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VIABILIZAÇÃO DE PROJETOS

SOCIAIS E CULTURAIS
BEATRIZ HELENA RAMSTHALER FIGUEIREDO

e-Book 4
Sumário
INTRODUÇÃO������������������������������������������������� 3

CAPTAÇÃO DE RECURSOS���������������������������� 5
As etapas de um projeto������������������������������������������������������ 8
As leis de incentivo à cultura mais conhecidas���������������� 13

FONTES DE RECURSOS������������������������������� 19

ASSOCIAÇÃO, REDES, EMPRESA E


ESTADO�������������������������������������������������������� 24

ORÇAMENTO E PRESTAÇÃO DE CONTAS��� 28


Orçamento��������������������������������������������������������������������������� 28
Prestação de contas����������������������������������������������������������� 31

CONSIDERAÇÕES FINAIS���������������������������� 37

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS &


CONSULTADAS�������������������������������������������� 39
INTRODUÇÃO
Para falarmos sobre a viabilização de projetos
sociais e culturais precisamos, antes de tudo,
pensar nas questões financeiras e econômicas que
permeiam as discussões sobre o planejamento e
realização de projetos.

Para isso, mergulharemos aqui em uma importan-


te reflexão pautada na prática da elaboração de
projetos para leis de incentivo e patrocínios diretos
com o intuito de viabilizar a captação de recursos.

Falaremos sobre as fontes de recursos para finan-


ciamento de projetos sociais e culturais e sobre os
caminhos para alcançá-las. Precisamos pensar no
funcionamento das políticas de cultura, sejam elas
públicas ou privadas, e nas etapas de planejamento
e elaboração de projetos para cada caso.

Abordaremos ainda as relações em associações e


redes, além do diálogo entre a iniciativa privada e
o poder público frente ao atendimento das ações
sociais e culturais que objetivem a intervenção
em realidades socioculturais a fim de promover o
bem-estar social.

Esta é uma importante conversa e uma chance


de reflexão de extrema importância e grande rele-
vância na formação de um gestor de projetos que

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pretenda atender aos interesses das áreas social
e cultural no Brasil.

A ideia é que você termine esta leitura provocado


para a ação e com repertório suficiente para a
construção de bons projetos e a elaboração de
ações realmente significativas para o público e
a sociedade. Esse é um rico universo de atuação
e você pode vir a se tornar um especialista em
projetos se assim desejar.

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CAPTAÇÃO DE RECURSOS
Captar recursos costuma ser apontado como um
dos maiores desafios no processo que pretende
transformar uma ideia em uma ação prática com
base na elaboração de um projeto.

Há caminhos diversos para a realização dessa


“empreitada”, mas vale dizer que é nesse ponto
que encontramos os nossos maiores desafios.

Há um número expressivo de projetos que nunca


chegam a ser realizados porque o momento da
captação de recursos a fim de viabilizá-lo é sempre
delicado. É preciso uma série de análises anteriores
para que se possa construir um sólido caminho para
a captação de recursos. Sem recursos, nenhum
projeto sobrevive, não é?

Vale dizer que há diversas formas para pensarmos


sobre a captação de recursos. Podemos pensar
em captações diretas e indiretas. Mas o que se-
riam elas?

A captação de recursos conhecida como captação


direta prevê uma negociação direta entre produtor
ou gestor do projeto e empresa patrocinadora,
sem nenhuma mediação de leis de incentivo ou
de qualquer outra ação de incentivo público. As
captações indiretas são aquelas mediadas pelo

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Estado com base em relações pautadas, em geral,
pelas leis de incentivo.

Já que falamos em leis de incentivo, que tal pro-


curarmos entender inicialmente o que são e como
podemos usufruir delas?

Leis de incentivo são ações que atendem a políti-


cas públicas. Vale aqui conceituar a ideia de que
políticas públicas são frutos de planejamento de
entes públicos que pretendem, por meio delas,
atender e resolver um problema público. Elas es-
tão intimamente ligadas também com a garantia
dos direitos básicos previstos pela Constituição
Federal promulgada em 1988.

Aliás, você já leu a Constituição Federal do Brasil?


Não? Então pergunte-se como você pretende debater
e conversar sobre política, sobre sociedade, sobre
direitos e deveres, sem conhecer a lei máxima de
seu país. Ou vamos além: como pretende ser um
profissional de Relações Públicas sem conhecer
a lei que dá a base de compreensão do funciona-
mento do Estado e sustenta os nossos direitos e os
nossos deveres constitucionais. Seria algo como
atuar na medicina sem conhecer muito sobre o
corpo humano. Cuidado!

A formação de repertório é aquilo que poderá te


manter no jogo social. Sem repertório você será
facilmente descartado em um mundo que, cada

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dia mais, é pautado no acesso à informação e que
valoriza o conhecimento.

