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Revisão Técnica:
Berenice Bento e Ahmed Shehada
Revisão:
Gerusa Bondan
Traduções árabe-português:
Danya Hubbi
Traduções inglês-português:
Manoela Gouveia
Capa:
Thalis Cantizani
Impressão:
Gráfica e Editora Movimento
ISBN 978-85-7277-202-0
CDU 956.94
5
Para os mártires e para todas as pessoas que lutam por justiça na Palestina.
7
“Nós sabemos muito bem que nossa liberdade é incompleta
sem que haja liberdade para os palestinos.”
Nelson Mandela
9
Por quanto tempo podemos continuar pedindo – e, mais ainda,
esperando – que nossos irmãos palestinos mantenham a fé em
nós, que não sucumbam completamente ao desespero e à mágoa
que se tornaram suas vidas desde que Israel erigiu sua Fortaleza
sobre seus vilarejos e cidades destruídas?
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Sumário
Agradecimentos ...................................................................................... 17
Prefácio .................................................................................................... 21
Apresentação ........................................................................................... 27
PARTE I - História do projeto colonial sionista .................................. 37
1 Palestina antes do sionismo ................................................................ 39
1.1 Terra de Canaã, Filistina, Palestina ............................................ 41
1.2 A Palestina e o Islam ................................................................... 50
1.3 Surge o movimento sionista ....................................................... 58
2 Sionismo: projeto colonial europeu ................................................... 67
2.1 Balfour: Inglaterra doa o que não lhe pertence ........................ 69
2.2 O sionismo e a colonização da Palestina ................................... 82
2.3 A Revolta Árabe de 1936-1939 ................................................... 94
2.4 As relações entre sionistas, fascistas e nazistas ......................... 99
2.5 A fábula do sionismo de esquerda ........................................... 102
3 Da partilha da ONU aos Acordos de Oslo ...................................... 107
3.1 Limpeza étnica da Palestina...................................................... 124
3.2 A OLP e as negociações de paz ................................................ 136
4 Oslo: armadilha sionista contra palestinos ..................................... 145
4.1 Acordo sem consenso entre palestinos.................................... 149
4.2 Oslo: acordo não cumprido por Israel..................................... 152
4.3 Reflexos dos Acordos de Oslo na atualidade .......................... 161
PARTE II - Entre catástrofes, resistência e solidariedade ................. 167
5 A Nakba continua. A resistência e a solidariedade também ......... 169
5.1 Lei do “Estado-Nação”: o apartheid avança ............................ 171
5.2 A infância como alvo do genocídio sionista .......................... 176
5.3 Presos políticos palestinos ........................................................ 183
5.4 Campos de refugiados: favelas palestinas ............................... 188
5.5 Demolições como castigo coletivo ........................................... 192
5.6 A dupla segregação dos beduínos ............................................ 195
5.7 Boicote como uma forma de resistência ................................. 198
5.8 A Flotilha da Liberdade............................................................. 202
13
5.9 Um dia para o mundo lembrar Jerusalém............................... 207
5.10 O movimento de solidariedade no Brasil .............................. 224
5.11 Fórum Social Mundial Palestina Livre em Porto Alegre ..... 228
6 O Movimento de Resistência Islâmica............................................. 235
6.1 Hamas e o futuro da Palestina ................................................. 244
6.2 A Grande Marcha do Retorno .................................................. 251
PARTE III - Brasil e Palestina .............................................................. 261
7 A presença árabe e islâmica no Brasil .............................................. 263
7.1 As relação amistosas entre Brasil e Palestina .......................... 270
7.2 Brasil-Palestina na era Lula/Dilma .......................................... 279
7.3 Diplomacia bolsonarista: o Brasil descendo a ladeira............ 297
7.4 Bolsonarismo: o Brasil descendo a ladeira.............................. 300
Conclusão .............................................................................................. 307
Referências ............................................................................................. 313
Apêndice - Entrevista com Ismail Haniyeh, líder político do
Movimento de Resistência Islâmica (HAMAS) ................................. 329
Anexos.................................................................................................... 341
Anexo I - Excertos da Resolução da ONU n 181, de 28 de
novembro de 1947................................................................................. 345
Anexo II - Excertos da Resolução n 194 (III), de 11 de
dezembro de 1948 ................................................................................. 357
Anexo III - Resolução n 303 (IV) (1949), de 9 de dezembro
de 1949 .................................................................................................. 363
Anexo IV - Declaração de Independência da Palestina.................... 367
Anexo V - Documento de princípios gerais e políticas
do HAMAS ............................................................................................ 375
Anexo VI - Declaração do Aiatolá Seyed Ali Khamanei de
apoio a Intifada...................................................................................... 387
Anexo VII - Cronologia das relações bilaterais Brasil-Palestina ..... 401
Anexo VIII - Documento de Referência do Fórum
Palestina Livre ....................................................................................... 407
14
O amigo é a resposta aos teus desejos. Mas não o
procures para matar o tempo! Procura-o sempre
para as horas vivas. Porque ele deve preencher a tua
necessidade, mas não o teu vazio.
Khalil Gibran.
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Agradecimentos
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Prefácio
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Apresentação
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2 Palavra árabe que significa esforço, empenho e não guarda nenhuma relação
com uma suposta “guerra santa” utilizada para se referir à resistência árabe e
islâmica.
