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Analise Das Demonstrações Contabeis
Analise Das Demonstrações Contabeis
4
Análise das Demonstrações
Contábeis
Sumário
Apresentação da Disciplina 03
Unidade 1: Visão geral de análise das demonstrações financeiras 05
Unidade 2: Indicadores de Liquidez 30
Unidade 3: Indicadores de Endividamento/Estrutura de Capital 55
Unidade 4: Indicadores de Lucratividade/Rentabilidade 80
Unidade 5: Modelos de Avaliação de Empresas 104
Unidade 6: Modelos de Insolvência 132
Unidade 7: Análise Dinâmica do Capital de Giro: análise do fluxo das variáveis empresariais 166
Unidade 8: Análise Dinâmica do Capital de Giro: análise das variações da Necessidade Líquida de
194
Capital de Giro (NLCG)
2/225
Apresentação da Disciplina
4/225
Unidade 1
Visão geral de análise das demonstrações financeiras
Objetivos
1. Apresentar uma visão geral sobre o
objetivo da administração financeira
empresarial.
2. Apresentar uma visão geral sobre a
importância do planejamento empre-
sarial.
3. Apresentar uma visão geral sobre as
metodologias de análise das demons-
trações financeiras, sob o enfoque do
tripé decisorial.
5/225
Introdução
Toda empresa que atua no mercado possui 1. Visão geral sobre o objetivo
um propósito e para que seu propósito seja da administração financeira em-
alcançado é preciso planejar. Contudo, presarial
para que o planejamento possa ser
plenamente realizado, é necessário um Para que se possa entender a importância
ciclo de realização, acompanhamento das diferentes metodologias de análise das
e controle. Nessa diretriz, a análise das demonstrações financeiras, é necessário,
demonstrações financeiras contribui para primeiramente, compreender o conceito de
fornecer informações sobre o desempenho finanças e sua aplicabilidade.
realizado em um determinado período,
contribuindo para a tomada de decisão,
seja ela de continuidade ou de ajustes.
Lemes Júnior, Rigo e Cherobin (2002, p. 5) sintetizam o conceito afirmando que finanças é o es-
tudo da arte e a ciência de administrar recursos financeiros para maximizar a riqueza. Se finanças
segue essa consideração, Damodaran (2004) enfatiza que o objetivo das finanças aplicadas às
empresas é maximizar seu o valor.
Para que a administração maximize o valor de uma empresa, ela deve apro-
veitar suas forças e corrigir suas fraquezas. A análise das demonstrações
financeiras envolve a comparação do desempenho da empresa com o de
outras empresas no mesmo setor. Isso a ajuda identificar deficiências e a
tomar medidas que melhorem o desempenho (2000, p. 33).
Glossário
IFRS: International Financial Reporting Standards.
CFO: Chief Financial Officer: Diretor Financeiro.
Mix de financiamentos: estrutura de capital que maximiza a criação de valor para o ativo.
19/225
Considerações Finais
As demonstrações financeiras de uma empresa e suas notas explicativas são
revestidas de termos técnicos, o que dificulta a tomada de decisões pelos ges-
tores não contadores. O papel do analista de balanços é justamente traduzir
as demonstrações financeiras em relatórios com linguagem mais simples, de
forma que qualquer usuário tenha condições de entender de forma rápida a
situação econômico-financeira da empresa.
20/225
Referências
Referências
WESTON, J.F.; BRIGHAM, E.F. Fundamentos de administração financeira. 10. ed. São Paulo: Ma-
kron Books, 2000.
Questão 2
2. De acordo com Lemes Júnior, Rigo e Cherobin, qual o conceito de
finanças?
a) Finanças é o estudo da arte e a ciência de administrar recursos financeiros para evitar preju-
ízo.
b) As finanças podem ser definidas como a arte e a ciência de gerenciamento de fundos.
c) Finanças é o estudo de como as pessoas alocam recursos escassos ao longo do tempo.
d) Finanças é o estudo de como as pessoas alocam recursos excedentes no curto prazo.
e) Finanças é o estudo da arte e a ciência de administrar recursos financeiros para maximizar a
riqueza.
24/225
Questão 3
3. Qual é o objetivo das finanças aplicadas às empresas?
25/225
Questão 4
4. Qual a importância da análise setorial e ambiental no processo de
planejamento?
a) Conhecer os concorrentes.
b) Conhecer as forças e fraquezas da empresa concorrente, suas ameaças e oportunidades.
c) Realizar a análise econômico-financeira com base na metodologia do tripé decisorial.
d) Conhecer as forças e fraquezas da empresa, ameaças e oportunidades existentes no merca-
do.
e) Não é importante realizar esse tipo de análise.
26/225
Questão 5
5. Quais as situações que são levadas em consideração numa tomada de
decisão?
27/225
Gabarito
1. Resposta: C. 3. Resposta: B.
Damodaran (2004) enfatiza que o objetivo
As ferramentas que compõem as demons-
das finanças aplicadas às empresas é maxi-
trações financeiras são determinadas pela
mizar seu o valor.
Lei das SAs, alterada pela Lei 11.638/07 e
Instrução CVM.
4. Resposta: D.
2. Resposta: E. O objetivo da realização de análise setorial e
ambiental pelas empresas é conhecer suas
Lemes Júnior, Rigo e Cherobin (2002, p. 5)
forças e fraquezas, as ameaças e oportuni-
sintetizam o conceito, dizendo que finanças
dades.
é o estudo da arte e a ciência de adminis-
trar recursos financeiros para maximizar a
riqueza.
5. Resposta: A.
Toda decisão econômico-financeira é toma-
da levando em consideração três situações,
conhecidas pelo chamado tripé decisorial.
São elas: situação de liquidez, situação de
28/225
Gabarito
endividamento/estrutura de capital e situa-
ção econômica.
29/225
Unidade 2
Indicadores de Liquidez
Objetivos
1. Apresentar uma visão geral sobre o
processo e tipos de análise e interpre-
tação dos indicadores.
2. Apresentar uma visão geral sobre a
importância dos indicadores de liqui-
dez no processo de análise das de-
monstrações financeiras.
3. Aprender a calcular e interpretar os
índices de liquidez.
