestão do PBF na Saúde e essas novas
beneficiárias constam como público de acompanhamento não obrigatório8.
O quadro a seguir apresenta os meses do período de acompanhamento e do perí-

odo de registro para as condicionalidades de saúde, além da referência do Cadastro
Único e da Folha de Pagamentos do PBF utilizada para geração de cada público
inicial. Observe que o registro do acompanhamento das condicionalidades de saú-
de no sistema pode ser feito durante quase todo o período de acompanhamento.
CONDICIONALIDADES DE SAÚDE
Mês de referência Mês de referência Período de Período

Cadastro Único Folha de Pagamento Acompanhamento de Registro
7 O BVG objetiva aumentar a pro-
Novembro Dezembro Janeiro a junho Fevereiro a junho
teção à mãe e ao bebê durante a ges-
Maio Junho Julho a dezembro Agosto a dezembro tação, elevando a renda familiar e pro-
movendo maior atenção a uma fase
essencial para o desenvolvimento da
criança. São elegíveis ao recebimento
É importante que o registro seja feito ao longo do período de acompanhado BVG as famílias já beneficiárias do
Bolsa Família que tenham gestantes
mento para evitar o acúmulo do trabalho de inserção das informações no identificadas na sua composição a
Sistema no final da vigência, garantindo mais eficiência tanto na prestação de partir do acompanhamento das condi-
cionalidades de saúde do Programa.
serviços de saúde às famílias como na gestão das condicionalidades. Especi-
8 Para mais informações sobre a
ficamente com relação às beneficiárias grávidas, o registro tem que ser feito o
concessão do BVG, consultar a IO
quanto antes para que, se atendidos os demais critérios, elas recebam o BVG. Conjunta MDS/MS nº 20/2013.

IMPORTANTE: A relação de gestantes identificadas durante
o acompanhamento das condicionalidades de saúde é en-
viada mensalmente ao MC para fins de concessão do Bene-
fício Variável Gestante.
A figura abaixo sintetiza o fluxo dos períodos de acompanhamento e de re-

gistro das condicionalidades de saúde.
MC gera e encaminha, ao Ministério da Saúde, o público com o perfil para o acompanhamento das
condicionalidades de saúde, ou seja, a relação das crianças menores de 7 anos e de mulheres
Ministério da Saúde carrega as informações dos beneficiários e das beneficiárias com perfil para
acompanhamento no Sistema de Gestão do Programa Bolsa Família na Saúde e disponibiliza aos
municípios.
Municípios (coordenador/coordenadora municipal do PBF na saúde, equipe de saúde da família,

agentes comunitários, unidades básicas de saúde) realizam o acompanhamento e registram as
informações no Sistema de Gestão do Programa Bolsa Família na Saúde.
Ministério da Saúde recebe as informações sobre o acompanhamento de todos

os municípios, consolida os resultados e transmite ao MC.
Como acontece o acompanhamento e registro das condi-

cionalidades de Educação?
O acesso à educação escolar é um direito assegurado às crianças e adoles-

centes pela Constituição Federal Brasileira de 1988, e previsto em Leis, como
a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação, Lei nº 9.394/1996) e ECA (Es-
tatuto da Criança e do Adolescente, Lei nº 8.069/1990). Essa conquista no
plano normativo jurídico é de grande relevância no desenvolvimento social e
econômico da sociedade brasileira.
O efetivo acesso aos serviços educacionais constitui-se no exercício de um

direito básico que possibilita a ruptura do ciclo reprodutor das condições de
pobreza entre gerações. Neste sentido, o PBF, por meio das condicionalida-
des da educação, busca promover o acesso à educação e a permanência das
crianças e adolescentes na escola, procurando fortalecer tanto a busca dos
serviços educacionais, por parte das famílias beneficiárias, quanto a oferta,

por parte do poder público. O acompanhamento da frequência escolar vem
UNIDADE
3
contribuindo para melhorar o acesso e a permanência na escola das crian-
ças e adolescentes integrantes de famílias beneficiárias. Com isso busca-se
avançar na formação de uma geração mais escolarizada e mais capacitada
para o exercício da cidadania e para a inserção no mercado de trabalho.

A Portaria Interministerial nº 3.789, de 17 de novembro de 2004, estabe-
lece atribuições e normas para o acompanhamento da frequência escolar
das crianças e adolescentes pertencentes a famílias beneficiárias. O acom-
panhamento das condicionalidades de educação é de responsabilidade das
Secretarias Municipais de Educação, que devem indicar o Coordenador ou
a Coordenadora Municipal do Bolsa Família na Educação. Conforme visto,
para realizar e registrar o acompanhamento, o município utiliza o Sistema
Presença, ferramenta desenvolvida pelo Ministério da Educação.
A frequência escolar das crianças e adolescentes é apurada mensalmente e

o registro no Sistema Presença é feito bimestralmente. O quadro a seguir
apresenta os meses dos períodos de acompanhamento e de registro para as
condicionalidades de educação, além da referência do Cadastro Único e da
Folha de Pagamentos do PBF utilizada para geração de cada público. Obser-
ve que o período de registro da condicionalidade de educação se dá no mês
subsequente aos meses do período de acompanhamento.
CONDICIONALIDADES DE EDUCAÇÃO
Mês de referência Mês de referência Período de Período

Cadastro Único Folha de Pagamento Acompanhamento de Registro
Janeiro Fevereiro Fevereiro e março Abril

Março Abril Abril e maio Junho
Maio Junho Junho e julho Agosto
Julho Agosto Agosto e setembro Outubro
Setembro Outubro Outubro e novembro Dezembro
IMPORTANTE: No Sistema Presença deve-se indicar o motivo nos casos de fre-

quência abaixo do estabelecido pelo Programa. Com os motivos preenchidos
adequadamente, é possível identificar e monitorar situações como falta de
oferta de escola, abandono escolar, trabalho infantil, etc. Assim, a marcação
apropriada dos motivos de baixa frequência é uma importante ferramenta de
identificação de vulnerabilidade, podendo ser utilizada para que o poder pú-
blico não só saiba o que está acontecendo com as famílias beneficiárias, como
possa também planejar ações para atuar e apoiá-las a superar tais situações.
Por isso, é essencial evitar motivos genéricos e deve-se marcar o motivo que
melhor reflita a real situação da família.

A figura a seguir resume o fluxo dos períodos de acompanhamento e de re-
gistro das condicionalidades de educação.
MDS gera e encaminha, ao Ministério da Educação, o público com perfil para acompanhamento das
condicionalidades de educação.
Ministério da Educação carrega as informações das crianças e adolescentes com perfil para
acompanhamento no Sistema Presença e disponibiliza aos municípios.
Municípios (coordenadores/coordenadoras municipais do PBF na educação, escolas , operadores/

operadoras escolares) realizam o acompanhamento da frequência escolar dos beneficiários e
beneficiáras e registram no Sistema Presença, indicando os motivos da baixa frequência daqueles que
não atingiram o percentual mínimo de presença exigido pelo PBF.
Ministério da Educação recebe as informações sobre o acompanhamento de todos os municípios,

consolida os resultados e envia ao MDS.
Ao final de cada período de registro, as informações registradas pelos municí-

pios são consolidadas pelo MEC e pelo MS e enviadas ao MC. O MC sistemati-
za essas informações e as disponibiliza no Sicon. Veremos agora as principais
funcionalidades do Sicon relacionadas às informações de acompanhamento e
como acessá-las, sem contudo entrar em conteúdos não vistos até o momento.
Navegando no Sicon
Vamos começar com os relatórios consolidados. Como vimos na Unidade 1, o

Sicon disponibiliza relatórios com os resultados de acompanhamento das con-
dicionalidades de saúde e de educação. Esses relatórios não trazem informa-
ções sobre cada família ou cada NIS e sim informações agregadas (consolida-
das) por município, estado ou de todo o Brasil. Esses relatórios subsidiam o
planejamento e a tomada de decisão pelas equipes envolvidas na gestão das
condicionalidades. Para acessar os relatórios, você deve passar o cursor do
mouse sobre o item Relatório no menu superior do Sicon e em seguida selecio-
nar a opção Relatório Consolidado, conforme imagem a seguir.
Menu superior do Sicon – item Relatório – funcionalidade Relatório Consolidado.

Ao clicar em Relatório Consolidado, a tela a seguir aparecerá. Observe que no
UNIDADE
3
menu lateral esquerdo, aparecem diversos assuntos de relatórios (Saúde,
Educação, Repercussão, Recurso, Acompanhamento Familiar e Fase de Sus-
pensão). Quando a tela dos Relatórios Consolidados se abre, o tema Saúde já
está selecionado e aparecem os relatórios relacionados a ele. Veremos agora
os relatórios de saúde e de educação. Nas Unidades seguintes deste Manual

veremos os demais.
Página Relatórios Consolidados – Relatórios de Saúde.

Para gerar qualquer Relatório Consolidado é preciso preencher os filtros Tipo
Relatório, Período e Abrangência Territorial. O filtro Tipo Relatório permite a
seleção de apenas uma opção de relatório por vez.
No caso da saúde, há os seguintes tipos de relatório disponíveis: Acompa-

nhamento Saúde – Resultados para IGD e Acompanhamento Saúde – Crianças.
No exemplo a seguir, selecionamos o relatório Acompanhamento Saúde –
Resultados para IGD.
O filtro Período permite definir um intervalo inicial e final de referência para

geração do relatório desejado. Importante destacar que alguns relatórios
irão apresentar tipos de períodos distintos entre eles. Por exemplo, os perí-
odos dos relatórios da Saúde são por semestre, já os da Educação são por
mês e os períodos dos relatórios de Repercussão e Recursos são por mês
de repercussão. No exemplo, selecionamos o período do primeiro semestre
de 2016 até o segundo semestre de 2017. No Sicon, existem dados de saúde
desde a segunda vigência de 2006. Caso você queira o relatório de uma úni-
ca vigência, basta selecionar apenas o período inicial.
No filtro Abrangência Territorial, é preciso selecionar pelo menos uma das

seguintes opções:
 Brasil - Consolidado Nacional – apresenta apenas dados gerais do País;
 UF - Unidade da Federação – é possível informar uma UF específica

e obter um relatório apenas com informações da UF selecionada ou não
especificá-la e obter um relatório com resultados de todas as 27 Unida-
des da Federação; e
 Município – permite exibir relatórios de municípios em três níveis

de apresentação. O primeiro nível ocorre quando se seleciona apenas
a opção Município sem especificar a UF, assim o sistema apresentará
um relatório de todos os 5.570 municípios brasileiros. O segundo nível
ocorre quando o campo UF é preenchido, mas não é selecionado um
município específico no campo Município, assim o sistema apresentará
um relatório de todos os municípios daquela UF. O terceiro nível ocorre
quando os campos UF e Município são preenchidos, neste caso, o sis-
tema apresentará o relatório com informações apenas do município se-
lecionado. No exemplo, utilizamos o terceiro nível, marcando a opção
Município e selecionando a UF e o município.

Depois de selecionar todas as opções desejadas, você deve clicar no formato
UNIDADE
3
de relatório que deseja, em Excel ou PDF.

Página Relatórios Consolidados – Exemplo geração do Relatório Acompanhamento Saúde – Resultados para IGD .

Considerando os filtros selecionados no exemplo, o relatório gerado con-
tém as seguintes informações: UF, código IBGE do município, nome do
município, período de acompanhamento, número de famílias com perfil
para acompanhamento de saúde (o público para acompanhamento), nú-
mero de famílias acompanhadas e percentual de famílias acompanhadas
em relação ao público, que é a taxa utilizada para o cálculo do IGD (TAAS).
Algumas colunas do relatório serão diferentes a depender da abrangência
territorial selecionada, mas as informações do quantitativo do público para
acompanhamento e das famílias acompanhadas serão sempre apresenta-
das. Observe que no cabeçalho do relatório há as informações seleciona-
das nos filtros.
Resultado Relatório Consolidado – Acompanhamento Saúde – Resultados para IGD.
Para gerar o relatório Acompanhamento Saúde – Crianças o caminho é o mes-

mo, basta selecionar esta opção no filtro Tipo Relatório. A seguir, mostra-
mos um exemplo desse relatório. Observe que, além das informações sobre
acompanhamento, também há dados sobre o cumprimento e descumpri-
mento das condicionalidades. E, dentre o número de crianças não acompa-
nhadas, são indicadas também as que não foram localizadas.

UNIDADE

Resultado Relatório Consolidado – Acompanhamento Saúde – Crianças.
Para acessar os relatórios de educação, se já estiver na página dos Relatórios

Consolidados, basta clicar no tema Educação. Se estiver na página inicial do
Sicon, siga o caminho explicado anteriormente para chegar à tela dos Relató-
rios Consolidados.
Página Relatórios Consolidados – Relatórios de Educação.

No caso da educação, há os seguintes tipos de relatórios disponíveis: Acom-
panhamento Educação – Motivos de baixa frequência BFA e BVJ; Acompanha-
mento Educação – Resultados para IGD; Acompanhamento Educação – Fre-
quência Escolar de Beneficiários de 6 a 15 anos; e Acompanhamento Educação
– Frequência Escolar de Jovens do BVJ. No exemplo a seguir, selecionamos o
relatório Acompanhamento Educação – Resultados para IGD.
Em seguida, selecionamos como período inicial o primeiro mês de acompa-

nhamento do ano (fevereiro) de 2017 e para o período final o último mês de
acompanhamento (novembro) de 2017. No Sicon, existem dados de educa-
ção desde outubro de 2006.
Na abrangência territorial, marcamos a opção Município e selecionamos

uma UF e município específicos. Por fim, clique no formato de relatório que
você deseja, em Excel ou PDF.
Página Relatórios Consolidados – Exemplo geração do Relatório Acompanhamento Educação – Resultados para IGD.

