Você está na página 1de 7

POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS

GABINETE DO COMANDANTE-GERAL

DIRETRIZ AUXILIAR DAS OPERAÇÕES

- DIAO Nº 06/95-CG -

(Emprego de Militares da Atividade-Meio no Policiamento Ostensivo)

Rfr.: DOPM 12/94-CG


DPO 3008/93-CG
Res 2947/93
NI 1001/94-CG

1. FINALIDADE

Estabelecer diretrizes básicas para o planejamento, controle e emprego de


militares da atividade-meio no policiamento ostensivo e em atividades de prevenção
de incêndios e acidentes.
.

2. OBJETIVOS

a. Aumentar quantitativa, qualitativa e objetivamente o apoio às UEOp para


suprir a deficiência de recursos humanos.

b. Definir parâmetros para:

1) Emprego da tropa da atividade-meio no policiamento ostensivo e em


atividades de prevenção de incêndios e acidentes;

2) Controle de qualidade total das atividades desenvolvidas, com vistas à


otimização dos serviços prestados.

c. Manter a tropa da atividade-meio ECD pronto emprego, através da


Instrução Técnica Específica cotejada com seu empenho na atividade-fim.
3. EXECUÇÃO

a. Pressupostos básicos para atuação

1) O servidor militar é integrante de um dos Órgãos do Sistema de


Defesa Social do Estado, que tem a responsabilidade institucional de promover a
defesa das pessoas, do patrimônio e do meio ambiente, como polícia ostensiva de
prevenção criminal, de segurança, de preservação e restauração da ordem pública.

2) Preparado técnica e profissionalmente para o nobilitante mister de


promover a “proteção e o socorro comunitários”, o militar, empenhado na atividade
operacional, deverá conscientizar-se da sua significativa importância, no contexto
social, como legítimo representante do Estado, seja enfrentando, equacionando
e/ou solucionando conflitos de diversas naturezas.

3) A presença ostensiva da Polícia Militar, observando-se os princípios


de postura e compostura, constitui um fator preponderante nas ações preventivas
da polícia ostensiva, refletindo positivamente na redução dos riscos, além de
estabelecer um clima de confiança no seio da comunidade.

4) A tropa, constituída pelo pessoal de atividade-meio, será empenhada


no policiamento ostensivo, preferencialmente no processo à pé, sempre em contato
estreito com as pessoas.

5) O adestramento deverá ser realizado de forma gradual e sucessiva,


aliando-se a instrução à atividade prática, através do emprego do militar no
policiamento ostensivo.

6) Nessa direção, durante o processo de planejamento, execução e


controle, devem ser observados os seguintes parâmetros:

a) Priorizar ações/operações policiais-militares de caráter eminente-


mente preventivo;

b) Tornar positiva a imagem da Polícia Militar junto à comunidade,


promovendo respostas eficientes e eficazes;

c) Exercitar a polícia ostensiva, através de uma Corporação mais


visível, mais presente, durante os turnos de serviços;

d) Incrementar a atuação do militar da atividade-meio como um agente


prestador de serviços públicos, e não como um mero integrante de uma instituição
policial;

e) Ampliar os canais de ligação entre a Polícia Militar e a população,


segundo os mandamentos do policiamento comunitário, de forma a captar
sugestões, críticas e outras manifestações comunitárias, sobre a qualidade dos
serviços prestados pela Corporação.
b. Organização, forma e freqüência de empenho

1) Na Capital

a) Será organizada, mensalmente, uma fração PM, equivalente a uma


Companhia PM, com militares - Cap, Ten, SubTen/Sgt e Cb/Sd PM - integrantes
das Unidades de Direção Intermediária (UDI) e Unidades de Execução de Apoio
(UEAp).

b) O EMPM expedirá, com antecedência de quinze dias, a relação das


frações PM e respectivo efetivo que constituirá a “ Cia PM de Adestramento” .

c) Tal Companhia PM será hipotecada ao 8º CRP (CPC), que a


empenhará no policiamento ostensivo, em área de responsabilidade de uma de
suas Unidades, nos locais e turnos julgados convenientes, Mdt planejamento
prévio.

d) As UEOp do 8º CRP e CCB empenharão, uma vez por quinzena, o


pessoal da atividade-meio, com a finalidade de reforçar a operacionalidade,
desencadeando-se a denominada operação “ Fecha Batalhão” .