30/225
Introdução
No Tema 1, foi visto que, para o planejamen- favorável pode levar as empresas a um pro-
to ser plenamente realizado, é necessário cesso de liquidação e ao consequente en-
um ciclo de realização, acompanhamento e cerramento de suas atividades.
controle. Foi visto também que toda decisão
econômico-financeira é tomada levando 1. Visão geral sobre o processo e
em consideração três situações, conheci- tipos de análise e interpretação
das pelo chamado tripé decisorial. São elas: dos indicadores
situação de liquidez, situação de endivida-
mento/estrutura de capital e situação eco- As informações contidas nas demonstra-
nômica. ções financeiras são extremamente impor-
O objetivo da análise de liquidez é compre- tantes para diversos grupos (stakeholders)
ender a situação sobre a capacidade que a que regularmente necessitam construir me-
empresa tem, num dado período, de honrar didas relativas da eficiência operacional da
seus compromissos, sejam esses de curto e/ empresa. As análises de índices envolvem
ou longo prazos. métodos de cálculo e interpretação visan-
do analisar e acompanhar o desempenho
Das três situações que compõem o tripé da empresa. A análise não inclui somente o
decisorial, a situação de liquidez é a mais cálculo do índice; o mais importante é a in-
sensível, pois uma situação de liquidez des-
31/225 Unidade 2 • Indicadores de Liquidez
• 20X0 = 1,97, ou seja, para cada cebe-se que houve uma melhora, de
R$1,00 de obrigações de curto pra- 20X0 para 20X1 e uma redução, de
zo em 20X0 a Companhia Exemplo 20X1 para 20X2. Contudo, apesar da
tinha R$1,97 de direitos de curto redução, o índice de liquidez seca da
prazo, excluindo estoques; Companhia continua muito bom, pois
• 20X1 = 2,14, ou seja, para cada é maior que 1, apesar da exclusão dos
R$1,00 de obrigações de curto pra- estoques.
zo em 20X1 a Companhia Exemplo
2.4 Índice de liquidez imediata
tinha R$2,14 de direitos de curto
prazo, excluindo estoques; O índice de liquidez imediata revela a ca-
• 20X2 = 1,60, ou seja, para cada pacidade de liquidez imediata da empre-
R$1,00 de obrigações de curto pra- sa para saldar seus compromissos de curto
zo em 20X2 a Companhia Exemplo prazo, isto é, quanto a empresa possui de
tinha R$1,60 de direitos de curto dinheiro em caixa e equivalentes de caixa
prazo, excluindo estoques. mais aplicações financeiras, para cada real
• Interpretação: analisando a evolução do Passivo Circulante.
do indicador nos três exercícios, per-
?
Questão
para
reflexão
A Companhia Tema 2 apresentou as seguintes informações, de-
monstradas na Figura 7.
Com base nas informações apresentadas, calcule os indicadores de
liquidez (índice de liquidez geral, índice de liquidez corrente, índice
de liquidez seca e índice de liquidez imediata) dos três exercícios e
faça uma breve análise sobre os resultados calculados.
42/225
?
Questão
para
reflexão
43/225
?
Questão
para
reflexão
44/225
Considerações Finais
45/225
Referências
ASSAF NETO, A. Finanças corporativas e valor. São Paulo: Atlas, 2003.
GITMAN, L. J. Princípios de administração financeira. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2001.
MARION, J. C. Análise das demonstrações contábeis. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
MATARAZZO, D. C. Análise financeira de balanços. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2007.
Com base nas informações acima, calcule, para os exercícios 20X2, 20X1 e
20X0, respectivamente:
47/225
Questão 1
1. Índice de liquidez geral:
48/225
Questão 2
2. Índice de liquidez comum:
49/225
Questão 3
3. Índice de liquidez seca:
50/225
Questão 4
4. Índice de liquidez imediata:
51/225
Questão 5
5. Outras quatro empresas apresentaram os seguintes indicadores de
liquidez imediata, para o exercício de 20X2:
• Empresa 1: 0,10;
• Empresa 2: 0,50;
• Empresa 3: 1,00;
• Empresa 4: 1,50.
Com base nas informações acima e, considerando o resultado encontrado da empresa VL2,
responda: qual Companhia apresentou melhor resultado?
a) Empresa 1
b) Empresa 2
c) Empresa VL2
d) Empresa 3
e) Empresa 4
52/225
Gabarito
1. Resposta: A.
2. Resposta: E.
3. Resposta: B.
53/225
Gabarito
4. Resposta: D.
5. Resposta: C.
54/225
Unidade 3
Indicadores de Endividamento/Estrutura de Capital
Objetivos
Aprender a calcular e interpretar os indicadores de
endividamento/estrutura de capital:
1. Participação de capital de terceiros.
2. Composição do endividamento.
3. Endividamento de curto prazo.
4. Endividamento de longo prazo.
5. Endividamento total.
6. Imobilização do patrimônio líquido.
7. Imobilização de recursos não correntes.
55/225
Introdução
Companhia Exemplo tinha R$0,23 Figura 11 – Fórmula do índice endividamento a longo prazo
?
Questão
para
reflexão
A Companhia Tema 3 apresentou as seguintes informações, de-
monstradas na Figura 15.
Com base nas informações apresentadas, calcule os indicadores de
endividamento/estrutura de capital, dos três exercícios, e faça uma
breve análise sobre os resultados calculados.
68/225
?
Questão
para
reflexão
Figura 15 – Demonstrações Financeiras da Companhia Tema 3
69/225
Considerações Finais
70/225
Referências
Questões
A Companhia VL3 apresentou as seguintes informações:
Com base nas informações acima, calcule, para os exercícios 20X2, 20X1 e
20X0, respectivamente, e identifique a alternativa correta.
72/225
Questão 1
1. Participação de capital de terceiros:
73/225
Questão 2
2. Composição do endividamento:
74/225
Questão 3
3. Endividamento total:
75/225
Questão 4
4. Imobilização do patrimônio líquido:
76/225
Questão 5
5. Imobilização de recursos não correntes:
77/225
Gabarito
1. Resposta: B.
2. Resposta: D.
3. Resposta: E.
78/225
Gabarito
4. Resposta: C.
5. Resposta: A.
79/225
Unidade 4
Indicadores de Lucratividade/Rentabilidade
Objetivos
80/225
Introdução
Revela a margem de lucratividade obtida pela empresa em função do seu faturamento, isto é,
quanto a empresa obteve de lucro líquido para cada real vendido. A interpretação desse quo-
ciente deve ser direcionada a verificar a margem de lucro da empresa em relação às vendas.
Figura 19 – Fórmula do índice rentabilidade do patrimônio líquido 13,41% quando comparado ao pa-
trimônio líquido;
• 20X2 = 4,78% ou seja, nesse ano, o
Fonte: elaborada pelo autor lucro líquido da companhia foi de
4,78% quando comparado ao pa-
• Interpretação: quanto maior este
trimônio líquido.
quociente, melhor.
