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Força de Proteção
A proteção da força deve ser uma consideração chave em todas as operações de manutenção da
paz. De 2013 a 2017, as mortes em operações de paz devido a atos de violência aumentaram
significativamente, com componentes militares representando cerca de 90 por cento das mortes.
Esse aumento é atribuído ao aumento da capacidade dos atores da ameaça, bem como à
disposição dos grupos armados de almejar ativamente as forças de manutenção da paz. Os
princípios-chave da ONU de consentimento e imparcialidade estão sendo desafiados, pois os
atores locais minam ou resistem à presença da ONU. Muitas forças de manutenção da paz
modernas operam sob mandatos e em situações em que não existe o consentimento das partes
relevantes de um conflito e em que a ONU não é vista como imparcial. A combinação de novos
tipos de ameaças violentas, pelo menos a falta parcial de consentimento e a erosão da
imparcialidade produzem maiores riscos de segurança para a força e os Inf Bn.
A maioria dos feridos e fatalidades ocorre durante ataques a movimentos (patrulhas e escoltas de
comboios) e acampamentos, reforçando a ideia de que as forças de manutenção da paz precisam
manter uma postura mais robusta e proativa para impedir que tais ataques ocorram. A proteção da
força em bases fixas e durante as operações móveis deve ter alta prioridade no planejamento e
execução das operações e tarefas do batalhão. O componente militar da ONU deve adaptar suas
táticas, técnicas e procedimentos (TTPs), treinamento, equipamento e mentalidade ao operar em
ambientes hostis e de alto risco . Um ritmo operacional elevado deve ser mantido para reduzir as
mortes e ferimentos devido a atos violentos. Uma compreensão completa do ambiente operacional
e suas ameaças à missão e à população é crucial para uma adaptação eficaz. Os comandantes
devem equilibrar os requisitos de proteção da força com o requisito de manter uma atitude proativa
e uma presença robusta para cumprir as tarefas exigidas.
- Meios de comunicação.
• Considerações sobre comando e controle. Antes da partida, estabeleça e teste os meios de
comunicação secundários.
CAPÍTULO 5
TREINAMENTO PARA A ORGANIZAÇÃO MILITAR DE ENGENHARIA DA ONU
5.1 OBJETIVO
O objetivo deste capítulo é auxiliar os comandantes das OMEs da ONU no
treinamento e na prontidão operacional do pessoal sob sua supervisão. Os
parágrafos a seguir contêm breves explicações sobre as responsabilidades e
expectativas de treinamento da ONU, requisitos de treinamento e treinamento militar
profissional recomendado. A ONU reconhece a soberania e as prerrogativas do TCC
quando se trata do treinamento militar de seu pessoal e de organizações. O
treinamento militar do TCC é a base sobre a qual as OMEs podem adaptar-se ao
contexto de manutenção da paz da ONU. Os requisitos de treinamento mencionados
neste Capítulo são orientados à tarefa e focam no necessário para a manutenção da
paz da ONU. O objetivo é fornecer aos comandantes de contingentes e líderes
subordinados uma lista consolidada de tópicos importantes à medida que preparam
suas OMEs para o desdobramento. É preciso desenvolver esses treinamentos com
detalhes para servir às necessidades de suas unidades. Para atender à necessidade
no treinamento específico da Missão da ONU, materiais de treinamento
especializados (Specialized Training Materials – STMs) são desenvolvidos pelo DPO
para fornecer metas de treinamento em operações de paz para os TCCs que
participam das operações da ONU.
Todo o pessoal EOD que concluir o treinamento deve ser capaz de executar as
competências descritas neste manual. Cada TCC é responsável pela instrução e
treinamento de seu próprio pessoal antes do desdobramento. É preciso de
documentação comprobatória do treinamento recebido e do padrão exigido
alcançado no treinamento EOD. Todos os operadores precisam demonstrar as
competências necessárias como parte da inspeção antes do desdobramento da OM.
Para mais informações na estrutura da equipe e elementos EOD, consulte o Manual
EOD.
