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Podcast
Disciplina: Entendendo e Interpretando Indicadores Econômicos e
Financeiros
Título do tema: Taxa de juros básica no Brasil, SELIC e DI CETIP, métodos
de política monetária e influência nas decisões financeiras e econômica
na vida das famílias e empresas.
Autoria: Amaury José Alves Aranha
Leitura crítica: Miriane de Almeida Fernandes

Abertura:

Olá, aluno! No podcast de hoje vamos falar sobre Bancos Comunitários e


Moedas Sociais, os quais vem se desenvolvendo em comunidades periféricas
cuja lógica é o desenvolvimento local alicerçado na concepção de que as
comunidades são capazes de enfrentar problemas locais.

O conceito de Banco Comunitário tem respaldo na economia solidária, a qual


surge no Brasil nos anos de 1980; ela se desenvolve pela crise econômica pós
crise do petróleo e endividamento externo brasileiro, como forma de fazer
frente ao grande desemprego do país naquela época.

Comunidades de baixa renda passaram a buscar soluções, tanto pela


associação de pessoas em tais comunidades, bem como em reivindicações
junto ao poder público.

Estas associações e conceitos de economia solidária deram origem a criação


dos Bancos comunitários e a moeda social.

Vamos ver então como surgiram?

A primeira ideia surgiu em uma comunidade de pescadores em Fortaleza no


Ceara, denominada Palmeiras, dando origem ao banco comunitário e a moeda
social. O idealizador do banco comunitário e da moeda social foi João Joaquim
de Melo Neto Segundo, em 1998.

O objetivo era uma moeda local para girar na comunidade.

O conceito era fomentar os “prossumidores”, produtores e consumidores da


mesma comunidade.

A regulamentação do banco Palmeiras, foi em 2002, entre 1988 e 2002. Os


idealizadores da comunidade Palmeiras, chegaram a ser processados pelo
Banco Central por fraude e crime financeiro.

Com a regulamentação em 2002, foram criadas algumas regras pelo Banco


Central, como a emissão da moeda social que deveria ter lastro na moeda Real
e aplicados em títulos públicos federais.

A regulamentação, recebeu apoio da Secretaria da Economia Solidária –


Sinaes, pertencente ao Ministério do Trabalho e Renda do governo da época e
foi fomentado com linhas especificas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social - BNDES.

Além do funding público para a emissão das moedas sociais, o banco


comunitário passou a fazer eventos na comunidade para arrecadar recursos
em Reais.

Quanto mais Reais, mais capacidade de emissão da moeda social; para isso a
comunidade, passou a fazer rifas e eventos para capitalizar o banco
comunitário e ações junto a empresas locais que fornecem serviços e produtos
a comunidade, como minimercados, farmácia, lojas em geral, até mesmo junto
a profissionais liberais diversos, contadores, advogados, médicos, dentistas e
etc.

A empresas locais, como os profissionais liberais que atendiam a comunidade,


deram sustentabilidade e desenvolvimento ao Banco Comunitário, aceitando a
moeda Palmas como pagamento e pagando com Palmas na aquisição de
serviços e produtos da comunidade.

Com o decorrer do tempo diversos serviços passaram a ser prestados pelo


banco, emprestando recursos financeiros a projetos da comunidade, a taxas
bem inferiores à de mercado.

Novos métodos de analisar o crédito foram conectados principalmente na


capacidade da ideia de negócio dar certo.

O custo financeiro é mais baixo, e como a utilização de recursos é local, o giro


da moeda é local, e isto garante o fomento dos projetos locais e
consequentemente a redução da inadimplência.

É importante ressaltar que não operam no interbancário.

Vocês podem estar se perguntando, e se uma pessoa da comunidade precisar


dos reais para pagar uma escola de um curso técnico em outra comunidade
como fica?

Simples vai no Banco Comunitário devolve a moeda local e pega os reais. Ou


seja, há aqui um sistema de pagamentos gerido pelos usuários em conjunto
com associações sem fins lucrativos.

O Brasil já conta com mais de 100 bancos comunitários que, atendem mais de
120 mil pessoas de baixa renda, e em 2015 a Rede Brasileira de Bancos
Comunitários, conseguiu registrar no Banco Central a Plataforma e-dinheiro.

Para encerrar o podcast, vamos a alguns dados da Plataforma e-dinheiro,


disponíveis no site www.edinheiro.org.

Possui conta digital sem mensalidade.

Captura de cartão de crédito sem maquininha e antecipam os recebimentos


aos empreendedores em D+2, o que reduz consideravelmente o custo do
empreendedor.
Pode ser feito emissão de boletos e notas fiscais pelos empreendedores.

Pois é, a Rede Brasileira de Bancos Comunitários atende comunidades


carentes, facilitando a vida da comunidade, gerida pela comunidade, e
incentivando empreendedorismo na comunidade.

Este foi nosso podcast de hoje! Até a próxima!

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