Você está na página 1de 7

A impossibilidade da neutralidade positivista nos estudos de caso organizacionais

Wendell Lima Bandeira


Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC
Doutorando em Administração

Resumo: O presente ensaio buscar tecer reflexões sobre a neutralidade nos estudos de caso
organizacionais, ou melhor, a falta de neutralidade. Enquanto o rigor cientifico do positivismo prega
que para uma pesquisa ser considerada válida, e portanto, ser credível na academia, ela tem que trazer
elementos que vão possibilitar sua experimentação e, consequentemente, a criação de verdades
cientificas que tem como características a neutralidade do pesquisador e a generalização da pesquisa,
outros vieses epistemológicos como o interpretativismo e fenomenologia vão se apoiar que existem
outras formas de validação de pesquisa que possibilitam ausências de características positivista e ainda
assim tornam o trabalho confiável. Nesse sentido, o Estudo de Caso, sendo método de pesquisa
predominantemente não-positivista, coloca o pesquisador como instrumento essencial para o
desenvolvimento do trabalho de campo, e como isso, o entrelaçamento das visões de mundo do
pesquisador se “misturam” com o fazer pesquisa, retirando assim, um elemento positivista que é a
neutralidade do pesquisador. O que se defende nesse ensaio é enfatizar que a impossibilidade de
neutralidade nos estudos de caso, não tiram a legitimidade da pesquisa, pelo contrário, as tornam
válida tanto quanto as pesquisas positivistas.

Palavras-chave: Neutralidade. Estudo de Caso. Positivismo.


INTRODUÇÃO
O rigor cientifico tradicional positivista por muito tempo classificou o fazer ciência sob o
prisma da neutralidade da pesquisa, da sistematização estrutural do trabalho, da generalização, entre
outros elementos de validação. Assim, para a validação dos resultados era necessária sua
experimentação, sendo considerada como produção cientifica aquilo que pudesse ser constatado e que
colocasse o pesquisador como “tábua rasa” frente ao seu objeto de estudo.
De fato, ainda na atualidade, tal forma de se fazer pesquisa ainda é bastante utilizado dentro
dos estudos nos mais diversos campos científicos, inclusive nos estudos organizacionais. Porém, cabe
destacar que outras concepções epistemológicas, como a fenomenologia e o interpretativismo, trazem
novos caminhos que fogem do rigor científico positivista, retirando a ênfase da objetividade e
neutralidade na validação da pesquisa e trazendo elementos como a subjetividade e relação do
pesquisador com seu objeto de estudo, possibilitando compreender melhor a realidade social complexa
na qual vivemos.
Nesse sentido, este ensaio traz reflexões sobre a possibilidade da neutralidade dentro do
método do Estudo de Caso, colocando como tese que, ainda que o pesquisador tente manter em
suspenso suas preconcepções quando escolhe estudar um objeto de pesquisa, seja uma empresa,
cooperativa/associação, comunidade ou instituição, seus conhecimentos adquiridos na vivência como
pesquisador ou proximidade com o objeto escolhido impossibilita chegar no campo de estudo
despojado do seu saber, colocando-se neutro e retirando sua subjetividade da relação com seu objeto
como quer a ciência tradicional.
Dentro dos Estudos de Caso, “os pesquisadores tentam obter suas informações a partir de
percepções dos atores locais, colocando “em suspenso” suas preconcepções sobre o tema que está
sendo estudado” (GODOY, 2006, p. 122).
Nesse prisma, apesar dos pesquisadores tentarem manter a neutralidade na coleta de dados, a
própria escolha do pesquisador em determinado objeto de estudo já retira essa neutralidade, pois os
pesquisadores tendem a escolher seus objetos utilizando requisitos que possibilitam uma certa abertura
e facilidade na obtenção de informação, como por exemplo a proximidade com uma organização,
trabalhos realizados, conhecimento de pessoas que trabalham na organização, entre outros elementos.
Assim, é comum o pesquisador optar pela estratégia do estudo de caso nos estudos
organizacionais pela familiaridade com que se tem com o objeto escolhido: seja a cooperativa em que
trabalhou, a ONG que foi voluntário, a empresa que trabalha, enfim, geralmente o pesquisador escolhe
o caminho “menos escuro” para desenvolver sua pesquisa, seja pela facilidade de acesso a instituição,
ou pela facilidade de contato com os atores da pesquisa para a coletas de dados.
Desta maneira, o que pretende-se argumentar neste ensaio é a impossibilidade da neutralidade
dentro dos estudos de caso organizacionais. Em uma nova realidade contemporânea complexa, a
ciência positivista não consegue explicar determinadas relações sociais a partir da experimentação,
tornando a realidade objetiva, pelo contrário, a sociedade, a cultura, as organizações e as relações
sociais não são elementos para explicar, mas sim para compreender e interpretar (ANDION, SERVA,
2006).