• Interpretação: analisando a evolução
• Exemplo: com base nas informações
do indicador nos três exercícios, per-
da Companhia Exemplo, o resultado
cebe-se que houve uma redução de
do índice rentabilidade do patrimônio
20X0 para 20X1 e de 20X1 para 20X2.
líquido de cada exercício foi:
• 20X0 = 19,04% ou seja, nesse ano,
o lucro líquido da companhia foi de
19,04% quando comparado ao pa-
trimônio líquido;
• 20X1 = 13,41% ou seja, nesse ano,
o lucro líquido da companhia foi de
Figura 23 – Fórmula do índice giro do ativo • 20X2 = 0,54 ou seja, nesse ano,
para cada R$1,00 de ativo total a
empresa obteve R$0,54 de receita.
Fonte: elaborada pelo autor • Interpretação: analisando a evolução
• Interpretação: quanto maior este do indicador nos três exercícios, per-
quociente, melhor. cebe-se que houve uma redução, de
20X0 para 20X1 e de 20X1 para 20X2.
• Exemplo: com base nas informações
da Companhia Exemplo, o resultado
do índice giro do ativo de cada exer-
cício foi:
• 20X0 = 0,89 ou seja, nesse ano,
para cada R$1,00 de ativo total a
empresa obteve R$0,89 de receita;
• 20X1 = 0,77 ou seja, nesse ano,
para cada R$1,00 de ativo total a
empresa obteve R$0,77 de receita;
?
Questão
para
reflexão
A Companhia Tema 4 apresentou as seguintes informações, de-
monstradas na Figura 24.
Com base nas informações apresentadas, calcule os indicadores de
endividamento/estrutura de capital, dos três exercícios e faça uma
breve análise sobre os resultados calculados.
92/225
?
Questão
para
reflexão
93/225
Considerações Finais
Os indicadores de lucratividade/rentabilidade servem para medir a capacida-
de econômica da empresa, isto é, evidenciam o grau de êxito econômico obti-
do pelo capital investido na empresa. São eles:
• lucratividade das vendas;
• rentabilidade do ativo;
• rentabilidade do patrimônio líquido.
94/225
Referências
Questões
A Companhia VL4 apresentou as seguintes informações:
Com base nas informações acima, calcule, para os exercícios 20X2, 20X1 e
20X0, respectivamente, e assinale a alternativa correta:
96/225
Questão 1
1. Lucratividade das vendas:
97/225
Questão 2
2. Rentabilidade do ativo:
98/225
Questão 3
3. Rentabilidade do patrimônio líquido:
99/225
Questão 4
4. Payback:
100/225
Questão 5
5. Giro do ativo:
101/225
Gabarito
1. Resposta: A.
2. Resposta: B.
3. Resposta: C.
102/225
Gabarito
4. Resposta: D.
5. Resposta: E.
103/225
Unidade 5
Modelos de Avaliação de Empresas
Objetivos
104/225
Introdução
Nos temas anteriores, foi visto que toda pacidade da empresa naquele momento de
decisão econômico-financeira é tomada geração de riqueza, ou seja, qual a lucrativi-
levando em consideração três situações, dade e rentabilidade que ela está gerando.
conhecidas pelo chamado tripé decisorial: Contudo, a análise individualizada dos indi-
situação de liquidez, situação de endivida- cadores, apesar de relevante, traz uma di-
mento/estrutura de capital e situação eco- ficuldade maior quando se pretende fazer
nômica. O objetivo da análise de liquidez é uma análise global da empresa consideran-
compreender a situação sobre a capacidade do, simultaneamente, a situação de liqui-
que a empresa tem, num dado período, de dez, de endividamento/estrutura de capital
honrar seus compromissos, sejam estes de e de lucratividade/rentabilidade. Para re-
curto e/ou longo prazos. solver esse problema, foram desenvolvidos
O objetivo de analisar a estrutura de capi- modelos de avaliação.
tal é compreender, num dado período, qual De acordo com Matarazzo (2007, p. 187),
a estrutura de capital que a empresa pos- “a análise de balanços através de índices só
sui naquele momento, bem como seu grau adquire consistência e objetividade quan-
de endividamento. O objetivo de analisar a do os índices são comparados com padrões,
situação de lucratividade/rentabilidade é pois, do contrário, as conclusões se sujeitam
compreender, num dado período, qual a ca- à opinião e, não raro, ao humor do analista
105/225 Unidade 5 • Modelos de Avaliação de Empresas
de balanços”.
Através de técnicas estatísticas (medida Para saber mais
separatriz), é possível a construção de in- As medidas separatrizes são números reais que
dicadores padrão, que servem de parâme- dividem a sequência ordenada de dados em
tro de comparação do desempenho eco- partes que contêm a mesma quantidade de
nômico-financeiro da empresa, objeto de elementos da série. São medidas separatrizes:
análise, com o desempenho de um grande a mediana, os quartis, os quintis, os decis e
número de empresas do mesmo segmento. os percentis. Os elementos que separam a
Esses padrões são importantes para toda a sequência ordenada em 4 partes, cada uma
análise que se venha a fazer das empresas, contendo 25% dos elementos, são os quartis.
permitindo que se estabeleçam qualifica- O primeiro quartil, indicado por Q1, separa a
ções (favorável, insuficiente etc.), nos vários sequência ordenada, deixando 25% de seus
índices extraídos das demonstrações finan- valores à esquerda e 75% à direita. O segundo
ceiras. quartil, Q2, corresponde à mediana. O terceiro
quartil, Q3, separa a sequência ordenada,
deixando 75% de seus valores à esquerda e 25%
de seus valores à direita. A mesma lógica se
aplica aos quintis, decis e percentis.
