Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Unidade de Reabilitação/12/2015
Avaliação da Disfagia em
Clientes Adultos e Idosos
Versão 2.0
2018
Procedimento Operacional Padrão
Unidade de Reabilitação/12/2015
Versão 2.0
® 2018, Ebserh. Todos os direitos reservados
Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares – Ebserh
www.ebserh.gov.br
Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (HC-UFTM), administrado pela Eb-
serh – Ministério da Educação
POP: Avaliação da Disfagia em Clientes Adultos e Idosos - Unidade de Reabilitação, Uberaba, 2018 –
Versão 2.0. 28p.
EXPEDIENTE
Produção
HISTÓRICO DE REVISÕES
Autor/responsável por
Data Versão Descrição Gestor do POP
alterações
OBJETIVO ...................................................................................................................................... 7
GLOSSÁRIO...................................................................................................................................7
APLICAÇÃO .................................................................................................................................. 8
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 9
GLOSSÁRIO
DOCUMENTOS RELACIONADOS
Pedido de Interconsulta
Protocolo de avaliação da deglutição
APLICAÇÃO
A nutrição eficaz e segura é parte fundamental do processo de recuperação dos pacientes (clientes)
internados no ambiente hospitalar. A decisão pelo tipo de alimento e via preferencial de nutrição (via
oral – VO) ou via alternativa de alimentação) deve ser embasada por critérios clínicos com o objetivo
de proporcionar a nutrição adequada e o conforto do paciente, promovendo segurança e reduzindo
eventos adversos durante o processo.
Os distúrbios de deglutição (disfagia) podem ser decorrentes de causas neurológicas e/ou estruturais.
Têm alta taxa de ocorrência nos casos de traumas crânioencefálicos - TCE (47,5%), acidentes vascu-
lares encefálicos - AVE (30-50%), doenças neuromusculares e degenerativas (52-82%), pós-
intubação orotraqueal - IOT (16,6%), câncer de cabeça e pescoço (45%), entre outras patologias
(STEVEM et al, 1998; SERRA e SERRA, 2006; FRAGA et al, 2010). A disfagia tem, como princi-
pais consequências, os déficits nutricionais, com resultado em perda de peso e desidratação e, como
agravo, a pneumonia aspirativa. Estudos indicam que a disfagia aumenta a taxa de morbi-mortalidade
hospitalar e de reinternação, com impacto expressivo no orçamento hospitalar (KENNETH et al,
2010).
Considerando o HC-UFTM um hospital terciário regional, referência para casos de média e alta
complexidade, faz-se fundamental a estruturação do atendimento ao paciente disfágico a fim de pro-
mover as adaptações e orientações adequadas, reduzindo os custos e promovendo qualidade no cui-
dado do paciente.
Neste contexto, o profissional fonoaudiólogo tem sua atuação no ambiente hospitalar inserida de
forma multi e interdisciplinar, com o objetivo de prevenir e reduzir complicações a partir do gerenci-
amento da deglutição. O fonoaudiólogo é o profissional habilitado para realizar a avaliação, diagnós-
tico e tratamento das disfagias orofaríngeas, bem como o gerenciamento destas nas diferentes faixas
etárias (Conselho Federal de Fonoaudiologia – CFF, Resolução nº 356, de 06 de dezembro de 2008).
A elaboração do procedimento operacional padrão (POP) para norteamento da atuação fonoaudioló-
gica com o paciente disfágico visa aumentar a qualidade do atendimento e permitir controle pela
equipe dos dados coletados para análise e definição de condutas (PADOVANI et al, 2007).
O objetivo desse POP é padronizar o processo e o protocolo de avaliação da deglutição nos pacientes
adultos e idosos internados no HC-UFTM.
