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FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRARIAS

3º Ano, T/U_ Semi- Presencial

Cadeira
Culturas Alimentares e Industriais

Tema
Raízes e Tubérculos (Mandioca e Batata reno)

Nampula, Agosto de 2023


FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRARIAS
3º Ano, T/U_ Semi- Presencial

Cadeira:
Culturas Alimentares e Industriais

Tema:
Raízes e Tubérculos (Mandioca e Batata reno)

3º Grupo

Discente:
1. André Gonçalves Naúme Júnior
2. Celsa João Sumane
3. Estáquio Amândio
4. Gaspar Simão Silvestre Dinguvo
5. Hilario Liguimbo Chivalo
6. Inácio Ismael
7. João Majenganhe Zibute
8. Moreira Armando Serrote
9. Olga Clemente

Trabalho em grupo de caracter avaliativo, a ser


entregue na Faculdade de Ciências Agrarias, da
Cadeira de Culturas Alimentares e Industriais,
leccionada pelo docente.
Eng. Pedro Victor Rodrigues

Nampula, Agosto de 2023

1
Índice
1. Introdução ........................................................................................................................... 3
1.1. Objectivo ......................................................................................................................... 4
1.1.1. Geral ............................................................................................................................ 4
1.1.2. Especifico .................................................................................................................... 4
1.2. Metodologia .................................................................................................................... 4
CULTURA DA MANDIOCA ................................................................................................... 5
1.3. Importância da cultura de mandioca ............................................................................... 5
1.3.1. Uso .............................................................................................................................. 5
1.3.2. Industria ....................................................................................................................... 5
2. Botânica .............................................................................................................................. 6
2.1. Sistemática ...................................................................................................................... 6
3. Exigências agro-climáticas ................................................................................................. 7
3.1. Clima ............................................................................................................................... 7
3.3. Solo ................................................................................................................................. 7
4. Variedades .......................................................................................................................... 8
5. Métodos de propagação .................................................................................................... 12
6. Maneio da cultura ............................................................................................................. 12
7. Controlo das infestantes, pragas e doenças ...................................................................... 13
Tabela 1: características de principais infestantes, pragas e doenças ...................................... 13
8. Colheita............................................................................................................................. 15
9. Pós- colheita ..................................................................................................................... 15
10. Armazenamento ............................................................................................................ 15
11. Processamento e comercialização ................................................................................. 16
CULTURA DA BATATA RENO ........................................................................................... 17
1.1. Uso ................................................................................................................................ 17
1.2. Industria ........................................................................................................................ 17
2. Botânica ............................................................................................................................ 17
2.1. Sistemática .................................................................................................................... 18
3. Exigências agro-climáticas ............................................................................................... 18
3.1. Clima ............................................................................................................................. 18
4. Variedades ........................................................................................................................ 19
5. Métodos de propagação .................................................................................................... 19
6. Maneio da cultura ............................................................................................................. 20
7. Controlo das infestantes, pragas e doenças ...................................................................... 21
8. Colheita............................................................................................................................. 23
9. Pós- colheita ..................................................................................................................... 23
10. Armazenamento ............................................................................................................ 23
11. Processamento e comercialização ................................................................................. 23
12. Conclusão...................................................................................................................... 24
13. Referência bibliográfica ................................................................................................ 25

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1. Introdução

A agricultura familiar em Moçambique constitui a actividade económica que ocupa grande


parte da população, podendo alcançar mais de 75% dos cidadãos. Os sistemas de produção
“tradicionais” sofreram, ao longo de décadas, diferentes níveis de transformação em
consequência da intensidade de penetração do capital no meio rural, sobretudo o agrário e o
comercial e o da extracção de recurso naturais.
A mandioca (Manihot esculenta (Crantz) é uma cultura originária da América do sul
concretamente do Brasil (Sudoeste da Amazónia) (Cini et al., 2009). Em África, a cultura foi
introduzida pelos portugueses por volta dos séculos XVI e XVII (Cuambe et al., 2010).
A mandioca é a cultura alimentar mais importante entre as culturas de raízes e tubérculos nos
países da África Subsariana (FAOSTAT, 2008). Todavia, é uma das culturas mais tolerantes
à seca e pode ser cultivada com sucesso em solos ácidos, com baixa fertilidade, dando
rendimentos razoáveis onde muitas outras culturas não crescem bem. As províncias de
Zambézia, Nampula e Cabo Delgado, representam cerca de 85% da produção total do país. A
mandioca é maioritariamente produzida pelo sector familiar em áreas que variam de 0.25 a 2
hectares. Na região norte, a mandioca serve como alimento básico e de segurança alimentar
para mais de 50% da população. Contudo, apesar de a mandioca ser importante para
comunidades vulneráveis, a maioria das variedades actualmente consumidas apresentam
baixos teores de proteínas, minerais e vitaminas. As variedades melhoradas à semelhança das
variedades comum apresentam baixo teor de proteína na raiz que varia de 1 a 2%, com base
no peso seco (Montagnac et al, 2009).
O potencial toxico da mandioca, é um dos factores limitantes, se não o principal, na utilização
da mandioca para a alimentação humana e animal. O potencial toxico deve-se a presença, nos
diferentes tecidos da planta, principalmente de dois glicosídeos cianogénicos, a linamarina e a
lotaustralina, na razão de 93:7 a 96:4 (Teles, 1995). Outros compartimentos dos mesmos
tecidos, contem a enzima linamarase, que pode hidrolisar estes glicosídeos cianogénicos,
resultando em cianohidrina e glicose. A cianohidrina, sendo instável, resulta em ácido
cianídrico (HCN) (Conn 1973; Cooke, 1978, citados por Essers, 1995).
Vários problemas de saúde têm sido relacionados com o ácido cianídrico a partir do consumo
de produtos de mandioca insuficientemente processados (Rosling, 1986).
Outrossim, a batata reno (Solanum tuberosum L) é uma cultura importante para a alimentação
e serve como fonte de receitas para população moçambicana. Esta cultura é produzida em
nove províncias de Moçambique, com os distritos de Angónia e Tsangano, na província de

