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Procedimento Operacional Padrão

Unidade de Reabilitação/12/2015

Avaliação da Disfagia em
Clientes Adultos e Idosos
Versão 2.0

2018
Procedimento Operacional Padrão
Unidade de Reabilitação/12/2015

Avaliação da Disfagia em Clientes


Adultos e Idosos

Versão 2.0
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www.ebserh.gov.br

Material produzido pela Unidade de Reabilitação do Hospital de Clínicas (HC) da Universidade


Federal do Triângulo Mineiro (UFTM).
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Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (HC-UFTM), administrado pela Eb-
serh – Ministério da Educação

POP: Avaliação da Disfagia em Clientes Adultos e Idosos - Unidade de Reabilitação, Uberaba, 2018 –
Versão 2.0. 28p.

Palavras-chaves: 1 – POP; 2 – Disfagia; 3 – Fonoaudiologia.


HOSPITAL DE CLÍNICAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO
ADMINISTRADO PELA EMPRESA BRASILEIRA DE SERVIÇOS HOSPITALARES
(EBSERH)
Avenida Getúlio Guaritá, nº 130
Bairro Abadia | CEP: 38025-440 | Uberaba-MG
Telefone: (034) 3318-5200 | Sítio: www.uftm.edu.br

ROSSIELI SOARES DA SILVA


Ministro de Estado da Educação

KLEBER DE MELO MORAIS


Presidente da Ebserh

LUIZ ANTÔNIO PERTILI RODRIGUES DE RESENDE


Superintendente do HC-UFTM

MARIA CRISTINA STRAMA


Gerente Administrativo do HC-UFTM

DALMO CORREIA FILHO


Gerente de Ensino e Pesquisa do HC-UFTM

GEISA PEREZ MEDINA GOMIDE


Gerente de Atenção à Saúde do HC-UFTM

RITA DE CÁSSIA RODRIGUES REIS


Chefe da Divisão de Apoio Diagnóstico e Terapêutico do HC-UFTM

RENATA DE MELO BATISTA


Chefe da Unidade de Reabilitação do HC-UFTM

EXPEDIENTE

Unidade de Reabilitação do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo


Mineiro

Produção
HISTÓRICO DE REVISÕES

Autor/responsável por
Data Versão Descrição Gestor do POP
alterações

Trata da padronização da avalia- Júlia Santos Costa Chiossi,


18/12/2015 1.0 ção da disfagia em clientes adul- Renata de Melo Batista Bianca Gerolim Nunes
tos e idosos
Mariana Ribeiro Terra

Cecília Pereira Reis


Mariana Ribeiro Terra
Júlia Santos Costa Chiossi
Bianca Gerolim Nunes
Trata da padronização da avalia- Melo.
15/06/2018 2.0 ção da disfagia em clientes adul- Renata de Melo Batista
tos e idosos Validação: Unidade de
Planejamento
Aprovação: Colegiado
Executivo
SUMÁRIO

OBJETIVO ...................................................................................................................................... 7

GLOSSÁRIO...................................................................................................................................7

DOCUMENTOS RELACIONADOS ............................................................................................. 8

APLICAÇÃO .................................................................................................................................. 8

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 9

2. DESCRIÇÃO DAS TAREFAS ................................................................................................. 10

Pedido de avaliação da deglutição ................................................................................................. 10


Procedimento de avaliação ............................................................................................................ 13
Registro do atendimento ................................................................................................................ 14
REFERENCIAL TEÓRICO …………………………………………………………………….15

ANEXO I Protocolo de avaliação da deglutição..........……………………………….....………16

ANEXO II Guia instrucional do protocolo de avaliação da deglutição…………............………18

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OBJETIVO

Padronizar entre a equipe de fonoaudiologia o processo e o protocolo de avaliação da deglutição nos


clientes adultos e idosos internados no Hospital de Clínicas (HC) da Universidade Federal do Triân-
gulo Mineiro (UFTM), administrado pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh)

GLOSSÁRIO

AGHU - Aplicativo de Gestão para Hospitais Universitários


AVE – Acidente Vascular Encefálico
CC - Clínica Cirúrgica
CFF – Conselho Federal de Fonoaudiologia
CM - Clínica Médica
DPOC – Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica
DRGE – Doença do Refluxo Gastro Esofágico
ELA – Esclerose Lateral Amiotrófica
EM – Esclerose Múltipla
FC – Frequência Cardíaca
FR – Frequência Respiratória
GO - Ginecologia e Obstetrícia
GTT – Gastrostomia
HC-UFTM – Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro
IOT – Intubação orotraqueal
JNT – Jejunostomia
O2 – Oxigênio
OFAs – órgãos fonoarticulatórios
PAS – Pressão Arterial Sistêmica
PCV – Pressão Ventilatória Controlada
PSA – Pronto Socorro Adulto
PSV – Pressão Ventilatória de suporte

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Sat02- Saturação Periférica de Oxigênio
SNC – Sistema Nervoso Central
SNE – Sonda nasoentérica
SNG – Sonda nasogástrica
SOE – Sonda oroentérica
SOG – Sonda Orogástrica
TCE – Traumatismo crânio encefálico
TQT – Traqueostomia
UDIP - Unidade de Doenças Infecciosas e Parasitárias
UTI - Unidade de Terapia Intensiva
VM – Ventilação Mecânica
VO – Via oral