Considerando os filtros selecionados no exemplo, o relatório gerado contém
UNIDADE
3
as seguintes informações: UF, código IBGE do município, nome do município,
período de acompanhamento (observe que para esse relatório aparece apenas
o segundo mês de cada período de acompanhamento), número de crianças e
adolescentes com perfil para acompanhamento de educação (o público para
acompanhamento), número de crianças e adolescentes acompanhados e per-

centual de beneficiários acompanhados em relação ao público, que é a taxa
utilizada para o cálculo do IGD (TAFE). Nesse relatório, são considerados os
resultados de acompanhamento de crianças e adolescentes de 6 a 15 anos e de
adolescentes que recebem o BVJ. Assim como nos relatórios consolidados da
saúde, no cabeçalho há as informações selecionadas nos filtros.
Resultado Relatório Consolidado – Acompanhamento Educação – Resultados para IGD.
Os relatórios Acompanhamento Educação – Frequência Escolar de Beneficiá-

rios de 6 a 15 anos e Acompanhamento Educação – Frequência Escolar de Jo-
vens do BVJ trazem basicamente as mesmas informações, mudando ape-
nas o público considerado. Como podemos observar, as informações são
mais detalhadas do que no relatório que apresenta o resultado para IGD.
Além do número de beneficiários e beneficiárias acompanhadas, há infor-
mações sobre o cumprimento de condicionalidades; dentre os que não
cumpriram, quantos tiveram repercussão e quantos não tiveram (veremos
esse assunto com mais detalhes na próxima unidade); e sobre os benefici-
ários e as beneficiárias não acompanhadas. Repare ainda que são apresen-
tados no relatório os resultados dos dois meses de acompanhamento, isso
ocorre porque a condicionalidade de educação se refere à frequência míni-
ma mensal. Observe que as informações sobre o quantitativo de integran-

tes no público, acompanhados e não acompanhados são os mesmos para
os dois meses, entretanto, os resultados de cumprimento e descumpri-
mento são distintos para cada mês. Assim como nos demais relatórios, no
cabeçalho há as informações selecionadas nos filtros.
Resultado Relatório Consolidado – Acompanhamento Educação – Frequência Escolar de Beneficiários de 6 a 15.
Resultado Relatório Consolidado – Acompanhamento Educação – Frequência Escolar de Jovens do BVJ.

No tema Educação, há ainda o relatório Acompanhamento Educação – Moti-
UNIDADE
3
vos de baixa frequência BFA e BVJ que se constitui em importante subsídio
para a gestão intersetorial das condicionalidades do PBF. Por meio dele, é
possível identificar problemas de oferta do serviço e situações de vulnerabi-
lidade social no município. Na figura a seguir, é possível ver uma parte desse
relatório. Do total do público acompanhado, há informações sobre as crian-

ças e adolescentes que tiveram frequência acima e abaixo da exigida pelo
Programa. Dentre os que apresentaram frequência abaixo, há a descrição do
motivo e se é um motivo que gera ou não repercussão. Nas colunas é possí-
vel verificar o número de marcação de cada motivo para crianças e adoles-
centes de 6 a 15 anos, de adolescentes que recebem o BVJ e o número total.
Resultado Relatório Consolidado – Acompanhamento Educação – Motivos de baixa frequência BFA e BVJ.

Além dos relatórios consolidados, que trazem informações agregadas por
município, por estado ou de todo o Brasil, é possível também acessar in-
formações do acompanhamento de condicionalidades de cada família ou
cada NIS. Isso é possível por meio da página de Informações Integradas da
Família, que vimos na Unidade 2. Até o momento, só descrevemos as abas
Família e Endereço. Começaremos agora a explorar a aba Condicionalidades.
Veremos nesta Unidade a sub-aba Acompanhamento das Condicionalidades.
Lembre-se que para acessar essa página, você pode utilizar a Pesquisa Pes-
soa (caso já tenha o NIS) ou a Pesquisa Pessoa-Avançada (caso não tenha
o NIS).
Para relembrar, quando realizamos a Pesquisa Pessoa ou a Pesquisa Pessoa-A-

vançada, a página Informações Integradas da Família será aberta na aba Famí-
lia, sub-aba Composição Familiar, como podemos ver na imagem abaixo.
Agora vamos clicar na aba Condicionalidades.
Página Informações Integradas da Família.
Ao clicar na aba Condicionalidades, ela abrirá a sub-aba Repercussão. Só veremos

essa sub-aba na próxima Unidade. Logo ao lado, você verá a opção com a sub-aba
Acompanhamento das Condicionalidades. Ao clicar nela, a tela a seguir aparecerá.

UNIDADE

Página Informações Integradas da Família – aba Condicionalidades ¬– sub-aba Acompanhamento das Condicionalidades.
Por meio das informações disponíveis nesta sub-aba, é possível acessar o

histórico de acompanhamento das condicionalidades das pessoas da família
que, em algum momento, participaram do público para acompanhamento
da condicionalidade da Educação e/ou da Saúde.
A coluna Condicionalidades informa a(s) condicionalidade(s) da(s) qual(is)

o/a integrante é ou já foi público para acompanhamento. Por exemplo, André
tem onze anos, já foi público para acompanhamento das condicionalidades
de saúde e atualmente é perfil para acompanhamento da condicionalidade de
educação, por isso na linha da tabela correspondente a ele aparecem no botão
azul as duas opções Educação e Saúde. A opção Saúde aparece, pois o histó-
rico do acompanhamento continua disponível. Já Felipe, que tem três anos, é
somente público do acompanhamento da saúde. Como Teresa não é público
obrigatório para acompanhamento da saúde (tem mais de 44 anos), não apa-
rece a opção Saúde, a não ser que ela tivesse sido acompanhada. A coluna NIS
Convertido informa apenas se algum integrante possui NIS convertido.
Ao clicar no botão Educação e/ou Saúde, será possível observar o histórico

de acompanhamento de cada condicionalidade. A página abrirá automati-
camente na aba relativa à educação. Nela são apresentadas as informações

do resultado de acompanhamento de todos os bimestres que o integrante
foi público para acompanhamento, além dos dados de escola e série escolar
registradas no Cadastro Único e no Sistema Presença.
Vamos clicar para ver o histórico de André e analisar as informações apresen-

tadas na página. Em Escola atual (segundo resultados do acompanhamento da
educação) aparece “Nenhum item encontrado” porque ainda não foram car-
regados no Sicon os dados do período de acompanhamento mais recente ou
porque a escola em que o beneficiário foi acompanhado no Sistema Presença
não possui Código Inep9. Logo abaixo é possível verificar a escola que está
registrada do Cadastro Único segundo a base de referência e o histórico de
escolas que André já estudou, segundo os resultados de acompanhamento.
Em seguida, é apresentado o histórico de acompanhamento da frequência

escolar a cada ano. Constam no histórico, por mês, as seguintes informa-
ções: se o beneficiário foi público para acompanhamento, se foi acompa-
nhado, o percentual de frequência alcançado10, se foi atingida a frequência
exigida pelo PBF e em caso negativo o motivo da baixa frequência, o código
Inep (se houver) da escola que realizou o acompanhamento, série e tipo de
benefício11. Veja que de junho a setembro de 2017, André não foi acompanha-
do. Nos demais meses, ele foi acompanhado e atingiu a frequência mínima
exigida. Caso não tivesse atingido, a coluna Motivo estaria preenchida com o
motivo marcado no Sistema Presença.
9 Número único, formado por oito

dígitos, gerado pelo sistema Educa-
censo no momento do cadastro da
escola, que identifica as instituições
escolares no Censo Escolar.
10 Quando o beneficiário atinge a

frequência mínima exigida pelo PBF, o
percentual de frequência é arredonda-
do para o valor de 99%.
11 Nessa coluna podem aparecer

duas opções: BFA ou BVJ, como vi-
mos, distinção utilizada para fins da
gestão de condicionalidades. Para as
crianças de 0 a 15 anos ou mulheres
que pertenciam ao público para acom-
panhamento aparecerá BFA. A opção
BVJ aparecerá quando for um adoles-
cente que recebe ou recebia este be-
nefício.

UNIDADE

Página Histórico de condicionalidades do integrante – Educação.

Vejamos agora a página do histórico de acompanhamento de saúde. Nessa
página, são apresentadas as informações do resultado de acompanhamento
da saúde, além dos dados do estabelecimento de saúde que atende a família
informado no Cadastro Único e segundo o resultado de acompanhamento.
No Cadastro não foi informado o Estabelecimento de Atenção à Saúde (EAS)
que a família é atendida, por isso essa informação não aparece. Mais abaixo,
podemos ver o histórico do EAS da família, segundo os resultados do acom-
panhamento. Em seguida, é apresentado todo o histórico de acompanha-
mento de saúde do beneficiário ou da beneficiária. Constam no histórico,
por semestre, as seguintes informações: o perfil para acompanhamento do
beneficiário ou da beneficiária (se é criança ou mulher), se foi acompanhado
e se cumpriu a condicionalidade. Observe que André foi acompanhando e
cumpriu a condicionalidade em quase todas as vigências em que foi público.
Na 2ª vigência de 2011 ele não foi acompanhado e na 1ª vigência de 2010 ele
foi acompanhado, mas não cumpriu a condicionalidade.
Página Histórico de condicionalidades do integrante – Saúde.

Vimos até agora todas as funcionalidades do Sicon relacionadas às etapas
UNIDADE
3
de acompanhamento e registro das condicionalidades. Na próxima Unidade,
nós daremos mais um passo e veremos como se dá a etapa de Repercussão
nos casos de descumprimento de condicionalidades.

UNIDADE 4
CONDICIONALIDADES:
ETAPA 5
 Depreender as regras da etapa de Repercussão (Etapa 5);
 Reconhecer o descumprimento de condicionalidades como indicativo de

possíveis situações de vulnerabilidade;
 Identificar os efeitos gradativos por descumprimento de condicionalidades;
 Acessar informações de descumprimento de condicionalidades de uma

família específica por meio da página Informações Integradas da Família;
 Gerar relatórios consolidados de repercussão;
 Realizar a Pesquisa Descumprimento; e
 Realizar a Pesquisa Descumprimento-Avançada.

C
omo vimos na Unidade anterior, as informações de acompanhamen- 12 No âmbito do acompanhamento
da condicionalidade de educação, a
to que os municípios registram são consolidadas pelo MEC e MS e
grande maioria dos beneficiários e be-
enviadas ao MC. A partir disso, o MC identifica as famílias com des- neficiárias não acompanhados se en-
contra na situação de “não localizado”.
cumprimento de condicionalidade – ou seja, aquelas que têm um ou mais Os “não localizados” são as crianças e
adolescentes que não foram identifi-
integrantes que deixaram de cumprir os compromissos assumidos nas áre-
cadas em nenhuma escola do muni-
as de saúde e educação – e aplica os correspondentes efeitos previstos na cípio durante o acompanhamento no
Sistema Presença/MEC. Nesses casos,
legislação. As famílias são comunicadas desses efeitos, em geral, por meio de acordo com as normativas do Pro-
grama, as famílias com integrantes
de mensagem no extrato de pagamento. Esse processo é o que chamamos
“não localizados” podem sofrer blo-
de repercussão, a quinta etapa da gestão de condicionalidades. queio no benefício, mas isso não é
considerado descumprimento de con-
dicionalidades.
As crianças e adolescentes com baixa frequência escolar, as crianças com ca-
lendário de vacinação desatualizado e as gestantes que não realizaram o pré-
-natal sinalizam ao poder público que, por algum motivo, estão com dificulda-
des de acessar esses serviços. Essa dificuldade de acesso pode ser um indício
de que a família se encontra em situação de vulnerabilidade ou risco social.
É importante notar que apenas dentro do conjunto de famílias acompanhadas é

que são identificadas as que descumprem as condicionalidades. As famílias que
por algum motivo não tenham sido acompanhadas não sofrem efeitos no benefí-
cio em decorrência do descumprimento de condicionalidades, pois não se pode
afirmar que estas se encontram em situação de descumprimento12. Entre os moti-
vos do não acompanhamento dessas famílias estão, por exemplo, a desatualiza-
ção cadastral e a situação transitória de mudança de escola ainda não captada pelo
poder público. Entretanto, existe a possibilidade de essas famílias estarem enfren-
tando dificuldades em acessar os serviços públicos de educação e saúde. Por isso,
as famílias não acompanhadas também geram um alerta ao Poder Público.
IMPORTANTE: Alguns descumprimentos não geram repercussão. Por exemplo,

se o aluno ou a aluna não foi às aulas porque está doente ou porque a escola
está em greve. Por isso, para que a etapa de repercussão aconteça de forma
eficaz, é necessário que nas etapas de acompanhamento e de registro seja
indicado o motivo do descumprimento que reflita a real situação da família.
No Sicon, as informações relativas à repercussão se referem apenas aos des-
cumprimentos que geraram aplicação de algum efeito.
A repercussão ocorre em todos os meses ímpares, exceto janeiro, conside-

rando os últimos resultados do acompanhamento de educação e/ou saúde.
Por exemplo, na repercussão do mês de maio, leva em conta os resultados
do acompanhamento da frequência escolar dos meses de fevereiro e março,
isto é, as famílias que tiveram um ou mais membros que não alcançaram
a frequência escolar mínima exigida pelo PBF em pelo menos um desses

meses receberão efeito por descumprimento no mês de maio. O quadro a
seguir apresenta o calendário da repercussão.
REPERCUSSÃO
Mês de Repercussão Períodos de Referência do acompanhamento