A avaliação fonoaudiológica da deglutição deverá ser solicitada pelo médico responsável mediante
interconsulta sinalizada no Aplicativo de Gestão para Hospitais Universitários (AGHU) - consulto-
ria). Em caso de falha no sistema AGHU a solicitação deverá ser realizada em ficha física de pedido
de interconsulta, que será entregue diretamente ao fonoaudiólogo, inserido no escaninho de intercon-
sulta do setor, ou entregue na Unidade de Reabilitação.
Considerando as particularidades de cada setor, serão aceitas solicitações verbais para os casos em
que a avaliação da deglutição se faz necessária em carácter emergencial, não sendo possível a reali-
zação do pedido de interconsulta no momento, ou quando o aguardo desta interferir prejudicialmente
na evolução do paciente. Entretanto, as solicitações verbais deverão ser devidamente registradas no
prontuário do paciente.
Quando o fonoaudiólogo, através de busca ativa, localizar sujeitos com critério para avaliação, seja
por meio de observação direta do caso ou relato de outros profissionais, poderá comunicar o médico
responsável para que, a critério do mesmo, o fonoaudiólogo realize a intervenção. A sugestão de ava-
liação fonoaudiológica poderá ser evoluída no prontuário do paciente.
Cabe ao fonoaudiólogo analisar o pedido de avaliação, juntamente com o prontuário e a avaliação do
paciente, e optar ou não pela sua realização, deixando registrado no prontuário ou no pedido de inter-
consulta/consultoria as razões do adiamento ou impossibilidade de realização do procedimento (óbito
ou alta hospitalar, paciente em IOT ou com extubação < 24h pós IOT prolongada, não alerta, com
instabilidade clínica, entre outros).
Uma vez realizada a solicitação de avaliação fonoaudiológica pela equipe médica e iniciada a inter-
venção fonoaudiológica, o paciente permanecerá em acompanhamento da fonoaudiologia no referido
setor solicitante, considerando as condições clínicas para a manutenção ou suspensão do atendimen-
to. Em caso de mudança de setor e consequente alteração da equipe médica assistente, o atendimento
fonoaudiológico será suspenso até que a equipe atual acione o serviço de fonoaudiologia através de
nova interconsulta para seguimento do caso.
Doenças de base, antecedentes e Disfagia neurogênica: AVE, TCE, doença de Parkinson, de-
comorbidades mências, ELA, EM, tumores do SNC, distrofias musculares,
miastenia grave, polineuropatia do doente crítico;
Perda de peso Investigar se houve perda de peso não programada nos últimos
3 meses
AVE: acidente vascular encefálico; TCE: traumatismo cranioencefálico; ELA: esclerose lateral amio-
trófica; EM: esclerose múltipla; SNC: sistema nervoso central; IOT: intubação orotraqueal; TQT: tra-
queostomia; DPOC: doença pulmonar obstrutiva crônica; DRGE: doença do refluxo gastroesofágico.
Indicação
comorbidades
Critérios Presença de um ou
Maiores mais
Presença de sinais clínicos de aspiração
Funcionalidade da alimentação
Critérios Presença de dois ou
menores mais
Perda de peso
Fonte: Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia. I Consenso Brasileiro de Nutrição e Disfagia em Idosos Hospitalizados.
Barueri, SP : Minha Editora, 2011.
O registro da avaliação será realizado no sistema AGHU, em forma de avalição diária. Se falha no
sistema, a avaliação será respondida na folha de consultoria ou interconsulta e anexada no prontuário
físico do paciente.
Para nortear a avaliação, será utilizado o protocolo de avaliação da deglutição (Anexo I), que será
descrito de maneira sucinta no registro da avaliação.
As reavaliações de um paciente realizadas durante uma mesma internação podem ser registradas na
evolução diária do AGHU ou na sua falha, serem registradas em folha de evolução no prontuário fí-
sico do paciente.
Fraga, LM; Calvitti SV; Lima MC; Leitão MC. Nutrição na Maturidade: Aspectos da Disfagia.
Nestlé Nutrition. 2010.