Peso
Indicador
Índices Grupo
Participação de Capitais de Terceiros 0,6
Endividamento
0,2
Liquidez Corrente 0,5
Liquidez Seca 0,2
Giro do Ativo 0,2
Rentabilidade
Lucratividade
Indicador 20X9
Endividamento
Participação de Capitais de Terceiros 1,83
Composição do Endividamento 0,54
Imobilização do Patrimônio Líquido 1,21
Imobilização de Recursos Não Correntes 0,66
Liquidez Geral 0,88
Liquidez
A partir dos valores dos índices da empresa MF acima, atribuíram-se notas de 0 a 10 com base
numa tabela de índices padrão, e multiplica-se o peso pela nota de cada índice. O mesmo proce-
dimento também deve ser feito para o grupo de índices, conforme Figura 27, abaixo:
Figura 27 – Aplicações sobre índices e grupos
Índices Grupo
Indicador Valor
Peso Nota Peso × Nota Nota Peso Nota × Peso
20X9
Part. Cap. Terceiros 0,6 1,83 4 2,4
Endividamento
Lucratividade
As notas de cada indicador da tabela anterior foram obtidas a partir da tabela de índices padrão
de 556 empresas do ramo de produtos elétricos e eletrônicos, conforme demonstra a Figura 28,
abaixo:
Decis
Indicador
1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º
Endividamento
Part. Cap. Terceiros 0,43 0,66 0,85 1,09 1,36 1,66 2,18 2,76 4,20
C. Endividamento 0,71 0,82 0,92 0,96 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00
Imob. P. Líquido 0,25 0,34 0,43 0,55 0,62 0,73 0,86 1,01 1,35
I. R. N. Correntes 0,21 0,28 0,37 0,43 0,54 0,61 0,70 0,83 1,14
Liquidez Geral 0,84 0,98 1,06 1,14 1,24 1,34 1,47 1,76 2,24
Liquidez
Liquidez Corrente 0,95 1,06 1,16 1,25 1,34 1,45 1,62 1,87 2,35
Liquidez Seca 0,47 0,60 0,70 0,79 0,88 0,96 1,05 1,22 1,60
Giro do Ativo 0,64 0,86 0,92 1,06 1,26 1,35 1,48 1,69 2,10
Rentabilidade
Lucratividade
Margem Líquida -5,3% 0,0% 1,1% 2,1% 3,2% 4,5% 6,6% 9,5% 14,5%
Rentabilidade Ativo -5,6% 0,0% 1,3% 2,7% 4,2% 6,1% 8,5% 11,4% 17,7%
Rent. P. Líquido -17% 1,0% 5,0% 9,0% 13,0% 17,8% 24,6% 35,0% 56,2%
Fonte: elaborada pelo autor
De acordo com essa escala, a empresa MF obteve as seguintes notas, demonstradas na Figura 30:
Figura 30 – Notas da empresa MF
A margem líquida mede a lucratividade sobre as vendas enquanto o giro do ativo mostra o quão
eficientemente a empresa utilizou seus ativos na geração de receitas (produtividade). A relação
entre margem líquida e giro do ativo é determinante na rentabilidade do ativo, ou seja, quanto
mais eficiente for a empresa em termos de produtividade (medida pelo giro do ativo), maior será
o retorno do ativo.
Link
ANGOTTI, M. Análise DuPont como ferramenta
de apoio às decisões de investimento em ações.
Desse modo, o modelo estabelece uma cor-
UFMG - FACE CEPCON, 2010.
relação entre eficiência operacional, estru-
tura de capital e rentabilidade, com o ob-
jetivo maior de maximizar o retorno para o
acionista.
?
Questão
para
reflexão
A Companhia Tema 5 apresentou as seguintes informações,
demonstradas na Figura 31.
Figura 31 – Demonstrações Financeiras da Companhia Tema 5
118/225
?
Questão
para
reflexão
1. Com base nas informações apresentadas no item “MODELO DE
AVALIAÇÃO DE EMPRESAS DE MATARAZZO” e Figuras 28 a 32,
calcule o resultado da Companhia pelo método de Matarazzo, in-
dicadores de endividamento/estrutura de capital, dos três exercí-
cios e faça uma breve análise sobre os resultados calculados.
2. Com base nas informações apresentadas pela Companhia, calcule
os indicadores necessários para a composição do modelo DuPont.
119/225
Considerações Finais
A análise individualizada dos indicadores, apesar de relevante, traz uma difi-
culdade maior quando se pretende fazer uma análise global da empresa, con-
siderando, simultaneamente, a situação de liquidez, de endividamento/estru-
tura de capital e de lucratividade/rentabilidade. Para resolver esse problema,
foram desenvolvidos modelos de avaliação. Dentre eles, destacam-se:
• Modelo de Matarazzo
• Modelo DuPont
120/225
Referências
Questões
A Companhia VL5 apresentou as seguintes informações:
122/225
Questões
Decis
Indicador
1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º
Giro do Ativo 0,64 0,86 0,92 1,06 1,26 1,35 1,48 1,69 2,10
Rentabilidade
Lucratividade
Margem
-5,3% 0,0% 1,1% 2,1% 3,2% 4,5% 6,6% 9,5% 14,5%
Líquida
Rentabilidade
-5,6% 0,0% 1,3% 2,7% 4,2% 6,1% 8,5% 11,4% 17,7%
Ativo
Rent. P. Líquido -17% 1,0% 5,0% 9,0% 13,0% 17,8% 24,6% 35,0% 56,2%
Com base nas informações apresentadas acima, analise as questões que se seguem e assinale
a alternativa correta.
123/225
Questão 1
1. Calcule o indicador de lucratividade das vendas (margem líquida)
da Companhia VL5, do exercício de 20X2, e avalie a sua situação, se
comparada à média setorial.
a) Fraco
b) Razoável
c) Péssimo
d) Ótimo
e) Deficiente
124/225
Questão 2
2. Calcule o indicador giro do ativo da Companhia VL5, do exercício de
20X2, e avalie a sua situação, se comparada à média setorial.
a) Deficiente
b) Razoável
c) Péssimo
d) Ótimo
e) Fraco
125/225
Questão 3
3. Usando a metodologia DuPont, calcule a rentabilidade do ativo da
Companhia VL5, dos três exercícios.
126/225
Questão 4
4. Usando a metodologia DuPont, calcule o Multiplicador de alavancagem
financeira da Companhia VL5, dos três exercícios.
127/225
Questão 5
5. Usando a metodologia DuPont, calcule a rentabilidade do patrimônio
líquido da Companhia VL5, dos três exercícios.