(meses ímpares) Educação Saúde
Outubro e novembro
Março 2º semestre do ano anterior
do ano anterior
Maio Fevereiro e março _
Julho Abril e maio _
Setembro Junho e julho 1º semestre do ano vigente
Novembro Agosto e setembro _
Observe que os cinco meses de repercussão se referem ao acompanhamento

de educação e apenas dois se referem ao acompanhamento de saúde. Nos
meses de março e setembro há repercussão tanto por descumprimento na
área de saúde quanto de educação. Vale ressaltar que se a família descumprir
as condicionalidades de educação e de saúde na mesma repercussão, somen-
te um efeito será aplicado à família. Não há acúmulo de efeitos independente-
mente da quantidade de descumprimentos numa determinada repercussão.
Lembramos que na página inicial do Sicon está disponível o calendário da

repercussão, como podemos ver na tela abaixo.
Página inicial do Sicon – Calendário de repercussão.
64 Unidade 4: O Sicon na Gestão de Condicionalidades: etapa 5

Os efeitos aplicados em decorrência do descumprimento de condicionalida-
UNIDADE
4
des são estabelecidos na Portaria MDS nº 251/2012. Esses efeitos são grada-
tivos e variam conforme o histórico de descumprimento da família, sendo
eles advertência, bloqueio, suspensão ou cancelamento do benefício.
O SICON NA GESTÃO DE CONDICIONALIDADES: ETAPA 5

Advertência: a família é comunicada de que ocorreu descumprimento
de condicionalidades, mas não deixa de receber o benefício.
Bloqueio: o benefício fica bloqueado por um mês, mas pode ser saca-
do no mês seguinte junto com a nova parcela.
Suspensão: o benefício fica suspenso por dois meses e a família não

receberá os valores referentes a esse período13. As suspensões podem
ser reiteradas, ou seja, aplicadas repetidas vezes.
Cancelamento: a família deixa de participar do PBF.
Para a progressão de um efeito para o seguinte, considera-se o tempo de

validade do efeito anterior, que corresponde à um período de seis meses em
que o efeito permanece válido, isto é, se houver nesse período um novo efei-
to por descumprimento de condicionalidades, será aplicado o próximo efeito
na escala de gradação. Por exemplo, caso uma família tenha sido advertida
em março de 2018 e venha a receber um novo efeito por descumprimento
em período inferior ou igual a seis meses – ou seja, até setembro de 2018 –,
o benefício será bloqueado. Se o intervalo entre os efeitos for superior a 6
meses, um novo descumprimento irá gerar um efeito de advertência, ou
seja, retorna-se ao primeiro estágio na gradação dos efeitos.
IMPORTANTE: Caso uma família receba uma advertência por um descumpri-

mento na área de saúde e em outra repercussão em período igual ou inferior
a seis meses, receba um novo efeito, agora por descumprimento na área de
educação, receberá um bloqueio, pois a gradação dos efeitos terá avançado.
A figura a seguir sistematiza a aplicação dos efeitos por descumprimento de

condicionalidades.
13 A não ser nos casos em que a fa-
mília apresente recurso contra o des-
cumprimento de condicionalidades, a
ser registrado no Sicon, e tenha o re-
curso deferido pela gestão municipal
do PBF. Vamos falar sobre o recurso na
Unidade 5.

O benefício financeiro fica bloqueado

por um mês, mas pode ser sacado no
mês seguinte, junto com a nova
parcela.

O acompanhamento das condicionalidades de saúde e de educação é feito

por indivíduo, mas a consolidação dos resultados para a repercussão é fei-
ta por família, exceto no caso de adolescentes que recebem BVJ. Ou seja,
quando o descumprimento é relativo às crianças de 0 a 15 anos ou gestantes,
todo o benefício da família é afetado, incluindo a parcela relativa ao BVJ.
Entretanto, quando o descumprimento se refere somente à baixa frequência
de adolescente que recebe o BVJ, apenas a parcela relativa a esse benefício
sofre o efeito. E ainda, as famílias podem receber no máximo dois BVJ, se um
deles descumprir a condicionalidade, a parcela do benefício correspondente
ao outro BVJ também não é afetada. Isso significa que gradação dos efeitos
sobre o BVJ é distinta do restante do benefício da família, assim é possível
que o BVJ esteja em um efeito de suspensão e a família, em decorrência de
um descumprimento por uma criança de 0 a 15 anos ou gestante, receba
uma advertência14. Isso será fácil de visualizar quando voltarmos à página de
Informações Integradas da Família, na aba Condicionalidades, para vermos as
informações de Repercussão no Sicon.
14 Quando houver descumprimen-

tos que afetem o BFA e BVJ na mes- FASE DE SUSPENSÃO E SUSPENSÕES REITERADAS
ma repercussão, prevalecerá, para a
gestão de benefícios, a aplicação do
efeito relativo ao BFA. Entretanto, no As famílias que recebem uma suspensão por descumprimento de condicio-
Sicon, constará a gradação de efeitos
separadamente. nalidades entram na chamada fase de suspensão. Esse termo é utilizado
pela gestão de condicionalidades para representar o período no qual o efeito

de suspensão é válido. Durante esse período, caso a família venha a receber
UNIDADE
4
um novo efeito por descumprimento, este será uma nova suspensão. Por
esse motivo se diz que as suspensões podem ser reiteradas. Vale destacar
que a cada suspensão a validade do efeito é reiniciada. Se a família ultrapas-
sar o período de seis meses sem receber efeitos por descumprimento de
condicionalidades, sairá da fase de suspensão e um novo descumprimento

irá gerar um efeito de advertência.
Não confunda suspensão com fase de suspensão! A suspensão diz respei-

to ao efeito por descumprimento de condicionalidades que interrompe o
pagamento do benefício por dois meses. A fase de suspensão é iniciada
a partir do primeiro efeito de suspensão e a família continua nela até que
consiga ficar mais de seis meses sem receber novos efeitos de suspensão
ou quando tem o benefício cancelado. Veremos ainda nesta unidade as
regras para o cancelamento do benefício por descumprimento de condi-
cionalidades.
Vejamos agora como algumas dessas informações podem ser acessadas no

Sicon.
NAVEGANDO NO SICON
Primeiro, vamos retomar a página de Informações Integradas da Família. Nas
unidades anteriores vimos as abas Família, Endereço e a sub-aba Acompanha-
mento de Condicionalidades da aba Condicionalidades. Vejamos agora a sub-aba
Repercussão, que permite a consulta ao histórico dos efeitos relacionados ao
descumprimento das condicionalidades. Vamos nos concentrar agora nas três
primeiras colunas da tabela, que são as informações de qual efeito a família
sofreu, em qual mês de repercussão e em qual tipo de benefício.
Observe na tela a seguir que a família como um todo (BFA) só recebeu efei-
tos de advertência (out/07, nov/13 e maio/18). Isso porque o tempo de um
efeito de descumprimento para o outro foi superior a 6 meses, dessa forma
a família voltou à advertência15. Agora, observe que no histórico há efeitos 15 No caso de efeitos anteriores a
dezembro de 2012, as regras para a
ligados ao BVJ. Em novembro de 2016, houve o primeiro efeito por descum- gradação dos efeitos eram diferentes.
Com a publicação da Portaria MDS nº
primento (advertência). Isso significa que o adolescente descumpriu a con- 251/2012 o tempo para evolução dos
dicionalidade em agosto e/ou setembro de 2016. Em março de 2017, houve efeitos passou a ser igual ou inferior
a 6 meses e o cancelamento por des-
uma nova repercussão.Veja que foi em um período inferior a seis meses em cumprimento de condicionalidades
deixou de ser automático. Lembre-se
relação ao primeiro efeito, por isso houve um bloqueio do BVJ. Em setembro disso quando for visualizar o histórico
de 2017, ocorreu a 1ª suspensão do BVJ, pois novamente, entre um efeito e de descumprimento da família no Si-
con, pois somente a partir de 2013 as
outro não haviam se passado mais de seis meses. regras descritas nesse manual passa-
ram a valer.

Página Informações Integradas da Família – aba Condicionalidades – sub-aba Repercussão.
O botão na parte final da sub-aba Repercussão é um atalho que direciona o

usuário ou a usuária para a sub-aba Acompanhamento das Condicionalidades.
Observe na tabela que BVJ está em azul. Colocando o cursor do mouse sobre
BVJ é possível verificar a qual adolescente da família o descumprimento se
refere. Isso é importante nos casos de famílias que tenham dois adolescen-
tes recebendo BVJ, pois permite identificar qual integrante da família des-
cumpriu e em qual gradação dos efeitos se encontra.
Ao clicar nos status disponíveis na coluna Situação do Recurso, é possível

ver, para cada mês de repercussão e efeito aplicado, quais integrantes des-
cumpriram, se foi descumprimento da vacinação, pré-natal ou frequência
escolar, o período de acompanhamento a que se refere e, no caso da edu-
cação, o percentual de frequência alcançado e o motivo de baixa frequência
registrado, conforme tela a seguir. Quando tratarmos da etapa de recurso,
veremos com mais detalhes os status que podem aparecer na coluna Situa-
ção do Recurso e iremos explorar a tela de recurso que se abre.

UNIDADE

Página Recurso on-line – Detalhes do descumprimento.
As outras funcionalidades importantes para a gestão da Repercussão são a

Pesquisa Descumprimento e a Pesquisa Descumprimento-Avançada.
A Pesquisa Descumprimento permite, por meio do NIS do/da Responsável pela

Unidade Familiar (RF), consultar os registros de descumprimento da família.
IMPORTANTE: Caso a família não possua registro de descumprimento de con-

dicionalidades, o sistema exibirá a mensagem “Nenhum dado encontrado”, e,
se o NIS digitado for inválido, o sistema retornará a mensagem “NIS digitado
é inválido”.
Para fazer a Pesquisa Descumprimento, no item Pesquisa do menu superior do

Sicon clique na opção Descumprimento.
Menu superior do Sicon – item Pesquisas – funcionalidade Descumprimento.

Você será direcionado para a página da Pesquisa Descumprimento. Digite o
NIS do/da RF no campo Digite o Número do NIS do Responsável e clique no
ícone da lupa.
Página Pesquisa Descumprimento.
Quando preenchido o NIS do/da Responsável Familiar, o resultado da con-

sulta apresentará o histórico de todos os descumprimentos de condiciona-
lidades daquela família. Conforme mostra a figura a seguir, cada linha da
tabela de resultado representará um registro de descumprimento. É possível
verificar o efeito aplicado, o mês da repercussão, a situação do recurso e se
a família está com atendimento/acompanhamento familiar ativo. É possível
ainda gerar um relatório em Excel ou em PDF o qual, além das informações
mostradas em tela, traz algumas outras como: endereço e telefone da famí-
lia; dados das pessoas da família que descumpriram alguma condicionalida-
de; quantidade de efeitos de suspensão que a família ou adolescente (BVJ) já
recebeu até a repercussão mais atual, caso a fase de suspensão ainda esteja
vigente; tipo de descumprimento (vacinação, pré-natal ou frequência esco-
lar) e, no caso da frequência, o código do motivo registrado pela educação,
entre outras.

UNIDADE

Resultado da consulta na funcionalidade Pesquisa Descumprimento.
Ao clicar no NIS da RF, você terá acesso à página de Informações Integradas

da Família e poderá acessar a sub-aba Repercussão, da aba Condicionalidades,
para ter acesso às informações mais detalhadas do descumprimento, con-
forme já vimos.
Vejamos agora a Pesquisa Descumprimento-Avançada, que permite consultar

ou identificar um conjunto de famílias e/ou adolescentes (BVJ) com registro
de descumprimento de condicionalidades por meio de uma série de parâme-
tros (filtros) que determinam o resultado da pesquisa. Para acessá-la, você
deve passar o cursor do mouse no item Pesquisa do menu superior do Sicon
e clicar na opção Descumprimento-Avançada.

A Pesquisa Descumprimento-Avançada gera dois tipos de relatórios:
 Relatório de Repercussão: permite identificar as famílias e/ou jovens

(BFA ou BVJ) com efeitos por descumprimento de condicionalidades em
um mês de repercussão específico; e
 Relatório de Efeito Válido: permite listar as famílias e/ou jovens (BFA

ou BVJ) que possuem efeitos por descumprimento de condicionalidades
registrados nos últimos 6 meses, ou seja, com efeito válido, conforme
estabelecido pela Portaria nº 251/2012.
– Abrangência territorial;
– Mês de repercussão;
– Tipo de Benefício (BFA ou BVJ);

O Relatório de Repercussão
possui os seguintes filtros – Efeito (advertência, bloqueio, suspensão ou cancelamento);
de pesquisa:
– Tipo de descumprimento (se frequência abaixo do estabelecido,
vacinação ou pré-natal não realizado); e
– Nome do/da Responsável Familiar.
Ressalta-se que quanto mais filtros forem informados, mais precisos e espe-
cíficos serão os seus resultados de pesquisa. Depois de definidos os filtros16,
clique em Pesquisar. O resultado da Pesquisa Descumprimento-Avançada é
similar ao da Pesquisa Descumprimento. Todavia, como não informamos um
NIS específico, serão listadas todas as famílias que apresentam as caracte-
rísticas marcadas nos filtros. É possível gerar um relatório em Excel ou em
PDF com os resultados da pesquisa.
A tela a seguir ilustra uma pesquisa com os seguintes filtros: RF de nome

Maria Silva com repercussão no mês de julho/2017 sobre o BFA, no muni-
cípio de Olinda/PE. Veja que a pesquisa retorna dois registros que atendem
aos filtros solicitados.
16 Se seu perfil for municipal, o filtro

Abrangência Territorial já estará marcado
com seu município. Se seu perfil for es-
tadual, você poderá selecionar algum
município específico do seu estado ou
gerar uma pesquisa com o resultado
de todos os municípios do seu estado,
segundo os demais filtros aplicados.

