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COLÉGIO SANTÍSSIMO SACRAMENTO

EVANGELIZAMOS EDUCANDO A PARTIR DA EUCARISTIA

Aluno (a): __________________________________________________ Nº: _______


Série: ______º Ano Turma: ______ Unidade: III Data: __ /__ /2023
Professora:___________________________ Disciplina: Português Valor: 7,0

2023
Dissertação argumentativa

No documentário “Feminicídio – Minha Liberdade é Minha Mãe”, Larissa Paixão,


jovem de 18 anos, vem à tona para dizer que, acreditando que o relacionamento dos pais fosse
harmonioso, abruptamente, viu a casa transformar-se num filme de terror. A mãe de Larissa, ao
pedir o divórcio, foi assassinada pelo marido. Esse documentário, de 2021, não só caracteriza o
feminicídio (1), como também aborda a situação de crianças e adolescentes órfãos de mãe
morta e de pai preso – uma das consequências mais graves do feminicídio, crime motivado pela
misoginia (2). Soma-se a isso o fato de que o número desse crime, durante a pandemia, tenha
aumentado sensivelmente durante a pandemia (3). Sem dúvida, apesar de haver uma gama de
dispositivos legais em defesa da integridade física e emocional da mulher, é preciso investir na
Educação, como pressuposto a nortear comportamentos éticos e cidadãos, em defesa dos
direitos humanos (4).
Nesse sentido, estudos da OMS, de 2020, anotam que a taxa de feminicídio no Brasil é
a 5ª maior do mundo: 13 mulheres assassinadas por dia, 12 mil agredidas e, em 80% dos casos,
o agressor está dentro de casa. Sociólogos e terapeutas são unânimes ao apontarem que há
homens cujas digitais têm o saldo nefasto do patriarcado, e revelam-se misóginos, ao
perceberem a desconstrução da própria superioridade, então firmada na inferiorização do
estereótipo do “sexo frágil”. Ora, o alvo do feminicida é a mulher fisicamente mais frágil e, por
vezes, intelectualmente mais forte do que o “macho” que atira, e não apenas mata a mulher,
como também destrói a família. Os noticiários registram cenas de feminicídio a partir de
situações as mais diversas: um desentendimento banal, um vestido mais curto, um pedido de
divórcio. Materializado o crime e sepultada a vítima, é possível saber o destino do criminoso, a
cadeia, mas não o destino dos filhos, então órfãos (5).
Não fosse o suficiente, um levantamento assinado pelo Fórum Brasileiro de Segurança
Pública revela que o feminicídio cresceu mais de 20% durante a pandemia, e que, na
contramão, o número de boletins de ocorrência por violência doméstica diminuiu. O aumento
dos casos se explica pelo fato de que, em razão do isolamento social, a casa tornou-se o lugar
mais perigoso para mulheres, crianças e idosos, visto que a família precisou estar junta, no
mesmo lugar, por mais tempo. Fica claro que os desdobramentos da pandemia, entre os quais o
estresse, o achatamento de salários e o acúmulo de dívidas, agravaram situações de conflito
familiar, o que, segundo os estudos, abriu as portas ao feminicídio. A queda do número de
boletins de ocorrência policial dá-se porque, usualmente, grande parte das mulheres não
denuncia a violência doméstica, temendo, por óbvio, a morte (6).
Portanto, para erradicar esse grave problema social no Brasil, é preciso que a violência
doméstica seja denunciada, por meio do Disque 180, o que pode ser feito por quaisquer pessoas
que souberem ou presenciarem casos dessa natureza. O Disque 180, um serviço gratuito e
sigiloso da Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos – órgão do Ministério dos Direitos
Humanos (MDH) –, recebe denúncias anônimas e, além de registrá-las, encaminha as vítimas
aos órgãos competentes, com a finalidade de recuperá-las física e emocionalmente. Outras
medidas podem ser adotadas, com vista a assistir também o potencial feminicida, ou seja,
aquele que, pelo histórico de violência, esteja próximo a cometer o feminicídio – ele deve ser
encaminhado compulsoriamente a centros de apoio psicossocial. Isso feito, os direitos
humanos, entre os quais a vida, referendados pela Constituição Cidadã, estarão salvaguardados
(7).

Por Gislaine Buosi

Confira a análise estrutural da dissertação:

1 – Apresentação do assunto e do repertório sociocultural;

2 – Síntese do primeiro argumento;

3- Síntese do segundo argumento;

4 – Tese;

5 – Desenvolvimento do primeiro argumento;

6 – Desenvolvimento do segundo argumento;


7 – Proposta de intervenção social.

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