ESTUDO DE CASO E NEUTRALIDADE


O “Estudo de Caso” vem ganhando adeptos nas mais diversas áreas de estudo há bastante
tempo, o motivo é a capacidade de aprofundamento no objeto de estudo que esta metodologia fornece
para o pesquisador. Nos estudos organizacionais, a versatilidade proporcionada pelo estudo de caso
fez com que em nível nacionalmente disseminassem sua utilização em pesquisas qualitativas
(GODOY, 2006).
O estudo de caso traz características que o coloca como uma metodologia ideal para a
compreensão dos fenômenos sociais e também organizacionais, sendo ideal para pesquisas que não
envolvam aplicação de modelos estatísticos para compreensão da realidade, ou seja, é uma
contraposição ao modelo positivistas, pois o estudo de caso está mais amparado na compreensão dos
fenômenos por meio do interpretativismo.
Apesar de ter uma relação mais próxima com o interpretativismo, alguns autores do tema se
inclinaram para uma concepção positivista, como foi o caso de Robert K. Yin e Kathleen M.
Eisenhardt, tais autores se preocuparam com a generalização e a validação da pesquisa por meio de
dados qualitativos e quantitativos, o que se relaciona com uma ciência mais tradicional.
Nessa direção, de acordo com Stake e Merrian (1998 apud GODOY, 2006) o estudo de caso
conceituado de maneira interpretativa pode ser definido como a compreensão de um fenômeno social
de forma aprofundada em seu contexto, que pode ser uma instituição, um grupo de pessoas, um
processo, uma empresa, entre outros que compartilham o mesmo ambiente e uma mesma experiência.
Por se tratar de analisar um fenômeno social, o pesquisador que adotar o estudo de caso
carrega consigo algumas preconcepções que irão direcionar o desenvolvimento de sua pesquisa, sua
visão de mundo e proximidade com seu objeto de análise, e portanto, suas subjetividades irão para o
campo junto ao pesquisador. Ou seja, ao ir à campo coletar informações e dados, os pesquisadores não
irão de mente vazia, pois não é possível se colocarem neutros dentro de seu objeto de pesquisa.
Tais preconcepções, inclusive, pode fazer com que um mesmo fenômeno, ou objeto de
pesquisa, seja interpretado de maneiras diferentes com base na formação e conhecimento do
pesquisador, ou seja, um grupo de pessoas a partir de dados coletados podem gerar interpretações
diferente para um sociólogo e para um psicólogo, pois suas cargas de conhecimento são distintas e
com isso tais subjetividades são colocadas em jogo no momento da interpretação das informações.
Neste momento já constatamos que a neutralidade em uma pesquisa não pode ser controlada,
pois a verificação de um fenômeno social dentro de seu contexto vai gerar informações diversas para
diferentes pesquisadores. Nessa perspectiva, a generalização também se torna bastante limitada, pois
já que as preconcepções do pesquisador são levadas ao campo, logo a interpretação do objeto de
pesquisa não pode servir de base para outros objetos, ainda que participem de um mesmo contexto.
Nesse prisma, Stake (2000) afirma que não tem que se falar em generalização dentro do
estudo de caso, pois a interpretação de um fenômeno serve exclusivamente para aquele objeto em
questão, não podendo servir de escala para outros casos, ainda que semelhante, o que se pode fazer, é
o que o autor chama de “generalização naturalística”, em que a interpretação de um caso servirá para
auxiliar o estudo de outros casos, em que o pesquisador fará uma associação em outros casos,
utilizando aquele como base.
Assim como a neutralidade, a generalização também é uma forma que a ciência tradicional
utilizou para validar e tornar confiável uma pesquisa, sendo estas colocadas como características para
uma pesquisa colaborar para o progresso científico.
Dentro de uma visão epistêmica interpretativista e fenomenológica tanto a neutralidade como
a generalização não podem ser os únicos parâmetros para validar uma pesquisa cientifica, pois analisar
um caso em sua própria natureza e o pesquisador utilizar de seus conhecimentos empíricos e teóricos
para compreender um fenômeno por meio do estudo de caso, também tornam o trabalho legítimo
dentro da academia.
Nesse sentido, ir a campo esvaído de suas concepções, visões de mundo, e conhecimentos
prévios, para posteriormente esta pesquisa servir como generalização para outros estudos como o
positivismo quer, não torna uma concepção mais subjetiva e interpretativa do fenômeno menos válida
na comunidade acadêmica.
Flyvbjerg (2006) entende que a generalização é apenas um dos processos que podem servir
para validar uma pesquisa, porém existem outros tipos de validações que cumprem também esse papel,
como a chamada “falsificação”, onde o estudo de caso “é adequado para identificar "cisnes negros"
devido à sua abordagem aprofundada: o que parece ser "branco" muitas vezes acaba se revelando
"preto" em um exame mais atento (p. 226).