UNIDADE

Resultado da consulta na funcionalidade Pesquisa Descumprimento-Avançada.
Basta clicar no NIS do/da RF para ser direcionado à página de Informações

Integradas da Família.
IMPORTANTE: Por meio do Relatório de Repercussão da Pesquisa Descumpri-

mento-Avançada é possível obter a lista das famílias do seu município em situ-
ação de descumprimento em determinado mês de repercussão.
Agora vamos explorar o Relatório de Efeito Válido da Pesquisa Descumprimen-

to-Avançada. Como visto, ele permite listar as famílias e/ou jovens (BFA ou
BVJ) que possuem efeitos por descumprimento de condicionalidades regis-
trados nos últimos 6 meses. Dessa forma, por meio dessa funcionalidade é
possível identificar e gerar a lista das famílias que estão em Fase de Suspen-

são. Para obter essa lista, primeiro você deve marcar em Tipo de relatório a
opção Efeito Válido.
IMPORTANTE: As famílias que chegam à suspensão do benefício já estão des-

cumprindo condicionalidades há algum tempo, o que pode indicar que estão
em situação de vulnerabilidade ou risco social. Por isso, como veremos no
próximo tópico, essas famílias são prioritárias para o acompanhamento pela
assistência social.
Página Pesquisa Descumprimento-Avançada – opção Efeito válido.
– Abrangência territorial (inclusive bairro);
– Tipo de Benefício (BFA ou BVJ);

O Relatório de Efeito Válido
possui os seguintes filtros de – Efeito (advertência, bloqueio, suspensão ou cancelamento); e
pesquisa: – Tipo de descumprimento (se frequência abaixo do estabelecido,
vacinação ou pré-natal não realizado).
Se você possui perfil municipal, o filtro Abrangência Territorial já estará mar-

cado com seu município, mas é possível selecionar um ou mais bairros do
município, conforme registrados no Cadastro Único, para a pesquisa.
Para gerar a lista de famílias em fase de suspensão você deve selecionar o

tipo de benefício (se BFA ou BVJ) e o efeito de suspensão. Ao clicar em Pes-
quisar, aparecerá o resultado em tela. Para guardar o relatório, clique em
Gerar Relatório (em PDF ou Excel). Esse relatório possui informações simila-
res ao que é gerado pela Pesquisa Descumprimento e pelo Relatório de Reper-
cussão da Pesquisa Descumprimento-Avançada, mas trará todas as famílias

que se enquadram nos filtros selecionados nos últimos seis meses. Pelas
UNIDADE
4
informações do relatório, é possível territorializar as famílias, identificar pos-
síveis vulnerabilidades e planejar ações conjuntas junto às famílias.

Resultado da Pesquisa Descumprimento – Avançada – Famílias em Fase de Suspensão.
Como vimos, o efeito por descumprimento que vem em seguida à suspensão

é o cancelamento. Veremos agora as regras específicas para que uma família
tenha o benefício cancelado por descumprimento de condicionalidades.

REGRAS ESPECÍFICAS PARA O CANCELAMENTO DO
BENEFÍCIO POR DESCUMPRIMENTO DE CONDICIONALIDADES
Com a Portaria nº 251/2012, o cancelamento do benefício passou a ser uma ex-
ceção. Isso decorre de uma visão não punitiva das famílias em descumprimento
de condicionalidades. Antes da Portaria nº 251/2012, o cancelamento era realiza-
do de forma automática após determinado número de descumprimentos, sem
que houvesse alguma atuação por parte do poder público junto à família.
IMPORTANTE: A partir da Portaria nº 251/2012, nenhuma família poderá ter o

benefício cancelado por descumprimento de condicionalidades sem que an-
tes tenha sido acompanhada pela Assistência Social.
O descumprimento de condicionalidades deve ser visto como um indício de

que a família pode estar vivenciando uma situação de vulnerabilidade que a
impede de acessar os serviços essenciais de saúde e de educação, motivo
pelo qual deve receber a atenção e o apoio do poder público.
A ação do poder público é materializada pelo acompanhamento da assistên-

cia social que tem como finalidade contribuir para a superação das situações
de vulnerabilidade ou risco social vivenciadas pelas famílias, potencializando
a capacidade de preservação, recuperação e fortalecimento da função proteti-
va das famílias, visando à sua autonomia. O acompanhamento da assistência
social pode se dar no âmbito da proteção social básica e da proteção social
especial, por meio de atendimento ou acompanhamento dessas famílias.
Aa
Z
Z
GLOSSÁRIO: O atendimento às famílias, ou a alguns de seus membros, na pro-

Aa
teção social básica, refere-se a uma ação imediata de prestação ou oferta de

atenção, com vistas a uma resposta qualificada de uma demanda da família
ou do território. Significa a inserção da família, um ou mais de seus membros,
em alguma das ações do serviço de Proteção e Atendimento Integral à Famí-
lia (PAIF): acolhida, ações particularizadas, ações comunitárias, oficinas com
famílias e encaminhamentos.
Já o acompanhamento familiar consiste em um conjunto de intervenções, de-
senvolvidas de forma continuada, a partir do estabelecimento de compro-
missos entre famílias e profissionais, que pressupõem a construção de um
Plano de Acompanhamento Familiar – com objetivos a serem alcançados, a
realização de mediações periódicas, a inserção em ações do PAIF, buscando a
superação gradativa das vulnerabilidades vivenciadas.

As famílias em situação de descumprimento, em especial aquelas que estão
UNIDADE
4
com o benefício suspenso, são público prioritário das ações de Acompanha-
mento Familiar (AF) ofertadas no âmbito do Sistema Único de Assistência
Social (SUAS), conforme previsto no art. 19 do Protocolo de Gestão Integra-
da de Serviços, Benefícios e Transferências de Renda20.

O acompanhamento pela assistência social é uma das formas de o poder
público identificar vulnerabilidades que, porventura, estejam impedindo
uma família de cumprir as condicionalidades, ou seja, de acessar serviços
básicos de saúde e de educação, apoiando-a na superação dessas dificulda-
des. A informação de que determinada família beneficiária está em atendi-
mento ou acompanhamento familiar deve ser registrada no Sicon. Nós va-
mos ver o acompanhamento pela assistência social com mais profundidade
na Unidade 6 deste Manual.
IMPORTANTE: O registro no Sicon não substitui as informações que devem ser

incluídas no prontuário da família ou no plano de acompanhamento familiar
traçado pela equipe técnica nos CRAS e CREAS. Esse registro no Sicon, todavia,
é essencial para o trabalho articulado pretendido pelo Protocolo de Gestão
Integrada de Serviços, Benefícios e Transferências de Renda, porque relaciona
informações sobre a transferência de renda e a realização do acompanhamen-
to nos serviços socioassistenciais, partindo de um olhar integral sobre as situ-
ações vivenciadas pelas famílias.
A partir da Portaria nº 251/2012, nenhuma família pode ter o benefício cance-

lado por descumprimento de condicionalidades sem antes ser acompanha-
da pela assistência social. Para compreender como se dá o cancelamento,
precisamos entender o conceito de Período de Atenção. A contagem desse
período inicia-se quando simultaneamente:
a. a família está em fase de suspensão; e
b. a família tem registro de atendimento/acompanhamento fami-

liar ativo no Sicon.
Se após 12 meses de iniciado o Período de Atenção, contados a partir do mês

em que tenham começado a vigorar simultaneamente as situações dos itens
a e b, a família apresentar novo descumprimento sem ter saído da fase de
suspensão, o benefício será cancelado. Lembrando que se durante esse pe- 20 Disponível na página do Ministério
da Cidadania > Assuntos > Assistência
ríodo a família ficar mais de seis meses sem receber efeitos de suspensão,
Social > Publicações > Normativas e
sairá da fase de suspensão e, consequentemente do Período de Atenção, Notas.

cessando o risco de cancelamento. Nesse caso, um novo descumprimento
irá gerar um efeito de advertência.
IMPORTANTE: O atendimento/acompanhamento familiar não precisa durar os

12 meses. Pode ser encerrado antes a critério da equipe da assistência social
que acompanha a família. Entretanto, mesmo após o encerramento, a família
continua em Período de Atenção.
Veja abaixo um exemplo de aplicação da regra de cancelamento:
A família em questão entra em Período de Atenção em abril/2016. Repare

que ela teve suspensões reiteradas durante o período de 12 meses, sem sair
da fase de suspensão. Ao término dos 12 meses, a família voltou a receber
efeito por descumprimento sem ter ficado um período de pelo menos 6 me-
ses sem receber efeitos de suspensão, e por isso teve o benefício cancelado.
2016 2017
Mar Abr Maio Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Maio
AF - Sicon Período sem AF
Três meses sem Três meses sem Cancelamento

Suspensão efeito Suspensão efeito Suspensão Cinco meses sem efeito
do Benefício
Abril/2016: Início do Período de Atenção

Março/2017: fim dos 12 meses.
(Fase de Suspensão + AF)
O acompanhamento pela assistência social se configura como uma possibi-

lidade para que o poder público possa apoiar as famílias, buscando soluções
junto com elas, visando à superação de suas vulnerabilidades para que não
cheguem ao cancelamento do benefício e voltem a acessar regularmente os
serviços de educação e de saúde.
NAVEGANDO NO SICON
Vimos que na Pesquisa Descumprimento-Avançada você pode obter a lista das
famílias que estão em fase de suspensão. Além disso, é possível também
obter a lista das famílias que estão em Período de Atenção, ou seja, aquelas
que têm risco de serem canceladas se continuarem descumprindo as condi-

cionalidades. Para isso, na opção Relatório de Efeito Válido, após selecionar
UNIDADE
4
os filtros tipo de benefício (BFA ou BVJ) e o efeito de suspensão, basta mar-
car a opção Família em Período de Atenção que aparecerá logo abaixo do filtro
Efeito. O resultado e o relatório serão similares ao que vimos, mas nesse
caso, só aparecerão as famílias em Período de Atenção.

Página Pesquisa Descumprimento-Avançada – Relatório Efeito válido, filtros efeito Suspensão e Famílias em período de atenção.
Além disso, na Pesquisa Descumprimento-Avançada é possível filtrar pelo efei-

to de cancelamento. Isto é, você pode verificar no seu município as famílias
que em uma determinada repercussão (Relatório de Repercussão) ou nos úl-
timos seis meses (Relatório de Efeito Válido) tiveram o benefício cancelado
por descumprimento de condicionalidades. Isso pode ser importante para
planejar ações de busca ativa dessas famílias para saber se estão enfrentan-
do alguma vulnerabilidade e registrar o recurso, se for o caso. É a etapa da
gestão de condicionalidades que veremos na próxima Unidade.

IMPORTANTE: Os relatórios em formato PDF ou Excel gerados a partir da Pes-
quisa Descumprimento ou da Pesquisa Descumprimento-Avançada trazem im-
portantes informações além do resultado apresentado em tela. Algumas delas
podem ser muito úteis para o município no trabalho de identificar famílias em
situação de vulnerabilidade ou risco social e planejar ações junto a elas. Des-
tacam-se, além dos dados de endereço que permitem territorializar as famí-
lias, as seguintes informações: código do motivo de descumprimento registrado
pela equipe de educação que pode ser revelador de problemas na oferta do
serviço ou indicativo de violação de direitos); quantidade de suspensões, que
podem indicar que a família está em situação mais agravada de vulnerabilida-
de e com o pagamento do benefício descontinuado em vários meses; tempo
em atenção prioritária, que permite identificar as famílias que correm o risco
de cancelamento do benefício por descumprimento de condicionalidades e
quanto tempo já se encontram em período de atenção.
Para finalizar a etapa de Repercussão, vamos ver como é possível obter re-
latórios consolidados relativos a esta etapa. Como já vimos, os relatórios
consolidados não trazem informações sobre cada família ou cada NIS, e sim
informações agregadas por município, estado ou de todo o Brasil.
Para acessar os relatórios, você deve clicar na opção Relatório no menu supe-
rior do Sicon e em seguida selecionar Relatório Consolidado, conforme ima-
gem a seguir.
Menu superior do Sicon – item Relatório – funcionalidade Relatório Consolidado.
Vimos nos relatórios consolidados de saúde e de educação que a página

abre diretamente nos relatórios de saúde. Ao clicar em Repercussão, aparece-
rão os filtros relacionados ao tema.