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3 MARTINS, Gizele. Da Palestina à Maré: a luta pelo direito à vida. Disponível em:
http://www.pacs.org.br/2017/10/02/da-palestina-a-mare-a-luta-pelo-direito-a-
vida/.
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PARTE I
História do projeto
colonial sionista
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Palestina antes do sionismo
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Mapa baseado nos escritos de Heródoto, do ano 450 a.C. No mapa pode-se
observar a menção à Palestina, visitada por Heródoto em sua viagem por Tito,
no atual Líbano, Egito e Babilônia, atual Iraque. Israel só foi inventada 2.400
anos depois. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Heródoto.
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11 BISHAI, Wilson B. Islamic History in the Middle East. Boston: Allyn and Bacon,
1968. p. 34.
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12 Nota do autor: Os hicsos foram um povo semita asiático que invadiu a região
oriental do Delta do Nilo durante a décima segunda dinastia do Egito, iniciando
o Segundo Período Intermediário da história do Antigo Egito.
13 FINKELSTEIN, Israel; SILBERMAN, Neil Asher. A Bíblia não tinha razão. São
Paulo: A Girafa Editora, 2005. p. 87.
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14 FINKELSTEIN, Israel; SILBERMAN, Neil Asher. A Bíblia não tinha razão. São
Paulo: A Girafa Editora, 2005. p. 175-176.
15 Ibidem, p. 181.
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16 SAND, Shlomo. A invenção da Terra de Israel: da Terra Santa à terra pátria. São
Paulo: Benvirá, 2014. p. 154.
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26 Hobsbawn, Eric. Nações e Nacionalismos desde 1780. São Paulo: Paz e Terra,
1991. p. 32.
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29 Torá é o nome dado aos cinco primeiros livros do Tanakh (também chamados
de Hamisha Humshei Torah, ou as cinco partes da Torá) e que constituem o
texto central do judaísmo.
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30 Bisharat, Rasem Shaban Mohama. A história dos Khazares judeus. Portal Brasil
de Fato. Disponível em: https://www.brasildefato.com.br/node/10417/. Acesso
em: 25 dez. 2018.
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31 PAPPÉ, Ilan. A limpeza étnica da Palestina. São Paulo: Sundermann, 2016. p. 31.
32 LAWRENCE, Thomas Edward. Sete Pilares da Sabedoria. São Paulo: Record,
2000. p. 21-22.
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A solução de dois estados, porém, está cada dia mais afetada pela
rápida e criminosa expansão dos assentamentos judaicos que têm sido
repetidamente confirmados como ilegais pelo Conselho de Segurança
da ONU. A construção de muros, restrições cada vez maiores para
que palestinos construam suas habitações, controle da mobilidade por
33 Bisharat, Rasem Shaban Mohama. A história dos Khazares judeus. Portal Brasil
de Fato. Disponível em: https://www.brasildefato.com.br/node/10417/. Acesso
em 25 dez. 2018.
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esse povo (ou “raça”, como ele se referia aos judeus) começou em
uma luta política para impedir que os judeus se refugiassem na Grã-
Bretanha. Balfour não odiava os judeus, embora não existam registros
de que tenha demonstrado publicamente nenhuma simpatia por eles.
Como alternativa de refúgio em lugar da Grã-Bretanha, os judeus
poderiam ser deslocados para a América do Sul e o leste da África,
onde receberiam grandes porções de terras férteis para a instalação de
suas colônias, o que não se concretizou, uma vez que todos os esforços
dos sionistas se concentravam desde o início em reivindicar direitos
sobre a Palestina.
Shlomo Sand, no livro A invenção do povo judeu – da terra santa à
terra pátria (2014), analisando a solução apresentada pelos britânicos
aos sionistas para o estabelecimento de uma colônia judaica em
Uganda, fala que
como resultados da pressão firme de Herzl, o sexto Congresso
Sionista aprovou o esquema de Uganda, embora não sem
debates tempestuosos e grande dose de tensão. Na verdade,
porém, ninguém levou o plano muito a sério. Se havia sido
difícil recrutar um grande número de candidatos a emigrar
para a Palestina, muito mais problemático seria achar judeus
dispostos a se radicar em uma região remota do leste da
África que carecia do embasamento mitológico necessário
para a criação de uma pátria nacional. Mas Herzl entendeu
perfeitamente que a proposta do Ministério de Relações
Exteriores havia criado um precedente, não necessariamente
a posse sionista da Palestina, mas sim o direito dos judeus a
um território próprio39.
39 SAND, Shlomo. A invenção do povo judeu: da terra santa à terra pátria. São
Paulo: Benvirá, 2014. p. 206.
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47 SAND, Shlomo. A invenção da Terra de Israel: da terra santa à terra pátria. São
Paulo: Benvirá, 2014. p. 212.
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48 PAPPÉ, Ilan. A limpeza étnica da Palestina. São Paulo: Sundermann, 2016. p. 35.
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49 Sobre os mitos construídos por Israel, recomendo ver vídeo de Miko Peled.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?time_continue=145&v=ccL
tpO_p4Tg.