DOCUMENTOS RELACIONADOS

Pedido de Interconsulta
Protocolo de avaliação da deglutição

APLICAÇÃO

Unidades de Terapia Intensiva (UTI) Adulto e Coronariana


Enfermarias da Clínica Médica (CM), Clínica Cirúrgica (CC), Ginecologia e Obstetrícia (GO), Orto-
pedia e Neurologia
Pronto Socorro Adulto (PSA), Unidade de Doenças Infecto-parasitárias (UDIP)

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1. INTRODUÇÃO

A nutrição eficaz e segura é parte fundamental do processo de recuperação dos pacientes (clientes)
internados no ambiente hospitalar. A decisão pelo tipo de alimento e via preferencial de nutrição (via
oral – VO) ou via alternativa de alimentação) deve ser embasada por critérios clínicos com o objetivo
de proporcionar a nutrição adequada e o conforto do paciente, promovendo segurança e reduzindo
eventos adversos durante o processo.
Os distúrbios de deglutição (disfagia) podem ser decorrentes de causas neurológicas e/ou estruturais.
Têm alta taxa de ocorrência nos casos de traumas crânioencefálicos - TCE (47,5%), acidentes vascu-
lares encefálicos - AVE (30-50%), doenças neuromusculares e degenerativas (52-82%), pós-
intubação orotraqueal - IOT (16,6%), câncer de cabeça e pescoço (45%), entre outras patologias
(STEVEM et al, 1998; SERRA e SERRA, 2006; FRAGA et al, 2010). A disfagia tem, como princi-
pais consequências, os déficits nutricionais, com resultado em perda de peso e desidratação e, como
agravo, a pneumonia aspirativa. Estudos indicam que a disfagia aumenta a taxa de morbi-mortalidade
hospitalar e de reinternação, com impacto expressivo no orçamento hospitalar (KENNETH et al,
2010).
Considerando o HC-UFTM um hospital terciário regional, referência para casos de média e alta
complexidade, faz-se fundamental a estruturação do atendimento ao paciente disfágico a fim de pro-
mover as adaptações e orientações adequadas, reduzindo os custos e promovendo qualidade no cui-
dado do paciente.
Neste contexto, o profissional fonoaudiólogo tem sua atuação no ambiente hospitalar inserida de
forma multi e interdisciplinar, com o objetivo de prevenir e reduzir complicações a partir do gerenci-
amento da deglutição. O fonoaudiólogo é o profissional habilitado para realizar a avaliação, diagnós-
tico e tratamento das disfagias orofaríngeas, bem como o gerenciamento destas nas diferentes faixas
etárias (Conselho Federal de Fonoaudiologia – CFF, Resolução nº 356, de 06 de dezembro de 2008).
A elaboração do procedimento operacional padrão (POP) para norteamento da atuação fonoaudioló-
gica com o paciente disfágico visa aumentar a qualidade do atendimento e permitir controle pela
equipe dos dados coletados para análise e definição de condutas (PADOVANI et al, 2007).
O objetivo desse POP é padronizar o processo e o protocolo de avaliação da deglutição nos pacientes
adultos e idosos internados no HC-UFTM.

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2. DESCRIÇÃO DAS TAREFAS

2.1 Pedido de avaliação da deglutição

A avaliação fonoaudiológica da deglutição deverá ser solicitada pelo médico responsável mediante
interconsulta sinalizada no Aplicativo de Gestão para Hospitais Universitários (AGHU) - consulto-
ria). Em caso de falha no sistema AGHU a solicitação deverá ser realizada em ficha física de pedido
de interconsulta, que será entregue diretamente ao fonoaudiólogo, inserido no escaninho de intercon-
sulta do setor, ou entregue na Unidade de Reabilitação.
Considerando as particularidades de cada setor, serão aceitas solicitações verbais para os casos em
que a avaliação da deglutição se faz necessária em carácter emergencial, não sendo possível a reali-
zação do pedido de interconsulta no momento, ou quando o aguardo desta interferir prejudicialmente
na evolução do paciente. Entretanto, as solicitações verbais deverão ser devidamente registradas no
prontuário do paciente.
Quando o fonoaudiólogo, através de busca ativa, localizar sujeitos com critério para avaliação, seja
por meio de observação direta do caso ou relato de outros profissionais, poderá comunicar o médico
responsável para que, a critério do mesmo, o fonoaudiólogo realize a intervenção. A sugestão de ava-
liação fonoaudiológica poderá ser evoluída no prontuário do paciente.
Cabe ao fonoaudiólogo analisar o pedido de avaliação, juntamente com o prontuário e a avaliação do
paciente, e optar ou não pela sua realização, deixando registrado no prontuário ou no pedido de inter-
consulta/consultoria as razões do adiamento ou impossibilidade de realização do procedimento (óbito
ou alta hospitalar, paciente em IOT ou com extubação < 24h pós IOT prolongada, não alerta, com
instabilidade clínica, entre outros).
Uma vez realizada a solicitação de avaliação fonoaudiológica pela equipe médica e iniciada a inter-
venção fonoaudiológica, o paciente permanecerá em acompanhamento da fonoaudiologia no referido
setor solicitante, considerando as condições clínicas para a manutenção ou suspensão do atendimen-
to. Em caso de mudança de setor e consequente alteração da equipe médica assistente, o atendimento
fonoaudiológico será suspenso até que a equipe atual acione o serviço de fonoaudiologia através de
nova interconsulta para seguimento do caso.