UNIDADE

Página Relatórios Consolidados – opção Repercussão.
No filtro Tipo Relatório, podemos pedir o relatório por Repercussões de BFA

ou de BVJ. No filtro Período, é possível definir um intervalo inicial e final
de referência para geração do relatório desejado. No caso dos relatórios de
repercussão, estão disponíveis os meses nos quais a repercussão ocorre. Já
na Abrangência Territorial, as opções são as mesmas dos relatórios consoli-
dados de saúde e de educação que vimos nas etapas de acompanhamento
e registro.

Após selecionar as opções desejadas, basta clicar no formato de relatório
que você quer criar, Excel ou PDF. No cabeçalho do relatório gerado, há as
informações dos filtros selecionados. Na tabela, você encontra informa-
ções sobre o ano/mês de referência da repercussão, o quantitativo de cada
tipo de efeito (advertência, bloqueio, suspensão e cancelamento) e o total
de efeitos.
Resultado Relatório Consolidado – Repercussão BFA.
Na próxima Unidade, vamos tratar da etapa de Recursos.

UNIDADE

UNIDADE 5
CONDICIONALIDADES:
ETAPA 6
 Depreender as regras da etapa de Recurso (Etapa 6);
 Esquematizar o calendário da Gestão de Condicionalidades;
 Registrar e avaliar recurso no Sicon; e
 Gerar relatórios relativos à etapa de Recurso.

A
o receber um efeito por descumprimento de condicionalidades,
qualquer família pode contestá-lo por meio da apresentação de um
recurso junto à gestão municipal do PBF. Esse é um direito das fa-
mílias beneficiárias do PBF previsto no art. 10 da Portaria MDS nº 251/2012.
O registro e a avaliação de recursos são a sexta etapa da gestão de condicio-
nalidades.
Para além dos casos de erros ou falhas na aplicação dos efeitos por descum-
primento, que podem ser corrigidos por meio do recurso, este também pode
ser utilizado nos casos em que o descumprimento esteja associado a situa-
ções de vulnerabilidade ou risco social que estejam dificultando o acesso das
famílias aos serviços básicos de educação e/ou saúde.
O recurso deve ser registrado no Sicon com a justificativa da família e, pos-

teriormente, avaliado pela gestão municipal. O prazo para o registro e a ava-
liação de recursos no Sicon é até o último dia útil do mês seguinte à reper-
cussão. Veja nas tabelas a seguir o prazo relativo a cada repercussão e a qual
período de acompanhamento se refere.
EDUCAÇÃO
Acompanhamento Registro Repercussão Recurso

Fevereiro e março Abril Maio Junho
Abril e maio Junho Julho Agosto
Junho e julho Agosto Setembro Outubro
Agosto e setembro Outubro Novembro Dezembro17
Outubro e novembro Dezembro Março Abril
SAÚDE
Acompanhamento Registro Repercussão Recurso

Janeiro a junho Fev a Jun Setembro Outubro
Julho a dezembro Ago a Dez Março Abril
Caso o recurso seja deferido (aceito) pela gestão municipal do PBF dentro
do prazo, o efeito de descumprimento será anulado e uma ação de reversão
ou desbloqueio do benefício será encaminhada para o Sibec pela Senarc, as-
sim a família receberá a(s) parcela(as) do benefício financeiro que havia(m)
sido afetada(s), se for o caso.
17 Como não há repercussão no

mês de janeiro, o prazo para recurso
referente à repercussão de novembro
costuma ser estendido até o final de
janeiro do ano seguinte.

IMPORTANTE: Quando o descumprimento se referir à baixa frequência do ado-
lescente que recebe o BVJ, será necessário apresentar um recurso específico
para ele. Assim, caso a família tenha tido um ou mais descumprimentos relativos
às crianças de 0 a 15 anos ou gestantes e outro descumprimento relativo ao/à
adolescente que recebe o BVJ, será necessário o registro de dois recursos sepa-
rados. Caso a família tenha dois/duas jovens recebendo BVJ e haja descumpri-
mento dos dois/duas, será necessário registrar um recurso para cada um/uma.
Conforme previsto no § 2º do art. 10 da Portaria n.º 251/2012, a gestão municipal

do PBF poderá reconhecer, independentemente da apresentação de recurso pela
família, erros comprovados no registro de condicionalidades, podendo, nesta si-
tuação, realizar no Sicon a anulação dos efeitos no histórico da família e sobre o
benefício financeiro, por meio da funcionalidade de recurso.
Vamos ver agora como registrar e avaliar recurso e como obter relatórios
relativos a esta etapa.
NAVEGANDO NO SICON
Existem algumas formas de chegar à página do Sicon na qual é possível registrar
e avaliar recurso. A primeira delas é por meio da página Informações Integradas
da Família, na sub-aba Repercussão da aba Condicionalidades. Nela haverá a tabe-
la com o histórico de efeitos por descumprimento de condicionalidades da famí-
lia, lembra? Na quarta coluna da tabela, podemos ver a situação do recurso.
Página Informações Integradas da Família – Situação do Recurso

Nesta coluna podem aparecer as seguintes situações:
UNIDADE

Cada uma dessas situações na verdade é um botão que ao ser clicado direciona
para a página Recurso on-line, na qual são detalhadas as informações relativas ao
descumprimento de condicionalidades, tais como: integrantes da família que des-
cumpriram as condicionalidades, tipo de descumprimento, o período do descum-
primento e, no caso da Educação, o percentual de frequência e o respectivo motivo
que originou a baixa frequência, como podemos observar na tela a seguir.
Página Recurso On-line

Veja que logo abaixo dos detalhes do descumprimento, aparecem os cam-
pos para o registro do recurso. Esses campos só estarão disponíveis caso
ainda esteja no prazo para registro e avaliação do recurso, caso contrário,
aparecerá a mensagem “Atenção: Prazo encerrado para o julgamento do re-
curso”.
IMPORTANTE:Lembre-se de que você só pode registrar e avaliar um recurso no

Sicon se tiver o perfil de acesso Sicon_Gestor_Municipal ou Sicon_Municipal_Re-
curso. Caso você não tenha o perfil adequado, ainda assim conseguirá acessar
a página Recurso on-line e obter informações sobre o descumprimento, mas os
campos para registro do recurso não estarão disponíveis.
Para registrar um recurso a partir da página Informações Integradas da Famí-

lia, você precisa, primeiro, identificar na tabela do histórico de efeitos por
descumprimento de condicionalidades o tipo de benefício, BFA e/ou BVJ,
para qual o recurso será cadastrado e em seguida clicar no botão , na
coluna Situação do Recurso, para acessar a página Recurso On-line.
Na página do recurso, é preciso preencher os campos Registrar Recurso e Do-

cumentação. Você deve digitar a justificativa apresentada pela família (com
no máximo 400 caracteres) no campo Registrar Recurso e assinalar um ou
mais documentos apresentados pela família ou pela própria gestão no cam-
po Documentação18 (este campo não é de preenchimento obrigatório). Por
último, deve clicar no botão Gravar Recurso.
A partir disso, surgirá uma nova janela indicando que o recurso foi cadastra-
do, com novos campos para preenchimento, relativos à avaliação do recur-
so. O recurso pode ser avaliado logo após ter sido registrado ou, por opção
da gestão local, ser avaliado posteriormente pela mesma pessoa ou por ou-
tra que tenha sido designada para tal atribuição19, desde que esteja dentro do
prazo de recurso. Quando um recurso não for julgado na hora do registro,
é preciso retornar posteriormente para avaliá-lo, nesse caso a situação do
recurso constará como Cadastrado. Observe que antes de avaliar o recurso,
18 A Portaria nº 251/2012 orienta é possível editá-lo.
que haja o arquivamento da documen-
tação que comprove as justificativas
alegadas pela família e pareceres emi-
tidos pela gestão municipal que fun-
damentem as decisões.
19 Importante que a família seja

informada sobre o resultado da ava-
liação do recurso o quanto antes, in-
dependentemente do deferimento ou
indeferimento.

UNIDADE

Página Recurso on-line – Recurso cadastrado
Mais abaixo na página, você verá os campos de avaliação do Recurso que

precisam ser preenchidos. No campo Avaliar Recurso devem ser descritas
as informações que embasam a decisão sobre o recurso apresentado pela
família. Em seguida, no campo Resultado da Avaliação, deve-se selecionar:
Recurso Deferido, quando a justificativa apresentada pela família for acatada
ou Recurso Indeferido, quando a justificativa da família não for aceita.
Para concluir a avaliação, é preciso ainda selecionar uma das opções que in-
dique o principal motivo para sua decisão e clicar no botão Gravar Avaliação.
Se porventura o principal motivo não estiver contemplado entre as opções
disponíveis, é possível marcar a opção Outro e digitar no campo textual (que
se abrirá) o motivo principal.

Página Recurso on-line – Avaliação do recurso.
Após a gravação da avaliação, o recurso não poderá mais ser editado. Para
a impressão do recurso, basta clicar em Imprimir Recurso no topo da página
Recurso On-line.
Como mencionamos anteriormente, existem outras formas de chegar à pá-

gina Recurso On-line. Ainda na página Informações Integradas da Família, mas
na sub-aba Bolsa Família da aba Família, caso haja recurso a ser cadastra-
do ou avaliado, a opção aparecerá em tela. No caso da família que já teve
o recurso cadastrado, aparecerá a opção Julgar, como podemos observar a
seguir. Se o recurso ainda não tiver sido cadastrado, aparecerá o botão Ca-
dastrar, igual à sub-aba Repercussão da aba Condicionalidades, que já vimos.
Caso não haja recurso a ser cadastrado ou avaliado, aparecerá a mensagem
“A família tem recursos para cadastrar ou julgar? NÃO”.

UNIDADE

Outro caminho é pela Pesquisa Descumprimento ou pela Pesquisa Descumpri-
mento-Avançada. Vimos na Etapa de Repercussão que essas pesquisas geram
como resultado uma tabela em que há a coluna Situação Recurso. Ao clicar nas
opções dessa coluna, você será direcionado para a página Recurso On-line.
Página Pesquisa Descumprimento-Avançada – Resultado da pesquisa – Situação do Recurso.
Por último, é possível acessar a página Recurso On-line pela funcionalidade Rela-
tório de Recursos. Essa funcionalidade é muito útil para a gestão, pois tem dupla
função: tanto permite consultar informações consolidadas dos recursos cadas-
trados (número de recursos avaliados, não avaliados, deferidos ou indeferidos)
quanto possibilita acessar os recursos um a um e ainda gerar relatório em Excel
ou PDF, no qual constam informações que auxiliam a localizar a família.
Vamos vê-la detalhadamente. Para acessá-la, passe o cursor do mouse sobre o

item Relatório no menu superior do Sicon e em seguida clique na opção Recursos.
Menu superior do Sicon – item Relatório – funcionalidade Recursos.

O Relatório de Recursos permite que você consulte informações sintéticas e
analíticas dos recursos que foram cadastrados num determinado período
em um município, estado ou em todo o país. O Relatório Recurso é composto
por apenas dois filtros: Abrangência Territorial e Período de Repercussão.
Se você for técnico, técnica, gestor ou gestora municipal, o filtro Abrangência

Territorial já estará marcado com seu município. Se você for técnico, técnica,
gestor ou gestora estadual, você poderá selecionar algum município específi-
co do seu estado. Com relação ao filtro Período de Repercussão, os campos Ini-
cial e Final são de preenchimento obrigatório. Caso queira o relatório de ape-
nas uma repercussão, basta marcar o mesmo mês nos dois campos. Após o
preenchimento, clique em Pesquisar.
Página Relatório de Recursos.
Ao clicar em Pesquisar, aparecerá um quadro resumo com a situação dos

recursos cadastrados no período pesquisado:
Página de Resultado do Relatório Recurso

A partir desse quadro-resumo, é possível listar em tela ou gerar um relatório
UNIDADE
5
dos recursos individualizados. Para isso, você deve clicar sobre o número
referente ao quantitativo de recursos que representa a informação desejada.
Por exemplo, para acessar a lista dos recursos deferidos que tiveram como
motivo alegado pela família Doença do aluno/família, basta clicar sobre o re-
sultado (5). Você será direcionado para a página Recursos Cadastrados. Nela

aparecem os filtros selecionados e a lista das famílias referentes ao item se-
lecionado. Você pode ainda gerar um relatório com a lista dessas famílias em
PDF ou Excel.
Página Relatório Recursos Cadastrados – Lista de Recursos deferidos pelo motivo doença do aluno/família.
Ao clicar nos botões da coluna Situação Recurso você será direcionado para a
página Recurso On-line que já vimos.
IMPORTANTE: O Relatório de Recurso traz uma importante informação: os quanti-

tativos de recursos que foram registrados e ainda não avaliados e desses, aque-
les que ainda estão disponíveis para avaliação ou tiveram o prazo expirado. Es-
sas informações podem auxiliar o trabalho da gestão municipal na organização
do processo de registro e avaliação dos recursos apresentados pelas famílias e
na identificação de possíveis gargalos.