ANEXO C
BUSCA E DETECÇÃO CONTRA AMEAÇAS EXLOSIVAS (BUSCA CET)
1. CONTEXTUALIZAÇÃO.
1.1 Introdução
A busca é um recurso operacional essencial nas Operações de Paz da ONU e uma capacidade
essencial da OME de Combate, que está fortemente relacionado ao EOD e à FP. Contudo, a
busca é útil em todo o espectro de operações da ONU e pode facilitar as estratégias da Missão.
Os TCCs que implantam OME de Combate nas Operações da ONU devem manter a
competência de busca que pode ser utilizada em uma variedade de situações. Todos os TCCs
em todas as unidades da ONU devem possuir o mesmo entendimento sobre as competências
de busca52. Este anexo concentra-se na busca terrestre, mas faz referência a buscas em
ambientes operacionais marítimos e fluviais.
1.3 Público-Alvo
Este documento tem como objetivo fornecer um entendimento e uma estrutura para as
atividades de busca que uma Missão da ONU possa precisar planejar e realizar, incluindo seus
princípios e capacidades. Contém informações para o efetivo em desdobramento ou em apoio
às operações de busca, formando um entendimento comum a partir dessa doutrina e
adaptando as operações de busca para alcançar os objetivos da missão da ONU. Deve ser
usado por consultores de busca ou pesquisadores envolvidos em missões da ONU, desde que
treinados e equipados para fornecer os efeitos de busca necessários, conforme descrito nos
Capítulos 2 e 6 deste manual.
1.4 Aplicação
Este anexo destina-se ao uso em atividades de busca no domínio terrestre e não se refere a
atividades de busca fluvial ou marítima54.
52
O gerenciamento e aplicação de procedimentos sistemáticos e equipamento de detecção
apropriado para localizar alvos especificados. Os alvos especificados podem incluir pessoas,
informações e recursos materiais empregados por um agressor.
53
Sistemas de armas convencionais, itens Restos Explosivos de Guerra (REG) e ameaças explosivas
improvisadas e seus componentes, em particular AEIs.
54
Este anexo inclui a busca de embarcações como uma competência de busca avançada, mas refere-se
à busca de embarcações que estão atracadas e que não estão em movimento.
1.5 Táticas, técnicas e procedimentos (TTPs)
Como os TTP das equipes de busca são geralmente sensíveis ou confidenciais, e seus detalhes
não são fornecidos neste anexo. Essas informações podem ser utilizadas por aqueles que
empregam AEIs para combater essas técnicas e procedimentos e explorar esse conhecimento
para projetar AEIs para atingir o pessoal de busca. Os TCCs não devem ser obrigados a
alterar seus próprios TTPs de busca nacional para missões da ONU, a menos que justificado
por mudanças nos TTPs adversários, ou com base nas informações obtidas por meio de
treinamento específico para o teatro e de acordo com o TCC. A busca TTP a ser empregada
fica a critério do TCC, fornecendo competência de busca às missões da ONU com o
entendimento de que elas devam ser:
• Eficazes, eficientes e seguras, levando à detecção e localização de ameaças;
• De acordo com o mandato da Missão;
• De acordo com os princípios de busca.
Embora a busca TTP seja uma responsabilidade nacional, o TCC que fornece competência de
busca em uma missão da ONU é incentivado a compartilhar a busca TTP, as melhores
práticas e lições relacionadas aprendidas em benefício de todo o pessoal de busca de missão.
2. Objetivos de busca
A busca é um facilitador essencial no apoio às operações da ONU, pois oferece um meio de
moldar e controlar o ambiente em que as capacidades da ONU estão ativas ou onde existam
interesses de segurança. A busca pode ser dividida em dois tipos distintos: busca preventiva e
busca protetora.
3. Efeitos da Busca
55
O uso da palavra "identificação" nesta publicação refere-se a uma intenção de potencialmente utilizar
material e informações recuperados para preparar forças para operações subsequentes ou fins legais. O
termo evidência é usado em um sentido geral; nenhuma tentativa é feita para definir o que constituiria
evidência em um teatro específico de uma nação.
A busca pode apoiar e produzir efeitos para reforçar a intenção de um comandante da ONU
em operações preventivas e de proteção, do nível tático ao estratégico. Isso baseia-se nos
seguintes efeitos:
• Moldar as condições para operações futuras;
• Deter adversários;
• Negar recursos e liberdade de ação para os agressores;
• Proteger as forças da ONU ou por elas apoiadas e garantir liberdade de ação e
mobilidade; e,
• Explorar a inteligência técnica e tática obtida através de operações de busca.