O fato de o conhecimento não poder ser formalmente generalizado não significa que
ele não possa entrar no processo coletivo de acumulação de conhecimento em um
determinado campo ou em uma sociedade. Um estudo de caso puramente descritivo
e fenomenológico sem qualquer tentativa de generalização pode certamente ser
valioso neste processo e frequentemente ajudou a abrir um caminho para a inovação
científica. Isso não é para criticar as tentativas de generalização formal, pois tais
tentativas são meios essenciais e eficazes de desenvolvimento científico; antes, é
apenas para enfatizar as limitações, que se seguem quando a generalização formal se
torna o único método legítimo de investigação científica (FLYVBJERG, 2006, p.
227, tradução nossa).

Nesse sentido, o estudo de caso traz características importantes quem se contrapõe a


aplicação da ciência tradicional positivista. A neutralidade e a generalização são elementos que
majoritariamente não estão incluídos na pesquisa, e ainda sim, as tornam válidas.
No Estudo de Caso o papel do pesquisador constitui a principal fonte de coleta dos dados,
devido sua participação direta e aprofundada com seu objeto de pesquisa, logo as concepções pessoais
do pesquisador também se colocam intrinsicamente no seu papel no desenvolvimento da pesquisa,
sendo assim, não há como ter neutralidade dentro do estudo de caso.
Segundo Godoy (2006) as características e conhecimento do pesquisador proporcionam uma
potencialização na qualidade do resultado final do trabalho, pois devido as características de
neutralidade e generalização não estarem presente no estudo de caso diretamente, a validação da
pesquisa se dará na qualidade final do trabalho. Logo, o investigador desempenha um papel importante
para a qualidade do trabalho.
Neste ponto, como há impossibilidade de se colocar neutro dentro de uma pesquisa de estudo
de caso organizacionais, um ponto levantado por Merriam (1988) que merece destaque é o requisito de
sensibilidade que o pesquisador tem que ter com seu objeto de pesquisa e as relações sociais que
ocorrem no objeto. Se os pesquisadores não iniciam uma investigação com a mente vazia, por pura
indução, logo os mesmos têm devem ter responsabilidade e, principalmente, sensibilidade no
encadeamento da pesquisa. O pesquisador deve ser sensível ao contexto e todos os atores envolvidos
na organização e se atentar para os diálogos, inclusive os não-verbais (GODOY, 2006).
Como no estudo de caso não há uma estrutura rígida no desenvolvimento da pesquisa, o
pesquisador deve manter a sensibilidade desde o planejamento do trabalho até o momento de analisar
os dados coletados no campo, não permitindo que suas visões de mundo interfiram diretamente na
escrita da pesquisa. Pois, apesar de levar suas concepções para o campo, e portanto, não ser neutro na
pesquisa, o pesquisador deve ser sensível para que suas concepções pré-estabelecidas para que elas
não contaminem as informações e dados coletados em campo.
Outro aspecto que cabe levantar neste ensaio, é que ao se afirmar sobre a impossibilidade de
neutralidade no estudo de casos organizacionais, não se pretende dizer que o pesquisador estará no
campo apenas testando suas hipóteses sobre seu objeto de estudo. Cabe recordar que o estudo de caso
é uma construção de idas e vindas no campo, em que o pesquisador não segue um modelo de se fazer a
pesquisa, como tradicionalmente. A pesquisa é construída e reconstruída na vivência do pesquisador
no seu objeto de estudo, reorganizando seu trabalho até a construção de uma pesquisa fiel e de
qualidade.
Nessa direção, Flyvbjerg (2006) traz a desmitificação do aspecto de verificação que o estudo
de caso muitas vezes aparenta ter. Uma vez que o pesquisador leva para o campo suas concepções
pessoais pré-estabelecidas, visão de mundo e conhecimentos, e portanto, não há neutralidade direta,
não podemos lucidar que ao optar por um estudo de caso em organização que o pesquisador já teve
uma experiência anterior, não confirma que ele estará apenas verificando se suas noções
preconcebidas é algo verdadeiro ou falso.
O que pode ocorrer naturalmente é a partir da ida ao campo, o pesquisador perceber que suas
preconcepções, suposições e hipóteses sobre o objeto de estudo estavam errados e haver a necessidade
de uma readequação de suas hipóteses e a reestruturação de seu instrumental de pesquisa. Isso
confirma a característica do estudo de caso em que o trabalho é feito por meio de um “espiral”, em que
o pesquisador vai adequando e reorganizando seu trabalho por meio de idas e vindas ao campo.
Portanto, a impossibilidade de neutralidade no estudo de caso não deve ser vinculada ao mito
da verificação das hipóteses preconcebidas, ao contrário, grande parte dos estudos de caso demonstra a
necessidade de uma readequação estrutural do trabalho, pois o que se encontra no campo não
corresponde com os elementos preconcebidos pelo pesquisador. Nesse sentido, a validação da
pesquisa por meio da “falsificação” citada anteriormente, colabora para a qualidade da pesquisa.
Flyvbjerg (2006) ainda argumenta que a tendência de verificação não se limita apenas ao
estudo de caso e métodos qualitativos, mas por estes serem de um viés não positivista, estão mais
abertos a críticas para o julgamento da não neutralidade da pesquisa diante de outros métodos
considerados mais rigorosos, como os hipotéticos, métodos dedutivos, quantitativos.