Uma outra ferramenta importante relativa a etapa de recurso é o Relatório
Consolidado. Já vimos os relatórios consolidados de Saúde, Educação e Re-
percussão. Vamos ver agora o Relatório Consolidado de Recursos. Lembre-se
que os Relatórios Consolidados não trazem informações sobre cada família
ou cada NIS, e sim informações agregadas (consolidadas) por município,
estado ou de todo o Brasil. Essa é uma das diferenças entre o Relatório Con-
solidado de Recurso e o Relatório de Recursos, pois como vimos, este último
além de trazer as informações consolidadas, possibilita acessar também as
informações desagregadas por família.
O caminho para acessá-lo é o mesmo dos demais relatórios consolidados:

no menu superior do Sicon, passe o cursor do mouse sobre o item Relatórios
e em seguida selecione a opção Relatórios Consolidados. Lembre-se que ao
clicar em Relatórios Consolidados a página abre diretamente no Relatório Con-
solidado de Saúde. Ao clicar em Recursos, aparecerão os filtros relativos a esse
tipo de relatório, como podemos ver na tela a seguir.
Página Relatórios Consolidados – Recursos.

Assim como nos demais relatórios consolidados, no Relatório Consolidado de
UNIDADE
5
Recursos existem três filtros: Tipo Relatório, Período e Abrangência Territorial.
No filtro Tipos Relatório, podemos acessar o relatório de recursos por tipo de be-
nefício (BFA ou BVJ) e o relatório dos motivos de recursos, que também pode ser
por BFA ou BVJ. No filtro Período, é possível definir um intervalo inicial e final de

referência para geração do relatório desejado. No caso dos relatórios de recursos,
estão disponíveis os meses da repercussão ao qual os recursos se referem (por
exemplo, se você selecionar o mês de maio de 2018, aparecerão os recursos reali-
zados em maio e até o final do prazo em junho). Já no filtro Abrangência Territorial,
a lógica é mesma dos demais relatórios consolidados que vimos até aqui.

que você quer criar, se em PDF ou em Excel.
A seguir vemos um exemplo de um Relatório Consolidado de Recursos por BFA. No

cabeçalho estão disponíveis os filtros selecionados na pesquisa. Já na tabela são
informados os quantitativos de recursos registrados de acordo com o efeito apli-
cado na repercussão. Por exemplo, na primeira linha, podemos verificar que foram
registrados 7 recursos contestando um efeito de advertência, desses, 6 foram de-
feridos e 1 não foi julgado. Na coluna Total em destaque está o somatório de recur-
sos deferidos, indeferidos e não julgados. Já a última coluna apresenta o total de
famílias que teve algum efeito na repercussão, mas não teve recurso cadastrado.
Resultado Relatório Consolidado – Recursos BFA.

O Relatório Consolidado de Motivos de Recursos é bem parecido. Mas a infor-
mação é dada de acordo com o motivo que foi marcado no registro do recur-
so. Além disso, não há a última coluna com a quantidade de famílias que não
tiveram recurso registrado.
Resultado Relatório Consolidado – Motivos dos Recursos BFA.
Para finalizar a etapa de recurso, lembramos que é possível imprimir um for-

mulário em branco para registrar recurso. Neste formulário, constam os mes-
mos campos da página Recurso On-line. Esse instrumento pode ser útil, por
exemplo, se um CRAS está sem internet e recebe uma família que deseja fazer
recurso. O técnico ou a técnica responsável pode registrar o recurso no formu-
lário em branco e posteriormente fazer o cadastro no Sicon. Destacamos que
este formulário não deverá ser enviado por correio para a Senarc/MC, sendo
apenas para uso interno no município. O gestor ou a gestora do PBF ou a equi-
pe técnica responsável deverá cadastrar e avaliar posteriormente o recurso no
Sicon (pela internet), após realizar a pesquisa da família, devendo se atentar
ao prazo de recurso. O formulário está disponível na página inicial do Sicon.

UNIDADE

Página inicial do Sicon – opção de imprimir formulário recurso em branco.
Vamos agora para a última etapa da gestão de condicionalidades: o acompa-

nhamento socioassistencial das famílias.

UNIDADE 6
CONDICIONALIDADES:
ETAPA 7
 Depreender a finalidade do acompanhamento pela assistência social das
famílias em situação de descumprimento de condicionalidades (Etapa 7);
 Cadastrar, editar, avaliar e encerar o atendimento/acompanhamento

familiar no Sicon;
 Reconhecer a importância da Interrupção Temporária dos Efeitos de

Descumprimento de Condicionalidades como instrumento de integração entre
serviços e benefícios;
 Incluir uma família em Interrupção Temporária dos Efeitos de Descumpri-

mento de Condicionalidades; e
 Gerar relatórios relativos à etapa de acompanhamento pela assistência

social das famílias em situação de descumprimento de condicionalidades.
O
acompanhamento pela assistência social das famílias em situação
de descumprimento é a última etapa que veremos. Como falamos
na Unidade 1 deste manual, sistematizamos o processo de gestão
de condicionalidades em sete etapas para facilitar o entendimento. Todavia,
o acompanhamento pela assistência social das famílias em descumprimen-
to (Etapa 7) não precisa ocorrer necessariamente após o Recurso (Etapa
6), pois nem todas as famílias que tiveram recurso registrado precisarão
de acompanhamento pela assistência social. Mas a etapa de recurso é uma
oportunidade de identificar famílias em situação de vulnerabilidade e enca-
minhá-las para a assistência social.
O Protocolo de Gestão Integrada, que já falamos na Unidade 4 (repercus-

são), assume que o descumprimento de condicionalidades constitui situa-
ção reveladora de vulnerabilidade das famílias e, portanto, orienta que estas
sejam priorizadas, especialmente aquelas com suspensão do benefício, no
que se refere ao atendimento e acompanhamento pelos serviços socioassis-
tenciais. O acompanhamento da assistência social pode se dar no âmbito da
proteção social básica e da proteção social especial.
Z
Aa
Aa
GLOSSÁRIO:
Z
O Acompanhamento Familiar consiste em ações desenvolvidas
em serviços continuados, com objetivos estabelecidos, que possibilita à fa-
mília o acesso a um espaço onde possa refletir sobre sua realidade, construir
novos projetos de vida e transformar suas relações – sejam elas familiares ou
comunitárias (Protocolo de Gestão Integrada).
Quando se observa o descumprimento das condicionalidades, são neces-

sárias ações, a partir de um diagnóstico, que promovam o atendimento ou
acompanhamento dessas famílias para a superação das vulnerabilidades
identificadas e dos riscos sociais a que possam estar submetidas.
É importante que os gestores e as gestoras municipais do PBF, a cada pe-

ríodo de repercussão, articulem-se com as áreas de assistência social, edu-
cação e saúde, para construir um diagnóstico das vulnerabilidades identi-
ficadas, da ocorrência de concentração por localidade (territorialização) e
da reincidência de descumprimento, dentre outras possibilidades. Com este
diagnóstico, é possível identificar as famílias que necessitam de um acom-
panhamento mais próximo por parte da assistência social, a ser realizado
pelo CRAS e/ou CREAS ou equipes técnicas de referência da Proteção Social

Básica e da Proteção Social Especial21. O Sicon disponibiliza relatórios com
todos os dados necessários para a identificação das famílias que tiveram
repercussão por descumprimento de condicionalidades.
Lembra que vimos na Unidade 4, relativa à Repercussão, como obter a lista

das Famílias em Fase de Suspensão? Esta é uma ferramenta importante para
a realização do acompanhamento socioassistencial das famílias. Após a extra-
ção da lista, o município deve territorializar as famílias conforme endereço e
área de abrangência dos CRAS, CREAS e equipes de proteção social, a fim de
que seja realizada a busca ativa dessas famílias para serem acompanhadas
pela equipe técnica responsável. O registro do atendimento/acompanhamen-
to deve ser feito no Sicon, descrevendo-se as situações identificadas e as ati-
vidades desenvolvidas com as famílias22. A responsabilidade do registro das
informações do acompanhamento no sistema deve ser definida em comum
acordo entre a gestão municipal do PBF e a área de assistência social do mu-
nicípio, podendo ser feito diretamente pelas equipes dos CRAS, CREAS e da
Proteção Social Básica ou Especial que acompanham as famílias.
Nesse aspecto, é importante ressaltar que o registro no Sicon não substitui

os registros que devem ser realizados no prontuário da família ou no pla-
no de acompanhamento traçado pela equipe técnica nos CRAS e CREAS.
Todavia, esse registro no Sicon é essencial para a integração entre serviços
e benefícios pretendida pelo Protocolo de Gestão Integrada, por meio da
Interrupção Temporária dos Efeitos de Descumprimento de Condicionalidades,
como veremos mais adiante.
Vamos ver agora algumas funcionalidades relacionadas ao registro de aten-

dimento/acompanhamento no Sicon.
21 O Protocolo de Gestão Integrada

NAVEGANDO NO SICON
de Serviços, Benefícios e Transferên-
cias de Renda no âmbito do Sistema
Único de Assistência Social (SUAS) Primeiro, vamos aprender como cadastrar um atendimento/acompanha-
define as situações que devem ser en-
caminhadas a cada um desses equipa-
mento pela assistência social no Sicon. Lembre-se que para registrar um
mentos. atendimento/acompanhamento no Sicon é necessário ter o perfil de acesso
22 Ao valor calculado do IGD, são Sicon_Gestor_Municipal ou Sicon_Municipal_Acompanhamento_Familiar.
acrescidos até 5% (cinco por cento),
proporcionais ao acompanhamento
O registro no Sicon é feito por meio da funcionalidade Acompanhamento
das famílias em fase de suspensão,
que tenham registro de atendimento/ Familiar23 e se constitui em um espaço de registro e monitoramento das
acompanhamento familiar no Sicon.
situações identificadas e das atividades realizadas pela área de assistência
23 Esta funcionalidade foi criada em social durante o acompanhamento das famílias do PBF em descumprimento
2009 para atender às diretrizes do
Protocolo de Gestão Integrada. de condicionalidades. Com essa funcionalidade, a família pode ter seus di-

versos atendimentos registrados em um só lugar. Nesse espaço, é possível,
UNIDADE
6
além de registrar o atendimento/acompanhamento, editar as informações
registradas, incluir, encerrar ou renovar a Interrupção dos Efeitos do Descum-
primento de Condicionalidades e consultar o histórico de dados do acompa-
nhamento da família e o histórico de interrupções dos efeitos do descum-
primento.

O acesso à funcionalidade de Acompanhamento Familiar é feito por meio da
página Informações Integradas da Família. Nas unidades anteriores, já vimos
as abas Família, Endereço e Condicionalidades. A última aba desta página é a
aba Acompanhamento Familiar, que vemos na tela a seguir. Ao clicar sobre
ela, você será direcionado automaticamente para a sub-aba Atendimentos/
Acompanhamentos.
Página Informações integradas da Família – aba Acompanhamento Familiar – família sem registro de acompanhamento.
Se a família não tiver nenhum registro de atendimento/acompanhamento

no Sicon, aparecerá a mensagem “Esta família não possui Atendimento/
Acompanhamento Familiar registrado” e estarão disponíveis a sub-aba e o
botão Incluir.
Caso a família já tenha algum acompanhamento registrado anteriormente,

aparecerá uma tabela resumo dos atendimentos/acompanhamentos já ca-
dastrados para a família pesquisada, conforme pode ser observado na tela a
seguir. Se já estiverem encerrados no Sicon, a opção Incluir estará disponível.
Veremos mais a frente que quando o atendimento/acompanhamento ainda
não foi encerrado no Sicon, nesta tela não aparecerá a opção Incluir, mas
sim a possibilidade de visualizar as informações registradas e a partir daí,
editá-las.

Página Informações integradas da Família – aba Acompanhamento Familiar – família com registro de acompanhamento.
Ao clicar em Incluir, será aberta a página que contém os campos a serem

preenchidos com os dados do acompanhamento/atendimento socioassis-
tencial, como podemos ver a seguir.
Página Inclusão da família no acompanhamento familiar.

No início da tela, há o campo Informações gerais sobre a família. Nesse espaço deve
UNIDADE
6
ser feito um relato resumido da situação da família, com a descrição dos principais
fatos e/ou problemas relevantes para o trabalho de acompanhamento e da rede
intersetorial. Ao preencher este campo, fique atento ao sigilo das informações.
Evite incluir algo que possa expor a família e agravar a situação de vulnerabilidade.

Mais abaixo, há o campo Situações identificadas, no qual devem ser seleciona-
das, dentre as opções disponíveis, aquelas que melhor descrevem a situação
vivenciada pela família. Para isso, clique em Selecione a Situação, escolha a
opção e clique no botão verde . A opção selecionada aparecerá na caixa
de texto logo abaixo. É obrigatória a inclusão de pelo menos uma situação.
Repita os passos anteriores para a inclusão de outras situações identifica-
das, se necessário. Caso você queira excluir uma situação escolhida, basta
selecioná-la na caixa de texto e, em seguida, clicar no botão vermelho .
O terceiro campo é Atividades, no qual devem ser inseridas as atividades que

já foram ou serão realizadas com a família. O procedimento é o mesmo visto
para as Situações identificadas, basta escolher uma opção e clicar no botão
para incluir as atividades selecionadas.
Os demais campos, que vemos na tela a seguir, não são de preenchimento

obrigatório, mas são importantes para identificar se a família está sendo
acompanhada no âmbito da Proteção Social Básica ou Especial e em qual
equipamento da assistência social. É possível informar em qual CRAS ou
CREAS24 a família é (ou será) atendida, ou, nas localidades em que não hou-
ver CRAS ou CREAS, se a família é (ou será) acompanhada por uma equipe
técnica local da Proteção Social Básica ou Especial.
Página Inclusão da família no acompanhamento familiar.
24 As informações dos CRAS e

CREAS disponíveis no Sicon são ex-
traídas periodicamente do Censo
Suas mais recente.