Kenneth; Altman; Gou-Pei Yu; Steven; Schaefer .Consequence of Dysphagia in the Hospitalized Pa-
tient Impact on Prognosis and Hospital Resources. Arch Otolaryngol Head Neck Surg. V. 136, n.
8, p. 784-789, 2011.
Leder, SB; Cohn, SM; Moller, BA. Fiberoptic Endoscopic Documentation of the High Incidence of
Aspiration Following Extubation in Critically Ill Trauma Patients. Dysphagia. V.13, 1998.
Serra, ACV; Serra, LSM. Aspectos da deglutição em indivíduos com Traumatismo Cranioencefálico.
CEFAC. São Paulo, V.8, n.1, 42-9, jan-mar, 2006.
HOSPITAL DE CLÍNICAS
PROTOCOLO DE AVALIAÇÃO DA DEGLUTIÇÃO SERVIÇO DE
FONOAUDIOLOGIA
CONDUTA
( ) Dieta enteral
( ) Dieta via oral Consitência alimento: ( ) Geral ( ) Branda ( ) Pastosa ( ) Líquido-pastosa ( ) Líquida
Consistência líquidos: ( ) livres ( ) espessados: néctar mel pudim
Modo de oferta: ( ) colher ( ) copo ( ) canudo ( ) seringa ( ) pedaços ( ) indiferente
( ) assistida ( ) independente
DEGLUTIÇÃO
Dados do paciente
Leito: Número do leito, descrito por três números e uma letra (ex. 104-B) em que o paciente está in-
ternado no momento da avaliação;
Idade: em anos
Setor: setor do hospital em que o paciente está internado no momento da avaliação. São consideradas
as seguintes siglas:
- PSA: pronto socorro adulto
- UTI – A / UTI – C: Unidade de Terapia Intensiva Adulto/Coronariana
- UDIP: Unidade de Doenças Infecto-Parasitárias
- CM: Clínica Médica
- CC: Clínica Cirúrgica
- GO: Ginecologia-Obstetrícia (Hospital da Mulher)
Data da internação: data em que o paciente deu entrada no HC-UFTM, no primeiro setor de interna-
ção (em geral, no PSA);
IOT: Intubação Orotraqueal – registrar se o paciente passou por intubação orotraqueal nesta interna-
ção, o número de dias de uso do tubo orotraqueal e a data da extubação [ex.”IOT: 7 dias (até 22/05)”]
UTI: Unidade de Terapia Intensiva – registrar se o paciente permaneceu internado em UTI e o tempo
de permanência
Dados Vitais
FC: frequência cardíaca (em batimentos por minuto - bpm), parâmetro de normalidade adulto: 60-
100 bpm em repouso.
satO2: saturação periférica de oxigênio (em percentual): mensurada por oxímetro de pulso, parâmetro
de normalidade adulto: >90%.
FR: frequência respiratória (em incursões por minuto – ipm), parâmetro de normalidade adulto: 12-
20 ipm.
Respiração
O2: oxigênio – volume (em litros) do oxigênio que vem sendo ofertado como suporte ao paci-
ente via máscara ou catéter, facial ou de traqueostomia, no momento da avaliação.
Ventilação Mecânica: o paciente está conectado a um ventilador, para auxílio ou controle da respira-
ção, no momento da avaliação.
Cuff: situação do balonete associado à cânula de traqueostomia plástica, podendo estar infla-
do (+) ou desinflado (-), não marcar nenhuma opção caso o paciente faça uso de cânula sem balonete.
Posicionamento
Cabeça: controle cervical. Observar se o paciente é capaz de manter a cabeça reta e movimentá-la
voluntariamente. Anotar: “nl” – se normal ou “↓” – se houver controle reduzido.
Tronco: controle postural. Observar se o paciente é capaz de manter-se sentado sem apoio de tronco
ou ajuda externa. Anotar: “nl” – se normal ou “↓” – se houver controle reduzido.
