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LABORATÓRIO DE VIBRAÇÕES

VIBRAÇÃO EM CORDAS

VIBRAÇÃO EM CORDAS

A vibração de cordas provocada por ondas é um tópico muito interessante a ser


estudar devido aos problemas e propriedades que podem envolver o processo. Para
começamos nossa discussão a respeito deste ponto, vamos, primeiro, realizar algumas
considerações. Para isso, iniciaremos apresentando uma breve análise da propagação
de onda em um material (LIMA, 2009).

Sabemos que uma onda pode se propagar no interior e qualquer material.


Sabemos também que onda, nada mais é, do que o transporte de matéria que
acontece devido a uma perturbação no sistema. Para que o transporte de energia
aconteça, podemos categorizar as ondas de três formas diferentes: ondas mecânicas,
ondas eletromagnéticas e ondas de matéria. Esta última categoria apresentada é a
base da mecânica quântica, e, devido sua complexidade, não será discutido neste texto
(RAO, 2008).

As ondas mecânicas, como as ondas que ocorrem na água ou mesmo as ondas


sonoras, necessitam de um meio de propagação. No caso da água, o próprio fluido e
no caso do som, o próprio ar. Já as ondas eletromagnéticas se propagam sem
necessitar de um meio material, ou seja, se propagam no vácuo, como é o caso da luz
e do calor.

Para descrever a velocidade de propagação de uma onda, podemos representar


pela letra v, para as ondas mecânicas e eletromagnéticas, a velocidade terá influência
do meio que está se propagando. Quando tratamos especificamente de ondas
mecânicas, as propriedades do meio às quais devemos nos atentar são as
propriedades de inércia e elásticas. Já para as ondas eletromagnéticas devemos nos
atentar às propriedades de permissividade e permeabilidade do meio (RAO, 2008).

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Quando tratamos de ondas que se propagam em cordas esticadas com um


determinado comprimento L, devemos levar em consideração a propriedade inercial,
sua densidade linear μ e sua propriedade elástica dado pela tensão T aplicada à corda
(RAO, 2008).

Para que o experimento de propagação de onda em uma corda seja possível de


ocorrer, é necessário que a tensão T que é aplicado à corda seja grande ao ponto de
provocar uma perturbação e tirar a corda do seu estado de equilíbrio. Uma vez que a
propagação se inicia, a onda irá iniciar em uma extremidade, percorrer toda a corda,
chegar à outra extremidade e voltar, como ilustra a Figura 1.

Figura 1 – Reflexão de uma onda que se propaga em uma corda com uma velocidade v. Fonte: (JARDIM et. al., 2009).

Se a perturbação for realizada de forma repetitiva, como por exemplo, mexer


uma corda inúmeras vezes para criar inúmeras ondas, as ondas que estão voltando
(ondas refletidas) irão sofrer interferência com as ondas que estarão indo. Neste caso,
se o comprimento da corda for L for um múltiplo inteiro do comprimento de onda das
ondas de interferência, o padrão de interferência será estacionário na corda. Esse
padrão estacionário é conhecido como ondas estacionárias (JARDIM et. al., 2009).

Iremos realizar um experimento a respeito das ondas estacionárias. Este


processo é conhecido como experimento de Melde, determinado por Franz Melde,
que foi um físico alemão no século XIX e um importante estudioso das ondas. Este

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experimento é realizado para determinar padrões de ondas estacionárias como sua


velocidade e efeitos devido a à tensão (LIMA, 2009).

Para que uma onda estacionária se forme, após a transmissão, a onda deverá
retornar na mesma forma inicial, contudo, deslocada em fase, conforme apresentado
na Figura 2.

Figura 2 – Onda estacionária em uma corda vibrante com comprimento L. Fonte: (JARDIM et. al., 2009).

É importante dizer que, uma onda estacionaria pode ser formada mesmo
quando a velocidade de propagação da onda não é constante ao longo de toda a corda
em relação às outras ondas (LIMA, 2009).

Conforme a tensão na corda é aumentada, temos, como consequência, o


aumento da velocidade das ondas e o decréscimo do número de harmônicos. Isto está
de acordo com o fato de que as quantidades físicas que determinam a velocidade de
ondas transversais em uma corda são a tensão “T” aplicadas na corda e a densidade
linear μ dessa mesma corda.

O aumento da tensão T na corda terá como consequência o aumento de forças


restauradoras que tendem a reestabelecer o equilíbrio de forças (ou endireitar a corda)
quando a corda é perturbada. Logo, como resultado, temos que o aumento da
velocidade das ondas nas cordas. Contudo, além de tudo que foi apresentado,
podemos ainda realizar uma alteração no nosso sistema, aumentando a massa da
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corda/densidade linear μ, fazendo com que o movimento da corda seja reduzido e


como consequência, reduzindo a magnitude da velocidade.