SAIBA MAIS
Para acessar o texto da Constituição Federal de 1988,
acesse o link:

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/
constituicao.htm

Se cultura, educação, saúde e segurança, entre


outros, são pautas dos nossos direitos básicos,
é dever do Estado a garantia deles. Para tanto,
os entes públicos planejam, entre outras ações,
práticas de políticas públicas. As mais comuns
são as conhecidas leis de incentivo.

No campo cultural temos a mais famosa delas em


âmbito federal. Trata-se da Lei Federal de Incentivo
à Cultura, conhecida até 2019 como Lei Rouanet.
Essa é uma lei que pretende apoiar projetos cul-
turais com base na isenção ou no desconto do
valor investido no projeto em imposto de renda.
A lógica é simples e vai espelhar outras dezenas
de leis de incentivo que temos no Brasil, seja na
esfera federal, estadual ou municipal.

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AS ETAPAS DE UM PROJETO
Você sabe como funciona uma lei de incentivo como
a Rouanet? Primeiramente você precisa elaborar
e escrever um projeto. Um projeto é constituído
por partes. A estrutura básica de um projeto é
composta por:

1) Objetivos geral e específico;

2) Justificativa ou defesa;

3) Estratégia de ação ou plano de trabalho;

4) Cronograma;

5) Plano de comunicação ou divulgação;

6) Público-alvo ou público consumidor;

7) Contrapartida social;

8) Ações de responsabilidade social;

9) Ações de acessibilidade;

10) Ações de democratização de acesso;

11) Ficha técnica;

12) Orçamento.
Essas 12 partes de um projeto não podem ser
elaboradas da noite para o dia. Um projeto é algo
pensado, estudado, criado com base em ideias
e em pesquisas. Leituras são importantíssimas

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porque elas o ajudarão a fazer a defesa de sua
ideia. A defesa, ou justificativa, é um texto rele-
vante que pretende a defesa da existência ou da
necessidade de execução de seu projeto. Ele não
é pautado apenas na sua opinião, mas em dados e
em informações que são frutos de pesquisa sobre
o campo de atuação. Um projeto não é apenas um
desejo particular de alguém. Um projeto pretende
uma entrega e essa entrega deve ter, necessaria-
mente, um interesse público.

Antes de seguirmos na descrição do funciona-


mento de uma lei de incentivo, vamos procurar
compreender cada uma dessas 12 etapas? Nunca
é demais passarmos por elas.

No item 01 você deverá desenvolver o seu objetivo.


Procure ser claro, defina os objetivos específicos
e geral de seu projeto. Utilize verbos no infinitivo
(fazer, desenvolver, compreender, executar, gravar
etc.).

No item 02 falamos da justificativa e, sobre ela, já


tratamos um pouco. Mas lembre-se de que esse
é o texto capaz de convencer o leitor ou avaliador
do projeto de que sua ideia é essencial, importante
e deve ser realizada. Saiba defendê-la.

No item 03 iremos elaborar o passo a passo de


nosso projeto. Esse item é chamado de estratégia
de ação ou de plano de trabalho. Divida o desen-

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volvimento de suas atividades entre as etapas de
pré-produção, produção e pós-produção e liste as
ações para a realização de seu projeto. Escreva uma
a uma, enumere. Depois de desenvolver, volte a ler,
pense na execução, verifique se não faltou nada.
Um bom plano de trabalho é o melhor roteiro para o
desenvolvimento de um bom orçamento também.

No item 04 você vai elaborar o seu cronograma de


ação. Quanto melhor planejado, melhor será a exe-
cução de seu projeto. Estude as fases do projeto,
defina com calma e procure executá-lo dentro do
prazo máximo de um ano (esse é o padrão mais
comum às leis de incentivo que permitirão depois
que você prorrogue o prazo para mais um ano,
caso precise).

No item 05, defina de forma estratégica como será


a divulgação de seu projeto. Pense com cuidado
nesse item porque ele será fundamental para a
captação de patrocínio e para o sucesso do pro-
jeto. Um projeto que não se comunica, não alcan-
ça as pessoas e se o público não souber de sua
existência não comparecerá ao seu projeto. Aqui
está parte da “alma do negócio”. Não descuide da
comunicação. Pense nela com cuidado e de forma
estratégica e inteligente.

No item 06 está um ponto fundamental: a compre-


ensão e a descrição de seu público-alvo. Se você

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não conhece com profundidade o público com o
qual deseja se comunicar, dificilmente o seu projeto
alcançará sucesso.

É preciso conhecer o público para saber o que ele


deseja, o que ele consome como mídia, como ele
compreende o seu discurso e que tipo de texto o
encanta. Oferecer ao público o que ele deseja ou
algo que o encante somente será possível se você
puder conhecê-lo. Também a captação de recursos
depende muito desse perfil de público que você
irá traçar. Se uma empresa se interessa por falar
apenas com mulheres jovens, não adianta você
procurar por ela para um projeto que pretende con-
versar com homens da terceira idade, por exemplo.