5.2 Proteja o
Ponto de
Controle de Busca
Incidente (ICP)
ICP
Segurança
Busca
5.2.1 Em seus termos mais amplos, a busca pode ser dividida em competências de busca
com todas as armas e busca especializada.
• Busca com todas as armas. As competências de busca são empregadas por
membros não especializados de uma OM. Existem diferentes níveis de competências de
busca com todas as armas.
• Especialista de Busca As competências de buscas são empregadas pelo
efetivo de busca avançada ou EOD treinado, equipado e qualificado.
• Busca Básica: É o nível mais inferior de busca. Fornece a todos o efetivo uma
compreensão fundamental da ameaça e das medidas que eles, como indivíduos podem adotar,
a fim de otimizar a FP. O treinamento de busca básica normalmente abrange o conhecimento
da busca, mas também pode incluir outros procedimentos. As equipes de busca básica são
normalmente ad hoc. Esse tipo de busca pode ou não envolver o uso de equipamentos de
busca e abranger os seguintes recursos:
o Consciência de busca. O reconhecimento da busca é o nível de competência
mais básico e é utilizado para a FP. Um Operador EOD de busca (search aware person)
normalmente é treinado para realizar revistas em uma pessoa ou veículo ou realizar uma
avaliação básica de ameaças (sujeita a uma atualização periódica de ameaças), verificações de
5ma 25m no local de trabalho.
o Busca em veículos56. Consiste na busca para detectar dispositivos explosivos
improvisados transportados por veículo (VBIEDs), componentes AEI, armas, munições ou
qualquer outro objeto que um agressor tenha tentado ocultar. Uma busca em veículos envolve
uma verificação inicial das pessoas e do seu veículo, a partir da qual uma avaliação pode ser
feita para determinar se é necessária outra busca. A busca básica em veículos envolve
verificações iniciais e pode envolver buscas primárias;
o Busca em pessoas A busca de uma pessoa, ou a revista, tem o objetivo de
detectar componentes, armas, munição ou qualquer outra inteligência explorável que uma
pessoa possa tentar ocultar;
o Busca em propriedades. Consiste em uma varredura física e visual de áreas e
propriedades onde é possível ocultar itens proibidos. Isso pode incluir, entre outros, a busca
de bagagens, prédios e áreas urbanas/móveis sem o uso de equipamento especializado em um
ambiente de baixa ameaça57.
• Busca em rotas58. Uma capacidade de busca no nível da OME usado na busca do
Ponto Sensível (PS) e da Área Vulnerável (AV) avaliados ao longo de uma rota para a
presença de EDs. Envolve o conhecimento e as capacidades necessárias para avaliar um PS
ou AV e determinar a melhor forma de revistá-lo, a fim de localizar e isolar os AEIs, para que
possam ser assegurados pelo NAEI ou por outro pessoal qualificado ou confirmar a ausência
de AEIs em um determinado PS ou AV. A busca de rotas pode ser usada em estradas, trilhos,
linhas ferroviárias e em qualquer direção de viagem montada ou desmontada. A busca em
rota de linhas
56
Os veículos são definidos como qualquer veículo particular ou comercial de transporte de passageiros ou de
carga, abrangendo todas as marcas e tamanhos de automóveis, vans, caminhões e inclusive tratores e
reboques agrícolas.
57
Atividades realizadas em que o risco avaliado representado por ameaças especificadas é avaliado como
improvável.
58
Às vezes chamado de patrulha de busca.
ferroviárias59 pode ser uma tarefa da equipe de busca em rota, mas pode exigir uma equipe de
busca avançada, dependendo da avaliação da ameaça.