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Tete, a contribuírem com cerca de 90% da produção nacional. A batata é uma dicotiledónea
da família Solanaceae pertencente ao género Solanum, que contém mais de 2000 espécies.
Destas, cerca de 160 produzem tubérculos. Entretanto, apenas cerca de 20 espécies de batata
são cultivadas. Existem muitas espécies que são silvestres e de grande importância nos
programas de melhoramento.
Em Moçambique, 7 variedades libertas são adaptadas a zona altas e com boas características
para o mercado e processamento. Com rendimentos que variam de 25 - 40 ton/há.
O trabalho está estruturado pela seguinte forma: introdução, revisão da literatura, conclusão e
referências bibliográficas.

1.1.Objectivo
1.1.1. Geral
 Compreender sobre as culturas de mandioca e batata reno
1.1.2. Especifico
 Descrever a importância da cultura para as famílias, sua utilização e industrialização;
 Descrever a botânica e sistemática das culturas;
 Elucidar sobre as exigências agro climáticas e suas variedades;
 Descrever os métodos de propagação e maneio da cultura;
 Processo de colheita e pós – colheita;
 Armazenamento, processamento e comercialização.

1.2.Metodologia
Na elaboração deste trabalho de pesquisa abordou-se informações duma maneira qualitativa
na fundamentação dos conteúdos baseando-se nas consultas bibliográficas para a
materialização do tema em causa com base em artigos, manuais e livros duma forma
sintética.

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CULTURA DA MANDIOCA

1.3.Importância da cultura de mandioca


A produção mundial da mandioca foi em 1992 de 152,218 milhões de toneladas (FAO,
1992). A Africa é a zona de maior produção, com 46,3%, seguida da Asia com 33,7% e
América do sul com 19,3% (FAO, 1992).
A produção total em Moçambique ronda às 3.4 milhões de toneladas por ano, sendo as
províncias com maior produção as de Nampula, Zambézia, Cabo Delgado e Inhambane.
Segundo Zacarias-Silva et al. (2010), a cultura é uma importante fonte de alimentos que se
destina principalmente ao consumo da população rural e urbana de baixa renda. Em
Moçambique, as folhas de mandioca são utilizadas para a alimentação humana e animal como
uma fonte excelente de proteínas, minerais e vitaminas. A raiz consume-se de forma fresca ou
seca, em forma de farinha no norte e como rale no sul.
Cerca de 30 a 40% da raiz é composta por matéria seca que é composta por carbohidratos,
proteínas, ferro, zinco, carotenos, e matéria seca. O amido representa 85% dos carbohidratos
presentes na raiz. As proteínas variam de 2 a 4%, e são mais abundantes nas folhas atingindo
cerca 20 a 30%.
Segundo Sene (1997) a produção de raspas apresenta –se como a mais viável
economicamente em relação aos outros derivados, sendo pouco sensível as variações nos
preços de venda. A raspa de mandioca é uma alternativa para produção de rações animais,
podendo substituir parcialmente o milho (Almeida, 1995).
1.3.1. Uso
Segundo Zacarias-Silva et al. (2010), em Moçambique, as folhas de mandioca são utilizadas
para a alimentação humana e animal como uma fonte excelente de proteínas, minerais e
vitaminas. A raiz consome-se de forma fresca ou seca, em forma de farinha no norte e como
rale no sul. Cerca de 30 a 40% da raiz é composta por matéria seca que é composta por
carbohidratos, proteínas, ferro, zinco, carotenos, e matéria seca. O amido representa 85% dos
carbohidratos presentes na raiz. As proteínas variam de 2 a 4%, e são mais abundantes nas
folhas atingindo cerca 20 a 30%.
1.3.2. Industria
A mandioca para a indústria tem uma grande variedade de usos, dos quais a farinha, produção
de bebida alcoólica (tradicional e convencional “Impala” pela CDM).
Processamento tradicional – na zona sul utiliza-se a mandioca para o preparo da rale ou
tapioca e chiguinha. Pode se a extracção do amido utilizado como insumos em diversos
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ramos industriais tais como o de alimentos embutidos, embalagens, colas, mineração, têxtil e
farmacêutica.