O item seguinte é o das ações de contrapartida


social. Todo projeto que pretende o uso do dinheiro
público precisa planejar a contrapartida social e,
vale dizer, uma lei de incentivo é pautada no uso
do dinheiro público, mesmo que a verba venha
para o seu projeto de forma indireta.

A contrapartida social é composta por um plano


de ação que pretenda a oferta de práticas culturais
como forma de contrapartida ao apoio do Estado
ao seu projeto. Para isso, você precisa criar ações
que sejam gratuitas e que possam ampliar o acesso
do público ao conteúdo que você pretende oferecer.
Também é importante pensar aqui em ações de

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formação de plateia, de educação, de ampliação
do acesso à cultura, enfim, tornar seu projeto inte-
ressante e acessível para a comunidade onde ele
está inserido é parte do planejamento do projeto.

Há também uma série de itens que constam no


escopo da responsabilidade social e que versarão
sobre a democratização de acesso, o posiciona-
mento consciente do projeto e das marcas que
estarão envolvidas, a criação de práticas de aces-
sibilidade etc.

Aliás, sobre acessibilidade, atualmente a Lei Fe-


deral de Incentivo à Cultura obriga que todas as
atividades culturais previstas em seu projeto sejam
também acessíveis a pessoas com qualquer nível
de deficiência física, visual ou auditiva.

Os dois últimos itens do projeto são o de ficha téc-


nica e orçamento. A ficha técnica irá comprovar o
conhecimento das pessoas acerca daquilo que elas
estão prometendo fazer. É importante a definição
das funções e a elaboração de bons releases para
cada profissional.

Já o orçamento não deverá ser apresentado apenas


com o valor total, mas detalhado item a item até
que se alcance o valor final.

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AS LEIS DE INCENTIVO À CULTURA
MAIS CONHECIDAS
Enfim, depois de elaborado o projeto, você poderá
inscrevê-lo para obter a aprovação junto a uma ou
mais leis de incentivo à cultura.

Leis federais de incentivo à cultura


Se você quiser inscrevê-lo na Lei Federal de Incentivo
à Cultura, antiga Lei Rouanet, ela dará ao projeto
o aval para que você possa captar recursos junto
à iniciativa privada. Isso significa dizer que não é
o Governo que te dá o dinheiro, ele dará apenas
a chancela para que você possa, ao captar recur-
sos junto a uma possível empresa patrocinadora,
ofertar também o desconto em imposto de renda.

Não é apenas isso que você oferecerá ao potencial


patrocinador. Você precisará criar um book do
seu projeto onde você apresente o que pretende
fazer, onde irá figurar a marca da empresa, o que
você está pedindo e tudo o que você pode ofertar
como contrapartida ao apoio que lhe for dado.
Fique atento porque quando falamos de procurar
apoio financeiro junto a empresas privadas não
estamos falando de um mesmo tipo de projeto
que aquele que descrevemos para se apresentar
a uma lei de incentivo.

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Um projeto para captação de recursos tem outro
enfoque e deve ser ilustrado, bem apresentado,
persuasivo e ofertar o máximo de possibilidades
legais que você conseguir criar para atrair o olhar
e o interesse desse patrocinador. Os textos desse
projeto para captação não são, necessariamente,
pautados exclusivamente no valor cultural do
projeto, mas podem ser criados com base em um
conhecimento sobre marketing. Isso irá ajudá-lo
na conquista de seu potencial financiador.

As leis federais de incentivo à cultura podem ser


a Rouanet (atualmente chamada apenas de Lei
Federal de Incentivo à Cultura) ou a Lei do Au-
diovisual (criada para atender especificamente a
projetos de cinema).

SAIBA MAIS
Para acessar o texto da Lei Federal de Incentivo à Cul-
tura, acesse o link:

http://leideincentivoacultura.cultura.gov.br/

As duas leis darão ao projeto a chancela para


oferecer ao patrocinador o desconto de até 100%
do valor investido no projeto no imposto de renda
devido pela empresa, respeitando a alíquota de
até 4% do imposto total devido. Isso significa di-
zer que uma empresa pode destinar a um projeto
cultural 4% do imposto de renda que ela deve ao

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governo e, em troca disso, poderá também usufruir
da visibilidade do projeto para o marketing de sua
empresa. É uma vantagem enorme, não acha?

Um projeto de teatro, por exemplo, dá 100% de


desconto no imposto de renda e ainda oferece a
divulgação do nome e logotipo da empresa e todo
e qualquer material de publicidade da peça teatral.