50 Esse slogan sionista foi criado por Israel Zangwill (1864-1926), um judeu
sionista britânico e colaborador próximo a Theodor Herzl, que mais tarde
rejeitaria a ideia da busca por uma pátria judaica na Palestina.
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Mas esta questão não era nova. Theodor Herzl já havia declarado,
nos primórdios do sionismo, que o “problema” da população era
o maior obstáculo para a realização do sonho do estado judeu. Ele
escreveu no seu diário em 12 junho de 1895 que “devemos nos
esforçar para expulsar sem alarde a população pobre para além das
fronteiras, arranjando empregos para eles nos países de trânsito, mas
lhes negando qualquer emprego no nosso próprio país”. E o genocida
David Ben Gurion foi mais além. Em discurso diante da sede do
partido Mapai53, em 3 de dezembro de 1947, declarou que “não pode
haver um estado judeu estável enquanto ele tiver uma maioria judia
de apenas 60%”. E ele cuidou de encontrar uma solução para este
“problema” demográfico, com as ações que coordenou a partir de
1948, expulsando e matando milhares de palestinos.
O quarto mito descrito por Schoenman é o de que a criação
do Estado de Israel é o legado moral das vítimas do holocausto, a
concretização da profecia da terra prometida para o povo escolhido,
uma lenda que foi transformada num fato histórico e numa quase
jurisprudência internacional. Os sionistas usam os horrores do
Holocausto e a morte de milhares de judeus exterminados nos campos
de concentração nazista na Europa em benefício da causa de ocupação
da Palestina, quando se sabe que a verdade é outra: os sionistas sempre
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54 PAPPÉ, Ilan. A limpeza étnica da Palestina. São Paulo: Sundermann, 2016. p. 50,
281.
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55 MARX, Karl. Sobre a questão judaica. São Paulo: Boitempo, 2010. p. 34.
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59 PAPPÉ, Ilan. História da Palestina Moderna: uma terra dois povos. Lisboa:
Caminho, 2007. p. 154.
60 CHOMSKY, Noam. Conversaciones sobre Palestina. Ciudad Autónoma de
Buenos Aires: Marea, 2016. p. 66.
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68 SAND, Shlomo. A invenção da Terra de Israel. São Paulo: Benvirá, 2014. p. 281.
69 GOLDWASER, Shajar. Com discurso ‘pacifista’, esquerda sionista contribui
para extermínio do povo palestino. Opera Mundi, 2016. Disponível em: https://
operamundi.uol.com.br/opiniao/42968/com-discurso-pacifista-esquerda-
sionista-contribui-para-exterminio-do-povo-palestino.
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73 SHAHAK, Israel. The Zionist Plan for the Middle East. Belmont: Mass., A.A.U.G.,
1982.
74 PAPPÉ, Ilan. História da Palestina Moderna: uma terra, dois povos. Lisboa:
Caminho, 2007. p. 154.
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influência sobre o debate. Mas, segundo Hilton, não foi isso que
aconteceu. Segundo ele, Aranha não escondia suas simpatias pela causa
judaica e ajudou a influenciar outros delegados, o que lhe mereceu
elogios por parte de um dos lobistas da Agência Judaica na ONU,
Abba Eban: “O presidente da Assembleia Geral, Oswaldo Aranha, do
Brasil, era um homem de disposição apaixonada e romântica que era
fervorosamente imbuído da ideia de uma pátria judaica” (Hilton, p.
456).
Os sionistas, naturalmente, comemoraram a mão amiga
de Aranha no resultado da votação da Assembleia Geral. Chaim
Weizmann, que seria o primeiro presidente de Israel, testemunhou o
papel de Aranha em favor dos judeus. Ele enviou telegrama a Aranha
onde declarou que
a sessão da Assembleia não poderia ter terminado com esta
decisão histórica […] se não fosse vosso esforço persistente
e vossa devoção como presidente. Vossa compreensão do
nosso problema e da justiça da nossa causa lhe ganhou a
permanente gratidão do povo judaico78.
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87 Ibidem, p. 110.
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88 O grupo terrorista IRGUN foi responsável por vários atos terroristas, incluindo
a explosão do Hotel King David, em 22 de julho de 1942, em Jerusalém, onde
morreram 88 pessoas. Menachem Begin foi o autor intelectual do atentado.
89 PAPPÉ, Ilan. A limpeza étnica da Palestina. São Paulo: Sundermann, 2016. p. 120.
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A OLP reconhecia com aquele ato assinado por Arafat que cerca
de 80% do território que pertencia à Palestina antes de 1948 e que eram
de Israel até 1967, ficariam para sempre fora das mesas de negociação,
numa equação – como se viu depois – onde o território de Israel só
poderia aumentar e o território palestino, diminuir.
Como consequência posterior a essa troca de cartas, como
instrumento ao Acordo, foi assinada uma Declaração de Princípios
(DDP, na sigla em inglês), delineando as propostas fechadas dos
Acordos de Oslo. Pouco tempo depois foi assinado um acordo interino
dando corpo aos Acordos de Oslo.