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De forma geral, é indicada a avaliação fonoaudiológica nos seguintes casos:
- Pacientes em uso de sonda nasoenteral;
- Pacientes com queixa de tosse e/ou engasgos frequentes;
- Pacientes referindo sentir o alimento “parado na garganta”;
- Pacientes que referem falta de ar durante a alimentação;
- Pacientes com regurgitação nasal do alimento;
- Pacientes com excesso de resíduo em cavidade oral após a deglutição;
- Pacientes com dificuldade no controle salivar (escape extraoral, engasgos, entre outros);
- Pacientes com perda de peso acentuada, não justificada por baixa ingesta alimentar;
- Pacientes com diagnóstico de disfagia e/ou pneumonia aspirativa;
- Outros casos em que haja suspeita de alterações no processo de alimentação.

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A fim de guiar a decisão da equipe médica quanto à solicitação da avaliação fonoaudiológica da
deglutição, sugere-se o uso do instrumento de triagem: “Disfagia: identificação de critérios de risco
maiores e menores” exposto nos quadros 1 e 2.

Quadro 1 Fatores de risco para disfagia a serem investigados na triagem


Fatores de risco Relação com aumento de risco

Doenças de base, antecedentes e Disfagia neurogênica: AVE, TCE, doença de Parkinson, de-
comorbidades mências, ELA, EM, tumores do SNC, distrofias musculares,
miastenia grave, polineuropatia do doente crítico;

Disfagia mecânica: cirurgias e ferimento por arma de fogo em


região de cabeça e pescoço, cirurgias e osteófito cervical;

Demais condições clínicas: IOT, TQT, rebaixamento do nível


de consciência, delirium.

Comorbidades: DPOC, DRGE

Presença de sinais clínicos de Tosse


aspiração durante e após as Engasgo
refeições
Voz molhada
Dispneia
Ocorrência de complicações Investigar a ocorrência de episódios de pneumonia e a relação
pulmonares com disfagia.

Funcionalidade da alimentação Dependência motora para alimentação: utilização de utensílios


modificados e ajuda para alimentação.

Tempo de refeição: maior ou igual a 30 a 40 min.

Mudança de consistência alimentar: involução da consistência

Perda de peso Investigar se houve perda de peso não programada nos últimos
3 meses

AVE: acidente vascular encefálico; TCE: traumatismo cranioencefálico; ELA: esclerose lateral amio-
trófica; EM: esclerose múltipla; SNC: sistema nervoso central; IOT: intubação orotraqueal; TQT: tra-
queostomia; DPOC: doença pulmonar obstrutiva crônica; DRGE: doença do refluxo gastroesofágico.

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Quadro 2 Identificação de risco de disfagia em idosos.

Indicação

No de critérios para para avaliação


Critérios Sinais de risco para disfagia
caracterizar risco fonoaudiológica

Doenças de base, antecedentes e

comorbidades
Critérios Presença de um ou
Maiores mais
Presença de sinais clínicos de aspiração

Ocorrências de complicações pulmonares

Funcionalidade da alimentação
Critérios Presença de dois ou
menores mais
Perda de peso

Fonte: Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia. I Consenso Brasileiro de Nutrição e Disfagia em Idosos Hospitalizados.
Barueri, SP : Minha Editora, 2011.

2.2 Procedimento de avaliação

A avaliação da deglutição em adultos e idosos será um procedimento padronizado entre os fonoau-


diólogos da Unidade de Reabilitação. Para tanto, o “Protocolo de Avaliação” (anexo I) será sempre
utilizado na primeira avaliação da deglutição do paciente realizado pela equipe de fonoaudiologia,
independentemente do setor em que se dê o processo, a fim de facilitar a comunicação entre os
membros da equipe.
A avaliação da deglutição constitui-se de duas etapas: a avaliação estrutural e a avaliação funcional,
que poderão ser realizadas juntas ou em momentos diferentes, conforme decisão do fonoaudiólogo
que conduz o procedimento.
Na avaliação estrutural serão observados aspectos cognitivos; morfológicos; força, mobilidade, coor-
denação e sensibilidade dos órgãos fonoarticulatórios; tipo de respiração; qualidade vocal; presença
do reflexo de deglutição, de vômito ou reflexos arcaicos; tosse e pigarro espontâneos e a deglutição
de saliva.

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A avaliação funcional será realizada preferencialmente quando o paciente tiver condições clínicas
para a oferta de alimentos por via oral, nível de consciência preservado e desempenho satisfatório na
avaliação estrutural.
Para a avaliação funcional serão utilizadas diferentes consistências de alimentos, seguindo as prescri-
ções de dietas existentes no hospital. As diferentes consistências poderão ser avaliadas de forma se-
quencial ou em momentos diferentes, segundo o desempenho do paciente em cada consistência tes-
tada, a segurança da oferta, queixas de saciedade ou fadiga e a disponibilidade dos alimentos a serem
ofertados.
Ao final da avaliação deverá ser registrada a conclusão e a conduta a ser tomada quanto ao processo
de alimentação do paciente no que se refere à via de alimentação, consistência dos alimentos e líqui-
dos ofertados e forma de administração.
Todos os protocolos de avaliação devem conter a assinatura e o carimbo ou número do registro pro-
fissional do fonoaudiólogo que conduziu o procedimento.

