Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Piracicaba - SP
2
SUMÁRIO
I. INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 4
Dessa expressão observa-se que solos tropicais pela maior ação dessa
interação são mais intemperizados (maior erosão, lixiviação e evapotranspiração) e
consequentemente menos férteis, do que os de clima temperado.
M.O
5%
Ar
25%
Mineral
45%
Água
25%
a) Fase gasosa
Essa fase é constituída por íons e sais dissolvidos, sendo o meio principal
em que ocorre a maioria dos processos químicos e biológicos e o movimento de
minerais no solo, representando o fator intensidade (I) no fornecimento de nutrientes
para as plantas.
Na Tabela 2 está apresentada a forma de ocorrência e da absorção de
nutrientes da solução do solo.
7
KCl ⇔ K+ + Cl-
NH4NO3 ⇔ NH4+ + NO3-
MAP ⇔ NH4+ + H2PO4-
Ki = SiO2 Kr = SiO2
Al2O3 Al2O3 + Fe2O3
LR 0,9 0,5
LVA 2,2 1,7
PVA 2,9 1,8
TR 2,1 1,2
Fonte: VERDADE, 1972.
a) Radicais carboxílios
R – COOH
b) Radicais fenólicos
R- OH
13
pKd
SiOH Si O- + H+ 7,0
AlOH Al O- + H+ 5,0
sem carga carga negativa
pH + ácido pH - ácido
Isto é, as cargas positivas são mais importantes no octaedro de Al, pois num
pH = 5,0, 50% dos radicais estão na forma de AlOH2+.
- FeOH + H+ ⇔ FeOH2+
- AlOH + H+ ⇔ AlOH2+
19
Tabela 10. PCZ de alguns solos do Brasil. Os dados são extraídos dos trabalhos de Raij e
Peech (1972) e de MORAIS, et alli (1976).
PCZ
Solos Horizonte A Horizonte B
Podzólico Vermelho Amarelo 1,6 4,0
Podzólico Vermelho Amarelo 2,6 3,7
Terra Roxa Estruturada 1,9 2,7
Latossolo Vermelho Amarelo Humico 2,1 4,4
Latossolo Vermelho Amarelo 3,3 5,5
Latossolo Amarelo 3,1 6,3
Latossolo Roxo 3,5 6,0
Onde, M = nutriente
M Fertilizante
22
M-sólido ⇔ M-solução
Colóide Solução
Força de atração
Contra-íons (cátions)
Força de difusão
Força de difusão
Co-íons (ânions)
Força de repulsão
X – Ca2+1/2 + K+ ⇔ X – K+ + ½ Ca2+
(K+)i (K+)e
=
(Ca2+)i 1/2 (Ca2+)e 1/2
Matéria orgânica > argila 2:1 > argila 1:1 > óxidos de Fe e Al
(K+)e (Ca++)e1/2
=
++
(Ca )e1/2 (Al+++)e 1/3
c) Grau de hidratação
Os íons presentes no meio aquoso atraem moléculas de água que são
dipolares, atravès do seu campo de cargas elétricas.
A força de atração dos dipolos de água pelos íons, diminui com o
aumento do tamanho dos íons, conforme Tabela 11.
d) Efeito diluição
(K+)i (K+)e
=
(Ca++)i 1/2 (Ca++)e 1/2
Precipitação Pluvial
e) pH do meio
Figura 6. Cargas negativas formadas pela adsorção específica do fosfato (HINGSTON et al,
1967).
30
Tabela 12. CTC determinada com duas diferentes soluções ao pH= 6,0.
Solos NaNO3 NaH2PO4
----------------------------- meq/100g -----------------------------
Andosol 14 175
Terra roxa estruturada 6 28
Latossolo roxo 2 12
Adsorção (CTA)
Adsorção (Trocável)
pH
M – OH + HCl ⇔ M – OH2+ - Cl
PCZ acidez CTA
Onde, M = Fe, Al ou Si.
- Cátions associados
Os cátions associados a ânions, isto é, retidos na CTC, também tem
influência sobre a adsorção, com a seguinte seqüência, para o SO4=, por exemplo:
a) Conceito
A adsorção química (fixação) ocorre tanto para ânions (H2PO4- e H4SiO4)
como para cátions (Zn++, Cu++, Fe++, Mn++ e Co++).
H2PO4- > MoO4= > SO4= > NO3- > H3BO3 ≥ Cl-
34
P,Se
Si
no caso dos cátions, também com baixo teor de matéria orgânica. Contudo, nestes
solos, com a adsorção pelas plantas, há um decréscimo maior na concentração dos
elementos na solução, do que em solos de textura mais argilosa (e maior teor de
matéria orgânica). No primeiro caso, diz-se que os solos tem um baixo poder tampão
e no segundo um alto poder tampão.