128/225
Gabarito
1. Resposta: A.
2. Resposta: E.
129/225
Gabarito
3. Resposta: B.
4. Resposta: D.
130/225
Gabarito
5. Resposta: C.
131/225
Unidade 6
Modelos de Insolvência
Objetivos
132/225
Introdução
No tema anterior, foi visto que a análise in- qualificações (favorável, insuficiente etc.),
dividualizada dos indicadores, apesar de re- nos vários índices extraídos das demonstra-
levante, traz uma dificuldade maior quan- ções financeiras.
do se pretende fazer uma análise global da
empresa considerando, simultaneamente, 1. Modelo de kanitz
a situação de liquidez, de endividamento/
estrutura de capital e de lucratividade/ren- De acordo com Matias (2009, p. 277), um
tabilidade. Para resolver esse problema, fo- dos primeiros trabalhos desenvolvidos no
ram desenvolvidos modelos de avaliação. Brasil relacionados a modelos de previsão
de falência de empresas foi o de Stephen
Através de técnicas estatísticas, é possível a
Charles Kanitz. Utilizando a técnica estatís-
construção de indicadores padrão, que ser-
tica de análise discriminante, Kanitz cons-
ve de parâmetro de comparação do desem-
truiu o chamado termômetro de insolvên-
penho econômico-financeiro da empresa,
cia, composto por cinco variáveis.
objeto de análise, com o desempenho de
um grande número de empresas do mesmo Nesse modelo, Kanitz utilizou vinte e uma
segmento. Esses padrões são importantes empresas solventes e, comparativamente,
para toda a análise que se venha a fazer das vinte e uma empresas insolventes, entre
empresas, permitindo que se estabeleçam 1972 e 1974. As referidas empresas foram
133/225 Unidade 6 • Modelos de Insolvência
O resultado da variável X1 vezes 0,05, mais o resultado da variável X2 vezes 1,65, mais o resultado
da variável X3 vezes 3,55, menos o resultado da variável X4 vezes 1,06, menos o resultado da vari-
ável X5 vezes 0,33, foi denominado pelo autor de fator de insolvência.
O fator de insolvência positivo indica que a empresa está solvente. Valores entre zero e -3 (três
negativo) representam uma área de indefinição, denominada de penumbra. Um resultado abaixo
135/225 Unidade 6 • Modelos de Insolvência
entre reservas de lucro e ativo total; to na época pelos autores com as variáveis
• a variável X3 é calculada pela divisão X2 e X4.
entre o resultado antes do resultado O fator Z1 do modelo é calculado da seguin-
financeiro e dos tributos (ou EBIT – te forma:
Earning Before Interest and Taxes) e ati- Z1 = - 1,44 + 4,03X2 + 2,25X3 + 0,14X4 +
vo total; 0,42X5
• a variável X4 é calculada pela divisão Ou seja, o fator Z1 é dado pelo resultado
entre patrimônio líquido e exigível to- -1,44 (menos um vírgula quarenta e qua-
tal (passivo circulante mais passivo tro), mais o resultado da variável X2 vezes
não circulante, ou passivo exigível a o seu peso 4,03 (quatro vírgula zero três),
longo prazo); mais o resultado da variável X3 vezes o seu
• a variável X5 é calculada pela divisão peso 2,25 (dois vírgula vinte e cinco), mais
entre receita líquida de vendas e ativo o resultado da variável X4 vezes o seu peso
total, ou seja, giro do ativo. 0,14 (zero vírgula quatorze), mais o resulta-
É importante ressaltar que a variável X3 foi do da variável X5 vezes o seu peso 0,42 (zero
reclassificada para ajustá-la ao padrão con- vírgula quarenta e dois).
tábil usado atualmente, assim como foi fei- O fator Z2 do modelo é calculado da seguin-
138/225 Unidade 6 • Modelos de Insolvência
te forma: a situação da empresa é de insolvência. A
Z2 = - 1,84 - 0,51X1 + 6,32X3 + 0,71X4 + Figura 33 sintetiza a consolidação do mo-
0,53X5 delo de Altman.
De acordo com os autores Altman, Baidya e Dias (1979, p. 23), Z1 e Z2 são fatores distintos, mas
muito semelhantes, ou seja, essencialmente idênticos. O fator Z1 não inclui a variável X1 “porque
o programa discriminante, aplicado passo a passo, mostrou que X1 não contribuía para o poder
Link
ALTMAN, E. I.; BAIDYA, T. K. N.; DIAS, L. M. R.
Previsão de problemas financeiros em empresas.
Revista de administração de empresa. Rio de
Janeiro, 19(1), p. 17-28, jan./mar. 1979.
5. Modelo de Pereira
De acordo com Matias (2009, p. 278), Perei-
ra desenvolveu o seu modelo de previsão de
insolvência no início da década de 1980. A
Figura 36 sintetiza a consolidação do mo-
delo de Pereira.
Link
KASSAI, José Roberto; CASA NOVA, Silvia Pereira
de Castro. Desvendando o termômetro de insol-
vência de Kanitz. Anais.. Ribeirão Preto: FEA-USP,
1999.
?
Questão
para
reflexão
A Companhia Tema 6 apresentou as seguintes informações,
demonstradas na Figura 37.
Figura 37 – Demonstrações Financeiras da Companhia Tema 6
150/225
?
Questão
para
reflexão
Considere ainda as seguintes informações complementares:
Descrição 20X2 20X1 20X0
Reservas de Lucro 12.311 18.268 11.556
EBIT 12.639 25.504 16.857
Lucro Operacional 5.705 20.607 13.480
Lucro Bruto 19.681 27.257 21.770
151/225
Considerações Finais
A análise individualizada dos indicadores, apesar de relevante, traz uma difi-
culdade maior quando se pretende fazer uma análise global da empresa con-
siderando, simultaneamente, a situação de liquidez, de endividamento/estru-
tura de capital e de lucratividade/rentabilidade. Para resolver esse problema,
foram desenvolvidos modelos de avaliação. Dentre eles, destacam-se:
• Modelo de Kanitz
• Modelo de Altman
• Modelo de Elizabetsky
• Modelo de Matias
• Modelo Pereira
152/225
Referências
ALTMAN, E.I.; BAIDYA, T.K.N.; DIAS, L.M.R. Previsão de problemas financeiros em empresas. Revista
de administração de empresa, Rio de Janeiro, v. 19, n. 1, p. 17-28, jan./mar. 1979. Disponível
em: <http://www.scielo.br/pdf/rae/v19n1/v19n1a02.pdf>. Acesso em: 31 out. 2016.
KANITZ, S.C. Como prever falências de empresas. Revista negócios em exame, p. 95-
102, dez. 1974. Disponível em: <https://pt.scribd.com/document/61123852/EXAME-
ComoPreverFalenciaEmpresa-Kanitz>. Acesso em: 30 nov. 2016.
MARION, J.C. Análise das demonstrações contábeis. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
MATARAZZO, D.C. Análise financeira de balanços. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2007.
MATIAS, A.B. (Coord.). Análise financeira fundamentalista de empresas. São Paulo: Atlas,
2009.