2.3 Registro do atendimento

O registro da avaliação será realizado no sistema AGHU, em forma de avalição diária. Se falha no
sistema, a avaliação será respondida na folha de consultoria ou interconsulta e anexada no prontuário
físico do paciente.
Para nortear a avaliação, será utilizado o protocolo de avaliação da deglutição (Anexo I), que será
descrito de maneira sucinta no registro da avaliação.
As reavaliações de um paciente realizadas durante uma mesma internação podem ser registradas na
evolução diária do AGHU ou na sua falha, serem registradas em folha de evolução no prontuário fí-
sico do paciente.

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REFERENCIAIS TEÓRICOS

Fraga, LM; Calvitti SV; Lima MC; Leitão MC. Nutrição na Maturidade: Aspectos da Disfagia.
Nestlé Nutrition. 2010.

Kenneth; Altman; Gou-Pei Yu; Steven; Schaefer .Consequence of Dysphagia in the Hospitalized Pa-
tient Impact on Prognosis and Hospital Resources. Arch Otolaryngol Head Neck Surg. V. 136, n.
8, p. 784-789, 2011.

Leder, SB; Cohn, SM; Moller, BA. Fiberoptic Endoscopic Documentation of the High Incidence of
Aspiration Following Extubation in Critically Ill Trauma Patients. Dysphagia. V.13, 1998.

Padovani, AR et al . Protocolo fonoaudiológico de avaliação do risco para disfagia (PARD). Rev.


soc. bras. Fonoaudiol. v. 12, n. 3, p. 199-205, 2007 .

Padovani, Aline Rodrigues. Protocolo fonoaudiológico de introdução e transição da alimentação por


via oral para pacientes com risco para disfagia (PITA) [dissertação]. São Paulo: Universidade de São
Paulo, Faculdade de Medicina; 2010 [citado 2018-06-13]. doi:10.11606/D.5.2010.tde-19042010-
110604.

Serra, ACV; Serra, LSM. Aspectos da deglutição em indivíduos com Traumatismo Cranioencefálico.
CEFAC. São Paulo, V.8, n.1, 42-9, jan-mar, 2006.

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ANEXO I – PROTOCOLO DE AVALIAÇÃO DA DEGLUTIÇÃO

HOSPITAL DE CLÍNICAS
PROTOCOLO DE AVALIAÇÃO DA DEGLUTIÇÃO SERVIÇO DE
FONOAUDIOLOGIA

Nome:__________________________________________________________________ Leito:______________ Idade:_________


RG:__________________________________ Setor:_______________________ Data da avaliação: ___________________

Data da internação: _______________ Diagnósticos: ______________________________________________________________


IOT: ______________ UTI: ___________________ Cirurgias: __________________________________________________

- Dados vitais FC:_________ PAS:__________ satO2: _________ FR:________


- Respiração ( ) Espontânea O2: _____ ( ) Ventilação Mecânica PCV PSV ( ) TQT no____ Cuff : (+) (-)
- Posicionamento [ ] Cabeça [ ] Tronco [nl:normal ou ↓ : controle reduzido]
- Atenção ( ) normal ( ) não responsivo ( ) sonolento ( ) desatento ( ) não colaborativo
- Orientação ( ) orientado ( ) confuso ( ) não avaliável
- Comunicação [ ] Compreensão [ ] Expressão [nl: normal ou ↓ : déficit] ( ) disartria ( ) apraxia ( ) afasia
- Modo de alimentação atual ( ) SOE ( ) SNE ( ) GTT/JNT fluxo: ____ ml/h ( ) VO consistência : _________ ( ) parenteral
- Apetite ( ) preservado ( ) reduzido
AVALIAÇÃO OFA
- Musculatura facial ( ) Normal ( ) Paralisia/Paresia Facial D E ( ) Rigidez
- Dentição ( ) Permanente ( ) Prótese dentária ( ) Ausência de dentes
( ) Total superior ( ) Total inferior ( ) Parcial superior ( ) Parcial inferior
( ) Bom estado de conservação ( ) Mal estado de conservação ( ) Higiene negligenciada
- Aspecto das estruturas [nl (normal) ou ↓ (reduzido)]
Língua: Força [ ] Mobilidade [ ] Coordenação [ ] Sensibilidade [ ]
Lábios: Força [ ] Mobilidade [ ] Coordenação [ ] Sensibilidade [ ]
Mandíbula: Mobilidade [ ] Sensibilidade [ ]
Palato mole: Posição [nl] [desvio D E] Mobilidade [ ]
Laringe: Mobilidade [ ] Ausculta [ ]
- Reflexos GAG: ( ) presente ( ) aumentado/anteriorizado ( ) reduzido ( ) ausente
Arcaicos: ( ) succção ( ) mordida
- Qualidade vocal ( ) normal ( ) rouca ( ) soprosa ( ) astenica ( ) tensa ( ) instável ( ) molhada
- Tosse ( ) ausente ( ) ineficaz ( ) eficaz ( ) produtiva ( ) não-produtiva
- Pigarro voluntário ( ) ausente ( ) ineficaz ( ) eficaz
- Deglutição de saliva ( ) espontânea: ( ) frequêcia reduzida ( ) ineficaz ( ) eficaz
( ) sob demanda apenas ( ) escape extraoral ( ) retirada espontânea ( ) xerostomia ( ) engasgo
- Blue Dye Test ( + ) ( - ) ( ) não avaliado

AVALIAÇÃO FUNCIONAL Líquido Líquido-grosso Pastoso Sólido


3 ml 5 ml Livre 3 ml 5 ml Livre
Captação oral ineficiente
Escape extraoral
Trânsito oral lentificado
Mastigação ineficaz ------ ------ ------- ------- ------- ------
Resíduo oral
Elevação laríngea reduzida
Tosse
Pigarro
Ausculta cervical alterada
Alteração da qualidade vocal
Dispnéia
Queda na satO2
Deglutição incompleta
Deglutições múltiplas
Odinofagia
[Legenda: (+) : ALTERADO / ( - ): NORMAL - sinal ausente]