IMPORTANTE: Os campos referentes aos equipamentos da assistência social que
acompanham a família não são de preenchimento obrigatório, mas caso todos
fiquem em branco, o sistema entende que a família não será acompanhada pelo
CRAS/CREAS ou Equipe Técnica local e direciona o usuário ou a usuária respon-
sável pelo preenchimento para a avaliação e encerramento do acompanha-
mento. Nesse caso, ao clicar em Gravar aparecerá a tela abaixo. Veremos como
avaliar e encerrar o registro do acompanhamento mais a frente nesta unidade.
Após preencher as informações, clique em Gravar. Em seguida, aparecerá

uma tela solicitando a confirmação da gravação da informação. Confirme
clicando em OK.
Você será direcionado para uma tela com os dados do atendimento/acom-

panhamento registrado. Veja que a sub-aba Incluir se torna Dados. Além dis-
so, o sistema habilita a ferramenta da Interrupção Temporária dos Efeitos de
Descumprimento de Condicionalidades. Veremos mais adiante como ativá-la.

UNIDADE

Página Dados do Acompanhamento
Enquanto não for encerrado, as informações do acompanhamento podem

ser atualizadas sempre que a equipe da assistência social que acompanha
a família julgar necessário. Quando o acompanhamento for encerrado, os
dados ficarão disponíveis apenas para visualização.
Então, vamos ver agora como editar um acompanhamento no caso de atu-

alização de alguma informação. Clique na sub-aba Atendimentos/Acompa-
nhamentos. Já vimos anteriormente que se houver algum acompanhamen-
to/atendimento registrado para aquela família, aparecerá uma tabela com
algumas informações dos acompanhamentos registrados, como a data de
inclusão do acompanhamento, se já foi encerrado ou não, entre outras. Na
coluna Ações, clique no botão verde disponível para editar o acompanha-
mento . Se o acompanhamento já tivesse sido encerrado, só poderíamos
visualizar a informação e o botão seria uma lupa azul . Outra forma de
acessar a página com os dados do acompanhamento e editá-los é clicando
na sub-aba Dados.

Página Informações Integradas da Família – aba Acompanhamento Familiar.
A página com os dados do acompanhamento se abre. Ao final da tela, clique

em Editar Acompanhamento.
Página Dados do acompanhamento – Editar Acompanhamento.
A tela do acompanhamento é novamente aberta, mas agora com os campos

editáveis para que você possa alterar as informações e gravá-las novamente.
Após a gravação, você retorna à página com os dados já atualizados (página
Dados do Acompanhamento). As informações anteriores não são perdidas,

pois todos os dados ficam no histórico de registro de acompanhamento.
Basta clicar em histórico no início da tela.
UNIDADE

Página Histórico dos dados do acompanhamento.
Caso você queira avaliar o acompanhamento, deve clicar em Avaliar Acompa-

nhamento ao final da página Dados do Acompanhamento.
Página Histórico dos dados do acompanhamento – Avaliar Acompanhamento.

Ao final da página, um campo em branco é aberto para que você relate a sua
avaliação do atendimento/acompanhamento realizado. Em seguida, no
campo Resultado da Avaliação, você deve selecionar uma das opções dispo-
níveis (Ótimo, Bom, Ruim ou Péssimo). Depois de preencher as informa-
ções, clique em Gravar Avaliação. Em seguida, aparecerá a tela com o texto
“Deseja confirmar a gravação da informação?’’, clique em OK.
Página de Avaliação do acompanhamento/atendimento familiar.
Depois de avaliar o atendimento/acompanhamento, você será novamente

direcionado para a página Dados do Acompanhamento, mas observe que ao
final da página um novo botão estará disponível: Encerrar Acompanhamento.

UNIDADE

Página Dados do acompanhamento – Encerrar Acompanhamento.
Ao clicar nele, a mensagem “Deseja confirmar a gravação da informação?”

aparecerá. Ao clicar em OK o atendimento/acompanhamento será encerrado.
Você será direcionado para a sub-aba Atendimentos/Acompanhamentos. Uma

vez que o atendimento/acompanhamento seja encerrado, a data de encerra-
mento ficará disponível, conforme tela a seguir. Além disso, na coluna Ações há
o ícone azul em formato de lupa, que, como já falamos, permite que você ape-
nas consulte as informações do acompanhamento realizado. Nesse caso, não
é possível mais editar esse acompanhamento. Note que a opção Incluir estará

novamente disponível. Para incluir um novo atendimento/acompanhamento
para a família, basta clicar em Incluir e seguir os passos que acabamos de ver.
Aba Acompanhamento familiar – sub-aba Atendimentos/Acompanhamentos.
Assim como vimos no Recurso, também é possível obter um formulário em

branco para atendimento/acompanhamento familiar. Esse formulário pos-
sui os mesmos campos da funcionalidade de registro de atendimento/
acompanhamento no Sicon e pode ser um importante instrumento para via-
bilizar o registro do acompanhamento realizado pela assistência social nos
municípios em que os CRAS e CREAS não possuam acesso à internet. Nesse
caso, o registro das informações no Sicon teria de ser feito por alguma área
que tivesse acesso à internet (que pode ser a gestão do Bolsa Família, a Se-
cretaria de Assistência Social do Município, etc) e que receberia os formulá-
rios preenchidos dos CRAS e CREAS, segundo fluxo previamente acordado.
Destacamos que este formulário não deverá ser enviado por correio para a
Senarc/MC, sendo apenas para uso interno no município. O formulário está
disponível na página inicial do Sicon para impressão.
Página inicial do Sicon – opção de imprimir formulário de acompanhamento familiar em branco.

UNIDADE
A INTERRUPÇÃO TEMPORÁRIA DOS EFEITOS DE DESCUM- O SICON NA GESTÃO DE CONDICIONALIDADES: ETAPA 7

PRIMENTO DE CONDICIONALIDADES
A aplicação de efeitos gradativos (advertência, bloqueio, suspensão e cance-
lamento) e a condição de que nenhuma família tenha seu benefício cancela-
do sem antes ser acompanhada pela assistência social evitam o desligamen-

to imediato do programa por motivo de descumprimento das
condicionalidades. Para além disso, entretanto, entende-se que é necessário
garantir que a ação de acompanhamento pela assistência social das famílias
em descumprimento seja respaldada pela manutenção da transferência de
renda, de forma a não agravar a situação de vulnerabilidade da família. Nes-
te sentido, conforme previsão do Protocolo de Gestão Integrada e regula-
mentação pela Portaria MDS nº 251/2012, ao incluir uma família em acom-
panhamento pela assistência social, pode-se optar por interromper
temporariamente a aplicação dos efeitos do descumprimento de condicio-
nalidades.
IMPORTANTE: A garantia da renda mensal articulada com a inclusão das famílias

em atividades da assistência social no âmbito do SUAS, bem como em serviços
de outras políticas setoriais, é compreendida como a estratégia mais adequada
para se trabalhar a superação das situações que impedem ou dificultam que a
família cumpra os compromissos previstos no PBF.
Para garantir o recebimento do benefício do PBF, os profissionais da assis-

tência social responsáveis pelo atendimento/acompanhamento da família
podem interromper no Sicon a aplicação de futuros efeitos decorrentes do
descumprimento de condicionalidades, caso avaliem que a continuidade da
transferência de renda à família é necessária para superação de sua situação
de vulnerabilidade. Este mecanismo é chamado Interrupção Temporária dos
Efeitos de Descumprimento de Condicionalidades (a partir daqui, chamado de
Interrupção Temporária) e para acioná-lo é necessário que a família esteja
com o registro de acompanhamento/atendimento no Sicon ativo.
A família continua sendo acompanhada no âmbito das condicionalidades de

saúde e educação, mas durante a Interrupção Temporária não serão aplicados
os efeitos decorrentes do descumprimento das condicionalidades.
A Interrupção Temporária possui validade de seis meses, mas pode ser pror-
rogada ou, ainda, cessar antes do final do período, por meio de comando no
Sicon. Essa decisão deve estar sustentada na análise da situação da família

e na identificação das vulnerabilidades que ela está enfrentando. Quando
UNIDADE
6
mantida por seis meses, a interrupção temporária tem a prerrogativa de rei-
niciar a aplicação dos efeitos gradativos pelo descumprimento de condicio-
nalidades, isto é, um novo descumprimento após esse período irá gerar o
efeito de advertência.

IMPORTANTE: A interrupção temporária pode ser renovada por quantas vezes a
equipe da assistência social que atende/acompanha a família considerar neces-
sário para a superação de vulnerabilidade em que ela se encontra.
Não há um prazo definido nem para o registro do atendimento/acompa-

nhamento pela assistência social no Sicon, nem para a sua duração. To-
davia, a Instrução Operacional Conjunta Senarc/SNAS/MDS nº 19/2013,
que divulga aos estados e aos municípios orientações para a inclusão das
famílias do PBF nos serviços socioassistenciais, recomenda que o regis-
tro do acompanhamento das famílias no Sicon e a ativação da Interrupção
Temporária sejam realizados até o último dia útil do mês seguinte ao que
ocorreu a repercussão, coincidindo com o prazo de recurso. Isso se dá por
questões operacionais (por exemplo, o prazo para geração da folha de pa-
gamentos do PBF), para garantir a interrupção dos efeitos gradativos sobre
o benefício das famílias antes da próxima repercussão, com o objetivo de
evitar que a descontinuidade da transferência de renda seja prolongada.
Vamos ver agora como incluir uma família na Interrupção Temporária.
NAVEGANDO NO SICON
A primeira coisa que devemos lembrar é que para incluir a família em In-
terrupção Temporária é necessário que o atendimento/acompanhamento
familiar esteja ativo no Sicon. Vimos nesta unidade que ao incluir uma
família em atendimento/acompanhamento, automaticamente a opção In-
terrupção Temporária aparece no menu do lado esquerdo, como podemos
ver na tela a seguir.

Página Dados do acompanhamento – opção Interrupção Temporária.
Ao clicar na opção Interrupção Temporária, será aberta uma página que expli-
ca a funcionalidade. Leia atentamente! A seguir você visualizará a lista com
as pessoas da família.

UNIDADE

Página Interrupção temporária dos efeitos do descumprimento de condicionalidades.
Para incluir a família na Interrupção Temporária, basta selecionar um de seus

membros e, automaticamente, todos os outros serão marcados. Depois é
só clicar em Incluir Interrupção no final da página. Para as famílias com ado-
lescentes que recebem o BVJ, é necessária a marcação de cada adolescente,
sendo essa independente do restante da família.

Página Interrupção temporária dos efeitos do descumprimento de condicionalidades – Incluir Interrupção.
Aparecerá uma mensagem solicitando que você confirme a gravação da in-

formação. Basta clicar em OK.
Página Interrupção temporária dos efeitos do descumprimento de condicionalidades – confirmação da gravação.
Em seguida, a página com os componentes da família marcados para a In-

terrupção Temporária será exibida. Veja que toda a família se encontra em
interrupção temporária.

UNIDADE

Página Interrupção temporária dos efeitos do descumprimento de condicionalidades – período de vigência da Interrupção Temporária.
Repare também na coluna Período da interrupção. Nela é informada o perío-

do de validade da interrupção, que dura 6 meses. Nos primeiros meses, um
sinal verde fica acionado nessa coluna. Quando está perto de vencer, o sinal
fica amarelo e, quando está no mês que vai vencer, fica vermelho.
A Interrupção Temporária protege o benefício contra futuros efeitos do des-

cumprimento e começa a vigorar no mês seguinte àquele em que foi soli-
citada. Assim, uma interrupção incluída no mês de janeiro de 2018, valerá
a partir de fevereiro até julho de 2018, totalizando 6 meses. Portanto, nas
repercussões de março, maio e julho, o benefício estará protegido caso a
família venha a ter descumprimento de condicionalidades. Importante res-
saltar que a Interrupção Temporária não protege o benefício da família de
outras ações relativas à gestão do PBF, por exemplo, bloqueio por revisão ou
averiguação cadastral.

IMPORTANTE: Como a Interrupção Temporária atua sobre efeitos de descumpri-
mento futuros, pode ser necessário registrar um Recurso para anular o último
efeito. Mas lembre-se, diferentemente da Interrupção Temporária que pode ser
acionada a qualquer tempo, o Recurso deve ser registrado até o último dia útil
do mês seguinte ao da repercussão.
A Interrupção Temporária pode ser renovada ao final do período de sua vigên-

cia, ou seja, no último mês de vigência da interrupção. Para renová-la, você
deve selecionar as pessoas da família na tabela, preencher um texto explican-
do a necessidade de renovação da Interrupção Temporária no campo Justificati-
va e, em seguida, clicar no botão Renovar Interrupção.
Página Interrupção temporária dos efeitos do descumprimento de condicionalidades – Interrupção Temporária com vencimento próximo.
Quando renovada, a Interrupção Temporária estende a proteção contra os

efeitos do descumprimento por mais seis meses (veja imagem a seguir).
Não existe limitação para quantidade de renovações da Interrupção Tempo-
rária. Caso o prazo para renovação tenha terminado, você pode incluir uma
nova Interrupção conforme explicado anteriormente, contanto que o registro
de atendimento/acompanhamento continue ativo.