Solos com alto poder tampão necessitam em geral, de adubações mais
pesadas, porém, esgotam-se mais lentamente que nos solos de baixo poder tampão.
Esse fato é extremamente importante principalmente no manejo químico
do solo com micronutrientes. Assim, em relação aos micronutrientes metálicos (Zn++,
Cu++, Fe++, Mn++ e Co++) e mesmo o boro, são adicionados em doses maiores em
solos potencialmente mais férteis (mais argilosos) para um mesmo efeito na nutrição
das plantas em relação a um solo arenoso (menos férteis). Esse fato é
particularmente mais importante para o boro em que doses similares aplicadas em
solos arenosos e argilosos, podem causar toxidez as plantas em solos arenosos,
causando danos irreversíveis no desenvolvimento das culturas.
Também é importante ressaltar quanto aos micronutrientes metálicos que
a sua aplicação no solo deve ser feita de forma localizada, no sulco de plantio,
menor contato com o solo. Em culturas perenes, por exemplo, a recomendação
desses nutrientes é exclusivamente no sulco de plantio, sendo que em pomares já
instalados a aplicação mais eficiente é via foliar.
Na Figura 10, a seguir, está apresentada o esquema de adsorção química
do ânion fosfato, enquanto que na Figura 11 está apresentada a adsorção dos
micronutrientes metálicos.
Cátions
Lixiviação
Cu++ > Mn++ ≥ Zn++ ≥ Fe++
Adsorção
Ânions
Lixiviação
H4SiO4 > HPO4= > H2PO4-
Adsorção (fixação)
com alto teor de matéria orgânica (Ex.: solos de várzea) ou solos em plantio direto já
estabelecido.
- Adubação fosfatada
Ou,
I-
II -
(disponível em solução)
Adsorção
c) Boro
A reação do solo tem efeito quadrático na disponibilidade do boro, isto é,
em pH ácido há deficiência devido a não mineralização da M.O. principal fonte de
boro no solo, enquanto que em pH elevado há aumento na lixiviação de boro pelo
aumento na CTC efetiva do solo, bem como pelo aumento na relação Ca/B,
conforme mecanismos apresentados a seguir:
pH ácido pH + elevado
Micro
CHONPSB + O2 H3BO3
M.O. Heterotrófico
a) Nitrogênio
A adição de fontes nítricas (NO3-) de nitrogênio em condições de solos
inundados com a cultura arroz pode provocar a denitrificação do NO3-, originando
perda do N na forma de gases voláteis como N2 (elementar) e NO (óxido nítrico) e
NO2 (óxido nitroso), conforme apresentado na Tabela 14 e no esquema simplificado
a seguir:
44
H2N2O2 → N2O → N2
M.O. + NO3- NO2- Hiponitrito Óxido Elementar
Nitrato Nitrito Nitroso
2NO
Óxido Nítrico
b) Enxofre
Em condições drásticas de redução, como as proporcionadas por solos
com altos teores de matéria orgânica facilmente decomponível, podem conduzir à
redução do SO42- a H2S, que é tóxico para as plantas conforme esquematizado na
Tabela 15.
O maior problema dessa toxidez é em solos arenosos ou deficientes em
ferro, pois até certo ponto esse elemento pode atenuar essa toxidez pela seguinte
equação:
Testemunha 2941
90 – 60 – 90 (uréia) 3741
90 – 60 – 90 (sulfato) 2295 IPEAS.
c) Manganês e ferro
Em condições de encharcamento de solos que possuem altos teores de
óxidos-hidróxidos de Mn e Fe e também de M.O. segue-se a redução do Mn3+ e
Mn4+ a Mn2+ e do Fe3+ a Fe2+, os quais como íons divalentes formam compostos
bastante solúveis.
Na Tabela 17 está apresentado de modo mais detalhado a redução do
Mn2+ em solos encharcados.
Teor de Cu Fe / Mn
Dentro da 6,2
Reboleira 8,6
Fora da 12,5
Reboleira 6,3
Figura 16. Teores e relações Fe e Mn na parte aérea de soja dentro da reboleira (má
drenagem) e fora da reboleira (boa drenagem).
Fonte: Vitti e Luz - Safra 2001/2002
Fe/Mn = 1/1
Fe = 218 mg.kg-1
Fe/Mn = 2/1
Mn = 109 mg. kg-1
Figura 17. Relações Fe/Mn na folha diagnóstico de soja, dentro (a esquerda) e fora da
reboleira (a direita.
48
d) Cobre
O cobre tem comportamento inverso em relação ao Fe e Mn, tendo sua
disponibilidade diminuída por 2 (dois) mecanismos.