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CONCLUSÃO
( ) deglutição normal/funcional disfagia: ( ) leve ( ) moderada ( ) severa

CONDUTA
( ) Dieta enteral
( ) Dieta via oral Consitência alimento: ( ) Geral ( ) Branda ( ) Pastosa ( ) Líquido-pastosa ( ) Líquida
Consistência líquidos: ( ) livres ( ) espessados: néctar mel pudim
Modo de oferta: ( ) colher ( ) copo ( ) canudo ( ) seringa ( ) pedaços ( ) indiferente
( ) assistida ( ) independente

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ANEXO II – GUIA INSTRUCIONAL DO PROTOCOLO DE AVALIAÇÃO DA

DEGLUTIÇÃO

Segue a descrição dos campos do protocolo de avaliação da deglutição e orientações sobre o


seu preenchimento.

Dados do paciente

Nome: Nome completo do paciente

Leito: Número do leito, descrito por três números e uma letra (ex. 104-B) em que o paciente está in-
ternado no momento da avaliação;

Idade: em anos

RG: Registro geral do HC-UFTM

Setor: setor do hospital em que o paciente está internado no momento da avaliação. São consideradas
as seguintes siglas:
- PSA: pronto socorro adulto
- UTI – A / UTI – C: Unidade de Terapia Intensiva Adulto/Coronariana
- UDIP: Unidade de Doenças Infecto-Parasitárias
- CM: Clínica Médica
- CC: Clínica Cirúrgica
- GO: Ginecologia-Obstetrícia (Hospital da Mulher)

Informações sobre o caso

Data da internação: data em que o paciente deu entrada no HC-UFTM, no primeiro setor de interna-
ção (em geral, no PSA);

Diagnósticos: Diagnósticos clínicos do paciente no momento da avaliação, incluídos diagnóstico


atual e de doenças crônicas relacionadas, conforme descritos no prontuário médico;

IOT: Intubação Orotraqueal – registrar se o paciente passou por intubação orotraqueal nesta interna-
ção, o número de dias de uso do tubo orotraqueal e a data da extubação [ex.”IOT: 7 dias (até 22/05)”]

UTI: Unidade de Terapia Intensiva – registrar se o paciente permaneceu internado em UTI e o tempo
de permanência

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Cirurgias: Registrar as cirurgias que o paciente realizou durante esta internação, se aplicável, ou ou-
tras cirurgias prévias que julgar importantes para a análise do caso.

Dados Vitais

FC: frequência cardíaca (em batimentos por minuto - bpm), parâmetro de normalidade adulto: 60-
100 bpm em repouso.

PAS: Pressão arterial sistêmica

satO2: saturação periférica de oxigênio (em percentual): mensurada por oxímetro de pulso, parâmetro
de normalidade adulto: >90%.

FR: frequência respiratória (em incursões por minuto – ipm), parâmetro de normalidade adulto: 12-
20 ipm.

Respiração

Espontânea: o paciente respira de forma independente, sem o auxílio de ventiladores.

O2: oxigênio – volume (em litros) do oxigênio que vem sendo ofertado como suporte ao paci-
ente via máscara ou catéter, facial ou de traqueostomia, no momento da avaliação.

Ventilação Mecânica: o paciente está conectado a um ventilador, para auxílio ou controle da respira-
ção, no momento da avaliação.

PCV: Pressão Ventilatória controlada

PSV: Pressão Ventilatória de suporte

TQT: traqueostomia – se o paciente faz uso de cânula de traqueostomia para respiração.

No: número – referente ao diâmetro da cânula de traqueostomia.

Cuff: situação do balonete associado à cânula de traqueostomia plástica, podendo estar infla-
do (+) ou desinflado (-), não marcar nenhuma opção caso o paciente faça uso de cânula sem balonete.

Posicionamento

Cabeça: controle cervical. Observar se o paciente é capaz de manter a cabeça reta e movimentá-la
voluntariamente. Anotar: “nl” – se normal ou “↓” – se houver controle reduzido.

Tronco: controle postural. Observar se o paciente é capaz de manter-se sentado sem apoio de tronco
ou ajuda externa. Anotar: “nl” – se normal ou “↓” – se houver controle reduzido.

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Atenção

Normal: paciente capaz de manter-se contactuante durante toda a avaliação, percebe a presença do
avaliador e não se dispersa com estímulos competitivos.

Não responsivo: paciente comatoso ou em coma vigil, não realiza contato ocular, ou não reage ao
chamado verbal ou ao toque.

Sonolento: o paciente adormece durante a avaliação e tem tempo aumentado às respostas.

Desatento: o paciente tem tempo de atenção reduzido (inferior a cinco minutos) ou se distraí facil-
mente com outros estímulos durante a avaliação.

Não colaborativo: o paciente realiza contato ocular e percebe a presença do avaliador, mas se recusa
a realizar as atividades propostas ou a realizar a avaliação funcional, sem que seu comportamento
possa ser atribuído a alterações de linguagem.

Orientação

Orientado: o paciente é capaz de referir informações sobre si (“quantos anos você tem?”), sobre o
tempo (“em que mês estamos?”) e espaço (“onde estamos agora?”).