2. Botânica
A mandioca é uma planta alôgama, perene e de porte arbustivo. A altura da planta vária de 1
a 2 m, podendo atingir 4 m. As folhas são simples e apresentam-se como uma lâmina foliar
palmada, lobada, e um pecíolo. A cor das folhas vária de púrpura, verde-claro e verde-escuro.
O número de lóbulos geralmente é impar, entre 3 e 9. A inflorescência é monoica, são
formadas por panículas e rácinos compostos por flores masculinas e femininas, sendo as
últimas localizadas na parte basal. As flores não têm cálice nem coroa, mas apresentam um
perianto composto por cinco sépalas de cor amarelo a vermelho. A flor masculina tem um
pedicelo recto, curto e fino. A feminina tem o pedicelo é recurvado, longo, e de maior
diâmetro. No interior da flor masculina existem dois conjuntos de cinco estames, um curto e
outro longo. As antenas apresentam forma alongada, o ovário é súpero, dividido em três
lóculos, cada lóculo tem um óvulo. O estilete muito pequeno sustenta o estigma composto por
três lóbulos ondulados e carnudos. O fruto contém três lóculos, cada um contém uma
semente. A semente é de forma ovoide-elipsoidal, testa lisa de cor castanho mosqueado
(Zacarias-Silva et al., 2010).
As raízes têm como característica principal a capacidade de armazenar amido. As raízes são
adventícias (fibrosas e tuberosas). Os fibrosos são responsáveis pela absorção e translocação
de nutrientes para a planta. As raízes tuberosas são ricas em amido. Os tecidos que compõem
a raiz tuberosa são a casca que está formado pela epiderme e córtex. As cores predominantes
da casca são branco ou creme, castanho claro e escuro. A periderme varia entre creme, rosa e
avermelhado. A polpa que é rica em amido pode ser branca, creme, amarela e laranja
(Zacarias-Silva et al., 2010).

2.1.Sistemática
A mandioca (Manihot esculenta, Crantz)
Classe: Dicotiledôneas
Ordem: Euphorbiales
Família: Euphorbiaceae
Género: Manihot
Espécie: Manihot esculenta

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Subsp: esculenta.
O género Manihot é composto por cerca de 98 espécies.
3. Exigências agro-climáticas
3.1.Clima
A Temperatura afecta as diferentes fases de desenvolvimento da raiz, onde a mesma pode
favorecer a iniciação da raiz de reserva, ou pode reduzir o crescimento da raiz na maturidade.
Temperaturas baixas da noite favorecem a iniciação da raiz reserva, isto é, maior número de
raízes de reserva são produzidos em temperaturas baixas da noite, do que em temperaturas
altas do dia (29º C) que aumentam ligeiramente a fotossíntese devido altas taxas de
respiração
(Hershey, 1987). De acordo Cock (1984), a temperatura afecta a brotação da haste, a
formação e tamanho da folha, a formação das raízes de reserva e consequentemente o
crescimento geral da planta.
3.2.Fotoperíodo
O aumento ou diminuição da radiação solar irá afectar o tamanho da planta e,
consequentemente o rendimento. Existe uma relação antagónica entre o crescimento da parte
aérea e o desenvolvimento das raízes de reserva, em resposta à variação do fotoperíodo
(Hershey, 1987).
Segundo Bolhuis (1966), de uma forma geral, a condição de dias curtos promovem aumento
do volume da raiz de reserva possivelmente porque uma substância indutora de tubérculo é
formada sob este fotoperíodo e reduz a parte aérea sem influenciar a matéria seca total, e dias
longos promovem o crescimento da parte aérea e diminuem o desenvolvimento das raízes de
reserva.
3.3.Solo
Mandioca é cultivada em uma escala muito larga dos solos, mas os ideais são de textura
arenosa ou média (Mattos & Cardoso, 2013). A mandioca mas comummente encontrado nos
solos que tendem a ser ácidos e de baixa fertilidade. Esta cultura é extremamente estável em
termos de resposta ao pH no intervalo de 4-7.5. Segundo Zacarias-Silva et al. (2010), em
Moçambique a mandioca desenvolve-se melhor em solos arreno-argilosos, profundos, soltos
e bem drenados, com pH entre 5.5 a 7, sendo 7 o ideal. Segundo Mattos & Cardoso (2013), o
baixo pH em solos minerais frequentemente está associado com níveis elevados de alumínio
(Al), que é tóxico para muitas plantas, porém a mandioca é notavelmente adaptada a altos
níveis de saturação de Al, e a maioria dos genótipos mostram uma reacção estável a saturação
de Al inferior a 80%. Mas é sensível em solos altamente alcalinos (Asher et al., 1980).
7
3.4.Necessidades hídricas
A planta da mandioca é extremamente tolerante ao défice hídrico, mas um longo período de
seca pode reduzir seriamente o rendimento. Os padrões de precipitação diferem
acentuadamente de região para região, e sem dúvida resulta em diferenças no rendimento. No
entanto, parece possível encontrar variedades com uma resposta a rendimento estável aos
diferentes padrões de disponibilidade de água (Connor et al., 1981). Segundo Oliveira et al.
(1982), normalmente a mandioca é cultivada em áreas que recebem menos de 800 mm de
chuva por ano, todavia precipitação anual óptima é de 1000-1500 mm com uma estação seca
de quatro a seis meses. Segundo Zacarias-Silva et al. (2010), as precipitações anuais que
variam de 500 a 1500 m são muito boas para o cultivo da mandioca em Moçambique, desde
que estejam devidamente distribuídas num período de seis a oito meses durante a época de
produção.

