Turma: 9º ano Escola: Educandário Pequeno Aprendiz A Confraria do Rosário é uma importante tradição cultural florestana — uma irmandade fundada há aproximadamente duzentos anos atrás e que persiste firme, com seu rico legado sendo celebrado anualmente até os dias de hoje. Como mencionado previamente, a origem dessa celebração data de tempos antes da abolição da escravatura em 1888. Escravos da Fazenda Grande em Floresta, descendentes de nobres do Congo, tinham apenas um feriado por ano, esse sendo no dia 31 de dezembro. Aproveitavam desse dia para executar uma vívida cerimônia de coroação de um rei e uma rainha, onde abraçavam suas raizes nobres e a cultura que foram feitos deixar para atrás. Não há uma data exata de quando a primeira celebração ocorreu, mas registros revelam a presença desse patrimônio na cultura florestana desde o ano de 1792. Até os dias de hoje, os 36 membros da irmandade mantêm um roteiro de celebração, em que o cortejo real, acompanhado de espadins e uma banda de pífanos (com caixa, zabumba e pífanos, instrumentos de percussão oriundos da África) segue para a igreja de Nossa Senhora do Rosário, onde ocorre uma cerimônia religiosa. Da igreja, o cortejo se dirige para a casa da Confraria do Rosário, onde o almoço é distribuído para todos e são escolhidos e coroados o rei e a rainha do próximo ano. O hasteamento da bandeira de Nossa Senhora do Rosário e a coroação do Rei e Rainha do Congo se configuram, atualmente, como a mais famosa e tradicional manifestação cultural e religiosa de Floresta, endossando um sentido comunitário único. Sua história é essencial para entendermos como era a vivência de diferentes grupos étnicos durante a formação do que hoje conhecemos por Floresta, e a cerimônia de celebração, com beleza e elegância, relembra e abraça as raízes africanas de seus participantes, as quais antigamente precisavam esconder.