Com base em tudo que foi dito, podemos então seguir as equações não lineares
que descrevem o movimento. Mas antes, vamos apresentar as propriedades que irão
caracterizar uma onda (RAO, 2008):

λ - Comprimento de onda, dada em unidade de comprimento.

F - Frequência de oscilação, medida em Hertz ou 1/s = s –1.

v - Velocidade de propagação, dada em unidades de comprimento/tempo).

As propriedades apresentadas se relacionam de acordo a Equação 1:

� = � . � (Equação 1)

Bom, já sabemos que as ondas mecânicas se propagam em meios materiais,


correto? Mas você sabia que essa propagação pode acontecer de duas formas
diferentes?

A propagação pode se dar de forma longitudinal ou de forma transversal.


Quando acontece de forma longitudinal, as partículas presentes no meio material
tendem a oscilar na mesma direção de propagação da onda. Este tipo de propagação,
ocorre por exemplo com a propagação do som. Já o meio transversal de propagação
de onda acontece com as partículas oscilando de forma perpendicular à direção de
velocidade da propagação de onda, como é a situação de propagação de ondas em
cordas. Neste caso, quando as partículas de uma corda oscilam devido a uma
determinada perturbação fornecida, o deslocamento, que acontece de forma
perpendicular à direção, acontecerá para cima ou para baixo, criando as ondas. Este
deslocamento chamamos de amplitude de onda, como ilustra a Figura 3, em que A+ e
A- são os pontos máximos que a amplitude pode alcançar (RAO, 2008).

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Figura 3 – Propriedades das ondas. Fonte: (JARDIM et. al., 2009).

A energia que uma corda carrega em sua onda está relacionado diretamente
com a amplitude. Quando maior a energia, maior a amplitude, e vice-versa. Além disso
o período de frequência (T) é inversamente proporcional à sua frequência (F), desta
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forma,� = � (RAO, 2008).

Quando tratamos de interferência de onda, aquele momento em que duas


ondas se encontram, podemos tratar de duas situações diferentes. A primeira situação
é quando as duas ondas estão se movendo em direção oposta, ou seja, um indo e
outra vindo, neste momento, caso a amplitude e a frequência seja a mesma, seu
cruzamento irá provocar o surgimento de uma interferência entre as ondas, nascendo
uma onda estacionária, conforme a Figura 4.

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Figura 4 – Produção de onda estacionária de acordo com uma corda vibrante entre paredes. Fonte: (JARDIM et. al.,
2009).

Observe ainda pela Figura 4 que existem pontos nomeados de nós. Estes
pontos são posições de deslocamento mínimo, conhecido como interferência
destrutiva das ondas, enquanto os pontos máximos são chamados de interferência
construtiva, neste caso, os ventres (JARDIM et. al., 2009).

Podemos afirmar ainda que o comprimento de um seguimento de uma onda


estacionária é igual a metade de seu comprimento de onda λ.

Se aplicarmos uma vibração à uma corda, utilizando um equipamento


vibracional e essa corda já havia sido previamente colocada em estado de vibração,
então as ondas geradas pelo vibrador irão interferir nas ondas já existentes e que
estarão sendo refletidas.

Se a corda é posta para vibrar em múltiplos da frequência f, ondas estacionárias


com segmentos múltiplos chamados de harmônicos ocorrerão e podem ser vistos,
como mostra a Figura 5. Nesta figura são mostrados alguns harmônicos: o primeiro ou
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fundamental (� = 2 �) , o segundo (� = �) e o terceiro (� = 2 �) (JARDIM et. al.,

2009).

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Figura 5 – Harmônicos de cordas vibrantes. Fonte: (JARDIM et. al., 2009).

Para um dado harmônico, o comprimento de onda será (RAO, 2008):

2�
�= �
(Equação 2)

Em que:

L: o comprimento da corda;

N: número de segmentos.

Por outro lado, é possível expressar a velocidade de uma onda em uma corda
esticada de acordo com a equação 3 e 4 (RAO, 2008).

2��
�= �
(Equação 3)

Ou ainda:


�= �
(Equação 4)

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Para as equações apresentadas, a tensão está relacionada com as propriedades


elásticas da corda e da densidade linear μ com base em suas propriedades inertes
(RAO, 2008).

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

JARDIM, R. F. VERAS, M. I. SANTOS, E. J. Ondas mecânicas e Cordas vibrantes.


Disponível em: https://edisciplinas.usp.br/mod/resource/view.php?id=1557678.
Acesso em: 28 ago 2021.

LIMA, N. F. Modos Normais de Vibração. Ressonância em ua Corda Esticada.


Disponível em: http://www.ifba.edu.br/fisica/nfl/fge2/praticas/cordasVibrantes.html.
Acesso em: 28 ago 2021.

RAO, SINGIRESU S. Vibrações Mecânicas. 4. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2008,
424 p.

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