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Viabilidade econômica do uso de combustível alternativo (borracha)nos fornos em

cimenteiras

-Combustível Coque

Vários fatores influenciam o preço de mercado do coque de petróleo. Quando o preço


internacional do carvão aumenta, a demanda por coque de petróleo também aumenta.
Na visão dos analistas, a alta do preço internacional do carvão geralmente é o que
mais influencia na alta do preço do coque de petróleo, usualmente com um atraso de
cerca de 3 meses. Por outro lado, a diminuição de preços no mercado mundial de
carvão resulta quase que instantaneamente na diminuição do preço do coque de
petróleo, já que os usuários reagem imediatamente, retomando ao consumo de um
produto cujo uso é mais conveniente.

O coque de petróleo, considerado como combustível sólido, tem as seguintes


características:

Características Positivas

 Elevado poder calorífico


 Reduzido teor de cinzas
 Baixo custo de aquisição

Características Negativas

 Reduzido teor de materiais voláteis


 Elevado teor de enxofre
 Cinzas contendo metais pesados

As características positivas levam as empresas a ter alto interesse em sua utilização,


sendo o preço o principal fator de impulsão. Já as características negativas implicam
em grandes desafios técnicos para a utilização do coque nos equipamentos
industriais.

Para a adequada queima de um combustível sólido, costuma-se dizer que, além do


suprimento do ar de combustão em quantidade suficiente, são necessários três
condições adicionais:

 Temperatura
 Tempo
 Turbulência

O fator temperatura é importante porque as reações de oxidação típicas da combustão


são aceleradas à medida que a temperatura se eleva. Por essa razão é que a
combustão em fornos de cimento, onde as temperatura das paredes da câmara
superam 1500°C

O fator tempo é importante porque as partículas de combustível requerem um


determinado tempo para serem consumidas. É necessário que se considere que o
tempo para se consumir uma partícula é aproximadamente proporcional ao quadrado
do seu diâmetro, daí a importância da granulometria do combustível no desempenho
da combustão.
O fator turbulência, por sua vez, é o que vai determinar o grau de mistura entre
combustível e oxidante. Não havendo turbulência, a mistura é deficiente, o contato
entre reagentes é pequeno e a reação dificilmente se completa.

Poder calorifico dos dois materiais

MATERIAL PODER CALORIFICO KCAL/KG


Coque do Petroleo 10000
Borracha 7667

Combustível alternativo Borracha

Os pneus usados e borrachas de modo em geral estão se tornando um problema


mundial. O descarte de pneus cresce ano após ano em todo o mundo. Pouca
importância foi dada ao descarte de pneus em muitos países. No Brasil, em 1999, foi
aprovada a Resolução nº 258/99 do CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente)
que instituiu a responsabilidade do produtor e do importador pelo ciclo total do produto,
ou seja, a coleta, o transporte e a disposição final. Desde 2002, os fabricantes e
importadores de pneus devem coletar e dar a destinação final para os pneus usados.
Segundo essa lei, os distribuidores, revendedores, reformadores e consumidores finais
são co-responsáveis pela coleta dos pneus servíveis e inservíveis, os quais devem
colaborar com a coleta.

Características Positivas

 Elevado poder calorífico


 Geração em menores quantidades de SO2 e NOx
 Diminuição de 10 a 30% dos combustíveis tradicional
 Retirada de cerca de 85,96 toneladas de borrachas que agrediriam o meio anbiente

Características Negativas

Cinzas contendo metais pesados


Risco contaminantes ao meio ambiente
Risco de contaminação do produto
com isso constantemente realizado teste laboratoriais de lixiviação de corpos de prova
de cimento.