O segundo protocolo estipulava que Israel e a OLP iriam
negociar a saída das forças de israelenses da Faixa de Gaza e de Jericó,
que teriam o seu próprio governo. Além disso, as partes negociariam
um “acordo interino” que resultou na criação do Conselho Legislativo
Palestino (parlamento), que se encarregaria de aprovar o projeto da
101 EXCHANGE of letters between Rabin and Arafat, 1993. Disponível em: http://
www.mideastweb.org/osloletters.htm. Acesso em: 16 jan. 2019.
102 Ibidem.
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Implementação do DCP:
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103 SAID, Edward W.; BARSAMIAN, David. A pena e a espada. São Paulo:
EdUNESP, 2013. p. 144.
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106 SAID, Edward W.; BARSAMIAN. A pena e a espada. São Paulo: Ed. UNESP,
2013. p. 134.
107 Ibidem, p. 143.
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110 SAID, Edward. Peace and its Discontents: Essays on Palestine in the Middle
East Peace Process. Nova York: Knopf Doubleday Publishing Group, 2012. p.
163-164.
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112 SAID, Edward. Cultura e Política. São Paulo: Boitempo, 2003. p. 76.
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e a solidariedade também
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Seria possível imaginar outro lugar (que não fosse nos Estados
Unidos e na Alemanha nazista) onde crianças são sistematicamente
separadas da família? Sim, este lugar existe. Israel prende diariamente
crianças palestinas.
119 Este título é uma revisão do artigo escrito em parceria com Berenice Bento,
publicado no portal Revista Cult em 11 out. 2018. Disponível em: https://
revistacult.uol.com.br/home/israel-e-o-roubo-da-infancia-palestina/.
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120 O vídeo documental sobre a garota palestina Ahed Tamimi está diponível em
https://bit.ly/2E3JMDu.
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133 SHIHADAD, Kathryn. Israeli prof: Israel tests weapons on Palestinian kids,
tests drugs on prisoners. If Americans Knew Blog, 2019. Disponível em: https://
israelpalestinenews.org/israel-weapons-drug-testing-on-palestinians/.
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142 SHAHAR, David. Israel: a Jewish democratic state. Tel Aviv: Kinneret, 2010, p.
45).
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145 O GLOBO. Leia a íntegra da nota do Itamaraty contra ataque de Israel à frota com
ajuda para Gaza, 2010. Disponível em: https://oglobo.globo.com/mundo/leia-
integra-da-nota-do-itamaraty-contra-ataque-de-israel-frota-com-ajuda-para-
gaza-3000972.
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211
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151 SAHURIE, Jalil. Padre de la arqueología israelí declara que “No hay pruebas
históricas de la pertenencia de Jerusalén a los judíos ni de la existencia de
un Templo Judío”. ABABIL.ORG, 2018. Disponível em: http://ababil.org/
archives/7028.
152 Sand, p. 219
153 HUMANAE LIBERTAS. E a Bíblia não tinha razão: escavações em Israel
revelam toda a verdade, 22 nov. 2016. Disponível em: https://www.youtube.
com/watch?v=M5uFvlfoRNo.
212
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154 FINKELSTEIN, Israel; SILBERMAN, Neil Asher. A Bíblia não tinha razão. São
Paulo: A Girafa Editora, 2005. p. 140-141.
213
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214
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155 SAND, Shlomo. A invenção do povo judeu: da Bíblia ao sionismo. São Paulo:
Benvirá, 2011. p. 216-217.
215
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156 GALEANO, Eduardo. “Pouca Palestina resta. Pouco a pouco, Israel está
apagando-a do mapa”. Brasil de Fato. Disponível em: https://www.brasildefato.
com.br/node/29245/
157 Disponível em: http://old.operamundi.com.br/dialogosdosul/gaza-por-
eduardo-galeano-2/15042015/
216
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158 Folha de S. Paulo. EUA se abstêm e ONU aprova fim de novos assentamentos
na Palestina, 2016. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/
mundo/2016/12/1844105-eua-se-abstem-e-onu-aprova-fim-de-novos-
assentamentos-na-palestina.shtml.
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Porto Alegre foi palco de uma grande manifestação que reuniu mais de 6 mil
pessoas pelas ruas centrais da cidade para marcar a abertura do Fórum Social
Mundial Palestina Livre. Disponível em: http://sanaud-voltaremos.blogspot.
com/2012/12/balanco-do-forum-social-mundial.html.
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6
O Movimento de Resistência Islâmica
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168 BOBATO, Nilton; PORTO, Paulo. Palestina: um olhar além da ocupação. São
Paulo: Limiar, 2017. p. 52.
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169 Para entender melhor a questão do programa do Hamas, sugiro ver o vídeo da
entrevista com Khaled Meshaaal, legendado em português, que está disponível
em https://youtu.be/U_p6UizpiRU.
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170 SAID, Edward W. A questão da Palestina. São Paulo: EdUNESP, 2012. p. 267.
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177 SHUPAK, Greg. Israel: 70 anos de brutalidade. Outras palavras, 2018. Disponível
em: https://outraspalavras.net/sem-categoria/israel-70-anos-de-brutalidade/.
178 RODRIGUES, Lúcia. Um mês após início da marcha do retorno, Israel já matou
43 palestinos. IBRASPAL, 2018. Disponível em: https://ibraspal.org/pt/post/
um-mes-apos-inicio-da-marcha-do-retorno-israel-ja-matou-43-palestinos.