Questões
A Companhia VL6 apresentou as seguintes informações:
154/225
Questões
Considere ainda as seguintes informações complementares:
Descrição 20X2 20X1 20X0
Reservas de Lucro 132.649 171.521 165.703
EBIT 9.058 27.379 47.784
Lucro Operacional (4.895) 13.518 35.785
Lucro Bruto 102.735 138.042 154.600
Com base nas informações acima, calcule, para os exercícios 20X2, 20X1 e 20X0,
respectivamente:
155/225
Questão 1
1. O fator de insolvência de Kanitz:
156/225
Questão 2
2. Fator Z1 de Altman:
157/225
Questão 3
3. Fator Z2 de Altman:
158/225
Questão 4
4. Modelo de Elizabetsky:
159/225
Questão 5
5. Modelo de Matias:
160/225
Gabarito
1. Resposta: B.
161/225
Gabarito
2. Resposta: D.
162/225
Gabarito
3. Resposta: A.
163/225
Gabarito
4. Resposta: C.
164/225
Gabarito
5. Resposta: E.
165/225
Unidade 7
Análise Dinâmica do Capital de Giro: análise do fluxo das variáveis empresariais
Objetivos
166/225
Introdução
Nos Temas 5 e 6. foram estudados modelos
1. Modelo de michel fleuriet –
que auxiliam na análise global das empre-
modelo dinâmico
sas, pois as análises individualizadas dos
indicadores, apesar de relevantes, trazem O modelo dinâmico, conhecido por mode-
uma dificuldade maior quando se pretende lo Fleuriet, nasceu no ano de 1975, ocasião
fazer uma análise simultânea, da situação em que seu autor, Michel Fleuriet, ao minis-
de liquidez, de endividamento/estrutura de trar aulas para executivos brasileiros, per-
capital e de lucratividade/rentabilidade. cebeu que havia um entendimento equivo-
Neste tema, vamos conhecer o chamado cado sobre o conceito de capital de giro.
modelo dinâmico, que tem por objetivo for-
necer uma visão completa sobre a situação
das empresas, sob a óptica da necessidade
de capital de giro organizacional.
167/225 Unidade 7 • Análise Dinâmica do Capital de Giro: análise do fluxo das variáveis empresariais
171/225 Unidade 7 • Análise Dinâmica do Capital de Giro: análise do fluxo das variáveis empresariais
172/225 Unidade 7 • Análise Dinâmica do Capital de Giro: análise do fluxo das variáveis empresariais
• A análise do modelo proposto pelos Figura 40 – Estruturas e classificações
Conforme destaca a Figura 41, é possível As empresas que se encontram no tipo II são
separar os tipos de estruturas de balanço aquelas que possuem CCL positivo e uma
em dois grandes grupos. O primeiro deles, NLCG também positiva, porém seus recur-
composto pelos tipos I, II e III, cujo capital sos excedentes de longo prazo superam a
circulante líquido (CCL) é positivo, e o se- NLCG, dando condições de manter uma te-
gundo grupo, composto pelos tipos IV, V e souraria também positiva, demonstrando
VI, cujo capital circulante líquido é negativo. uma situação de solidez.
CCL positivo significa dizer que a empresa
possui recursos excedentes de longo prazo Empresas que se encontram no tipo III são
para financiar suas operações de curto pra- classificadas como situação insatisfatória,
zo. CCL negativo significa dizer que a em- pois possuem CCL positivo e uma NLCG
presa precisa e recursos de curto prazo para também positiva, porém a NLCG é superior
financiar suas decisões de investimentos de ao CCL, gerando uma tesouraria negativa,
longo prazo. ou seja, a empresa precisa de captar recur-
sos de curto prazo para honrar seus com-
De acordo os autores, o tipo I representa
empresas que se encontram numa situação promissos.
de excelência, pois possuem um CCL posi- Empresas que se encontram numa situação
tivo e uma NLCG negativa, resultando num de alto risco (tipo VI) são aquelas empre-
saldo positivo de tesouraria. sas que possuem CCL negativo e uma NLCG
174/225 Unidade 7 • Análise Dinâmica do Capital de Giro: análise do fluxo das variáveis empresariais
também negativa. Porém, a NLCG negativa to prazo para honrar seus compromissos de
é superior ao CCL negativo, gerando uma curto prazo e também para financiar parte
tesouraria positiva. dos seus ativos de longo prazo.
Empresas que se encontram numa situação
muito ruim (tipo V) são aquelas empresas 2. Companhia exemplo
que possuem CCL negativo e uma NLCG
Retomando as informações da Companhia
também negativa. Porém, a NLCG negati-
Exemplo, o balanço reclassificado da referi-
va é inferior ao CCL negativo, gerando uma
da empresa é apresentado na Figura 41:
tesouraria também negativa, ou seja, a em-
presa precisa captar recursos de curto pra-
zo para honrar seus compromissos de curto
prazo.
Empresas que se encontram numa situação
péssima (IV) são aquelas empresas que pos-
suem CCL negativo e uma NLCG positiva,
gerando uma tesouraria negativa, ou seja, a
empresa precisa de captar recursos de cur-
175/225 Unidade 7 • Análise Dinâmica do Capital de Giro: análise do fluxo das variáveis empresariais
176/225 Unidade 7 • Análise Dinâmica do Capital de Giro: análise do fluxo das variáveis empresariais
Figura 42 – Resultados
177/225 Unidade 7 • Análise Dinâmica do Capital de Giro: análise do fluxo das variáveis empresariais
Glossário
CDGP: Capital de giro próprio.
NLCG: Necessidade líquida de capital de giro.
CCL: Capital circulante líquido.
178/225 Unidade 7 • Análise Dinâmica do Capital de Giro: análise do fluxo das variáveis empresariais
?
Questão
para
reflexão
A Companhia Tema 7 apresentou as seguintes informações,
demonstradas na Figura 43.
Figura 43 – Demonstrações financeiras da Companhia Tema 7t
179/225
?
Questão
para
reflexão
Com base nas informações apresentadas, calcule, para os três exercí-
cios, o fluxo das variáveis empresariais e, de acordo com o modelo de
Marques e Braga, avalie a situação da empresa.
180/225
Considerações Finais
A análise dinâmica das empresas, por meio do fluxo das variáveis empresariais,
permite avaliar a situação de determinada Companhia num determinado perí-
odo, dentro de seis situações possíveis, quais sejam:
• situação de excelência;
• situação de solidez;
• situação insatisfatória;
• situação de alto risco;
• situação muito ruim;
• situação péssima.
181/225
Referências
FLEURIET, M.; KEHDY, R.; BLANE, G. O modelo fleuriet: a dinâmica financeira das empresas
brasileiras. 5. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003.
