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CURSO DE APERFEIÇOAMENTO AVANÇADO EM

OPERAÇÕES DE PAZ E HUMANITÁRIAS PARA PRAÇAS


FUZILEIROS NAVAIS A DISTÂNCIA
(C-ApA-OpPazHum-Pr-FN-EAD)

DISCIPLINA: OPERAÇÕES HUMANITÁRIAS DE


FUZILEIROS NAVAIS (CÓDIGO: OpPazHum III)

Unidade de Ensino 4:
CENTRO DE OPERAÇÕES CIVIS-MILITARES
Tópicos
4.1 – Considerações Iniciais;
4.2 – Organização do COCM;
4.3 – Tarefas do COCM;
4.4 – Encarregado do COCM; e
4.5 – Exemplo de Emprego do COCM.
4.1 – Considerações Iniciais
A habilidade do comandante do GptOpFuzNav em trabalhar
com outras organizações de distintas origens e variadas
metodologias é essencial para o cumprimento da missão em
uma OpHum. Um bom relacionamento entre as forças
militares, as autoridades locais, agências nacionais e
internacionais envolvidas e a própria população civil facilitarão
a realização das tarefas. O local de coordenação das
atividades, reunião de recursos e concentração dos meios
necessários é o Centro de Operações Civis-Militares (COCM).
4.2 - ORGANIZAÇÃO DO COCM
Cabe ressaltar que o COCM não tem a função de PC do GptOpFuzNav sendo,
no entanto, mobiliado pelo CteC. Ele é organizado e dimensionado de acordo
com as suas tarefas específicas e contribui para o cumprimento da missão para
a qual foi criado o GptOpFuzNav. Deve contar com elementos de operações,
inteligência, assuntos civis, logística, comunicações e relações públicas; e deve
também contemplar em sua organização representantes de órgãos e agências
civis incluindo funcionários de portos e aeroportos que possam ser utilizados na
operação, elementos da Defesa Civil, representantes do governo local e de
organizações nacionais e internacionais como a Cruz Vermelha e ONG de
ajuda humanitária. Abaixo é apresentado um modelo de COCM que pode ser
acrescido de outros elementos de acordo com a situação vigente.
4.2 - ORGANIZAÇÃO DO COCM
As representações locais provêem ao comandante do grupamento operativo o
trânsito necessário nas esferas civil e política, tanto para ter as suas necessidades
atendidas como para apresentar suas considerações operativas, resultando em um
apoio consistente às suas ações, com respaldo das autoridades governamentais.
Adicionalmente, o COCM é útil às diversas organizações envolvidas porque evita
perda de rumo nos trabalhos, concentrando os esforços de todos onde e quando se
fizerem necessários. Embora as forças militares possam apresentar uma
defasagem em relação às organizações de ajuda humanitária, tanto na sua
chegada na área da emergência quanto em sua experiência neste tipo de
operação, elas trazem consigo um grande suporte logístico, o que sempre é bem-
vindo e reconhecido como imprescindível por estas organizações.
4.3 - TAREFAS DO COCM
O COCM executa diversas tarefas dentre elas a mais importante
é a condução, por parte do Encarregado do COCM, de reuniões
diárias de coordenação para organizar os trabalhos e identificar
as necessidades imediatas, tentando saná-las. As necessidades
superiores às suas capacidades são encaminhadas ao
ComGptOpFuzNav ou às organizações e agências adequadas.
Este centro é uma ferramenta inovadora e eficiente por ser uma
ligação entre as percepções militares e civis e por auxiliar o
ComGptOpFuzNav nas seguintes atividades:
4.3 - TAREFAS DO COCM
- facilitar o cumprimento ou o entendimento decorrente das orientações e decisões do ComGptOpFuzNav no que se refere às
operações civis-militares;
- facilitar e coordenar as atividades do grupamento operativo, de outras agências e organizações da cena de ação e dos
escalões superiores na cadeia de comando;
- auxiliar no planejamento de deslocamentos de comboios, evacuação de civis e na assistência em campos de refugiados da
alçada das ONG;
- prover informações e levantamentos de área de interesse do GptOpFuzNav, relativos ao ambiente civil;
- auxiliar no monitoramento da situação com a coleta e obtenção de informação;
- distribuir informes atualizados sobre as atividades desenvolvidas;
- coordenar as relações públicas da operação;
- prover informações seguras à população civil quanto a áreas minadas, situação nas fronteiras, rotas seguras e outras
ameaças;
- atuar como um meio de troca de informações entre as comunidades civil e militar, possibilitando o fluxo de informação tanto
em um sentido quanto no outro;
- prover um local de trabalho em parceria das forças militares com as agências de ajuda humanitária já estabelecidas;
- prover facilidades aos agentes civis, como locais para reuniões, mapas e acesso a comunicações, informações seguras etc.;
- receber, priorizar e monitorar as necessidades de rotina e emergenciais das organizações de ajuda humanitária; e
- dar apoio às equipes de ajuda humanitária.
4.4 - ENCARREGADO DO COCM
O encarregado do COCM, dentro de uma estrutura de Estado-Maior, será o Oficial de Operações Civis-
Militares, e atuará no mesmo nível dos demais oficiais de EM. As principais tarefas desse Oficial são:
- assessorar o Comando com relação aos assuntos afetos à coordenação das atividades civis-militares;
- assessorar o Comando quanto à influência dos agentes civis nas operações militares e quanto ao impacto
destas no meio civil;
- assessorar o Comando quanto às obrigações legais e morais com a população local, devendo, para tanto
dispor de uma assessoria jurídica;
- minimizar a interferência civil nas operações de combate, incluindo o deslocamento de populações civis e
restrições ao livre movimento; e
- manter ligação e coordenar as atividades de cooperação civil-militar com as autoridades civis, os organismos
internacionais e as ONG presentes na Área de Operações. O Encarregado do COCM executa as suas tarefas
por meio de Equipes de Ligação, que dependendo da natureza e do escopo da missão, podem ser designadas
para apoiar os Pelotões/Companhias ou serem empregadas para estabelecer e mobiliar o COCM.
4.5 - EXEMPLO DE EMPREGO DO COCM
Na Guerra do Golfo em 1992, as organizações de ajuda humanitária no norte
do Iraque e sul da Turquia coordenaram suas atividades com a Força-Tarefa
Conjunta (FTC), que realizava as ações ofensivas, por meio do COCM
estabelecido no mesmo local do centro de OpHum da ONU. Este COCM
estava inserido na organização da FTC no mesmo nível das suas seções de
Estado-Maior. Seus oficiais coordenavam as atividades tanto das forças
militares como dos voluntários das entidades civis de ajuda humanitária. No
sul da Turquia, o COCM provou a efetividade de seu conceito agindo com
eficiência e eficácia na coordenação das necessidades comuns dos militares
e das diversas agências, otimizando os serviços, reduzindo perdas de
material e proporcionando otimização no tempo de resposta.

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