SAIBA MAIS
Para acessar o texto da Lei do Audiovisual, acesse o link:

https://www.gov.br/ancine/pt-br/arquivos/lei-audiovi-
sual.pdf

Leis estaduais de incentivo à cultura


As leis estaduais de incentivo à cultura se apoiam
em outro tipo de imposto, o Imposto sobre cir-
culação de mercadorias e serviços (ICMS). Elas
funcionam da mesma forma que a lei federal, ou
seja, oferecem uma chancela para que o produtor
do projeto possa procurar recursos junto à inicia-
tiva privada. Porém, nesse caso, o incentivador
poderá descontar do ICMS devido parte ou o total
do valor investido no projeto, sempre respeitando
as alíquotas previstas pela respectiva lei.

Não são todos os estados que possuem leis de


incentivo à cultura. Você precisa verificar qual é a

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realidade do setor no seu estado de origem. Vale
dizer que é comum às leis estaduais e municipais
a exigência da comprovação de vínculo com o
território de pelo menos dois anos. Isso significa
dizer que você precisará comprovar que reside ou
possui empresa há pelo menos dois anos em dado
estado ou município.

Leis municipais de incentivo à cultura


Já as leis municipais de incentivo à cultura fun-
cionam sob o mesmo molde, porém ofertam
descontos ou isenção no IPTU e no ISS, impostos
de competência municipal. Assim como aconte-
ce com as leis estaduais de incentivo à cultura,
também as municipais não existem em todos os
municípios do país. Verifique qual é a situação
do seu município e, caso não exista nenhuma
política pública para o setor, talvez esteja na hora
de vocês se mobilizarem em prol da construção
de um caminho possível de apoio à cultura local.
Esse é o histórico das leis e das ações de políticas
públicas. Elas nascem apoiadas por uma pressão
e uma organização de sujeitos sociais que lutam
pelo setor em que atuam.

O caso de São Paulo


A cidade de São Paulo é um bom estudo de caso
para esse campo. Se você reside ou tem empre-
sa em São Paulo há pelo menos dois anos, você

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pode usufruir das leis de incentivo que atendem
à cidade e ao estado e também da Lei Federal de
Incentivo à Cultura.

Vale reforçar que um mesmo projeto pode ter


apoio de mais de uma lei. O que você não pode
fazer é triplicar o orçamento porque usará de 3 leis.
Você será obrigado a dividir o projeto em partes e
demonstrar à Secretaria de Cultura qual parte será
apoiada por qual lei.

No Estado de São Paulo temos o PROAC-ICMS


que foi suspenso em 2020 por três anos, ou seja,
ele não deixou de existir, apenas teve seu uso
congelado durante esse período.

SAIBA MAIS
Para acessar o texto do PROAC-SP, acesse o link:

https://www.proac.sp.gov.br/proac_icms/principal/

No município de São Paulo temos uma das leis


mais novas de apoio à cultura no país, a PRO-MAC,
criada em 2013, porém instituída por decreto ape-
nas em 2019.

Além das leis que pretendem a isenção ou o descon-


to do imposto, tanto o Estado quanto a Prefeitura
de São Paulo mantêm também um programa de
apoio por meio de editais. Os editais são formas

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de apoio a projetos que pretendem o aporte direto
do estado para o projeto, sem que haja a neces-
sidade de o produtor ir a campo à procura de um
potencial patrocinador. É a própria prefeitura ou o
próprio governo que repassa a verba pública ao
projeto selecionado por edital.

SAIBA MAIS
Para acessar o texto do PRO-MAC, acesse o link:

http://smcsistemas.prefeitura.sp.gov.br/promac/

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FONTES DE RECURSOS
Já que falamos de editais, que tal mergulharmos
na reflexão sobre outras fontes de financiamento?

Além das leis de incentivo, há uma série de editais


públicos e privados que são abertos anualmente
por empresas e governos. Esteja atento aos grupos
que discutem editais nas redes sociais, sejam eles
voltados para a cultura ou para ações sociais e/
ou ambientais.

Procure também por sites específicos que pretendem


a divulgação de editais. Dentre outros, destacam-se
no mercado o site Prosas e o Simbiose Social. Ve-
rifique sempre esses e outros sites, esteja atento.

SAIBA MAIS
Para acessar o site Prosas, acesse o link:

https://prosas.com.br/home

Para acessar o site Simbiose Social, acesse o link:

https://simbiose.social/

Cada edital segue um formato próprio, mas se


você tiver montado o seu projeto seguindo os 12
tópicos que abordamos neste e-book você terá em
mãos um projeto modelo que poderá ser adapta-

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do facilmente a qualquer realidade de editais que
surjam como oportunidade.

Além dos editais, podemos também pensar no fi-


nanciamento direto por meio de apoio de marketing.