MARQUES, J.A.V.C.; BRAGA, R. Análise dinâmica do capital de giro: o modelo fleuriet. Revista de
Administração de Empresas. São Paulo, v. 35, n. 3, p. 49-63, maio./jun. 1995. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/rae/v35n3/a07v35n3.pdf>. Acesso em: 31 out. 2016.
OLINQUEVITCH, J.L.; DE SANTI FILHO, A. Análise de balanços para controle gerencial. 4. ed.
São Paulo: Atlas, 2004.
Com base nas informações acima, calcule, para os exercícios 20X2, 20X1 e
20X0, respectivamente, e assinale a alternativa correta:
183/225
Questão 1
1. O capital de giro próprio:
184/225
Questão 2
2. Capital circulante líquido:
185/225
Questão 3
3. Necessidade líquida de capital de giro:
186/225
Questão 4
4. Tesouraria:
187/225
Questão 5
5. Análise a situação da empresa com base na metodologia de Marques e
Braga:
a) Situação de excelência.
b) Situação de solidez.
c) Situação insatisfatória.
d) Situação de alto risco.
e) Situação muito ruim.
f) Situação péssima.
188/225
Gabarito
1. Resposta: E.
189/225
Gabarito
2. Resposta: C.
190/225
Gabarito
3. Resposta: A.
191/225
Gabarito
4. Resposta: D.
5. Resposta: B.
De acordo com a metodologia de análise de Marques e Braga, a Companhia apresentou, nos
três exercícios, uma situação de solidez, devido às três variáveis (CCL, NLCG e Tesouraria) serem
positivas.
192/225
Gabarito
193/225
Unidade 8
Análise Dinâmica do Capital de Giro: análise das variações da Necessidade Líquida de Capital
de Giro (NLCG)
Objetivos
Aprender a calcular e interpretar as variações da necessidade
líquida de capital de giro (NLCG). Compõem a análise das varia-
ções da NLCG:
1. Ciclo financeiro.
2. Prazo médio de cobrança.
3. Prazo médio de estoques.
4. Prazo médio de outras contas do ativo operacional.
5. Prazo médio de pagamento a fornecedores.
6. Prazo médio de outras contas do passivo operacional.
194/225
Introdução
195/225 Unidade 8 • Análise Dinâmica do Capital de Giro: análise das variações da Necessidade Líquida de Capital de Giro (NLCG)
196/225 Unidade 8 • Análise Dinâmica do Capital de Giro: análise das variações da Necessidade Líquida de Capital de Giro (NLCG)
Além da metodologia de análise do fluxo das variáveis empresariais, os autores também desen-
volveram uma metodologia de análise de variação dos fluxos das NLCDGs. Resumidamente, as
variações das NLCDGs são explicadas pelas variações do ciclo financeiro, o que representa as
variações dos prazos médios de recebimentos e pagamentos. Tal análise está representada no
demonstrativo do fluxo das NLCGs na Figura 45.
Figura 45 – Demonstrativo do fluxo das NLCGs
Ciclo Financeiro
Alterações nas Políticas Financeiras
197/225 Unidade 8 • Análise Dinâmica do Capital de Giro: análise das variações da Necessidade Líquida de Capital de Giro (NLCG)
198/225 Unidade 8 • Análise Dinâmica do Capital de Giro: análise das variações da Necessidade Líquida de Capital de Giro (NLCG)
Figura 46 – Demonstrativo do fluxo das NLCGs
199/225 Unidade 8 • Análise Dinâmica do Capital de Giro: análise das variações da Necessidade Líquida de Capital de Giro (NLCG)
200/225 Unidade 8 • Análise Dinâmica do Capital de Giro: análise das variações da Necessidade Líquida de Capital de Giro (NLCG)
Fonte: elaborada pelo autor
A metodologia enfatiza que, se não houver mudanças nas políticas da empresa relacionadas à
gestão das contas do ativo e passivo operacional, tais como políticas de concessão de prazo
de pagamento aos clientes, políticas de gestão de estoques e políticas de relacionamento com
fornecedores, as variações quantitativas da necessidade líquida de capital de giro de um ano
para outro, devem acompanhar as variações da receita. Contudo, na prática, percebe-se que não
raramente as variações no ciclo financeiro ocorrem. A Figura 46 destaca as fórmulas de cada
variável do demonstrativo.
201/225 Unidade 8 • Análise Dinâmica do Capital de Giro: análise das variações da Necessidade Líquida de Capital de Giro (NLCG)
2. Companhia exemplo
202/225 Unidade 8 • Análise Dinâmica do Capital de Giro: análise das variações da Necessidade Líquida de Capital de Giro (NLCG)
Aplicando o modelo para a Companhia trado. Essa diferença, de R$182.282 mil, é
Exemplo, temos os seguintes resultados, explicada pelas variações ocorridas no ci-
demonstrados pela Figura 48. clo financeiro, resultados das variações dos
Analisando os resultados do demonstra- prazos médios.
tivo do fluxo das NLCGs, da Companhia
Exemplo, dos exercícios de 20X1 e 20X0,
percebe-se que a receita líquida reduziu
7,08%, passando de R$3.659.309 mil em
20X0 para R$3.400.194 mil em 20X1. En-
tretanto, a necessidade líquida de capital
de Giro (NLCG) aumentou 9,99%, passan-
do de R$R$1.067.844 mil em 20X0 para
R$1.174.523 mil em 20X1. Se a variação da
NLCG tivesse acompanhado a variação das
receitas, a NLCG de 20X1 seria de R$992.241
mil e não R$1.174.523 mil conforme regis-
203/225 Unidade 8 • Análise Dinâmica do Capital de Giro: análise das variações da Necessidade Líquida de Capital de Giro (NLCG)
204/225 Unidade 8 • Análise Dinâmica do Capital de Giro: análise das variações da Necessidade Líquida de Capital de Giro (NLCG)
O ciclo financeiro da Companhia, em 20X0, operacional contribuiu com R$32.977,45
foi de 105,05 dias. Em 20X1, o ciclo financei- mil na variação total da NLCG. Essa varia-
ro foi de 124,35 dias, ou seja, esse aumento ção é resultado do aumento do prazo mé-
ocorrido no ciclo financeiro representou um dio, passando de 13,92 dias em 20X0 para
aumento de R$182.292,94 mil na NLCG. 17,41 dias em 20X1.