UNIDADE

Página Interrupção Temporária – Após Renovação.
Encerrar a Interrupção Temporária significa cessar a proteção ante os efeitos

do descumprimento de condicionalidades, fazendo com que a família (BFA)
ou integrantes BVJ voltem a receber efeito sobre o benefício em caso de
descumprimento. Ao encerrar a Interrupção Temporária que está vigente, ela
passa a não ter validade a partir do mês seguinte ao que foi registrado o en-
cerramento. Por exemplo, ao encerrar uma interrupção no mês de setembro
de 2018, esta não estará vigente a partir de outubro de 2018.
Para encerrar a Interrupção Temporária, você precisa selecionar todas as pesso-

as da família (BFA) ou integrantes BVJ que devem ter a interrupção encerrada,
preencher o campo Justificativa e clicar no botão Encerrar Interrupção. Impor-
tante ressaltar que todas as alterações realizadas na Interrupção Temporária
ficam registradas e podem ser consultadas por meio do botão histórico no
início da página da Interrupção Temporária.

Página Interrupção temporária dos efeitos do descumprimento de condicionalidades – Encerrar Interrupção.
Lembramos que a Interrupção Temporária faz com que o efeito por descum-
primento não seja aplicado. Todavia, os beneficiários e beneficiárias continu-
am sendo acompanhadas e a informação, em caso de descumprimento, fi-
cará disponível na aba Condicionalidades. Caso tenha havido algum efeito
não aplicado por causa da Interrupção Temporária, na sub-aba Repercussão,
no final da página, em Efeito Não Aplicado, será possível ver uma tabela indi-
cativa dessas situações.
IMPORTANTE: As informações de efeitos de descumprimento não aplicados

em virtude da Interrupção Temporária permite observar o acesso aos serviços
de educação e saúde enquanto a família está sendo acompanhada pela assis-
tência social.

UNIDADE

Página Informações Integradas da Família, aba Condicionalidades – sub-aba Repercussão – Efeitos não aplicados
Agora que já vimos as ferramentas de registro de atendimento/acompanha-

mento familiar, vamos ver as ferramentas de consulta. Para essas, não é
necessário ter um perfil de acesso específico, ok? Existe o Relatório de Acom-
panhamento Familiar e o Relatório Consolidado de Acompanhamento Familiar.
Vamos começar pelo Relatório de Acompanhamento Familiar. Esta funcionali-

dade permite gerar relatórios dos atendimentos/acompanhamentos regis-
trados no Sicon pelo município com informações das famílias (desagrega-
das). Este relatório está disponível no menu superior do Sicon, ao selecionar
o item Relatório e clicar na opção Acompanhamento Familiar.
Menu superior do Sicon – item Relatório – funcionalidade Acompanhamento Familiar.

O Relatório é composto por filtros como CRAS, CREAS, equipe técnica local,
acompanhamento ativo ou encerrado, situações identificadas, atividades de-
senvolvidas e período de inclusão ou encerramento do registro no Sicon. Se
você selecionar a opção Sim no campo Acompanhamento Ativo, surgirá ao
lado a opção de marcar o filtro para Interrupção Temporária vigente. A figura a
seguir apresenta a tela do Relatório de Acompanhamento Familiar.
Página Relatório de Acompanhamento Familiar.

Para gerar o relatório, basta preencher os filtros desejados e clicar no botão
UNIDADE
6
Pesquisar. O Sicon retornará em tela o resultado da pesquisa e apresentará
até 25 resultados por página. Observe que é possível verificar se a família
está com Interrupção Temporária e se está em período de atenção, isto é, com
risco de cancelamento. Caso a família esteja em descumprimento, na coluna
Família em Descumprimento aparecerá o motivo deste. Se o atendimento/

acompanhamento familiar estiver ativo, a coluna Data Encerramento estará
em branco. Você pode extrair e salvar todo o resultado da pesquisa em um
documento Excel ou PDF, para isso basta clicar no botão Gerar Relatório,
conforme demonstra a tela a seguir.
Resultado Relatório Acompanhamento Familiar.
Ao gerar o relatório, você terá todas as informações da família, tais como

endereço, situações identificadas e atividades realizadas no atendimento/
acompanhamento, entre outras.
Por último, vamos ver o Relatório Consolidado de Acompanhamento Familiar.

Já vimos todos os outros relatórios consolidados disponíveis no Sicon: Saú-
de, Educação, Repercussão e Recurso. Ele se assemelha aos demais: possibilita
a consulta de informações agregadas do seu estado, município ou do Brasil
todo.
O caminho para acessá-lo também é o mesmo: no menu superior do Sicon,

passe o cursor do mouse sobre o item Relatórios e em seguida selecione a
opção Relatórios Consolidados.

Menu superior do Sicon – item Relatório - funcionalidade Relatório Consolidado.
Ao clicar em Relatórios Consolidados a página abre diretamente no Relatório

Consolidado de Saúde. Ao clicar em Acompanhamento Familiar, aparecerão os
filtros relativos a esse tema, como podemos ver na tela a seguir.
Página Relatórios Consolidados – opção Acompanhamento Familiar.

Assim como nos demais relatórios consolidados, no Relatório Consolidado
UNIDADE
6
de Acompanhamento Familiar existem três filtros: Tipo Relatório, Período e
Abrangência Territorial.
No filtro Tipo Relatório, atualmente só está disponível o relatório Acompa-

nhamento Familiar – Resultados para IGD.

No filtro Período, é possível definir um intervalo de referência para geração
do relatório desejado. Neste caso, é o mês em que é feito o cálculo do in-
centivo do IGD, considerando os dados de atendimento/acompanhamento
familiar do período de apuração.
Já no filtro Abrangência Territorial, a lógica é mesma dos demais relatórios

consolidados que vimos até aqui.

que você quer criar, se em PDF ou em Excel.
Resultado Relatório Consolidado – Acompanhamento Familiar – Resultados para IGD.

Assim como nos demais Relatórios Consolidados, no cabeçalho da tabela há
as informações dos filtros selecionados. Na tabela, você consegue obser-
var, para o cálculo de determinado mês do incentivo do IGD relacionado
ao acompanhamento das famílias em fase de suspensão, qual foi o perío-
do de apuração do atendimento/acompanhamento familiar, assim como os
meses de repercussão considerados para identificar as famílias em fase de
suspensão. Por exemplo, o cálculo feito para o mês de setembro considerou
os atendimentos/acompanhamentos que estiveram ativos em algum mo-
mento em julho e agosto das famílias que estavam em fase de suspensão
nesses meses por efeitos aplicados em março, maio e julho. Lembre-se que
a família pode ter tido uma suspensão em um mês anterior, mas o efeito de
suspensão ainda estar válido.
As três últimas colunas apresentam o número total de famílias em fase de

suspensão com registro de atendimento/acompanhamento familiar no Si-
con, o número total de famílias em fase de suspensão e o percentual de
atendimento/acompanhamento familiar considerado para o cálculo do in-
centivo do IGD.
A cada repercussão, é gerada uma lista atualizada de famílias em fase de

suspensão para acompanhamento. Para fins do cálculo do incentivo do IGD,
é considerado o quantitativo dessas famílias que foram atendidas/acompa-
nhadas até o mês que antecede a próxima repercussão.
Caso uma família conste na lista e já esteja com registro de atendimento/

acompanhamento no Sicon, este será considerado no cálculo do incentivo,
não sendo necessário registrar um novo acompanhamento.
IMPORTANTE: Além de poder obter a lista das famílias em fase de suspensão

no Sicon, ela também é disponibilizada aos municípios por meio da área de
transmissão de arquivos do SigPBF e no sistema de Registro Mensal de Aten-
dimentos (RMA) a cada mês de repercussão. Para a geração dessa lista são
consideradas as famílias que receberam alguma suspensão nas últimas reper-
cussões e ainda estão com o efeito válido.
Com essa Unidade finalizamos a navegação pelas funcionalidades do Sicon

relacionadas à cada uma das etapas da gestão de condicionalidades.

UNIDADE

MENSAGEM FINAL
C
omo você estudou ao longo deste Manual, as condicionalidades do Programa Bolsa
Família reforçam o acesso das famílias em situação de pobreza e extrema pobreza a
serviços de educação, de saúde e de assistência social. Elas são um componente essen-
cial da estratégia de redução da pobreza e da superação das situações de vulnerabilidade social
enfrentadas pelas famiílias.
Os gestores, as gestoras, os técnicos e as técnicas municipais, bem como os coordenadores

e coordenadoras estaduais do Bolsa Famiília têm papel fundamental na garantia de direitos
sociais básicos. As condicionalidades facilitam o acesso das famílias aos serviços públicos en-
quanto o poder público pode enxergar a escassez desses serviços nos territórios, identificar
possíveis vulnerabilidades e planejar a oferta de políticas públicas de forma eficaz.
O Sicon é o principal instrumento para a gestão intersetorial das condicionalidades, permitindo

um olhar mais integral sobre as famílias. Assim, garantir a capacitação de seus usuários e usuá-
rias se configura como prioridade no apoio à gestão estadual e municipal. Esperamos que você
tenha conseguido identificar a importância do Sicon para o seu trabalho.
Tenha esse manual em mãos, consulte-o sempre que necessário e partilhe o que você aprendeu
com toda a equipe. Conhecimento compartilhado é conhecimento ampliado.
Ótimo trabalho!

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Ministério da Cidadania

Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação | SAGI

Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação (Sagi)

Secretaria Nacional de Renda de Cidadania (Senarc)

Coordenadora Geral de Acompanhamento de Condicionalidades

Coordenadora Geral de Formação

Coordenador Geral de Disseminação

Projeto Gráfico e Diagramação

É permitida a reprodução total ou parcial, desde que citada a fonte.

MENSAGEM FINAL 128

O Sicon na Gestão de Condicionalidades do Programa Bolsa Família | manual de aprendizagem 3

O acompanhamento de condicionalidades do PBF é uma atividade comple-

O objetivo principal deste curso é capacitar gestões municipais e estaduais

Este manual está estruturado em 6 unidades:

 Unidade 1 – As condicionalidades do PBF

 Unidade 2 – Introdução ao Sicon

 Unidade 3 – O Sicon na Gestão de Condicionalidades: etapas 1 a 4

 Unidade 4 – O Sicon na Gestão de Condicionalidades: etapa 5

 Unidade 5 – O Sicon na Gestão de Condicionalidades: etapa 6

 Unidade 6 – O Sicon na Gestão de Condicionalidades: etapa 7

Este Manual contém as etapas de condicionalidades do Programa Bolsa Fa-

O Sicon na Gestão de Condicionalidades do Programa Bolsa Família | manual de aprendizagem 5

 Reconhecer a importância das condicionalidades do PBF para reforçar o acesso

 Descrever quais são as condicionalidades e seus objetivos;

 Identificar os principais atores envolvidos na gestão de condicionalidades; e

 Distinguir as etapas da Gestão de Condicionalidades.

O PBF é baseado em três dimensões: 1) a transferência direta de renda às famí-

O Sicon na Gestão de Condicionalidades do Programa Bolsa Família | manual de aprendizagem 7

GLOSSÁRIO: Os direitos sociais são descritos pelo art. 6º da Constitui-

No Brasil, a educação, a saúde e a assistência social são direitos sociais

O acompanhamento das condicionalidades de saúde e de educação do PBF

O principal objetivo das condicionalidades, portanto, é contribuir para a rup-

8 Unidade 1: As condicionalidades do PBF

Na área de educação, a condicionalidade se refere à frequência escolar

As Condicionalidades do Programa Bolsa Família são:

Na área de educação: frequência escolar mensal mínima de 85%

descumprem as condicionalidades para que sejam identificados os 2 A condicionalidade relacionada à

O Sicon na Gestão de Condicionalidades do Programa Bolsa Família | manual de aprendizagem 9

QUAIS SÃO OS/AS PRINCIPAIS RESPONSÁVEIS PELA GESTÃO DE CON-

 NO GOVERNO FEDERAL, o Ministério da Cidadania (MC) é res-

 NOS ESTADOS, a Coordenação Estadual do PBF é responsável pela

10 Unidade 1: As condicionalidades do PBF

 NOS GOVERNOS MUNICIPAIS, a Gestão Municipal do PBF é res-

A figura a seguir ilustra o trabalho intersetorial e compartilhado entre os

O Sicon na Gestão de Condicionalidades do Programa Bolsa Família | manual de aprendizagem 11

Proteção Básica (CRAS) Vigilância

As definições vistas até este momento indicam que a gestão de condicio-

A conjugação de esforços presente na gestão de condicionalidades, além de

Com diversos atores envolvidos, de áreas e níveis de governo diferentes,

12 Unidade 1: As condicionalidades do PBF

ETAPAS DA GESTÃO DE CONDICIONALIDADES

Como característica básica do trabalho sistêmico, as etapas não são isola-

A execução dessas etapas possibilita o monitoramento do acesso às políti-

1. Geração do Público para Acompanhamento: realizada pelo MC,

2. Disponibilização de informações: nesta etapa, o MC envia os PAs

3. Período de Acompanhamento das Condicionalidades: nesta etapa

4. Período de Registro do Acompanhamento: esta etapa é reservada ao

O Sicon na Gestão de Condicionalidades do Programa Bolsa Família | manual de aprendizagem 13

6. Período de registro e avaliação de recursos no Sicon: o recurso é

7. Acompanhamento pela Assistência Social: consiste em prover às

IMPORTANTE: O acompanhamento das condicionalidades engloba

Para realizar a Gestão das Condicionalidades do PBF, temos o Sicon, sobre o

14 Unidade 1: As condicionalidades do PBF