Sim, as empresas – principalmente as médias e


grandes empresas – possuem departamentos
de marketing ou agências de publicidade que cui-
dam de suas comunicações. Por meio deles você
conseguirá apresentar o projeto a fim de captar
recursos e apoios.

Lembre-se de que numa relação de marketing a


empresa estará muito interessada em entender não
apenas o valor simbólico do projeto, mas também a
forma como se comunicará com o público e como
figurará na comunicação do projeto.

Percebe que existe aqui uma nova forma de abor-


dagem do mesmo conteúdo?

Se para inscrever o projeto em um edital público


ou em uma lei de incentivo você precisa destacar
o valor cultural ou social de seu projeto, para uma
relação comercial de marketing, o conteúdo pre-
cisa estar voltado às vantagens de marketing e
comunicação.

Isso não quer dizer que a empresa não se interesse


pelo valor social ou cultural de sua proposta, mas

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ela precisa visualizar esse valor junto à percepção
que o público terá frente à experiência.

Há ainda mais uma forma de captação de recursos


para abordarmos aqui: o financiamento coletivo
ou crowdfunding.

Trata-se de um tipo de financiamento que se forta-


leceu como opção para pequenos projetos a partir
da configuração da sociedade em rede.

No Brasil, além do site “catarse.me”, há outros sites,


inclusive nacionais, bastante populares, como o
site “vakinha.com.br”. Nesses, pode-se encontrar
campanhas das mais diversas naturezas, como
uma startup buscando fundos para a construção
de um protótipo, um deficiente buscando ajuda para
a aquisição de uma prótese ou, aqueles que foram
os pioneiros do crowdfunding, músicos buscando
dinheiro para financiar a gravação de um disco.
Contudo, é necessário que se empregue ferramentas
específicas, adequando a forma de comunicação,
bem como o escopo do projeto ao público-alvo, a
fim de que se obtenha sucesso. Esse tipo de estra-
tégia consta nas sessões de dicas ao usuário dos
próprios sites de crowdfunding (LYRA, 2019, p. 14).

Criar redes é o primeiro passo para que, ao criar


um projeto que pretenda a captação coletiva, ele
possa ganhar espaço e se fortalecer. Uma rede

21
consistente e engajada é essencial para a possi-
bilidade de criar oportunidades de financiamento
coletivo.

Há ainda os sites de financiamento coletivo que


poderão hospedar o seu projeto e te darão a estru-
tura necessária para o início da captação. Esses
sites cobram uma porcentagem do valor captado
e divulgam o seu projeto junto ao “cardápio” de
possibilidades que eles oferecem ao potencial
investidor.

REFLITA
O Catarse é o primeiro site de grande projeção de
projetos para financiamento coletivo. Ele oferece não
apenas o serviço para hospedagem de seu projeto, mas
também as orientações para o desenvolver melhor.
Explore esse e outros sites e você verificará o que cada
um pode oferecer. Verifique o que melhor se adequa
às suas necessidades e experimente. Lembre-se de
que a rede é fortalecida por suas estratégias e ações.
Nenhum site fará o “milagre” da multiplicação. Tudo é
fruto de trabalho.

Já se você representa uma ONG ou associação


sem fins lucrativos, você também poderá pleitear
o apoio para projetos culturais do Fundo Nacional
de Cultura. Conhecido como um “apoio a fundo
perdido”, o dinheiro é repassado diretamente do
Governo para o projeto apoiado e é um fundo

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pensado exclusivamente para apoio a iniciativas
de entidades sem fins lucrativos.

Há ainda a Lei de Incentivo ao Esporte para ativi-


dades esportivas não profissionais. Você também
encontrará outras possibilidades em áreas sociais
ou para ações voltadas ao meio ambiente. O
importante é saber que existem dezenas de pos-
sibilidades e o seu exercício principal será, além
de conhecer os mecanismos, compreender com
profundidade o conteúdo e o contexto do projeto
que será elaborado.

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ASSOCIAÇÃO, REDES,
EMPRESA E ESTADO
A sociedade contemporânea está totalmente co-
nectada em rede.

A Revolução Tecnológica nos fez dependentes de


dispositivos digitais. Você, por exemplo, consegue
se imaginar vivendo sem celular? Esse aparelho
telefônico passou a ter uma importância tão gran-
de em nosso dia a dia que transferimos para ele
parte de nossas capacidades. É fácil perceber o
que aconteceu no decorrer da evolução tecnológi-
ca. Se antes falávamos ao telefone, hoje falamos
quase que exclusivamente por meio de aplicativos
de mensagens.
A internet ganhou protagonismo e criamos com
esse pequeno aparelho transmissor de mensa-
gens, textos e discursos uma relação de total
dependência, transferindo a ele inclusive a nossa
memória. O celular passou a ser parte do corpo,
como uma prótese ou um HD externo. Se antes
falávamos que o celular poderia ser compreendido
como um hardware (parte física do computador),
agora dizemos que ele é software (programas ou
aplicativos que controlam o funcionamento da
máquina). E a máquina aqui descrita somos nós.