4. Variedades

Fonte: IIAM, 2023.

8
Fonte: IIAM, 2023.

Fonte: IIAM, 2023.

9
Fonte: IIAM, 2023.

Fonte: IIAM, 2023.

10
Fonte: IIAM, 2023.

Fonte: IIAM, 2023.

11
Fonte: IIAM, 2023
5. Métodos de propagação
A propagação da mandioca é feita na sua maioria pelo método assexuada através de estaca da
mandioqueira designada maniva, porem, este método apesar de ser fácil e eficiente, mas pode
contribuir para a propagação de doenças, outrossim, o método sexuada através da semente,
favorece o melhoramento das variedades.

6. Maneio da cultura
Actividade Descrição da técnica
Preparo do solo O preparo do solo consiste em aração numa profundidade de 15-20 cm e uma gradagem. A
correcção do solo e as adubações devem ser feitas com base nos resultados da análise do
solo.
Preparo das ramas A propagação da mandioca se dar por meio da manivas sementes que deve ter, 20 cm de
para Plantio comprimento, com pelo menos 5 a 7 gemas, e diâmetro em torno de 2,5 cm, deve ser obtido
da parte mediana de manivas (ramas) provenientes de plantas sadias, vigorosas e recém
colhidas.
Espaçamento de O espaçamento depende da variedade, do destino da produção e da fertilidade do solo,
plantio variando de 0,80 m a 1,00 m entre fi leiras por 0,60 m a 1,00 m entre plantas. No sistema de
fileiras duplas, o espaçamento varia de 2,00 m a 3,00 m x 0,60 m x 0,60 m.
A adubação Os nitrogenados devem ser aplicados em cobertura, ao lado da fi leira de plantio, 45 a 60
dias após a emergência das plantas.
Controle de ervas A mandioca é sensível à competição do mato, principalmente na fase inicial da lavoura,
daninhas devendo ser mantida no limpo nos 100 primeiros dias do ciclo. Para eliminação de plantas
invasoras (mato) pode se utilizar a enxada, herbicida ou, ainda cultivadores.

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7. Controlo das infestantes, pragas e doenças
Segundo Cuambe et al. (2010), existe várias pragas importantes que atacam a cultura da mandioca em África. No entanto, em Moçambique as
pragas mais destacáveis são: ácaros (Mononychellus tanajoa), cochonilha da mandioca (Phenacocus manihoti), moscas brancas (Aleurodicus
dispersas, Bemisi tabaci, B. afer), escama mandioca (Aonidomytilus albus), gafanhotos elegante (Zonecerus elegans.), térmites (Coptotermes
spp.).
Tabela 1: características de principais infestantes, pragas e doenças
Infestantes Pragas Doenças
A mandioca é sensível à competição do A cochonilha da mandioca (Phenacoccus Mosaico africano da mandioca (CMD)
mato, principalmente na fase inicial da manihoti) Dano: ocorre em todo país e a mais importante em toda
lavoura, devendo ser mantida no limpo nos Dano: nanismo e desfolhação total da planta em África, Clorose foliar pode ser amarelo claro ou quase
100 primeiros dias do ciclo. Para crescimento, encurtamento dos entrenós, branco, com apenas um toque de verde, ou apenas
eliminação de plantas invasoras (mato) estimando se em perdas de rendimento de raízes perceptivelmente mais pálida do que o normal.
pode se utilizar a enxada, herbicida ou, na ordem 70 a 80%. Propagação da doença: é disseminado por estacas
ainda cultivadores. Característica: a cochonilha suga seiva do provenientes de plantas infectadas e é transmitido pela
floema, ataca os ápices dos brotos, depois mosca branca da espécie Bemisia tabaci, todavia não é
alastra-se para o pecíolo e as folhas. transmitido pelas sementes da cultura.
Combate: controlo biológico clássico Combate: controlo da doença de mosaico africano da
(parasitóide Epidinocarsis lopezi); controlo mandioca é através de saneamento básico e do uso de
químico - Imersão das estacas de mandioca variedades resistentes a vírus.
durante 60 minutos em uma solução líquida.
Ácaro verde (Mononychellus tanajoa) Queima bacteriana da mandioca (CBB)/ murcha
Dano: pede do genótipo da mandioca e a bacteriana ou bacteriose- Xanthomonas axonopodis
duração da estação seca. A seca prolongada pv. Manihotis.
estimula a incidência alta de ácaros Dano: as perdas de rendimento causado por esta doença
consequentemente aumento de perdas de variam de 20 a 100%, dependendo do genótipo, da
rendimento de raízes na ordem de 20 a 80%. intensidade de ataque, e das condições ambientais.
Característica: manchas cloróticas à clorose Aparecimento de manchas pequena angulares e aquosas
completa, as folhas severamente atacadas ficam nas folhas que coalescem formando das lesões castanhos