Normal: paciente capaz de manter-se contactuante durante toda a avaliação, percebe a presença do
avaliador e não se dispersa com estímulos competitivos.
Não responsivo: paciente comatoso ou em coma vigil, não realiza contato ocular, ou não reage ao
chamado verbal ou ao toque.
Desatento: o paciente tem tempo de atenção reduzido (inferior a cinco minutos) ou se distraí facil-
mente com outros estímulos durante a avaliação.
Não colaborativo: o paciente realiza contato ocular e percebe a presença do avaliador, mas se recusa
a realizar as atividades propostas ou a realizar a avaliação funcional, sem que seu comportamento
possa ser atribuído a alterações de linguagem.
Orientação
Orientado: o paciente é capaz de referir informações sobre si (“quantos anos você tem?”), sobre o
tempo (“em que mês estamos?”) e espaço (“onde estamos agora?”).
Confuso: o paciente é incapaz de responder corretamente ao menos uma das questões elencadas aci-
ma
Não avaliável: o paciente está impossibilitado de verbalizar ou indicar a resposta, devido a um dis-
túrbio de linguagem, alteração do nível de consciência ou atenção reduzida.
Comunicação
Compreensão: compreensão oral - o paciente é capaz de apontar objetos e partes do corpo, responder
corretamente perguntas abertas e fechadas, verbalmente ou com gestos. Anotar: “nl” – se normal ou
“↓” – se houver déficit de compreensão.
Disartria: distúrbio de fala caracterizado pela alteração neurológica central ou periférica das
cinco bases motoras: respiração, articulação, voz, ressonância vocal e prosódia.
Apraxia: (de fala) distúrbio de fala definido como um déficit na habilidade de sequencializar
comandos motores necessários para a produção voluntária da fala.
GTT/JNT: gastrostomia/jejunostomia
Fluxo: velocidade de oferta da dieta por via alternativa de alimentação, seja SOE/SOG,
SNO/SNE ou GTT/JNT, conforme definido na prescrição médica (em ml/h).
VO consistência: alimentação via oral na consistência especificada, podendo ser: líquida restrita, lí-
quida, líquido-pastosa, pastosa, branda ou geral.
OBS: Caso o paciente esteja recebendo alimentação mista, marcar mais de uma opção.
Apetite
Preservado: o paciente relata fome ou vontade de se alimentar. Se liberada dieta via oral avalia-se
com observação à aceitação do paciente.
Reduzido: ausência de vontade de se alimentar ou aceitação da dieta via oral inferior a 50%.
Musculatura facial
Normal: face no repouso sem sinais de alteração do tônus muscular e mobilidade preservada.
Paralisia/ Paresia Facial: observado desvio de rima labial no repouso ou ausência/redução dos mo-
vimentos dos músculos faciais, conforme o lado especificado. Assinalar: “D” – direita ou “E” – es-
querda.
Tipo de dentição:
Caracterização da dentição:
Total superior / Total Inferior / Parcial superior / Parcial inferior: assinalar conforme cor-
respondente, sendo uma opção para arcada superior e outra para inferior. É considerada dentição to-
tal a presença de 28-32 dentes (14-16 em cada arcada), e parcial a presença de dentes inferior ao nú-
mero total.
Mau estado de conservação: presença de cáries, manchas ou sinais de deterioração dos den-
tes;
Higiene negligenciada: dentes e cavidade oral com resíduo de alimentos, placa bacteriana ou
outros sinais de higienização precária da cavidade oral, podendo estar associado a halitose.
Para cada estrutura serão analisados os aspectos: “força”, “mobilidade”, “coordenação” e “sensibili-
dade” conforme definido a seguir, e deverá ser anotado “nl” para normal e “↓” para alterado ou redu-
zido em cada estrutura e aspecto avaliados.