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Sim, há algum tempo os estudos da Comunica-
ção apontam para essa relação de dependência
entre ser humano e celular e, se somos assim tão
dependentes, a ponto de dormir com o celular na
cama ou levá-lo para o banheiro na hora do banho,
podemos então imaginar a potência que ganham as
mensagens a serem veiculadas por esse pequeno
dispositivo.

Enfim, a criação da lógica de rede passa também


por toda essa revolução tecnológica. Foram esses
dispositivos e a popularização das redes sociais,
organizadas sob a lógica de rede, que fortaleceram
a cultura da conexão.

Uma rede física, criada a partir do encontro de linhas


que se unem em nós é a melhor representação das
redes sobre as quais falamos aqui. Numa sociedade
altamente conectada, é preciso que saibamos nos
relacionar em rede e criar meios e mecanismos
para o fortalecimento dessas relações.

A profunda evolução da tecnologia levou a grandes


mudanças comportamentais na sociedade humana,
nas últimas duas décadas, levando a chamada Era
da Sociedade em Rede (CASTELLS e CARDOSO,
2005). Essa pode ser compreendida como a era do
avanço da comunicação pela internet, com o advento
da chamada web 2.0, na qual a comunicação e a
transmissão da informação tornaram-se instantâ-

25
neas, independentemente de qualquer distância
geográfica (LYRA, 2019, p. 13).

Atualmente no mercado de trabalho percebemos


comumente a análise de nosso comportamento
nas redes sociais no momento da seleção de um
profissional para uma vaga de emprego. No campo
artístico, atores estão sendo selecionados com
base na relação que criaram em redes. O número
de seguidores passou a ser um dos motivos deci-
sivos de uma seleção.

Se falamos sobre a comunicação de nossos pro-


jetos, as redes ganham ainda mais importância.
Fazer chegar a informação às pessoas com quem
desejamos criar a comunicação pode ser um pro-
cesso facilitado com o fortalecimento das redes.

A forma de relacionamento social foi profunda-


mente alterada, com o surgimento das teias sociais
virtuais, propagadas através das chamadas redes
sociais online. Essas redes sociais online trouxe-
ram profundas alterações à sociedade humana,
permitindo novas formas de influenciar a opinião
dos indivíduos (LYRA, 2019, p. 13).

Também as propostas de financiamento coletivo


se fortalecem nessa relação. É preciso pensar que,
se fortalecermos a rede, criamos uma espécie de

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veículo próprio e autônomo de comunicação com
o nosso público. Não precisar das grandes estru-
turas da Indústria da Comunicação para alcançar
os nossos objetivos pode ser uma estratégia muito
interessante de diálogo e fortalecimento das rela-
ções em rede diante de nossos projetos.

Pense estrategicamente, crie caminhos e formas


para fortalecer e potencializar o seu discurso junto à
comunidade, à sociedade, ao Estado e aos sujeitos
sociais com os quais deseja dialogar.

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ORÇAMENTO E
PRESTAÇÃO DE CONTAS

ORÇAMENTO
Já falamos bastante sobre a elaboração de pro-
jetos, pincelamos as possibilidades de patrocínio,
deixamos claro que há um universo vasto para ser
explorado e entendido e agora falaremos de algo
de extrema importância: o orçamento.

Criar um orçamento para um projeto exige uma


conexão com o mercado. É preciso que criemos
nossos orçamentos com base nos valores prati-
cados no mercado e que possamos comprovar
qualquer custo que apontemos em uma planilha,
porque pode ser que isso nos seja pedido.

Utilize-se de tabelas de sindicatos para definir va-


lores de funções. Trabalhar com base nelas facilita
a resposta às diligências no processo de análise
e aprovação do projeto.

Sim, em qualquer lei de incentivo você terá um


tempo de análise de seu projeto. Ele precisa ser
coerente, estar ligado à proposta da lei e ter orça-
mento pautado em valores praticados pelo mercado.

Durante o processo de análise você poderá receber


diligências, ou seja, pedidos de justificativa ou de
complementação de informações.

28
A partir da pandemia de covid-19, quase todas as
leis e editais analisam pontos acerca das ações
de prevenção e higiene contra a contaminação.

Também é comum o pedido de complementação


de planos de curadoria para exposições ou planos
de aulas para ações educativas.

Outro ponto comumente analisado é a capacida-


de da equipe diante do objetivo proposto. Esteja
cercado de pessoas que possam contribuir para
o seu projeto e não apenas de amigos.