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atrofiadas, deformadas e caem. a castanho-escuro e queimadura. De seguida há murcha
Combate: método preventivo- inspecção de parcial ou total das hastes, exsudação do látex e necrose
materiais de corte e o uso de mudas limpos vascular. Os frutos ficam infectados e as sementes ficam
podem reduzir a disseminação e atrasar o tempo deformadas.
de infestação; A consorciação com outras Combate: As estacas devem ser tomadas só a partir de
culturas como feijões reduz o nível de plantações que foram encontrados livre da doença por
infestação; controlo biológico com inspecções no final da estação chuvosa. Rotação de
Typhlodromalus aripo; culturas e pousio, consorciação de mandioca com milho
ou melão. Controlo biológico com a aplicação foliar de
Pseudomonas fluorescens e P. putida.
Gafanhoto elegante (Zonocerus elegans) Mancha castanha (fungo da espécie Cercosporidium
Dano: ninfas assim como os adultos de henningsii)
Zonocerus elegans podem causar sérias perdas Dano: o fungo causa desfolhação, isso pode ser grave e
de produção durante um período de seis meses resultar em uma perda considerável de rendimento. Em
na fase de crescimento e desenvolvimento da folhas severamente afectadas, a doença pode destruir
cultura. Afecta as folhas, pecíolos e ápices, e cerca de 22% da área foliar. As lesões começam como
pelam haste até a medulla. pequenas manchas verde-amarelada circulares, que
Combate: desenterrar os ovos para expor aos aumentam e se tornam angular castanho delimitado pelas
predadores; pulverizar com insecticida as ninfas nervuras principais.
agregadas de madrugada em vez dos adultos. Combate: mancha castanha é uma doença que não
requer medidas de controlo porque ela se instala depois
que a planta atingi a maturidade e tuberização, isto é,
essencialmente uma doença de plantas mais velhas e as
perdas de rendimento são pequenas. É importante
queimar folhas de mandioca caídas durante a estação
seca para eliminar a fonte de inoculo primário.
Controlo químico: a utilização de uma gama de
fungicidas como mancozeb, oxicloreto de cobre, mistura
Bordeaux ou benomil + cupraneb.

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8. Colheita
A mandioca é colhida a partir de 12 meses depois da plantação, com excepção de algumas
variedades, ditas precoce, por estarem aptas para serem colhidas a partir dos sete meses
depois da plantação. A duração depende da variedade, precipitação, fertilidade do solo e do
regime de temperatura. A mandioca é considerada ideal para a colheita quando as suas raízes
atingirem o máximo conteúdo de amido, o conteúdo da matéria seca é alto na época seca e
tende a diminuir no inico das chuvas (Kawano et al., 1987).

9. Pós- colheita
Um dos maiores entraves para a cultura da mandioca ocorre em função da rápida deterioração
fisiológica pós-colheita de suas raízes, causando elevadas perdas pós-colheita, aumento dos
preços pagos pelos consumidores e diminuindo o seu valor tecnológico para a indústria
(LIMA, 2010). O processo de raspa e secagem no solo visa minimizar as perdas pós-colheita,
a transformação da mandioca em farinha.
10. Armazenamento
O armazenamento de raízes de mandioca a vácuo pode ser uma alternativa à exportação,
principalmente em países que possuem barreiras à utilização de parafina na conservação pós-
colheita. A parafinagem das raízes de mandioca deve ser feita com as raízes extraídas em até
24 horas, para manter a qualidade do produto. É importante que as raízes tenham o mínimo
de danos mecânicos possível. Depois da colheita, a mandioca deve ser encaminhada para a
etapa de lavagem, com água clorada 20ppm. Em seguida deve ser seca em local asséptico,
livre de bactérias que podem recontaminá-la. Depois de seca, ela deve ser banhada em
parafina líquida (comum de vela, aquecida até se tornar líquida) durante um minuto e em
seguida retirada, finalizando o processo.

O congelamento é um método eficiente para armazenar raízes de mandioca, por controlar


ambos os tipos de deterioração: fisiológica e microbiológica. No entanto, alterações de
textura e qualidade das raízes têm sido observadas com a utilização desse método de
conservação (GAVA, 1999 apud PEDROSO, 2005).

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11. Processamento e comercialização
Processamento – a mandioca é usado na alimentação humana e animal normalmente em
produtos diferentes resultantes do processamento da mandioca. O processamento visa tornar
fácil a expansão do produto pelos mercados nas zonas urbanas e alongar o tempo de
conservação e redução do cianeto potencial (Nweke, 1994).
O processamento tradicional das raízes de mandioca inclui a cozedura (em agua, óleo, em
vácuo) maceração, secagem, fermentação, ou a combinação destes.
Processamento industrial, alem das pequenas moageiras (moinho de martelos) que estão
disseminadas um pouco por todo país, quase nada mais sobre a industrialização de mandioca
em Moçambique, com excepção da CDM que usa para a produção da cerveja impala.
A comercialização da produção assume três modalidades:
a) Venda esporádica de algumas raízes a população da aldeia, localidades vizinhas ou
centros de mercados grossistas. Por vezes a mandioca é trocada por outros géneros
alimentícios.
b) Venda ocasional de algumas raízes em mercados locais.
c) Venda a comerciantes ambulantes que se deslocam as comunidades, os quais
revendem depois a mandioca em mercados locais.