Atualmente o custo aproximado para o co-processamento de borracha é de


cerca de R$ 45 a 60 por tonelada de borracha. A reutilização, reciclagem e
valorização energética, além de um fluxograma do processo de logística reversa dos
pneus novos e usados, dados estatísticos dos canais de distribuição, objetivo da
reciclagem e a disposição final, no período de 2002 a 2006. Em 2006, foram reciclados
240,62 mil toneladas de pneus inservíveis, o equivalente a 48,12 milhões de pneus de
automóvel. As atividades de laminação, trituração e fabricação de artefatos de
borracha representaram 50,02% do total destinado, o co-processamento em fornos de
clínquer representou 35,73%, a regeneração de borracha sintética representou
13,22% e a extração e tratamento de minerais 1,03%.O processo de reciclagem de
borracha é tão antigo quanto o próprio uso da borracha na indústria. Já em 1909, em
Heipizig na Alemanha, havia a trituração e a separação da borracha de vários
artefatos. A razão para o crescimento da indústria da reciclagem em 1909 foi a falta de
abastecimento da borracha e o alto custo de aquisição da borracha natural

Trituração de borracha
Os processos mais utilizados para a trituração de pneus são à temperatura ambiente
ou com resfriamento criogênico. No Brasil o processo mais utilizado é a trituração à
temperatura ambiente.

O processo trituração à temperatura ambiente é aquele que pode operar a


temperatura máxima de 120 ºC, reduzindo os pneus inservíveis a partículas de
tamanhos finais de até 0,2 mm. Este processo tem alto custo de manutenção e alto
consumo de eletricidade. Nesse processo os pneus passam pelo triturador e pelo
granulador. No triturador ocorre uma redução dos pneus inteiros em pedaços de 50,8
a 203,2 mm. Após a etapa de trituração os pedaços de pneus são alimentados através
de um sistema transportador de correias no granulador, para a redução de pedaços de
10 mm, dependendo do tipo de rosca montada no granulador. O aço é removido em
um separador magnético de correias cruzadas e as frações de nylon, rayon e poliéster,
são removidas pelos coletores de pó. O pó-de-borracha é separado através de um
sistema de roscas e peneiras vibratórias em várias granulometrias, muitas aplicações
são solicitadas para materiais finos, na faixa de 0,6 a 2 mm[1-16].

Viabilidade Econômica e ambiental do co-processamento

O alto custo na finalização dos resíduos industriais através da incineração ( R$ 300 à


R$ 500 por tonelada), co-processamento (R$ 300 a R$ 400) e aterros industriais (R$
100, a R$ 300), tem levado o setor produtivo a buscar novas possibilidades
ecologicamente corretas e economicamente viáveis. Do ponto de vista econômico,
transformar o resíduo em fonte de receita parece ser a atividade mais inteligente; do
ponto de vista ecológico essa prática garante a finalização apropriada, em lugar de
políticas de inertização em aterros industriais.

No Brasil, a indústria de reciclagem de resíduos sólidos em geral vem crescendo


vigorosamente, impulsionada tanto pela ação reguladora do Estado quanto pela
expansão de um mercado que se articula em torno da coleta e da transformação
de quantidades crescentes desses resíduos.
Entretanto, esse crescimento vem ocorrendo com fortes desequilíbrios entre os
elos das cadeias produtivas de reciclagem, sobretudo no que se refere ao grau de
adensamento e aporte tecnológico. Neste contexto, a cadeia de reciclagem de
pneus inservíveis é das que apresentam os mais baixos graus de adensamento no
Brasil, o que é motivado não só por dificuldades técnicas mas também pela ainda
baixa difusão das possibilidades de reciclagem e, sobretudo, pela inexistência de
um sistema logístico de coleta, armazenamento e destinação em larga escala do
resíduo sólido em questão.
visando à redução de combustíveis fósseis e o incentivo ao uso de combustíveis
alternatiivos, houve uma intensificação no uso de resíduos de borrachasano, uso e na
redução de resíduos industriais potencialmente combustíveis, com isso aindustria
cimenteira vem contribuindo com a diminuição do descarte de borracha no meio
ambiente e trazendo pra dentro da própria empresa uma economia no combustível
usado em seus fornos.

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