Sempre que puder amplie as ações de democratiza-


ção de acesso, dando oportunidades, por exemplo,
para estagiários e/ou jovens aprendizes. É uma
ação que precisa ser desenvolvida com cuidado e
que gera um impacto muito importante na relação
do projeto com o campo social. Nesse caso, não
deixe de prever, no orçamento, o pagamento de
bolsa-auxílio.

Quando o orçamento está fora do padrão de mer-


cado, é comum que os avaliadores peçam três
orçamentos para determinado item, por isso, se
não quer ter um trabalho maior depois, cuide de
fazer um bom orçamento no ato do planejamento.

Já os editais, em grande parte, não dão a “chance”


da complementação de informações. É comum a

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desclassificação do projeto caso ele não cumpra
todos os requisitos do edital.

Aliás, vale aqui a provocação: comece a ler os


editais sem medo porque você verá que é capaz
de entendê-lo e que ele irá ajudá-lo na montagem
correta do projeto.

Preveja gastos de deslocamento, de direitos


autorais, de assessoria jurídica e contábil, além
das atividades comuns ao projeto. Algumas leis,
inclusive, obrigam a presença dos serviços de
assessoria contábil e jurídica no projeto.

Na elaboração do orçamento lembre-se de utili-


zar como base o plano de trabalho desenvolvido
anteriormente. Cada item do plano de trabalho
deve dar origem a uma ou mais linhas de seu
orçamento. Um bom plano é um bom roteiro para
um orçamento adequado. Esse é um momento
importante e deve ser desenvolvido com muito
cuidado. Prever tudo o que o projeto precisará para
a sua adequada execução não é tarefa fácil, mas
é essencial. Divida o orçamento entre as etapas
de pré-produção, produção e pós-produção. Para
isso, é importante lembrar que:
y A pré-produção é o momento do planejamento
e da organização do que virão a ser as ações do
projeto. É tudo o que antecede a prática do projeto
efetivo;

30
y Já o projeto vai acontecer e “as cortinas se
abrem” estamos falando da etapa de “produção”.
A produção é a própria execução do projeto até
o momento em que “as cortinas se fecham” pela
última vez;
y É então que começa a fase de pós-produção.
Nessa fase, além da conclusão dos contratos,
dos pagamentos ainda faltantes, faz-se a análise
do projeto e, por fim, os relatórios de prestação
de contas.

PRESTAÇÃO DE CONTAS
Quando trabalhamos com leis de incentivo ou
editais públicos, estamos atuando com o dinheiro
público e por isso a etapa de prestação de contas
ganha ainda mais importância. Ela provavelmente
irá analisar com afinco e com a exigência de quem
procura uma agulha no palheiro. Faça direito para
não ter dor de cabeça adiante.

A análise de um projeto às vezes demora anos


para ser concluída e a qualquer momento você
pode ser instado a fazer alguma complementação
de informação, por isso a dica é que você tenha
consigo, durante todo o tempo da produção, um
caderninho que seja um diário de produção. Ali
tudo deve ser anotado. É uma ótima forma de
ajudar a memória a não se perder nos detalhes.
Se daqui a 3 anos você for perguntado sobre um

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detalhe de sua produção, o seu diário te ajudará
a dar a resposta.

A prestação de contas é uma etapa essencial para


qualquer projeto. É quando você juntará as infor-
mações e analisará os resultados. É o momento
em que você compara os gastos previstos com
os executados com base nas notas fiscais e nas
emissões de pagamentos, além de compor rela-
tórios de execução prática.

Sobre os pagamentos, fique atento, é sempre im-


portante lembrar de trabalhar apenas com notas
fiscais, salvo os serviços que estão desobrigados
por lei de sua emissão. Cuide para que cada mo-
vimentação financeira seja comprada com a sua
respectiva nota. Não deixe nada para a última
hora. Vá compondo a planilha conforme as ações
acontecem. Isso o ajudará a não se perder no final.

Também é importante lembrar da valoração da


mídia. Você sabe o que é isso? Toda comunicação
tem um preço, mesmo aquela que não foi paga por
ter sido realizada de forma espontânea. Geralmen-
te, essas são aquelas matérias conquistadas com
o bom trabalho da assessoria de imprensa. Pois
bem, mesmo elas podem ser contabilizadas se
levarmos em conta o valor do espaço publicitário
em dado veículo e compararmos com o espaço

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ocupado pelo projeto em uma matéria ou em uma
simples nota jornalística.

A composição da valoração da mídia é um ótimo


meio de mostrar ao patrocinador, ao final do projeto,
que o investimento dele retornou em visibilidade
de marca em “X” por cento. O “X” é o resultado da
valoração da mídia em relação direta com o valor
investido pela empresa.

Em geral, chega-se ao resultado de que o patro-


cinador investiu menos do que o retorno que ele
teve. Isso é o ideal para a conquista de uma par-
ceria duradora.