Língua
- Força: contrarresistência à espátula no movimento de protrusão;
- Mobilidade: movimentos de retração-protrusão, lateralização e abaixamento-elevação;
- Coordenação: capacidade de realizar movimentos alternados em sequência (como laterali-
zação direita-esquerda). Mínimo 05 vezes em 05 segundos.
- Sensibilidade: tátil – toque com espátula ou cotonete; e térmico-gustativa – toque com gelo
e uso de sabores.
Mandíbula
- Mobilidade: abertura-fechamento e lateralização da mandíbula.
- Sensibilidade: tátil – toque com a espátula ou o dedo, com o paciente de olhos fechados.
Palato mole
- Posição: avaliada no repouso e descrita em relação à linha média como normal, quando cen-
tralizada, ou com desvio à direita ou à esquerda – anotar “D” ou “E”;
- Mobilidade: elevação à emissão de fonema oral (/a/ ou equivalente), ou ao toque.
Laringe:
- Mobilidade: elevação laríngea durante a emissão de fonema agudo ou hiperagudo;
- Ausculta: ausculta cervical prévia à deglutição. Alterada quando houver sons sugestivos de
secreção na região cervical.
Reflexos
Arcaicos
Trancamento/Mordida: eliciado ao toque nos lábios ou gengiva do paciente, que pressiona os
dentes em resposta;
Sucção: eliciado ao toque nos lábios ou parte anterior da língua do paciente, que suga em res-
posta.
Qualidade vocal
Avaliada durante a fala espontânea ou na emissão prolongada dos fonemas /a, /i/, /u/, /s, /z/. Poden-
do ser classificada como: “normal”, “rouca”, “soprosa”, “astênica”, “tensa”, “instável”, e “molhada”.
Obs.: Caso o paciente apresente qualidade vocal com múltiplas características, assinalar mais de uma
opção.
Avaliado após comando verbal, demonstração pela avaliadora ou estímulo tátil por manobra
de fúrcula (para tosse) ou manipulação laríngea (para pigarro). Pode ser classificado como:
Deglutição de saliva
Frequência reduzida: quando frequência de deglutições espontâneas for menor que cinco mi-
nutos entre deglutições, acompanhada de estase em cavidade oral.
Ineficaz: quando observada estase de saliva em cavidade oral, apesar de deglutições com fre-
quência normal ou aumentada.
Sob demanda apenas: quando o paciente deglute apenas sob comando verbal do avaliador,
não sendo observadas deglutições espontâneas;
Engasgo: observado engasgos ou tosse com a saliva, devido à ausência de deglutições espon-
tâneas, ou deglutições reduzidas e ineficazes.
Análise da deglutição de saliva ou do alimento ofertado com uso de corante azul alimenticio
em pacientes traqueostomizados. Para o blue dye test deve-se corar a cavidade oral do paciente com
quatro gotas do corante a cada quatro horas (ao menos duas vezes no plantão) e realizar a aspiração
traqueal ao longo do dia – ou orientar equipe de enfermagem e fisioterapia para que o faça – obser-
vando se há saída se corante azulado pela cânula de traqueostomia.
Anotar:
(+): Positivo. Quando observada saída de secreção azulada durante a aspiração traqueal – indicativo
de aspiração de saliva
(-): Negativo. Quando não houver saída de corante pela cânula de traqueostomia em nenhuma aspira-
ção traqueal ao longo do dia – sugestivo de deglutição funcional de saliva.
AVALIAÇÃO FUNCIONAL
Para a avaliação funcional são testados alimentos nas consistências disponibilizadas pelo HC,
ou com adequações julgadas pertinentes pelo profissional. Ficam aqui definidas as consistências,
conforme a nomenclatura utilizada pelo Serviço de Nutrição e Dietética da Instituição:
Líquido-Pastoso: líquido grosso (consistência “mel” ou “pudim”), como: mingau, sopas grossas, io-
gurte ou purê.
Pastoso: sólidos macios, com necessidade de pouca mastigação, como: frutas macias (banana, ma-
mão), pão de leite ou legumes cozidos.