• Busca intermediária. A capacidade de realizar operações de busca em uma situação
em que há uma ameaça específica baixa ou nenhuma da Base de Operações identificada, um
nível mais baixo de garantia é aceitável ou não há ameaça de um ambiente perigoso. As
equipes de busca intermediária também estão qualificadas para realizar todas as tarefas
básicas e de rota. É necessário um nível alto de treinamento e equipamento especializado
nesse nível de competência, em comparação com a busca de rotas e a busca básica. Os
principais recursos da busca intermediária são a busca de área 60 e a busca em construções. A
busca de área envolve a busca sistemática de uma área de destino com o objetivo de localizar
itens que foram perdidos, extraviados, descartados ou ocultados. A busca de área pode ocorrer
em ambientes rurais ou áreas abertas em um ambiente urbano. Uma busca na área pode
localizar recursos ilegais ou, fornecer uma garantia importante de que a área não contém
alvos. Uma busca em construção refere-se à busca sistemática em uma estrutura ou instalação
para nela localizar itens de ameaça. Buscas em área e buscas em construção são tipicamente
realizadas como parte de operações planejadas em conjunto com um elemento de segurança
que primeiro protege um cordão em torno de uma área ou local de destino, antes de um
elemento de busca procurar sistematicamente ameaças explosivas e/ou armas e/ou seus
componentes.
OBSERVAÇÃO: A busca em área ou a busca em construção pode ser uma competência de
busca intermediária ou avançada. Normalmente, como parte de uma operação liderada por
inteligência, a distinção entre essas operações serem um requisito de busca intermediário ou
avançado é determinada por uma avaliação que será elaborada mais adiante neste anexo.
Busca
especializada
59
Buscas ao longo de uma ferrovia e de seus bancos pela presença de ameaças.
60
Também referido no UN Peacekeeping Missions Military EOD Unit Manual (setembro de 2017)
como "Cordão tático e busca” (Tactical Cordon and Search)
operacional é avaliado como não permissivo, existe uma ameaça alta61, apenas o nível mais
alto de garantia é aceitável, ou existe um ambiente perigoso. Invariavelmente, ela requer
suporte, FP e equipamento especializado adicional. As competências de busca avançada
incluem:
• Busca para proteção de construções. Um tipo de operação de busca realizada
em edifícios avaliados como exigindo em operações de busca detalhadas antes de um grande
evento ou visita VIP. Destina-se a fornecer um ambiente seguro contra uma ameaça avaliada.
As buscas preventivas em construção são operações complexas e com muitos recursos que
requerem planejamento e controle cuidadosos por um Assessor de busca;
• Busca em aeronaves. Consiste na busca em aeronaves para a presença de
ameaças;
• Busca em embarcações. Consiste na busca em plataformas fluviais e marítimas
ancoradas que não estão em movimento para a presença de ameaças;
• Busca em ambiente perigoso. Qualquer atividade de busca um ambiente que
envolva Busca em Ambientes Confinados62 (Working in Confined Spaces – WICS) ou um
ambiente tóxico que exija acesso especializado ou equipamento respiratório e/ou trabalhando
locais altos (Working at Heights – WAH) ou dentro ou ao lado de estruturas instáveis63.
Busca em veículos secundários. Uma busca avançada sistemática e detalhada de
um veículo envolvendo a busca em espaços vazios e interiores de compartimentos dentro de
um veículo usando técnicas e equipamentos especializados e pode ser realizada com a
assistência de especialistas em veículos- alvo.
Busca EOD
A busca EOD envolve qualquer atividade de busca que os membros de uma equipe
61
Atividades realizadas em que o risco avaliado representado por ameaças especificadas é avaliado como
provável. Por exemplo, onde U2 específico indica a presença de AEIs.
62
Um espaço confinado é qualquer lugar, incluindo qualquer câmara, tanque, silo, vala e cano ou similar, onde
haja um risco razoavelmente previsível. Pode incluir estruturas e porões de navios onde há riscos de falta de
oxigênio, gás venenoso, fumaça ou vapores, movimento de líquidos ou sólidos, incêndio ou explosão, poeira ou
calor. Os espaços confinados podem ser de superfície ou subterrânea.
63
Estruturas instáveis incluem estruturas e edifícios danificados, com manutenção ou mal projetada e que
podem ser
encontrado em um teatro operacional; eles podem ser edifícios ou equipamentos. Estruturas instáveis podem
incluir mal empilhadas materiais ou equipamentos, como contêineres ou estruturas de armazenamento ISO,
localizados em fundações inadequadas. Os riscos são do colapso ou movimento da estrutura, causando
esmagamento ou aprisionamento, e do risco de queda de materiais ou objetos.
EOD estejam qualificados para realizar e incluem:
o Operador de busca. Procedimento de busca sistemática utilizado pelos
operadores EOD para varrer um terreno que leva a uma área de interesse que
pode ter uma alta probabilidade de conter AEIs acionados pela vítima (Victim
Operated IEDs – AEIs-AV). O operador de busca é utilizado quando o
acesso remoto não é uma opção ou quando o início deliberado de AEIs
acionados remotamente (Remotely Operated Vehicle – AEIs-AR) é
considerado inaceitável;
o Buscas de posto de comando de incidentes padrão (ICP) que não
sejam as necessárias como parte de uma operação planejada em um
ambiente não permissivo, que geralmente exigirá competência de busca de
engenharia;
o Inspeção de veículo A busca deliberada manual do sistema de um veículo
e a área ao seu redor por um Operador EOD após uma avaliação de que é
provável uma ameaça dentro do veículo ou em sua área circundante;
o Busca para recuperação de provas forenses;
OBSERVAÇÃO: Outras áreas podem ser varridas a critério do operador, com base em sua
própria avaliação de ameaças.
Busca EOD
A tabela a seguir resume as várias tarefas de busca como sendo de todas as armas ou
específicas. Os códigos de cor utilizados são:
Permitido
Possivelmente todas as armas ou especialidades determinadas por fatores de risco
Não permitidos
de risco
Não permitidos
6 Princípios da Busca
O sucesso da busca como competência se deve em grande parte aos
procedimentos baseados em quatro princípios básicos que podem ser adaptados para se
adequar ao andamento operacional e à situação tática. Os procedimentos e técnicas envolvidos
em todas as atividades de busca devem ser baseados em princípios, independentemente dos
detalhes exatos das ações a serem tomadas. O nível de garantia fornecida varia de acordo com
o nível de treinamento e equipamento disponível. Os princípios da busca são:
• Sistemática. Todas as atividades de busca, independentemente do nível em que são
conduzidas, são de natureza sistemática, o que é alcançado pela abordagem cuidadosa,
deliberada, detalhada e metódica. O princípio da busca sistemática se aplica igualmente ao
planejamento, coordenação e execução de todas as operações de busca;
• Flexível. O TTP, assim como o equipamento, deve ser adaptado a um ambiente
operacional/tático em evolução, em que o agressor muda de forma constante seus métodos de
operação, na tentativa de interceptar, enganar, ou desviar a competência de busca. Todos os
procedimentos devem ser flexíveis, mas consistentes em sua aplicação, sem comprometer a
segurança;
• Focado. Todas as operações de busca planejadas devem ser direcionadas e ter
objetivos claramente definidos que contribuam para a missão. O impacto político, cultural,
social e econômico de qualquer operação de busca prevista deve ser abordado ao considerar
os objetivos;
• Seguro. As atividades de busca são conduzidas dentro da margem do nível de risco
aceitável para a operação e a avaliação associada a ela, conforme determinado pelo
Comandante.
1. Para a mitigação de ameaças AEIs, é realizada uma busca para localizar e isolar AEIs instalados
ou para encontrar AEIs ou seus componentes antes de serem instalados. Se não for possível, é
necessário encontrar o dispositivo antes da ativação. Esses esforços para mitigar a ameaça requerem
atividades de busca.
2. U
m entendimento da ameaça AEI é essencial para identificar as competências de busca
necessárias para os esforços EOD. Depois que a ameaça AEI avaliada para uma missão for
identificada, os padrões mínimos de busca necessários e os requisitos críticos de
equipamento podem ser determinados. Isto é ilustrado abaixo:
Toda forma de
informação Padrões de Requisitos de
Qualificação Informação busca de
Mínima de equipamento
Busca crítico
Desenvolvimento
da tarefa de busca
Potencial Competências
Desconectado da Equipe de
Busca
4. U
ma missão deve identificar claramente os recursos necessários para cada
competência de busca.