- Em condições de excesso de água ocorre insolubilização do Cu, enquanto
que em condições de boa drenagem há maior disponibilidade, conforme esquema
simplificado a seguir:
Cu+ ⇔ Cu++ + e-
Insolúvel Solúvel
(excesso de H2O) (boa drenagem)
Esse fato pode ser observado na cultura da soja (Figura 16), em que
dentro da reboleira (excesso de H2O) o teor de Cu na planta for de 6,3 mg.dm3,
enquanto que fora da reboleira clorótica (boa drenagem) o teor foi de 8,6 mg.dm3,
isto é, cerca de 30% maior.
M solução ⇔ M-raízes
Dados obtidos com a cultura do milho em solo bastante fértil, indicam que
apenas as necessidades de Ca poderiam ser completamente supridas por esse
mecanismo, muito embora parte significativa das necessidades de planta em Mg, Mn
e Zn pode também ser provida por intercepção radicular. A contribuição deste
mecanismo é tanto maior quanto maior for a concentração dos elementos na solução
e maior o sistema radicular.
O volume de raízes é muito baixo em relação ao volume de solos,
podendo ser expressa conforme a seguinte razão:
QIR = Qt x 2 x 10-5
QFM = V x [M]
Onde:
V = Volume de água absorvido pela cultura;
[M] = Concentração do íon na solução do solo.
53
5.1.3. Difusão
Onde:
DQ/Dt = Taxa de difusão no tempo;
A = Área radicular.
Ca 27 73 0 A lanço
Mg 13 87 0 A lanço
S 5 95 0 Distante, em cobertura (parte)
B 3 97 0 Distante, em cobertura (parte)
Cu * 15 5 80 Próximo das raízes
Fe * 40 10 50 Próximo das raízes
Mn * 15 5 80 Próximo das raízes
Zn * 20 20 60 Próximo das raízes
Mo** 05 95 0 Em cobertura (parte)
Fonte: Modificado de MALAVOLTA et al., 1981.* Aplicação foliar/ via mudas;**
Semente/folha/solo.
Analisando as informações da Tabela 19 para o manejo químico
adequado do solo, observa-se conforme já discutido anteriormente o seguinte:
57
ADUBAÇÃO = (PLANTA-SOLO) x f
Analisando a equação:
ADUBAÇÃO = (PLANTA-SOLO) x f
VII. CONCLUSÃO
ALCARDE, J.C.; GUIDOLIN, J.A. & LOPES, A.S. Os adubos e a eficiência das
adubações. ANDA. São Paulo. 1991. 35p. Boletim Técnico 3.
BARBER, S.A. Soil Nutrient Bioavailability – A Mechanistic Approach. John Wiley &
Soma Inc. 1984. 398p
FRIED, M. & BROESHART, H. The soil plant system in relation to inorganic nutrition.
New York, Academic Press, 1967. 358p.
MEKARU, T & UEHARA, G. Anion adsorption in ferruginous tropical soils. Soc. Sci .
Am. Poc. 36: 296-300. 1972.
63
MORAIS, F. I.; PAGE, A. L. & LUND, L. V. The effect of pH, salt concentration, and
nature of electrolytes on the charge characteristics of Brazilian tropical soils. Soil Sci.
Soc. Am J. 40:521-27, 1976
RAIJ, B. van & PEECH, M. Eletro chemical properties of some oxisols and altissols of
the tropics. Soil Sci Soc. Am. Proc. 36:587-593, 1972.
VITTI, G.C.; HOLANDA, J.S. de; CERQUEIRA LUZ, P.H. de; HERNANDEZ, F.B.T.;
BOARETTO, A.E.; PENTEADO, S.R. Fertirrigacao: Condições e manejo, In. Reunião
Brasileira de Fertilidade do Solo e Nutrição de Plantas. EMBRAPA – CPATSA –
SBCS – Petrolina – PE. 1995. P. 193-271.
VITTI, G.C.; LUZ, P.H.C.; MALAVOLTA, E.; DIAS, A.S.; SERRANO, C.G.E. de. Uso
do gesso em sistemas de produção agrícola. Piracicaba, GAPE. 2008. 104p.
VITTI, G.C. & CERQUEIRA LUZ, P.H. Utilização agronômica de corretivos agrícolas.
Piracicaba: FEALQ, 2004. 120p.
64
VITTI, G.C.; FAVARIN, J.L.; RESENDE, L.O. & TREVISAN, W. Manejo do nitrogênio
em diversos sistemas de produção agrícola. SERRANA/FEALQ/GAPE – Piracicaba
– SP. 38p. 1999.