Sólido (Branda ou Geral): alimentos que exigem mastigação, como: carne em pedaços ou frutas du-
ras.
Cada consistência deverá ser avaliada em três volumes, quando possível (3ml, 5ml e livre).
Para alimentos pastosos e sólidos serão testados três pedaços de cada.
Deverão ser anotados os alimentos utilizados em cada consistência, bem como a quantidade
total ofertada, logo abaixo do nome da consistência no quadro.
Para cada consistência e volume testados, deverão ser observados os seguintes sinais de dis-
fagia e anotados: (+) para sinal presente, ou seja, deglutição alterada, e (-) para sinal ausente.
Escape extraoral: após a captação oral há escorrimento do alimento pelos lábios antes ou durante a
deglutição;
Trânsito oral lentificado: tempo entre a captação do bolo e o disparo do reflexo de deglutição au-
mentado. Considera-se lentificado quando ≥4 segundos para líquidos e líquidos espessados; e ≥ 17
segundos para pastosos e sólidos.
Resíduo oral: restos de alimento na cavidade oral superior a 25% do volume ofertado;
Elevação laríngea reduzida: avaliada com a colocação dos dedos do examinador sobre a cartilagem
tireoidea. Considera-se reduzida quando a elevação durante a deglutição é inferior a dois dedos do
avaliador (aprox. 2cm);
Ausculta cervical alterada: quando há modificação da ausculta cervical antes e após a deglutição su-
gestiva de secreção ou alimento acumulado na região;
Alteração da qualidade vocal: presença de voz molhada ou soprosa após a deglutição, em padrão
diferente o observado anteriormente;
Deglutições múltiplas: o paciente realiza três ou mais deglutições para esvaziamento da cavidade
oral.
Para o blue dye test modificado utilizar o corante alimentício azul entre seis e 8 gotas (em
torno de 0,5ml) nas consistências pastosa e líquida, com o cuff desinsuflado, e aspiração traqueal
imediata.
Anotar:
(+): Positivo. Quando observada saída de secreção azulada durante a aspiração traqueal – indicativo
de aspiração e alimento.
(-): Negativo. Quando não houver saída de corante pela cânula de traqueostomia em nenhuma aspira-
ção traqueal ao longo do dia – sugestivo de deglutição funcional de alimento.
CONCLUSÃO
Deglutição normal/funcional: não observados sinais clínicos sugestivos de disfagia orofaríngea du-
rante a avaliação funcional da deglutição.
Leve: quando houver estase oral pequena após a deglutição, alteração da mastigação ou esca-
pe extraoral e ausência de deglutições múltiplas, tosse ou sinais de penetração/aspiração laríngea;
Moderada: quando houver estase salivar moderada, estase oral de alimento pós-deglutição,
deglutições múltiplas, pigarro após a deglutição e tosse ou alteração da ausculta cervical para alimen-
tos “líquidos-finos”, sem alteração para demais consistências e sem sinais de desconforto respiratório
associado;
Severa: quando houver estase salivar em grande quantidade, propulsão do alimento débil ou
ausente, sinais de aspiração traqueal e desconforto respiratório para mais de uma consistência avalia-
da.
Dieta Enteral: uso de via alternativa de alimentação (SOE/SNE, SOG/SNG ou GTT/JNT) como
forma preferencial ou exclusiva de alimentação.
Dieta Via Oral: possibilidade de oferta via oral segura, com as adequações especificadas nos campos
seguintes.
Modo de oferta
Utensílio: utensílio seguro para a oferta da dieta ao paciente, que deverá ser fornecido
pela equipe de enfermagem, pelo Serviço de Nutrição e Dietética ou profissional presente no mo-
mento da alimentação.
Obs: caso o “modo de oferta” (utensílios) utilizado para oferta de sólidos se diferenciar da oferta de
líquidos, indicar no campo “observações”.
Nível de auxílio: