Você está na página 1de 4

Resultados e discussão

Após um período de incubação, em estufa a 37ºC, de 24 horas, procedeu-se a


medição, em milímetros, dos diâmetros das zonas de inibição presentes nas placas
com uma régua. Nas tabelas X e Y, podemos interpretar o impacto de cada toxico,
combinação de tóxicos e aumento da concentração destes nas populações
microbianas.

Tabela X – Valor medio da zona de inibição e o desvio padrão da mesma para a estirpe de
Escherichia coli, em função da exposição a diferentes concentrações de tóxicos.

a b c a+b a+c b+c


Concentração (g/L)

0,0 g/L 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
0,010 g/L 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 7,5 0,5 6,0 0,0 0,0 0,0
0,10 g/L 8,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 8,0 0,0 8,0 1,0 0,0 0,0
1,0 g/L 10,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 10,5 0,5 9,0 1,0 0,0 0,0
5,0 g/L 15,0 1,0 0,0 0,0 0,0 0,0 17,0 1,0 14,5 0,5 0,0 0,0
10,0 g/L 17,5 1,5 7,0 0,0 0,0 0,0 24,5 3,5 17,5 1,0 0,0 0,0

Tabela Y – Valor medio da zona de inibição e o desvio padrão da mesma para a estirpe de
Proteus spp. , em função da exposição a diferentes concentrações de tóxicos.

a b c a+b a+c b+c


Concentração (g/L)

0,0 g/L 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
0,010 g/L 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 6,3 4,6 7,7 0,8 0,0 0,0
0,10 g/L 8,3 0,5 0,0 0,0 0,0 0,0 9,3 1,9 7,3 0,5 0,0 0,0
1,0 g/L 10,3 1,2 0,0 0,0 0,0 0,0 18,0 6,4 10,7 0,8 0,0 0,0
5,0 g/L 17,7 0,5 0,0 0,0 0,0 0,0 22,0 4,2 17,7 0,8 0,0 0,0
10,0 g/L 18,3 0,5 0,0 0,0 0,0 0,0 23,0 3,7 18,3 1,2 2,0 2,8
Recorrendo aos dados apresentados nas tabelas anteriores obteve-se as curvas de inibição
para cada uma das estirpes em causa, E. coli (Tabela X1 ) e Proteus spp. (Tabela Y2).

Tabela X1 – Curva de inibição da estirpe de E. coli (diâmetro da zona de inibição/concentração


do toxico)

Tabela X2 – Curva de inibição da estirpe de Proteus spp. (diâmetro da zona de


inibição/concentração do toxico)

Curva de inibição Proteus spp.


Diametro resultante da inibição (mm)

25.0

20.0

15.0

10.0

5.0

0.0
0,0 g/L 0,010 g/L 0,10 g/L 1,0 g/L 5,0 g/L 10,0 g/L
Concentração do metal utlizado

a b c a+b a+c b+c


Através da observação dos gráficos e das leituras obtidas foi possível obter o range da
concentração mínima inibitória, como é possível observar na tabela Z.

Tabela Z – Intervalos da concentração mínima inibitória para cada estirpe em função da


exposição a diferentes concentrações de tóxicos.

Estirpe Toxico Concentração mínima inibitória (g/L)


Escherichia coli a) Cloreto de Mercúrio ]0,01;0,1]
b) Sulfato de cobre ]5,00; 10,00]
c) Nitrato de manganês NI (Não inibe, >10)
a) + b) ]0;0,01]
a) + c) ]0;0,01]
c) + b) NI (Não inibe, >10)
Estirpe Toxico Concentração mínima inibitória (g/L)
Proteus spp. a) Cloreto de Mercúrio ]0,01;0,1]
b) Sulfato de cobre NI (Não inibe, >10)
c) Nitrato de manganês NI (Não inibe, >10)
a) + b) ]0;0,01]
a) + c) ]0;0,01]
c) + b) ]5,00; 10,00]
Discussão

Com o intuito de avaliar as consequências dos efeitos adversos provocados por um


poluente (mercúrio (Hg); cobre (Cu); manganês (Mn)), numa população de microrganismos
realizou-se o presente estudo de toxicidade aguda.
Analisando as tabelas resultantes da medição dos diâmetros das zonas de inibição
provocadas pelos metais é notório que em ambas as estirpes o cloreto de mercúrio foi o
composto que apresentou maior potencial inibitório assim como toxicidade. Isto porque
apresentou o maior diâmetro inibitório para um composto isolado assim como o intervalo da
concentração mínima inibitória apresenta o valor inicial mais reduzido (necessitando de menor
quantidade para induzir um fenómeno inibitório). Os restantes compostos isolados não
apresentaram grande potencial inibitório para as duas estirpes testadas, sendo que apenas
sulfato de cobre numa concentração entre 5 g/L e 10 g/L é que induziu inibição para E. coli.
Os dados obtidos neste estudo permitiram também que o tema das interações
toxicológicas fosse abordado, nomeadamente os fenómenos aditivos, a toxicidade combinada
dos compostos é igual a soma das toxicidades isoladas, antagonistas, a toxicidade combinada
dos compostos é inferior a soma das toxicidades isoladas, potenciação, a exposição dum
composto sem efeito toxico potencia um fenómeno toxico superior noutro composto e
sinergismo, a exposição química por parte dum composto toxico que induz um efeito superior
a soma dos efeitos isolados. Atendendo aos dados nas tabelas X e Y concluímos que estamos
perante os seguintes fenómenos toxicológicos, a + b (E.coli) – aditividade; a + c (E.coli) –
potenciação; a + b (Proteus spp.) – potenciação; a + c (Proteus spp.) – potenciação. As
extrapolações realizadas são apenas possíveis pois do ponto de visto estatístico os dados
apresentados são significativos, dado que o desvio padrão apenas inviabiliza uma das leituras,
b + c (Proteus spp.) uma vez que o desvio padrão, (2,8) é superior ao valor medio de leitura
(2,0).

Você também pode gostar