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CULTURA DA BATATA RENO

1. Importância da cultura de batata reno


A batata (Solanum tuberosum, L.) é uma planta herbácea, caracterizada por formar um caule
subterrâneo com acumulação de reservas, denominado tubérculo, que é a parte comestível. É
a hortaliça de maior importância económica, sendo comercializada quase que exclusivamente
na forma in natura e preparada para consumo imediato. Os tubérculos são compostos por
aproximadamente 76% de água, 17% de carbohidratos, 2,0% de proteínas, 0,3% de açúcares
redutores, 1,1% de cinzas, 25mg 100g-1 de vitamina e quantidades irrisórias de lípidos
(SABLANI & MUJUMDAR, 2006).
É terceira cultura alimentar mais importante do mundo, são uma excelente fonte de vitaminas
B1 e B6, e uma boa fonte de potássio, cobre, vitamina C, manganês, fósforo, niacina, fibra
alimentar e ácido pantoténico. O seu consumo regular previne a perda óssea em homens e
mulheres. Já o ferro e o zinco contribuem na produção do colágeno, que reforça e dá maior
sustentação aos ossos, controlo da gastrite, melhora o sono, previne o câncer e ajuda no
controlo da diabete.

1.1.Uso
A batata reno é usada para o consumo humano, preparada de diferentes forma de acordo com
a cultura ou gostos.

1.2.Industria
O processamento da batata é hoje uma indústria bastante desenvolvida e competitiva,
principalmente na Europa e Estados Unidos, onde o consumo de batata nas suas diferentes
formas industrializadas faz com que grandes complexos industriais transformem a batata in
natura em toneladas de chips, amido, fécula e outros derivados de batata como palha, ou,
pronto para serem preparados, como batatas descascadas ou cortadas em palitos resfriadas e
pré-fritas congeladas.

2. Botânica
A batata (Solanum tuberosum subesp) é uma planta herbácea que tem seu produto comercial
nos tubérculos (parte comestível), que são caules modificados que armazenam reservas,
nutrientes importantes, como amidos (carboidratos), proteínas e minerais. Possui época de
plantio e colheita bem definidos, com ciclo superior a seis meses.

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O tamanho da batata também varia, desde os menores com 3cm de diâmetro até as de 14 ou
15cm (EMATER-DF, 2004).
O sistema radicular é delicado e superior, com raízes concentrando-se ate 30cm de
profundidade. Suas são compostas por folíolos arredondados e as flores hermafroditas
apresentam –se reunidas de em inflorescência no topo da planta. Predomina a
autopolinização, que origina um Pequeno fruto verde, que contem numerosas sementes
minúsculas e variáveis (FILGUEIRA, 2003).

2.1.Sistemática
Família: Solanaceae
Gênero: Solanum
Espécie: Solanum tuberosum L.
Sub-espécies: andigena e tuberosum

Em Moçambique, 7 variedades libertas são adaptadas a zona altas e com boas características
para o mercado e processamento.

3. Exigências agro-climáticas
3.1.Clima
A cultura de batata cresce bem em áreas com solos profundos e bem drenados e temperaturas
frescas As melhores produções de batata têm sido observadas em regiões de temperaturas de
15 °C a 20 °C durante a estação de crescimento. A cultura da batata requer temperaturas
amenas para que ocorra tuberização abundante, que garanta boa produtividade aliada à
qualidade de tubérculos.

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3.2.Solo
A batata pode ser cultivada em solos que ofereçam condições para o adequado crescimento
do sistema radicular e dos tubérculos. O sistema radicular da planta da batata é relativamente
delicado e raso, podendo desenvolver-se até 1,0 m de profundidade; porém, com maior
concentração na camada de 0 a 30 cm.
4. Variedades
Existem várias variedades utilizadas pelos produtores. As predominantes são Rosita, Rosetta,
Hollanda, Ammesthyst, Diamante e Semoc, das quais apresentam diversos nomes locais de
acordos a povoados descrevendo o aspecto externo do tubérculo e ou a sua proveniência.
Estas variedades se encontram degeneradas. Variedades melhoradas têm sido introduzidas de
fora de pais a partir de programas especiais do governo. Umas das principais variedades
importadas da África do Sul são a BP1 e Mundial que tem sido amplamente produzida em
Moçambique. Recentemente foram libertadas novas variedades pelo Instituto de Investigação
Agrária de Moçambique (IIAM), nomeadamente: Carlinga, Lulimile, Angonia, Kholophete e
Chitukuko. Estas variedades têm adaptabilidade zonas frescas planalto de Lichinga e o
rendimento médio varia de 20 a 30Ton/.ha, para além de tolerância ao míldio, uma das
doenças que tem limitado a produção de batata na época chuvosa.

5. Métodos de propagação
A batata é uma cultura que se propaga, em geral, por meio de tubérculos semente. O tamanho
de tubérculo semente recomendado para a produção comercial, varia de 30 a 55 mm de
diâmetro. Caso o produtor decidir fazer a sementeira usando a semente produzida a partir do
campo para batata consumo, é recomendado seleccionar plantas sadias, vigorosa com bom
aspecto vegetativo e fazer uma colheita separada do resto da cultura num processo chamada
selecção positiva. O uso de sementes verdadeiras ou botânica tem importância para trabalhos
de melhoramento e não recomendado para a produção comercial devida a sua variabilidade
genética que não irá permitir uma uniformidade das plantas no campo e qualidade
uniformidade dos tubérculos na colheita.