APÊNDICE 2 AO ANEXO C
BUSCA E DETECÇÃO CONTRA AMEAÇAS EXPLOSIVAS (BUSCA CET)
CAPÍTULO I
INTRODUÇÃO
1.1 FINALIDADE
1.1.1 A Neutralização de Artefatos Explosivos - Explosive Ordnance Disposal
(EOD) é a capacidade de detectar, identificar, avaliar, neutralizar, destruir e re-
mover artefatos explosivos ou dispositivos explosivos improvisados, de forma a
torná-los inofensivo
2.2 PRINCÍPIOS EOD
2.2.1 PRESERVAÇÃO DA VIDA
− Deve-se buscar o mínimo de exposição dos operadores EOD ou outros indi-
víduos na área de perigo.
2.2.2 PRESERVAÇÃO DA PROPRIEDADE
− Após a avaliação dos riscos de pessoal, deve-se analisar o efeito de uma
eventual explosão nas construções e nas instalações próximas do artefato. Os
danos colaterais de uma explosão, planejada ou não, devem ser informados ao
escalão superior. Deve-se também considerar que haverá uma detonação de alta
ordem, mesmo com a escolha de procedimentos que busquem uma detonação
de baixa ordem, por exemplo.
2.2.3 PRESERVAÇÃO DA PROVA FORENSE/INFORMAÇÕES
− Deve-se buscar coletar o máximo de informações com meios passivos, assim
como preservar o local da detonação, caso ela ocorra. Esse princípio inclui ações
2-3EB70-CI-11.452
de busca de estilhaços, destroços ou partes do artefato explosivo, assim como a
obtenção de imagens do dispositivo antes das ações.
2.2.4 RETORNO À NORMALIDADE
− Deve-se tentar sanar o incidente o mais rápido possível para não gerar pânico
ou desestabilizar o local de incidente. A área de segurança estabelecida para
evacuação parcial ou total deve ser desativada tão logo o incidente EOD seja
sanado
2.4 PRIORIDADES EOD
2.4.1 A classificação de prioridades EOD é consequência do impacto de uma
ameaça à manobra e a resposta a essa ameaça deve ser feita na ordem de
prioridade descrita a seguir.
2.4.2 IMEDIATA
− Essa prioridade para a manobra e a capacidade da unidade. É uma ameaça
vital e crítica para a missão.
2.4.3 INDIRETA
− Essa prioridade restringe a manobra e a capacidade da unidade. Também
2-4EB70-CI-11.452
pode ameaçar pontos críticos importantes para a missão.
2.4.4 BAIXA
− Essa prioridade reduz a liberdade de manobra e a capacidade da unidade.
Pode ameaçar pontos não críticos.
2.4.5 NÃO AMEAÇA
− Possui pouco ou nenhum efeito na liberdade de manobra e capacidade da
unidade. A ameaça é identificada e relatada para uma ação posterior da equipe
EOD
AÇÕES EOD
3.1 GENERALIDADES
3.2.1.2 A equipe EOD pode apoiar uma operação de limpeza de vias destacando
3-2EB70-CI-11.452
pessoal a frente adotando o esquema detalhado no item a seguir:
Fig 3 - Exemplo de formação para limpeza de vias a pé
3.2.1.3 A atividade de Limpeza de Vias é constituída pelas seguintes tarefas:
a) detecção;
b) Investigação; e
c) neutralização.
3.2.1.3.1 Detecção
- É a ação de localizar uma possível ameaça por meio de detectores de metal
veiculares ou portáteis; detectores de anomalia no solo; animais adestrados para
o faro de explosivos; ou observação direta de objetos estranhos, fios, buracos ou
saliências e outros sinais.
3.2.1.3.2 Investigação
- É a confirmação ou descarte da ameaça explosiva. Pode ser realizada por um
operador EOD com meios remotos ou manuais, tais como robôs EOD com seus
implementos; viaturas especializadas; sensores de explosivos; kit movimento,
entre outros. A remoção do artefato do local onde foi encontrado deve ser feita
por robôs ou por cordas e roldanas, tomando cuidado para não deslocar o artefato
na direção do comboio.
3-3EB70-CI-11.452
3.2.1.3.3 Neutralização
- É a ação realizada sobre a ameaça para colocá-la em segurança. Pode acontecer
com o emprego de explosivos ou com ação no sistema de iniciação do artefato.
É importante ter atenção aos efeitos colaterais de uma possível detonação do
artefato. Artefatos nos quais se espera encontrar grande quantidade de explosi-
vos, como minas anticarro, podem bloquear a passagem em uma estrada caso
venham a detonar, sendo desejável a sua remoção para uma parte fora da estrada
para sua neutralização.