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O palestino morador de Gaza Fadi Abul Selmi, de 30 anos, amputado, foi mais
um dos palestinos assassinados por Israel durante as manifestações da
Grande Marcha do retorno. MIDDLE EAST MONITOR. Photo from
Great Return March protests wins prestigious French prize, 2018.
Disponível em: https://www.middleeastmonitor.com/20181015-photo-from-
-great-return-march-protests-wins-prestigious-french-prize/.
259
PARTE III
Brasil e Palestina
261
7
A presença árabe e islâmica no Brasil
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[...]
181 FREYRE, Gilberto. Casa Grande & Senzala. São Paulo: Global, 2006. p. 382.
182 Allah, oxalá – na trilha malê. Direção, produção e pesquisa: Francirosy Campos
Barbosa. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=6VtkEnoW6g4.
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186 AMORIM, Celso. Teerã, Ramalá e Doha: Memórias da política externa ativa e
altiva. São Paulo: Benvirá, 2015. p. 111.
187 Tawfic Abdallah era militante do Al-Fatah e foi um dos 477 prisioneiros
palestinos que foram libertados em troca do soldado israelense Gilad Shalit, em
18 de outubro de 2011, após 26 anos de prisão. Ele vive atualmente no Brasil
com sua esposa.
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190 Em outubro de 2004, depois de uma refeição, ele sentiu-se mal, com vômitos,
náuseas, dores e diarreia. O diagnóstico inicial foi de uma virose. Em 2012
três equipes – uma russa, uma francesa e uma suíça – concluíram que foram
encontrados resquícios de polônio 210, uma substância radioativa letal, numa
quantidade 18 vezes maior do que a normal.
191 G1. Lula visita mausoléu de Arafat em Ramallah, 2010. Disponível em: http://
g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL1533638-5602,00-lula+visita+mausole
u+de+arafat+em+ramallah.html.
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Senhor Presidente,
193 A íntegra da carta está disponível em RAATZ, Luiz. Leia as cartas de Lula e
Abbas sobre o reconhecimento do Estado palestino. Estadão, 2010 (https://
internacional.estadao.com.br/blogs/radar-global/leia-as-cartas-de-lula-e-
abbas-sobre-o-reconhecimento-do-estado-palestino/).
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Mahmoud Abbas
Presidente do Estado da Palestina
Presidente do Comitê Executivo da Organização para a
Libertação da Palestina
Presidente da Autoridade Nacional Palestina
194 A íntegra da carta está disponível em RAATZ, Luiz. Leia as cartas de Lula e
Abbas sobre o reconhecimento do Estado palestino. Estadão, 2010 (https://
internacional.estadao.com.br/blogs/radar-global/leia-as-cartas-de-lula-e-
abbas-sobre-o-reconhecimento-do-estado-palestino/).
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01 de dezembro de 2010
Luiz Inácio Lula da Silva
Presidente da República Federativa do Brasil
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196 A declaração da embaixadora dos Estados Unidos perante a ONU, Susan Rice,
está disponível em https://pt.wikipedia.org/wiki/Colônias_israelenses.
291
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292
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198 MAURO, Fillipe. Objetivo do ataque é mandar Gaza para Idade Média, diz vice-
premiê de Israel. Opera Mundi, 2012. Disponível em: https://operamundi.uol.
com.br/noticia/25486/objetivo-do-ataque-e-mandar-gaza-para-idade-media-
diz-vice-premie-de-israel.
293
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199 BRASIL. Conflito entre Israel e Palestina. Nota 168 do Itamaraty de 23 de julho
de 2014. Brasília: Ministério das Relações Exteriores, 2014. Disponível em:
http://www.itamaraty.gov.br/pt-BR/notas-a-imprensa/5723-conflito-entre-
israel-epalestina.
200 Declaração do porta-voz sionista Yigal Palmor. Disponível em: https://www.
jpost.com/page.aspx?pageid=13&articleid=387694.
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204 Versão de artigo escrito por Sayid Marcos Tenório e Berenice Bento. Disponível
em: http://www.justificando.com/2019/01/29/diplomacia-bolsonarista-la-vem-
o-brasil-descendo-a-ladeira/.
205 BRASIL. Decreto de 17 de janeiro de 2019. Brasília: Casa Civil da Presidência
da República. Imprensa Nacional, 2019. Disponível em: http://www.in.gov.br/
materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/59628931.
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Conclusão
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212 PAPPÉ, Ilan. A solução de dois Estados morreu faz uma década. Viva Palestina,
2013. Disponível em: http://vivapalestina.com.br/661/.
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Referências
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315
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316
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itamaraty.gov.br/pt-BR/notas-a-imprensa/5824-discurso-proferido-
pela-presidenta-da-republica-dilma-rousseff-na-abertura-do-debate-
de-alto-nivel-da-69-assembleia-geral-das-nacoes-unidas-onu-nova-
york-24-de-setembro-de-2014.
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FREYRE, Gilberto. Casa Grande & Senzala. São Paulo: Global, 2006.
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PAPPÉ, Ilan. A solução de dois Estados morreu faz uma década. Viva
Palestina, 2013. Disponível em: http://vivapalestina.com.br/661/.
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SHAHAK, Israel. The Zionist Plan for the Middle East. Belmont: Mass.,
A.A.U.G., 1982.
324
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325
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Websites
ABABIL – http://ababil.org
ACNUR – Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados
- https://www.acnur.org
addameer – Prisoner Support and Human Rights Association http://
addameer.org/prisons-and-detention-centers
AVA – Afghan Voice Agency – https://www.avapress.com/en
Biblioteca da Presidência da República – http://www.biblioteca.
presidencia.gov.br
Brasil de Fato – https://www.brasildefato.com.br
Carta Maior – https://www.cartamaior.com.br
Centro Islâmico no Brasil – http://arresala.org.br
Dom Total – https://domtotal.com/
Folha de S. Paulo – https://www1.folha.uol.com.br
G1 – http://g1.globo.com
HAMAS – Islamic Resistance Movement – http://hamas.ps/en
Human Rights Watch – https://www.hrw.org/
IBRASPAL – Instituto Brasil-Palestina – https://ibraspal.org
Imprensa Nacional – http://in.gov.br
Instituto PACS – http://www.pacs.org.br
Israel Hayon – http://www.israelhayom.com
Jornal JJG – https://jornalggn.com.br
Justificando – http://www.justificando.com
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Apêndice
Entrevista com Ismail Haniyeh, líder político do
Movimento de Resistência Islâmica (HAMAS);
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Haniyeh ficou preso por alguns meses entre 1987 e 1988, por
sua participação na Intifada. Em 1989, foi condenado a três anos de
prisão. Liberto em 1992, foi deportado para Marj al-Zuhur, no sul
do Líbano, com outros 400 militantes da Cisjordânia e Gaza. Ele e
outros membros do Hamas seriam mais tarde detidos pela Autoridade
Palestina, que considerava a ideologia e atividades do grupo uma
ameaça aos Acordos de Paz de Oslo.
Haniyeh retornou a Gaza em dezembro de 1993 e foi nomeado
reitor da Universidade Islâmica. Em 1997, após a libertação das prisões
israelenses do Sheikh Ahmed Yassin, na época líder do Hamas, ele
se tornou seu secretário. Em 2001, após o início da segunda Intifada
(de Al-Aqsa), ele consolidou sua posição como terceiro homem na
hierarquia do Hamas, depois do Sheikh Yassin e do médico Abdel Aziz
al-Rantissi Yibna.
Após os assassinatos do sheikh Yassin em 22 de março de 2004
e de Rantisi, em 17 de abril do mesmo ano, o Hamas passou a ser
dirigido por Khaled Meshal, que havia sobrevivido a uma tentativa
de assassinato por envenenamento, quando agentes do serviço
secreto e terrorista Mossad conseguiram injetar uma substância
tóxica no seu corpo em Amã, Jordânia, em 1997. Com a ascensão de
Meshal à liderança política do Hamas, Haniyeh assumiu a máxima
responsabilidade política e militar do Movimento.
Ismail Haniyeh sucedeu Khalid Meshal como líder político do
Hamas em 06 de maio de 2017, depois de vencer a eleição contra Mussa
Abu Marzuk e Mohamed Nazzal, numa votação por videoconferência
dos membros Conselho da Shura, o principal órgão de decisão do
Hamas composto por 48 membros, que escolhe o Comitê Central do
Movimento, em Gaza, na Cisjordânia e fora dos territórios palestinos.
Eis a entrevista:
Primeiramente gostaria de agradecer ao senhor Ismail Raniyeh
pela gentileza em nos conceder esta entrevista. Tenho certeza que as
suas respostas serão muito esclarecedoras para o leitor brasileiro, que
é pouco ou mal informado pela mídia global e nacional e pelos filmes
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Anexos
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Anexo I
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C. Estatuto da cidade
O Conselho Tutelar elaborará e aprovará um detalhado Estatuto
da Cidade que conterá, inter alia, a parte principal das seguintes
medidas:
1. Máquina governamental
A Autoridade Administrativa, no desempenho de suas obrigações
administrativas, perseguirá os seguintes objetivos especiais:
a. Proteger e preservar os interesses espirituais e religiosos
ímpares localizados na cidade das três grandes fés monoteístas de todo
o mundo, cristã, judia e muçulmana; para isto, a fim de garantir a
ordem e a paz;
b. Para incentivar a cooperação entre todos os habitantes da
cidade em seu próprio interesse, bem como a fim de encorajar e apoiar
o desenvolvimento pacífico das relações mútuas entre os dois povos
palestinos e em toda a Terra Santa; para promover a segurança, o
bem-estar e quaisquer medidas construtivas para o desenvolvimento
de iniciativa dos residentes, tendo em vista as circunstâncias especiais
e os costumes dos vários povos e comunidades.
2. Governador e equipe administrativa
O Conselho Curador designará um Governador da Cidade de
Jerusalém, o qual será responsável por ela. Ele será escolhido com base
em qualificações especiais e sem preocupação com nacionalidade. Ele
não será, porém, um cidadão de nenhum dos dois Estados da Palestina.
O governador representará as Nações Unidas na cidade e
exercerá em seu nome todos os poderes administrativos, incluindo a
gerência dos negócios estrangeiros.