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6. Maneio da cultura
Actividade Descrição da técnica
Selecção do Plantar batata em um local onde tomate, beringela, tabaco ou outras culturas pertencentes à mesma família que a batata não foram plantadas
local durante as quatro épocas anteriores. Isso ajuda a reduzir a propagação de doenças e pragas transmitidas pelo solo.
Preparação do O preparo de solo consiste na mobilização mecânica da camada arável, promovendo o seu rompimento em torrões de tamanho adequado e a
solo incorporação de materiais vegetais encontrados na superfície do solo.
Recomenda-se efectuar duas lavouras, sendo a primeira mais profunda (40 cm) e com antecedência de até 2 meses. A segunda lavoura é feita
Lavoura
na altura da Sementeira.
A gradagem tem a finalidade de nivelar e destorrar a camada mais superficial do solo, para facilitar a implantação e desenvolvimento inicial
Gradagem
da cultura. Esta actividade é feita duas vezes sendo a primeira logo depois da primeira lavoura e a segunda na época de sementeira.
O cultivo em camalhões é mais indicado para solos com pouca declividade e em regiões onde as chuvas são frequentes para evitar o
Arrumação
apodrecimento da batata reno– semente. O plantio em sulcos é recomendado para épocas e locais em que são esperados períodos com
do solo
deficiência hídrica.
Para promover a emergência uniforme e o rápido desenvolvimento da cultura, bem como facilitar os tractos culturais, são desejáveis as
seguintes condições: Utilização de linhas rectas e paralelas, profundidade de plantio uniforme, distribuição dos tubérculos equidistantes
dentro das linhas.
Sementeira
Os tubérculos devem ser depositados em solos húmidos e não encharcados; os tubérculos não devem ser semeados em contacto directo com
os fertilizantes; os brotos dos tubérculos pré-germinados não devem ser danificados. A batata de sequeiro a sementeira e feita entre os meses
de Novembro a Março, tendo em conta a humidade do solo. Em regadio a sementeira vai de Maio a Agosto.
Espaçamento de 70 a 90 cm entre linhas e 25-40 dependendo da finalidade de sementeira. Quando o objectivo da produção é para o consumo
Compasso utiliza-se espaçamento entre linhas de 80-90cm e de 30 a 40cm entre plantas, enquanto para semente utiliza-se 70 a 75 cm entre linhas e 20 a
25cm ou 25 a 30 entre plantas.
Durante o desenvolvimento da cultura, os tubérculos precisam de ser cobertos por uma camada de solo para protege-los da incidência directa
Amontoa
da radiação solar e altas temperaturas, para evitar o esverdiamento e danos por insectos. Recomenda-se fazer amontoa em ambos lados da
fileira de plantas, quando as plantas estiverem com 25 a 30 cm de altura, formando um camalhão com cerca de 25 cm de altura.

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7. Controlo das infestantes, pragas e doenças
Infestantes Pragas Doença
É necessário manter livre de infestantes Os Afídeos (Myzus Persicae) Mildio
nos primeiros 30 a 50 dias, época em que São pequenos insectos que se alimentam das plantas ou Agente causal – Phytophthora infestans (Mont.) de
normalmente se faz amontoa. brotos e são vectores de doenças como viroses. Bary, chama-se Late Blight
No controle das infestantes destacam o Combate: Tratar as plantas com insecticidas quando alguns em Inglês.É uma das principais doenças da cultura
método cultural que inclui a rotação de afídeos são visíveis sobre a face inferior da folha de batata .A doença é muito importante quando
culturas, espaçamento, o plantio (Dimethoate ou dimetamophos- 1 ml/l de água; (2) está frio (< 22 graus) com uma humidade muito
adequado e o maneio das áreas após a Pulverizar o armazém antes de armazenar os tubérculos; (3) alta.
colheita de modo que as plantas não É possível tratar os tubérculos quando há muitos insectos no Controlo: (1) Usar a semente sã; (2) Tratar com
produzam novas sementes e se armazém (semente deve ser de boa qualidade); (4) Controlo fungicidas de contacto (Mancozeb – Dithane
proliferem. biologico a; (5) Produzir batata reno semente em zonas M-45, sistémicos (Methalaxyl - Ridomil) 3 g/l de
onde não se produz batata reno para o consumo e onde haja água; (4) Usar as variedades tolerantes (5)
poucos afídeos. Remover todas plantas espontâneas das
machambas. Escolher a melhor data de sementreira
Mosca Mineradora (Liriomyza Huidobrensis) Mancha Concêntrica (Alternaria Solani)
Provoca perda de área foliar, pre-dispondo a planta ao Uma doença causada fungo Alternaria solani que
ataque de doenças. ataca a família das solanáceas de forma global. É
Combate: O controlo com inseticidas granulados sistêmicos favorecida por temperaturas altas, acima de 24 ºC,
aplicados na ocasião da amontoa (tais como aldicarbe, e alta humidade relativa do ar (>90%).
carbofuran, forato, thiamethoxam, etc.), certamente, Controlo: (1) Usar semente sã; (2) Tratar com
manterão as plantas livres da minadora, pelo menos, por fungicidas (Acetato de Amónio ou clorotalonil);
cerca de 30 dias. (3) Usar variedades resistentes; (4) Remover todas
plantas espontâneas das machambas, controle
integrado.
Traça-de-Batata (Phthorimaea Operculella) Podridão Seca De Tubérculos (Fusarium Spp)
Ataca as plantas de batata por mineração de folhagem e A podridão-seca causa o apodrecimento dos
tubérculos. O principal dano é causado por larvas que tubérculos iniciando por ferimentos ou pelos
abrem tunes nos tubérculos. Os tubérculos afetados podem estolões. A doença que afecta os tubérculos,
apodrecer durante o armazenamento. provocando o seu apodrecimento antes e