3.2.1.3.4 Coleta de material forense
- Após a neutralização da ameaça deve ser realizada a coleta dos materiais ou
amostras de terra do local da detonação para a investigação e busca dos mate-
riais que foram utilizados para a sua construção. Essa atividade busca pela rede
de que fornece os materiais, assim como os locais de fabricação dos artefatos
CAPÍTULO IV
TÁTICAS, TÉCNICAS E PROCEDIMENTOS EOD
4.1 GENERALIDADES
4.1.1 As táticas, técnicas e procedimentos EOD correspondem a um conjunto
de ações a serem realizadas pelos envolvidos na coordenação e controle de
um incidente EOD. Algumas são específicas para os operadores EOD e outras
são destinadas a todos os elementos que presenciam ou que se envolvem com
o incidente.
4.2 AÇÕES IMEDIATAS DO CONTROLADOR DO INCIDENTE (5C)
4.2.1 O controlador do incidente é o responsável pela zona de ação onde foi
encontrada a ameaça explosiva. Poderá ser o comandante tático de uma ma-
nobra, um elemento das forças de segurança pública, como um policial militar
ou civil, um bombeiro militar ou até mesmo um guarda de trânsito, dependendo
da situação.
4.2.1.1 Confirmar (Confirm)
– Confirmar a presença e a localização do AE e estabelecer a área perigosa/
evacuação imediata. Em caso de dúvida, considerar uma ameaça explosiva.
4.2.1.2 Limpar (Clear)
– Limpar a zona de perigo, impedindo a circulação de pessoas e isolando o raio
de segurança, conforme a tabela de distâncias estimadas no item 4.3.
4.2.1.3 Comunicar (Call)
– Relatar as características e a localização da ameaça ao escalão superior com
a descrição mais detalhada e precisa possível.
4.2.1.4 Isolamento (Cordon)
– Após o reconhecimento inicial do AE, isolar a área perigosa de acordo com a
quantidade de explosivos que se espera que a ameaça contenha, aumentando
ou diminuindo o raio de segurança estabelecido inicialmente.
4.2.1.5 Controlar (Control)
– Controlar entradas e saídas da área perigosa. Estabelecer o Posto de Contro-
le do Incident
Observações:
1. esta estimativa é baseada em uma quantidade razoável de material dentro do
recipiente/objeto de
tamanho similar a este exemplo.
2. o pessoal dentro de instalações possui um alto nível de proteção de morte ou lesões graves,
todavia
vidros estilhaçados e fragmentos da construção ainda podem causar alguma lesão. Estima-se
que
instalações sem reforços que recebam danos podem custar 5% do valor de reparo.
3. caso o pessoal não possa entrar em algum local para abrigar-se, deverá afastar-se conforme
os
valores para distância em local aberto. Essa distância é determinada pelo maior risco de
fragmentação,
quebra de vidros ou limite para ruptura de tímpanos.
4.5.2 A Tabela 4 mostra as distâncias de segurança a serem adotadas para ame-
aças explosivas com botijões e caminhões de gás de petróleo liquefeito.
Observações:
1. esta estimativa é baseada em uma quantidade razoável de material dentro do
recipiente/objeto de
tamanho similar a este exemplo.
2. o pessoal dentro de instalações possui um alto nível de proteção de morte ou lesões graves,
todavia
vidros estilhaçados e fragmentos da construção ainda podem causar alguma lesão. Estima-se
que
instalações sem reforços que recebam danos podem custar 5% do valor de reparo.
3. caso o pessoal não possa entrar em algum local para abrigar-se, deverá afastar-se conforme
os
valores para distância em local aberto. Essa distância é determinada pelo maior risco de
fragmentação,
quebra de vidros ou limite para ruptura de tímpanos.
4.5.2 A Tabela 4 mostra as distâncias de segurança a serem adotadas para ame-
aças explosivas com botijões e caminhões de gás de petróleo liquefeito (GPL).
Tab 4 - Distâncias para ameaças explosivas com botijões e caminhões de gás GPL
4.5.3 Em caso de dúvidas quanto à quantidade de carga explosiva existente no
AE, aumentar a distância de segurança