2) No Interior do Estado

a) As UEOp (BPM, Cia PM Ind, Cia PFlo e Cia PRv), sediadas nas
cidades interiorizadas, cumprirão o prescrito em “3.b.1)d)” desta Dtz, à exceção das
UEOp que empregam seus efetivos da atividade-meio em policiamentos especiais,
nos finais de semana.

b) Os militares (até o posto de Cap PM, inclusive) dos CRP serão


hipotecados, mensalmente, ao BPM sediado na mesma cidade, para participarem
da operação “ Fecha Batalhão” .

c) Havendo conveniência e necessidade, os CRP orientarão as UEOp


sediadas numa mesma cidade, para programarem a operação citada anteriormente,
num mesmo dia e horário, com o propósito de se desenvolverem ações conjuntas,
reforçando o conceito de “ Guarnição PM” .

d) Os CRP elaborarão os Programas de Emprego de Tropa, dentro


das peculiaridades de cada região, observadas a criatividade e iniciativa de seus
Comandantes.

e) As Cia PRv e Cia PFlo executarão a operação, de acordo com as


suas atribuições específicas.

c. Instrução de Tropa

1) O pessoal receberá a Instrução Técnica Específica, na forma


extensiva, antes do turno, com duração mínima de 40 (quarenta) minutos, e,
durante o serviço, através do supervisor.
2) A aplicação da referida instrução será de responsabilidade da Unidade
apoiada e com envolvimento de oficiais previamente escalados.

3) Os assuntos a serem ministrados deverão estar diretamente ligados à


rotina operacional da unidade, de forma a evitar solução de continuidade das
atividades em andamento. São as informações policiais imediatas sobre o serviço, a
área e as ocorrências.

4) O responsável para ministrar a instrução delineará, para os militares


que assumirão o serviço, o quadro ou situação da segurança pública na área,
subárea, setor, ou seja, os eventos previstos para o transcorrer do turno, tais como:
ocorrências de destaque em andamento/encerradas, características dos locais a
serem ocupados, recursos de apoio disponíveis.

5) Os assuntos serão delineados conforme o tipo de evento a ser


policiado, local, público, missão geral e específica, etc.

6) Basicamente, os assuntos a serem abordados na instrução antes do


turno são os seguintes:

a) Orientações e determinações particulares do Cmt da UEOp/


Cia/Pel;

b) Assuntos doutrinários e normativos julgados oportunos em decor-


rência de desempenhos anteriores;

c) Ocorrências de destaque (em andamento ou não): atendimento,


procedimentos adotados e a serem adotados, bem como o encerramento das
mesmas;

d) Rol de marginais em atuação e “modus-operandi”;

e) Tipos de incidências de delitos no espaço geográfico a ser ocupado;

f) Recomendações gerais e específicas para os locais de risco,


principalmente estabelecimentos bancários, centros comerciais, escolas e outros
potencialmente de alto risco;

g) Leitura do DISP;

h) Operações em andamento e a serem desencadeadas;

i) Outras UEOp em apoio ou em operações específicas na área de


responsabilidade da Unidade, para o serviço que se inicia;

7) Em hipótese alguma esta instrução poderá ser improvisada, devendo


ser objeto de planejamento específico e ter caráter motivador.
d. Supervisão de atividades

1) Os militares empenhados na operacionalidade, segundo as


orientações desta Dtz, notadamente aqueles que atuarem como supervisor,
deverão conhecer e praticar os procedimentos preconizados na NI 1001/94-CG.

2) Para tanto, aqueles militares deverão observar o seguinte:

a) É preciso utilizar a supervisão como um processo de intervenção


abrangente e eficaz, orientada por diagnósticos amplos e profundos da situação
operacional, “resolvendo os problemas aparentes e imediatos, com garantia de sua
não repetição”. A instrução será ministrada pelo oficial supervisor ou pelo CPU ou
ainda por outros militares que estejam em função fiscalizadora, devendo estes,
durante os deslocamentos dentro da área, subárea ou setor, procurar orientar a
postura e compostura do militar no local de trabalho, (gesticulação, forma de
abordagem, posição de seu corpo e outros detalhes julgados convenientes pelo
responsável por ministrar a instrução), sua atuação, etc;

b) As supervisões a serem desencadeadas, durante os empenhos,


objetivarão a propagação da doutrina de atuação, a complementação à
formação/instrução do militar, dando maior atenção ao policial na rua, valorizando-o
como profissional e como pessoa, aumentando, assim, a capacidade operacional
da Polícia Militar. Nesse enfoque, o supervisor, antes de ser um agente de
controle, terá obrigatoriamente que ser um instrutor, um orientador e difusor
da doutrina operacional;

c) Os oficiais supervisores deverão pautar suas ações, observando


basicamente os seguintes procedimentos:

(1) Corrigir desvios comportamentais e de ordem profissional, em


tempo de permitir a adoção de medidas preventivas, antes que ocorram efeitos
danosos;

(2) Demonstrar ao militar que o supervisor é um ponto de apoio,


antes de ser um agente de correção. Portanto, a supervisão, antes de ser punitiva,
é instrutiva, educadora e orientadora;

(3) Irradiar a doutrina operacional aliada à prática;

(4) Estabelecer, através de verificação junto ao executante,


parâmetros para avaliação da qualidade do serviço;

(5) Adotar medidas corretivas imediatas, para a consecução da


eficácia da atividade operacional;

(6) Verificar se o planejamento, a instrução e as ordens foram


recebidas e entendidas;

(7) Verificar se o que está sendo executado corresponde ao que foi


planejado e se retrata fielmente o conceito da operação, emitido pelo Comandante;
(8) Detectar desvios e falhas para realimentar o planejamento, de
modo que os erros não se repitam nos planejamentos futuros;

(9) Permitir que sejam incluídos, nos planejamentos, dispositivos


preventivos de erros previsíveis;

(10) Despertar em todos o interesse e a dedicação para com as


atividades da Corporação;

(11) Criar um canal direto de troca de informações, nos diversos


níveis, objetivando o estabelecimento de um grau de tranqüilidade pública que
satisfaça aos anseios de segurança da comunidade;

(12) Fortalecer o controle de qualidade das ações/operações


desenvolvidas pela Instituição;

(13) Orientar sobre técnicas de patrulhamento, concitando os


militares a evitarem deslocamentos em grupos ou a postarem-se de forma estática,
pouco circunspectos.

3) Os oficiais a serem empregados nas supervisões serão oriundos


das Unidades Administrativas que integrarão a Companhia de Adestramento e, para
que tenham plenas condições de executarem sua atividade, deverão participar da
instrução ministrada à tropa.

4) Nos relatórios a serem elaborados, os supervisores farão constar


observações pertinentes ao desempenho de cada militar que participar de
ocorrência de destaque ou se sobressair de maneira positiva junto à comunidade.

5) Os Oficiais Superiores, Chefes e Adjuntos das Seções do EMPM e


Diretorias, serão empenhados nos dias de emprego do pessoal das Unidades de
Direção, nas atividades de supervisão.

6) Os oficiais enquadrados na situação anterior, e que servem na


Capital, deverão observar, ainda, as orientações contidas na NSv nº 1001/94-CG.

4. PRESCRIÇÕES DIVERSAS

a. No dia do empenho operacional, o militar não fará expediente


administrativo.

b. A tropa de apoio, constante de “3.b.1) a)”, será empenhada uma vez por
mês, durante turno ou jornada, Mdt O Ch EMPM.

c. O uniforme será o A3, com boné regulável e cinto de guarnição. Para os


militares do sexo feminino, o A3, com calça.
d. Os Comandos Intermediários consolidarão e remeterão ao EMPM o
Calendário Trimestral de Emprego de Militares da Área-Meio, até o dia 10 dos
meses de Dez, Mar, Jun, Set, relativo ao trimestre subseqüente.

e. A tropa empenhada deverá entrar em forma, no horário pré-estabelecido


para a chamada, devidamente armada e equipada.

f. Será permitido aos militares componentes da tropa apoiadora armarem-


se e equiparem-se nas próprias Unidades de origem, desde que haja
disponibilidade de armamento e equipamento, bem como a utilização de
armamento próprio, devidamente cadastrados e autorizados por seus
Comandantes, conforme normas em vigor.

g. Esta Diretriz entrará em vigor na data de sua publicação, devendo ser


objeto de exaustiva instrução à tropa.

QCG em Belo Horizonte, de setembro de 1995.

-: NELSON FERNANDO CORDEIRO, CORONEL PM :-


- Comandante-Geral -

Você também pode gostar