3. Autonomia local
a. As unidades autônomas locais existentes no território da
cidade (vilas, distritos, municipalidades) gozarão de largos poderes de
governo e administração locais.
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6. Administração da Justiça
O Estatuto cuidará da criação de um sistema judiciário
independente, incluindo uma corte de apelação. Todos os habitantes
da cidade estarão sujeitos a ela.
7. União econômica e sistema econômico
A cidade de Jerusalém será incluída na União Econômica da
Palestina e respeitará todas as cláusulas e acordos feitos com aquela
entidade, bem como as decisões adotadas pela Junta Econômica Mista.
8. Liberdade de trânsito e de visita; controle dos residentes
Sujeita a considerações de segurança e de bem-estar econômico
quando decididas pelo governador, em conformidade com as
orientações do Conselho Curador, a liberdade para entrar nas fronteiras
da cidade e de aí residir será garantida para os residentes ou cidadãos
dos Estados árabe e judeu. A imigração para a cidade e a residência
dentro de suas fronteiras, para nacionais de outros Estados, serão
controladas pelo governador com base nas orientações do Conselho
Curador.
9. Relações com os Estados árabe e judeu
Representantes dos Estados árabe e judeu serão credenciados
pelo governador da cidade e encarregados da proteção dos interesses
de seus Estados, em conexão com a administração internacional da
cidade.
10. Línguas oficiais
O árabe e o hebraico serão as línguas oficiais da cidade. Isto não
impedirá a adoção de uma ou mais línguas extras de trabalho, caso
seja necessário.
11. Cidadania
Todos os residentes se tornarão ipso facto cidadãos da cidade de
Jerusalém, a menos que optem pela cidadania do Estado do qual eles
têm sido cidadãos, se árabes ou judeus, tenham preenchido formulário
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213 A Resolução 194 (III) (1948) foi aprovada na reunião plenária de 11 de dezembro
de 1949, com 35 votos a favor, 15 contra e 8 abstenções.
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Anexo III
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214 A Resolução 303 (IV) (1949) foi aprovada na 275ª reunião plenária de 9 de
dezembro de 1949, com 38 votos a favor, 14 contra e 7 abstenções.
366
Anexo IV
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comum, e parece, mais uma vez, que a justiça era incapaz por si mesma
de fazer girar a roda da história.
A ferida infligida no corpo palestino, privado de sua
independência e submetido a uma ocupação de tipo novo, veio se
juntar à tentativa de tornar crível a ficção segundo a qual a Palestina
era uma “terra sem povo”. Apesar dessa falsificação histórica, a
comunidade internacional, pelo artigo 22 da Carta da Sociedade
das Nações, adotada em 1919, e pelo Tratado de Lausane, assinado
em 1923, reconhecia implicitamente que o povo árabe palestino, a
exemplo dos outros povos árabes desligados do império Otomano, era
um “povo livre e independente”.
A despeito da injustiça histórica ao povo árabe palestino, a qual
resultou em sua dispersão e privação de seu direito à autodeterminação,
após a Resolução 181 (1947), da Assembleia Geral das Nações Unidas
– que recomendava a partilha da palestina em dois Estados, um árabe e
outro judeu – não deixa de ser verdade que essa Resolução é que ainda
hoje assegura as condições de legitimidade internacional e as quais
garantem igualmente o direito do povo árabe palestino à soberania e
à independência.
A ocupação, por etapas, dos territórios palestinos e de outras
porções de territórios árabes, a privação de posse e a expulsão
deliberada dos habitantes da Palestina pelo terrorismo organizado, a
submissão daqueles que ficaram em sua pátria sujeitos à ocupação,
à opressão e à destruição dos fundamentos de sua vida nacional
constituem também violações flagrantes dos princípios da legalidade
internacional, assim como da Carta das Nações Unidas e de suas
resoluções, as quais reconhecem os direitos nacionais do povo árabe
palestino e, inclusive, seu direito ao retorno, à autodeterminação, à
independência e à soberania sobre seu solo nacional.
No coração da pátria e em torno dela, nos exílios próximos ou
distantes, jamais o povo árabe palestino perdeu a fé em seu direito ao
retorno e à independência. A ocupação, os massacres e a dispersão
não conseguiram tornar o palestino alheio à sua consciência e à sua
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Anexo V
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O povo palestino:
4. Os palestinos são os árabes que viveram na Palestina até 1947,
independente se eles foram expulsos ou permaneceram nela; e cada
pessoa que nasceu de um pai árabe palestino após aquela data, se
dentro ou fora da Palestina, é um palestino.
5. A identidade palestina é autêntica e atemporal. Ela é passada
de geração a geração. As catástrofes que recaíram sobre o povo
palestino, como uma consequência da ocupação sionista e sua política
de deslocamento, não podem apagar a identidade do povo palestino,
nem podem negá-la. Um palestino/a não perderá a sua identidade
nacional ou direitos por adquirir uma segunda nacionalidade.
6. O povo palestino é um, feito por todos os palestinos dentro
e fora da Palestina, independentemente de sua religião, cultura ou
afiliação política.