Confuso: o paciente é incapaz de responder corretamente ao menos uma das questões elencadas aci-
ma

Não avaliável: o paciente está impossibilitado de verbalizar ou indicar a resposta, devido a um dis-
túrbio de linguagem, alteração do nível de consciência ou atenção reduzida.

Comunicação

Compreensão: compreensão oral - o paciente é capaz de apontar objetos e partes do corpo, responder
corretamente perguntas abertas e fechadas, verbalmente ou com gestos. Anotar: “nl” – se normal ou
“↓” – se houver déficit de compreensão.

Expressão: qualquer alteração da expressão verbal que comprometa a inteligibilidade e compreensão


da fala do paciente por seu interlocutor, seja decorrente de alterações cognitivas, neurológicas ou
oromiofuncionais. Anotar: “nl” – se normal ou “↓” – se houver déficit de compreensão. O distúrbio
expressivo pode, se aplicável, ser definido como um dos quadros abaixo:

Disartria: distúrbio de fala caracterizado pela alteração neurológica central ou periférica das
cinco bases motoras: respiração, articulação, voz, ressonância vocal e prosódia.

Apraxia: (de fala) distúrbio de fala definido como um déficit na habilidade de sequencializar
comandos motores necessários para a produção voluntária da fala.

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Afasia: distúrbio de linguagem de origem neurológica caracterizado por alteração da compre-
ensão e expressão oral e gráfica.

Modo de alimentação atual

SOE/SOG: sonda oroenteral/orogástrica

SNE/SNG: sonda nasoenteral/nasogástrica

GTT/JNT: gastrostomia/jejunostomia

Fluxo: velocidade de oferta da dieta por via alternativa de alimentação, seja SOE/SOG,
SNO/SNE ou GTT/JNT, conforme definido na prescrição médica (em ml/h).

VO consistência: alimentação via oral na consistência especificada, podendo ser: líquida restrita, lí-
quida, líquido-pastosa, pastosa, branda ou geral.

Parenteral: via alternativa de alimentação infundida por acesso venoso.

OBS: Caso o paciente esteja recebendo alimentação mista, marcar mais de uma opção.

Apetite

Preservado: o paciente relata fome ou vontade de se alimentar. Se liberada dieta via oral avalia-se
com observação à aceitação do paciente.

Reduzido: ausência de vontade de se alimentar ou aceitação da dieta via oral inferior a 50%.

AVALIAÇÃO DOS ÓRGÃOS FONO-ARTICULATÓRIOS (OFA)

Musculatura facial

Normal: face no repouso sem sinais de alteração do tônus muscular e mobilidade preservada.

Paralisia/ Paresia Facial: observado desvio de rima labial no repouso ou ausência/redução dos mo-
vimentos dos músculos faciais, conforme o lado especificado. Assinalar: “D” – direita ou “E” – es-
querda.

Rigidez: observado aumento da resistência muscular ao movimento passivo, hipertonia ou espastici-


dade.

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Dentição

Tipo de dentição:

Permanente: presença de dentição definitiva, associada ou não à prótese dentária parcial.

Prótese dentária: incluídas próteses removíveis totais ou pontes dentárias.

Ausência de dentes: ausência completa de dentes superiores e inferiores no momento da ava-


liação. Marcar também caso o paciente seja usuário de prótese dentária removível, porém não a esti-
ver utilizando durante a avaliação.

Caracterização da dentição:

Total superior / Total Inferior / Parcial superior / Parcial inferior: assinalar conforme cor-
respondente, sendo uma opção para arcada superior e outra para inferior. É considerada dentição to-
tal a presença de 28-32 dentes (14-16 em cada arcada), e parcial a presença de dentes inferior ao nú-
mero total.

Caracterização do aspecto dos dentes

Bom estado de conservação: dentes íntegros e adequadamente higienizados;

Mau estado de conservação: presença de cáries, manchas ou sinais de deterioração dos den-
tes;

Higiene negligenciada: dentes e cavidade oral com resíduo de alimentos, placa bacteriana ou
outros sinais de higienização precária da cavidade oral, podendo estar associado a halitose.

Aspecto das estruturas

Para cada estrutura serão analisados os aspectos: “força”, “mobilidade”, “coordenação” e “sensibili-
dade” conforme definido a seguir, e deverá ser anotado “nl” para normal e “↓” para alterado ou redu-
zido em cada estrutura e aspecto avaliados.

Língua
- Força: contrarresistência à espátula no movimento de protrusão;
- Mobilidade: movimentos de retração-protrusão, lateralização e abaixamento-elevação;
- Coordenação: capacidade de realizar movimentos alternados em sequência (como laterali-
zação direita-esquerda). Mínimo 05 vezes em 05 segundos.
- Sensibilidade: tátil – toque com espátula ou cotonete; e térmico-gustativa – toque com gelo
e uso de sabores.

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Lábios
- Força: contrarresistência à espátula no movimento de protrusão, ou movimento contrário
com as mãos ao redor dos lábios durante a protrusão.
- Mobilidade: movimentos de retração-protrusão (bico-sorriso)
- Coordenação: movimento de retração-protrusão labial em sequência. Mínimo de 05 movi-
mentos em 05 segundos.
- Sensibilidade: tátil e térmica

Mandíbula
- Mobilidade: abertura-fechamento e lateralização da mandíbula.
- Sensibilidade: tátil – toque com a espátula ou o dedo, com o paciente de olhos fechados.