Aliás, é nessa etapa que devemos cuidar do que


vamos entregar ao apoiador ou ao patrocinador
do projeto.

Lembre-se de que um projeto é composto, em grande


parte, por apoios diversos e alguns investidores.
São raros os projetos que dependem exclusiva-
mente de uma única empresa financiadora. Aliás,
isso não é nem recomendado. Pode ser perigosa
a dependência de uma única empresa. Diversifi-
car fontes de recursos é o mais indicado para o
fortalecimento do projeto.

É claro que alguns investidores darão montantes


mais expressivos. A eles damos o nome de patro-
cinadores. Eles podem ainda se dividir em cotas.

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É comum encontrarmos a definição de cota ouro,
prata e bronze. Mas, na realidade, não há regra, é
você quem deve criar o sistema de cotas de seu
projeto e dar ele o nome que desejar.

Às pequenas participações damos o nome de


“apoio cultural”, ou apenas “apoio”. Muitas vezes
a empresa sequer oferece dinheiro para o projeto,
mas permutas que podem ser de restaurantes,
lavanderias, empresas de ônibus ou passagens
aéreas, hotéis, locação de carros, entre outros
serviços e/ou produtos.

Comece a prestar atenção aos projetos à sua vol-


ta. Veja quem apoia o quê. Esse exercício é muito
importante para que não percamos tempo no mo-
mento da procura por patrocinadores e apoiadores.

Se estamos atentos já sabemos quais são os


restaurantes que apoiam projetos parecidos com
os nossos ou, pelo menos, no mesmo segmento.
É mais interessante ir direto à fonte ao invés de
escavar em busca de água subterrânea.

Isso vale também para o investimento financeiro de


maior envergadura. Se desenvolvemos um projeto
que pretende alcançar o público jovem, é preciso
que procuremos por empresas que pretendam
atingir o mesmo público de nosso projeto.

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Se tivermos esse cuidado, conseguiremos, inclusi-
ve, elaborar books do projeto de forma dirigida ao
patrocinador. Se o meu contato é com a empresa
XPTO, posso desenvolver um book em que, entre
outras informações, eu apresente inclusive as
peças gráficas com a marca “XPTO apresenta”.

Já ouviu dizer que uma imagem vale mais do que


mil palavras? Mostrar a peça publicitária com a
marca do possível patrocinador pode ser bem mais
interessante e sedutor do que apenas dizer que a
marca estará nas peças de divulgação.

Assim como o book deve ser bem cuidadoso no


começo do processo, também a prestação de
contas que será apresentada ao patrocinador deve
ser bem elaborada.

Cuide de todo o processo e lembre-se de que tudo


faz parte de um pensamento estratégico em prol
da execução do projeto e da vida útil das parcerias
que nascem com um projeto.

Se o projeto tem por característica ter início, meio


e fim, uma parceria com um potencial patrocina-
dor pode ter início, meio e não necessariamente
chegar a um fim. O fim de um projeto pode ser o
início de outro e assim por diante. Crie raízes e seja
extremamente profissional em todo o processo.

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Para completar e finalizar a nossa conversa, lem-
bre-se de que analisar os resultados do projeto e
a satisfação do público atendido por ele também
faz parte do processo de prestação de contas. Não
ignore essa etapa.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste e-book falamos sobre as principais etapas
de um projeto para que pudéssemos então abordar
as formas de financiamento que temos disponíveis
e compreender as etapas de elaboração do projeto
para cada fim.

Projetos para leis de incentivo seguem os 12 pas-


sos apresentados neste e-book e pretendem a
aprovação pelo órgão governamental responsável
pela lei para que possamos captar recursos junto
à iniciativa privada.

Outra forma de viabilização de projeto é por meio


de editais. Eles podem ser públicos ou privados.
Geralmente os editais públicos oferecem o valor
advindo diretamente dos cofres públicos, eliminan-
do a necessidade de sairmos a campo à procura
de patrocinadores.

Há ainda projetos de financiamento coletivo que,


no caso do Brasil, fazem-se mais interessantes
para propostas de pequeno ou médio porte.

Por fim, há ainda a captação direta com base na


relação com verbas de marketing. Para tanto, é
preciso contatar a empresa e empreender uma
negociação que estará mais pautada no interesse
de marketing do que no necessário valor cultural
da proposta.

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Por tudo isso, é importante lembrarmos que um
projeto ganha também uma versão mais comercial,
pautada na visibilidade planejada e que negocia o
patrocínio com base nas relações de marketing.

Para concluir este e-book, falamos ainda especifi-


camente do orçamento como etapa do projeto e da
prestação de contas como etapa final fundamental
para conclusão das atividades.

O universo da produção e elaboração de projetos


sociais ou culturais é absolutamente sedutor e
cheio de oportunidades. Empreenda.

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