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LAGOA AMOROSA – REGIÃO SUDESTE

Roberta uma mana carioca convidou Karine uma mineira, vulgo sua prima para visitar as praias
de Copacabana. Karine estava contando histórias sobre suas andanças pelas cachoeiras e serras
de Minas Gerais quando:

Karine: O cê,ficou sabendo da onça que tava se espreitando pela Cachoeira do Rio de Janeiro?
Diz que ela tava arrastando os caçadores pra dentro d’água.

Roberta: Ce tá me tirando? Isso ta me lembrando umas paradass ae, que me contaram que
aconteceu por essas bandas, tá ligado? N sei se tu tá sabendo, mas diz que essa tal de cachoeira
se chama Cachoeira Amorosa, porque uma onça arrastou uns indígenas pra lá.

Karine: Fi de Chico me disse que essa onça tava rondando por BH e chegou aqui no Ri de Janeiro,
num pé pro outro. Ela ta levando até os povo da floresta, tá é com espirito de andarilho.

Roberta: Que brisa mermao! Os parça tava tudo bolado com isso, diz que até os casais tão indo

de arrasta pra cima nessas água.

Onça: é triste como nem todos conhecem minha verdadeira história, olha só que ridícula essas

especulações, blasfemando de mim no meu próprio território? Não gosto desse tipo de boato –
Diz a Onça analisando as garotas com seu olfato.

Onça: Todos podem ter o privilégio de serem levados por mim, e o cheiro de vocês não me

desagrada, o que acham de me fazerem companhia?

Roberta: Po, a boca de matraca aqui do meu lado acompanha tu mano, ela é mo gente boa, tu

sabes que os caipiras são tudo bão de papo, né? – Diz rindo nervosa, forçando intimidade com

o animal.

Karine: Sua carioca barata de quinta categoria, sou prima tua oxi, oh dona onça com todo

respeito deixa nos ir embora sô? – Diz desesperada.

Onça: sou Anhangá Deus da morte, meu verdadeiro corpo não é esse que vocês observam, só

estou pegando emprestado um pouquinho sabe? Quem sabe não encontro um corpo mais

interessante, tenho bom olho para corpos traiçoeiros sabia? – Diz rondando Roberta – Mas

minha verdadeira história é a seguinte, e prestem muita atenção assim talvez saiam com vida.

Eu tinha certa inveja de um índigena Ipojucam, ele era um caçador excelente! – Diz toda

Animada - E de tão sortudo que era iria se casar com uma Índigina linda.

Roberta: Não sabia que deuses podiam ter tanta fofoca boa – Gargalhadas, Karine dá um tapa
em Roberta.

Karine: Shiuu! E como era o nome dela?

Onça: Jandira. Ele tinha tudo e eu não podia permitir isso. Propus uma luta a Ipojucam, uma
deusa tão poderosa como eu não perderia para um vara-pau não é? – Ela olha para as garotas
esperando a concordância, mas recebe o silêncio enquanto as duas se encaram – NÃO É? EU
SOU O MAIS FORTE AQUI, OU VOCÊS QUEREM TESTAR? – as garotas se espantam e concordam
ligeiramente.

Karine e Roberta: Quem somos nós perto de tu.

Onça: MAS ELE CONSEGUIU ME VENCER? ACREDITAM? Ele só

podia ter trapaceado – diz andando de um lado para o outro.

Karine: Mas desafiou ele denovo não é? Se ele roubou de alguma for..

Onça: EU PERDI DUAS VEZES, e eu não poderia viver em paz com essa perda, me tornei uma
tromba d’água e arrastei Jandira e Ipojucam para a cachoeira "Amorosa”, pois se eu não
venceria a luta ninguém teria um final feliz, e como eu fiquei feliz – Diz gargalhando olhando
para o nada, Karine e Roberta se olham e gritam: CORRE! – A onça percebe a fuga e sai
correndo atrás delas.

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