Palato mole
- Posição: avaliada no repouso e descrita em relação à linha média como normal, quando cen-
tralizada, ou com desvio à direita ou à esquerda – anotar “D” ou “E”;
- Mobilidade: elevação à emissão de fonema oral (/a/ ou equivalente), ou ao toque.
Laringe:
- Mobilidade: elevação laríngea durante a emissão de fonema agudo ou hiperagudo;
- Ausculta: ausculta cervical prévia à deglutição. Alterada quando houver sons sugestivos de
secreção na região cervical.

Reflexos

GAG: reflexo de vômito/nauseoso


Normal: quando elucidado tocando-se na parte posterior da língua.
Aumentado/anteriorizado: quando iniciado ao toque em parte média/anterior da língua;
Reduzido: quando ao toque em arco palato-faríngeo ou parede posterior da faringe;
Ausente: quando não observado reflexo nauseoso.

Arcaicos
Trancamento/Mordida: eliciado ao toque nos lábios ou gengiva do paciente, que pressiona os
dentes em resposta;
Sucção: eliciado ao toque nos lábios ou parte anterior da língua do paciente, que suga em res-
posta.

Qualidade vocal

Avaliada durante a fala espontânea ou na emissão prolongada dos fonemas /a, /i/, /u/, /s, /z/. Poden-
do ser classificada como: “normal”, “rouca”, “soprosa”, “astênica”, “tensa”, “instável”, e “molhada”.
Obs.: Caso o paciente apresente qualidade vocal com múltiplas características, assinalar mais de uma
opção.

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Tosse/Pigarro voluntário

Avaliado após comando verbal, demonstração pela avaliadora ou estímulo tátil por manobra
de fúrcula (para tosse) ou manipulação laríngea (para pigarro). Pode ser classificado como:

Eficaz: capaz de mobilizar a secreção e realizar a higiene brônquica

Ineficaz: tosse/pigarro fraco, insuficiente para proteção de vias aéreas inferiores

Produtiva (tosse): tosse “molhada”, quando há ausculta de roncos ou secreção.

Não-produtiva (tosse): tosse “seca”, sem ausculta de secreção.

Deglutição de saliva

Espontânea: quando observadas deglutições durante a avaliação, sem necessidade de coman-


do verbal pelo avaliador. Deve ser classificada como:

Frequência reduzida: quando frequência de deglutições espontâneas for menor que cinco mi-
nutos entre deglutições, acompanhada de estase em cavidade oral.

Ineficaz: quando observada estase de saliva em cavidade oral, apesar de deglutições com fre-
quência normal ou aumentada.

Eficaz: quando observadas deglutições espontâneas, sem acúmulo significativo de saliva em


cavidade oral.

Sob demanda apenas: quando o paciente deglute apenas sob comando verbal do avaliador,
não sendo observadas deglutições espontâneas;

Escape extraoral: escorrimento de saliva pelos lábios durante o repouso;

Retirada espontânea: quando o paciente voluntariamente acumula e retira a saliva da cavida-


de oral;

Xerostomia: Boca seca. Reduzida secreção de saliva, podendo dificultar a deglutição.

Engasgo: observado engasgos ou tosse com a saliva, devido à ausência de deglutições espon-
tâneas, ou deglutições reduzidas e ineficazes.

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Blue Dye Test

Análise da deglutição de saliva ou do alimento ofertado com uso de corante azul alimenticio
em pacientes traqueostomizados. Para o blue dye test deve-se corar a cavidade oral do paciente com
quatro gotas do corante a cada quatro horas (ao menos duas vezes no plantão) e realizar a aspiração
traqueal ao longo do dia – ou orientar equipe de enfermagem e fisioterapia para que o faça – obser-
vando se há saída se corante azulado pela cânula de traqueostomia.

Anotar:

(+): Positivo. Quando observada saída de secreção azulada durante a aspiração traqueal – indicativo
de aspiração de saliva

(-): Negativo. Quando não houver saída de corante pela cânula de traqueostomia em nenhuma aspira-
ção traqueal ao longo do dia – sugestivo de deglutição funcional de saliva.

AVALIAÇÃO FUNCIONAL

Para a avaliação funcional são testados alimentos nas consistências disponibilizadas pelo HC,
ou com adequações julgadas pertinentes pelo profissional. Ficam aqui definidas as consistências,
conforme a nomenclatura utilizada pelo Serviço de Nutrição e Dietética da Instituição:

Líquido: líquidos finos, como: água, suco, chá ou leite;

Líquido-Pastoso: líquido grosso (consistência “mel” ou “pudim”), como: mingau, sopas grossas, io-
gurte ou purê.

Pastoso: sólidos macios, com necessidade de pouca mastigação, como: frutas macias (banana, ma-
mão), pão de leite ou legumes cozidos.

Sólido (Branda ou Geral): alimentos que exigem mastigação, como: carne em pedaços ou frutas du-
ras.

Cada consistência deverá ser avaliada em três volumes, quando possível (3ml, 5ml e livre).
Para alimentos pastosos e sólidos serão testados três pedaços de cada.

Deverão ser anotados os alimentos utilizados em cada consistência, bem como a quantidade
total ofertada, logo abaixo do nome da consistência no quadro.

Para cada consistência e volume testados, deverão ser observados os seguintes sinais de dis-
fagia e anotados: (+) para sinal presente, ou seja, deglutição alterada, e (-) para sinal ausente.