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Controlo: (1) Usar semente sã; (2) Fazer rotação de particularmente após a colheita, pela infecção que
culturas; (3) Proteger bem os tubérculos na machamba com se dá através de ferimentos mecânicos ou
muito solo amontoa principalmente quandos as folhas provocados por insectos.
iniciam a amarelecer; Controle todas as ervas daninhas em Característica: escurecimento externo do tubérculo
que o inseto pode se alimentar. (3) Tratar o armazém antes e pela presença do crescimento banco, micélio do
de colher agente causal (Fusarium spp.)
Controlo: (1)Evitar conservar os tubérculos
feridos; (2) Remover do armazém todo tubérculo
com sintoma desta doença; (3) Tratar os tubérculos
com Benomyl (Benlate)
Murcha Bacteriana
As plantas infectadas murcham mesmo quando o
solo tiver água suficiente. A doença é disseminada
por tubérculos de sementes infectados ou por solo
infectado.
Controlo: (1) Usar semente sã; (2) Semeiar numa
machamba livre de doenças; (3) Remover plantas
murchadas; (4) Ter cuidado de todos utensílios
usados na machamba; (5) Fazer um plano de
rotação de culturas (rotacao curta/ rotação longa).

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8. Colheita
A batata deve ser colhida quando as hastes estiverem completamente secas e com os
tubérculos com a película firme, sem desprender-se, o que ocorre 10 a 14 dias após a morte
da parte aérea da planta. Isto ocorre do 100 aos 120 dias depois sementeira dependendo da
variedade. Para ter uma batata de qualidade e melhor colher nas manhas. Evitar colher depois
duma chuva forte. A colheita da batata pode ser manual, semi-mecanizada ou mecanizada,
dependendo da área e do nível tecnológico do produtor.

9. Pós- colheita
A batata tem uma pele mole, portanto manuseá-la bem para não danificar a pele. Fazer a
selecção dos tubérculos em tamanho, variedade, embalagens e rotular. Lavar secar as batatas
antes de armazenamento depende do objectivo.
10. Armazenamento
A batata reno consumo é geralmente comercializada em um prazo de até quinze dias após a
colheita. Onde haver necessidade de fazer armazenamento por um período longo, sistemas de
frio são usados e recomenda-se manter a batata a temperatura de 10º C a 90% de Humidade
relativa, com ventilação adequada. Em caso de não dispor de câmaras frias, os tubérculos
podem ser armazenados em locais frescos e bem ventilados, preferencialmente escuros e sem
incidência de luz directa, tais como porões, galpões que permitam manter a temperatura
relativamente constante.

11. Processamento e comercialização


a) Processamento - A batata é uma hortícola muito versátil que pode ser utilizada em
infinidade de pratos, assadas, cozidas ou fritas, e como ingrediente de inúmeras
receitas, como purés, sopas, saladas, bolinhos, entre outros pratos e ela é usada para
fazer chips formas industrializadas – chips, french fries (palito), amido, farinha, e seus
subprodutos são utilizados como ingredientes na ração animal.
b) Comercialização- A batata é comercializada nos mercados rurais e urbanos. Os
preços variam em função da disponibilidade e épocas do ano, sendo mais elevado nos
meses de Novembro a Janeiro período em que há escassez da batata. Nos pequenos
mercados a batata é vendida em pequenos montes com 1 a 2 kg e em Latas de 18 kg.
Nas zonas urbanas a batata e vendida em kg ou sacos de papelão com capacidade de
10 Kg. Os preços em kg podem variar de 10 a 30 meticais.

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12. Conclusão
Pode- se concluir que as províncias de Zambézia, Nampula e Cabo Delgado, representam
cerca de 85% da produção total da mandioca do país, maioritariamente produzida pelo sector
familiar em áreas que variam de 0.25 a 2 hectares, sendo as variedades mas cultivadas no
centro e norte (Eyope, Orera, Okwumelela, Colicanana e Varuiaya) e no sul (Tapioca,
Umbeluzi 2 e Chinhembwe). Na região norte, a mandioca serve como alimento básico e de
segurança alimentar para mais de 50% da população.
Outrossim, a batata reno (Solanum tuberosum L) é uma cultura importante para a alimentação
e serve como fonte de receitas para população moçambicana. Esta cultura é produzida em
nove províncias de Moçambique, com os distritos de Angónia e Tsangano, na província de
Tete, a contribuírem com cerca de 90% da produção nacional.

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13. Referência bibliográfica
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Mandioca. Manual Técnico. Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM)
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Arolino António Martinho; Charles Lung’aho Faustino Adriano Roda; Rosangela Pereira;
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