O prazo médio de cobrança contribuiu com O prazo médio das outras contas do passivo
R$66.701,37 mil na variação total da NLCG. operacional contribuiu com R$31.228,85
Essa variação é resultado do aumento do mil na variação total da NLCG. Essa varia-
prazo médio, passando de 114,76 dias em ção é resultado da redução do prazo médio,
20X0 para 121,82 dias em 20X1. passando de 37,33 dias em 20X0 para 34,02
O prazo médio de estoques contribuiu com dias em 20X1.
R$51.750,28 mil na variação total da NLCG. Por outro lado, o prazo médio de pagamen-
Essa variação é resultado do aumento do to a fornecedores contribuiu com uma re-
prazo médio, passando de 44,02 dias em dução de R$365, 11 mil na variação total da
20X0 para 49,50 dias em 20X1. NLCG. Essa variação é resultado do aumen-
O prazo médio das outras contas do ativo to do prazo médio, passando de 30,32 dias
em 20X0 para 30,36 dias em 20X1.
205/225 Unidade 8 • Análise Dinâmica do Capital de Giro: análise das variações da Necessidade Líquida de Capital de Giro (NLCG)
Mesma análise pode ser feita comparando- ocorridas novamente no ciclo financeiro, re-
-se os exercícios de 20X2 e 20X1. Analisan- sultantes das variações dos prazos médios.
do os resultados do demonstrativo do flu- O ciclo financeiro da Companhia, em 20X1,
xo das NLCGs, da Companhia Exemplo, dos foi de 124,35 dias. Em 20X2, o ciclo finan-
exercícios de 20X2 e 20X1, percebe-se que a ceiro foi de 137,34, ou seja, esse aumento
receita líquida sofreu nova queda, dessa vez ocorrido no ciclo financeiro representou um
de 19,44%, passando de R$3.400,194 mil aumento de R$98.800,48 mil na NLCG.
em 20X1 para R$2.739.132 mil em 20X2.
Em 20X2, a necessidade líquida de capital O prazo médio de cobrança contribuiu
de giro (NLCG) também reduziu 11,03%, com R$105.700,01 mil na variação total da
passando de R$R$1.174.523 mil em 20X1 NLCG. Essa variação é resultado do aumen-
para R$1.044.974 mil em 20X2, mas foi uma to do prazo médio, passando de 121,82 dias
redução inferior à variação das receitas. Se em 20X1 para 137,34 dias em 20X2.
a variação da NLCG tivesse acompanhado a O prazo médio de estoques contribuiu com
variação das receitas, a NLCG de 20X2 se- R$61.231,36 mil na variação total da NLCG.
ria de R$946.196 mil e não R$1.044.974 Essa variação é resultado do aumento do
mil conforme registrado. Essa diferença, prazo médio, passando de 49,50 dias em
R$98.778 mil é explicada pelas variações 20X1 para 57,54 dias em 20X2.
206/225 Unidade 8 • Análise Dinâmica do Capital de Giro: análise das variações da Necessidade Líquida de Capital de Giro (NLCG)
O prazo médio das outras contas do ativo
operacional contribuiu com R$68.231,36
mil na variação total da NLCG. Essa varia-
ção é resultado do aumento do prazo mé-
dio, passando de 17,41 dias em 20X1 para
26,38 dias em 20X2.
Link
DA SILVA, P.C.; FRANCO JÚNIOR, A.M.; TOALDO
Por outro lado, o aumento dos prazos A.; CURSINO, M.S. O modelo Fleuriet: análise
médios das contas do passivo operacional dinâmica do capital de giro aplicada no setor de
contribuiu para a redução de R$136.278 mil aviação civil. ENANGRAD, 2016
na variação total da NLCG.
207/225 Unidade 8 • Análise Dinâmica do Capital de Giro: análise das variações da Necessidade Líquida de Capital de Giro (NLCG)
Glossário
Ciclo financeiro: também conhecido como ciclo de caixa, é o tempo entre o pagamento a for-
necedores e o recebimento das vendas. Quanto maior o poder de negociação da empresa com
fornecedores, menor o ciclo financeiro.
Prazo médio cobrança: representa quanto tempo, em média, a empresa demora a receber de
seus clientes suas vendas.
Prazo médio de pagamento a fornecedores: representa quanto tempo, em média, o fornecedor
demora a receber da empresa suas vendas.
208/225 Unidade 8 • Análise Dinâmica do Capital de Giro: análise das variações da Necessidade Líquida de Capital de Giro (NLCG)
?
Questão
para
reflexão
A Companhia Tema 8 apresentou as seguintes informações, de-
monstradas na Figura 49.
Figura 49 – Demonstrações financeiras da Companhia Tema 8
209/225
?
Questão
para
reflexão
Com base nas informações apresentadas, calcule, para os três exer-
cícios, o fluxo das variações das NLCGs e explique referidas variações.
210/225
Considerações Finais
A análise dinâmica das empresas, por meio da análise das variações das NL-
CGs, permite avaliar o motivo do crescimento ou redução da necessidade de
capital de giro, por meio das variações dos prazos médios, quais sejam:
• Prazo médio de cobrança;
• prazo médio de estoques;
• prazo médio das outras contas do ativo operacional;
• prazo médio de pagamento a fornecedores;
• prazo médio de pagamento das outras contas do passivo operacional.
211/225
Referências
FLEURIET, M.; KEHDY, R.; BLANE, G. O modelo fleuriet: a dinâmica financeira das empresas
brasileiras. 5. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003.
OLINQUEVITCH, J.L.; DE SANTI FILHO, A. Análise de balanços para controle gerencial. 4. ed.
São Paulo: Atlas, 2004.
212/225 Unidade 8 • Análise Dinâmica do Capital de Giro: análise das variações da Necessidade Líquida de Capital de Giro (NLCG)
Questões
A Companhia VL8 apresentou as seguintes informações:
Com base nas informações acima, calcule, para os exercícios 20X2, 20X1 e
20X0, respectivamente, e assinale a alternativa correta:
213/225
Questão 1
1. O ciclo financeiro:
214/225
Questão 2
2. Prazo médio de cobrança:
215/225
Questão 3
3. Prazo médio de estoques:
216/225
Questão 4
4. Prazo médio de pagamento a fornecedores:
217/225
Questão 5
5. Prazo médio das outras contas do passivo operacional:
218/225
Gabarito
219/225
Gabarito
1. Resposta: A.
220/225
Gabarito
2. Resposta: E.
221/225
Gabarito
3. Resposta: B.
222/225
Gabarito
4. Resposta: D.
223/225
Gabarito
5. Resposta: C.
224/225