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Captação oral ineficiente: o paciente é incapaz de retirar de forma eficaz o volume de alimento da
colher ou copo, ou de partir o alimento sólido.

Escape extraoral: após a captação oral há escorrimento do alimento pelos lábios antes ou durante a
deglutição;

Trânsito oral lentificado: tempo entre a captação do bolo e o disparo do reflexo de deglutição au-
mentado. Considera-se lentificado quando ≥4 segundos para líquidos e líquidos espessados; e ≥ 17
segundos para pastosos e sólidos.

Mastigação ineficaz: (alimento pastoso ou sólido) o paciente é incapaz de lateralizar o alimento e


transformá-lo em um bolo homogêneo, ou é incapaz de realizar movimentos de rotação de mandíbu-
la;

Resíduo oral: restos de alimento na cavidade oral superior a 25% do volume ofertado;

Elevação laríngea reduzida: avaliada com a colocação dos dedos do examinador sobre a cartilagem
tireoidea. Considera-se reduzida quando a elevação durante a deglutição é inferior a dois dedos do
avaliador (aprox. 2cm);

Tosse: observada tosse reflexa antes, durante ou após a deglutição;

Pigarro: presença de pigarro após a deglutição;

Ausculta cervical alterada: quando há modificação da ausculta cervical antes e após a deglutição su-
gestiva de secreção ou alimento acumulado na região;

Alteração da qualidade vocal: presença de voz molhada ou soprosa após a deglutição, em padrão
diferente o observado anteriormente;

Dispnéia: aumento da frequência respiratória (acima de 20ipm), desconforto respiratório ou relato de


fadiga após a deglutição;

Queda na satO2: redução superior a 5% na saturação de oxigênio após a deglutição, em relação à


mensurada no início da avaliação (positivo apenas se saturação final for < 92%);

Deglutição incompleta: o paciente é incapaz de disparar a fase faríngea da deglutição;

Deglutições múltiplas: o paciente realiza três ou mais deglutições para esvaziamento da cavidade
oral.

Odinofagia: relato de dor ao deglutir.

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Blue Dye Test Modificado

Para o blue dye test modificado utilizar o corante alimentício azul entre seis e 8 gotas (em
torno de 0,5ml) nas consistências pastosa e líquida, com o cuff desinsuflado, e aspiração traqueal
imediata.

Anotar:

(+): Positivo. Quando observada saída de secreção azulada durante a aspiração traqueal – indicativo
de aspiração e alimento.

(-): Negativo. Quando não houver saída de corante pela cânula de traqueostomia em nenhuma aspira-
ção traqueal ao longo do dia – sugestivo de deglutição funcional de alimento.

CONCLUSÃO

Deglutição normal/funcional: não observados sinais clínicos sugestivos de disfagia orofaríngea du-
rante a avaliação funcional da deglutição.

Disfagia: deve ser classificada como:

Leve: quando houver estase oral pequena após a deglutição, alteração da mastigação ou esca-
pe extraoral e ausência de deglutições múltiplas, tosse ou sinais de penetração/aspiração laríngea;

Moderada: quando houver estase salivar moderada, estase oral de alimento pós-deglutição,
deglutições múltiplas, pigarro após a deglutição e tosse ou alteração da ausculta cervical para alimen-
tos “líquidos-finos”, sem alteração para demais consistências e sem sinais de desconforto respiratório
associado;

Severa: quando houver estase salivar em grande quantidade, propulsão do alimento débil ou
ausente, sinais de aspiração traqueal e desconforto respiratório para mais de uma consistência avalia-
da.

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CONDUTA

Dieta Enteral: uso de via alternativa de alimentação (SOE/SNE, SOG/SNG ou GTT/JNT) como
forma preferencial ou exclusiva de alimentação.

Dieta Via Oral: possibilidade de oferta via oral segura, com as adequações especificadas nos campos
seguintes.

Consistência alimento: consistência preferencial da refeição de deve ser ofertada ao paciente,


em relação à classificação disponibilizada pelo Serviço de Nutrição e Dietética, podendo ser “geral”,
“branda”, “pastosa”, “líquido-pastosa”, “líquida”.

Consistência líquido: consistência preferencial dos líquidos e da hidratação ofertada (água,


sucos, chá, etc.). Podendo ser “livre” quando não houver modificação necessária da consistência ou
“espessado”, preferencialmente com espessante alimentar – disponibilizado pelo Serviço de Nutrição
e Dietética ou adquirido pelo paciente – na consistência especificada: “néctar”, “mel” ou “pudim”.

Modo de oferta

Utensílio: utensílio seguro para a oferta da dieta ao paciente, que deverá ser fornecido
pela equipe de enfermagem, pelo Serviço de Nutrição e Dietética ou profissional presente no mo-
mento da alimentação.

Obs: caso o “modo de oferta” (utensílios) utilizado para oferta de sólidos se diferenciar da oferta de
líquidos, indicar no campo “observações”.

Nível de auxílio:

Assistida – é necessário ofertar o alimento ao paciente, podendo ser realizada a


oferta pela equipe de enfermagem ou pelo acompanhante, se autorizado.

Independente – o paciente não necessita auxílio externo para se alimentar.

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HOSPITAL DE CLÍNICAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO
MINEIRO (HC-UFTM)
Avenida Getúlio Guaritá, 130
Bairro Abadia | CEP: 38025-440 | Uberaba-MG |
Unidade de Reabilitação
Telefone: (34) 3318-5278 | Sítio: www.ebserh.gov.br/web/hc-uftm

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