O Islam e a Palestina:
7. Palestina está no coração da Nação Árabe e Islâmica e desfruta
de um status especial. Dentro da Palestina existe Jerusalém, cujo
preceito é abençoado por Deus. Palestina é a Terra Santa, na qual
Deus abençoou a humanidade. É sua primeira Qiblah muçulmana e
o destino da jornada performada à noite pelo Profeta Muhammad,
que a paz esteja com ele. Esta é a localização de onde ele subiu às
alturas dos céus. Ela é o lugar de nascimento de Jesus Cristo, que a
paz esteja com ele. Seu solo contém os restos mortais de milhares de
profetas, Companheiros e Lutadores por justiça. Ela é a terra do povo
que está determinado a defender a verdade – dentro de Jerusalém e
suas redondezas – que não é desterrado ou se intimida por aqueles que
se opõem a ele e por aqueles que os traem, e ele continuará sua missão
até que a promessa de Deus se cumpra.
8. Em virtude deste justamente equilibrado caminho do meio
e espírito moderado, o Islam – para o Hamas – oferece um caminho
compreensivo de vida e a fim de que ele sirva para propósito o tempo
todo e em todos os lugares. O Islam é uma religião de paz e tolerância.
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ataques que vemos hoje em dia por parte de uns centros conhecidos
contra a “Resistência” e seu questionamento da “Intifada”. Não se
espera outra coisa do inimigo, já que é consciente de que este é o
caminho correto e frutífero.
Não obstante, às vezes, vemos como alguns dos movimentos,
inclusive daqueles países que aparentemente alegam solidariedade
com o tema da Palestina, intentam desviar este povo do caminho
correto e atacam sua resistência.
Alegam que, depois de décadas de formação, esta não tem
podido materializar um método que requer revisão. Em resposta a esta
alegação há que se dizer que é correto que a resistência não tem sido
capaz cumprir com seu objetivo primordial de libertar toda Palestina,
entretanto, tem sido capaz de manter viva sua causa. Teríamos que ver
a situação em que estaríamos se não tivesse existido a resistência. Sua
conquista mais destacada tem sido a criação de importantes obstáculos
ante os projetos sionistas. Sua existência na imposição de uma guerra
de desgaste ao inimigo significa que tem conseguido fazer fracassar
o principal projeto do regime sionista, que é manter um domínio
completo sobre toda a região.
Neste contexto, há que se agradecer e elogiar a resistência e aos
heróis que, durante diferentes períodos e desde que pôs em marcha
o projeto do regime sionista, resistiram e sacrificaram sua vida para
içar a bandeira da resistência e transmitir de geração em geração
seus princípios. Não é segredo o papel da resistência nos períodos
posteriores à ocupação e, sem dúvida, não se pode ignorar seu papel
nas vitórias da guerra do ano de 1973.
Desde 1982, ano em que praticamente os palestinos assumiram
em seus ombros a responsabilidade da resistência, se formou o
Movimento de Resistência Islâmica do Líbano – Hezbollah – para
ajudar os palestinos na sua luta. Se a resistência não tivesse sido
posta de pé diante do regime sionista, hoje seríamos testemunhas da
ocupação de outros territórios na região, desde Egito até Jordânia,
Iraque e o Golfo Pérsico, entre outros.
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Parte considerável das lutas
políticas contemporâneas está
“Desde 1948, os palestinos vivem condenados à humilhação atravessada pelo par “lugar de
perpétua. Não podem nem respirar sem permissão. Perderam falar/identidade”. Nesta díade,
sua pátria, suas terras, sua água, sua liberdade, tudo. Nem nota-se um esvaziamento trágico
do engajamento das esquerdas por
sequer têm o direito de eleger seus governantes. Quando debates que tenham um alcance
votam em quem não devem votar são castigados. Gaza para além das fronteiras biográficas
está sendo castigada. Converteu-se em uma ratoeira sem e nacionais. “Palestina” é um livro-
ponte, nos conecta à história de
saída, desde que o Hamas ganhou limpamente as eleições resistência de um povo que está
de 2006.” sendo submetido às políticas
coloniais e segregacionistas de
Israel/Estados Unidos há 71 anos. A
Gaza, por Eduardo Galeano imagem da ponte também nos serve
para pensar o tipo de ética política
sobre o qual o livro se estrutura. O
“Outro”, o povo palestino, torna-
se “Eu”. E aqui encontramos outra
característica deste livro: é também
Sayid Marcos Tenório é historiador um livro-testemunho. Não se trata
e especialista em relações inter- de uma empreitada exclusivamente
nacionais. É ativista internaciona- intelectual. Ao escrever sobre a
lista da causa palestina há mais Palestina, Sayid também se inscreve,
de 30 anos, com artigos publica- também se narra. Podemos rastreá-
dos sobre temas relacionados à lo pelos artigos escritos, nos eventos
Palestina e outras causas de direitos que participou e organizou. Este livro
humanos, justiça social, lutas é a síntese provisória de três décadas
populares e soberania dos povos. É dedicadas à causa de um povo que
fundador e atual secretário-geral do experiencia, na pele e na terra, o
Instituto Brasil-Palestina (Ibraspal) colonialismo e o apartheid. Não se
e também diretor do Centro trata, portanto, “apenas” de um livro,
Brasileiro de Solidariedade aos mas de uma declaração de amor à
Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz). justiça e à vida.