Mesmo que tal crítica seja útil, porque nos sensibiliza para uma questão importante,
pesquisadores de caso experientes não podem deixar de ver a crítica como uma
demonstração de falta de conhecimento do que está envolvido na pesquisa de estudo
de caso. Campbell e outros mostraram que a crítica é falaciosa, porque o estudo de
caso tem seu próprio rigor, diferente com certeza, mas não menos estrito do que o
rigor dos métodos quantitativos. A vantagem do estudo de caso é que ele pode “se
aproximar” de situações da vida real e testar visões diretamente em relação aos
fenômenos conforme eles se desenvolvem na prática (FLYVBJERG, 2006, p. 234-
235, tradução nossa).

Nessa direção, o que se observa é que a impossibilidade de neutralidade não se vincula


impor ao pesquisador apenas a verificação de suas hipóteses, como os positivistas criticam, mas
devido as características do estudo de caso a não neutralidade atribui uma característica de falsificação
das hipóteses e preconcepções levadas a campo pelo pesquisador, ou seja, é a falsificação, e não a
verificação que caracteriza o estudo de caso dentro da neutralidade ou a falta dela.
Assim, a falta de neutralidade se transforma numa espécie de “contaminação” positiva, em
que as hipóteses e suposições concebidas do pesquisador sobre seu objeto de pesquisa, muitas vezes
são negadas quando se faz o trabalho de campo. E com isso, não é um fator negativo para a qualidade
do trabalho, pelo contrário, faz com que o pesquisador, por meio de sua sensibilidade e
responsabilidade construa um ótimo trabalho.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao tratar sobre a impossibilidade da neutralidade em estudos de caso esse ensaio buscou
enfatizar que um pesquisador ao escolher um objeto de estudo, cujos requisitos da escolha se apoia na
proximidade e experiência, e com isso, já entra em campo com preconcepções sobre seu objeto,
reafirmo o entendimento de que não ser neutro na pesquisa não significa que ela perde sua validade,
mas sim que os laços anteriores do pesquisador com o objeto fazem com que ele saia de um viés
positivista de pesquisa e caminhe para um paradigma mais interpretativista.
E essa falta de neutralidade não irá deixar o trabalho menos válido e de qualidade, pois o
caminho percorrido no estudo de caso, proporciona ao pesquisador uma forma de trabalhar não
convencional, com idas e vindas ao campo que resultará numa intensa reconstrução do trabalho até o
resultado final. Com isso, o aspecto de “falsificação” que o estudo de caso proporciona, faz com que a
falta de neutralidade faça surgir no pesquisador uma sensibilidade no fazer a pesquisa que é necessária
para a construção do trabalho com qualidade.
Portanto, a neutralidade proposta pelo protagonismo epistemológico do positivismo para a
validação e confiabilidade da pesquisa, ao ser retirada não invalida o trabalho, pois existem outros
mecanismos de validação que modelos não positivistas se apoiam para desenvolver seus trabalhos e
manter a qualidade e prestigio.
É o papel contemporâneo da ciência, criticar a razão indolente que vem orientando os
debates filosóficos e epistemológicos nos últimos anos, e mostrar que aquilo que é considerado pela
ciência dura como não-credível na verdade encontra outros elementos de validação que fogem na
neutralidade do pesquisador e da generalização da pesquisa.

REFERÊNCIAS

ANDION, C. e SERVA M. A etnografia e os estudos organizacionais In: GODOI, C. K.; BANDEIRA


DE MELO, R.; SILVA, A. B. (Org.). Pesquisa qualitativa em estudos organizacionais: paradigmas,
estratégias e métodos. São Paulo: Saraiva, 2006.

FLYVBJERG, Bent. Five Misunderstanding about case study research. In: SEALE, Clive et al.
(Eds.) Qualitative research practice. London: Sage, 2006.

GODOY, Arilda. Estudo de caso qualitativo. In: GODOI, Christiane K.; BANDEIRA-DE-MELLO,
Rodrigo; SILVA, Anielson B. (Org.). Pesquisa qualitativa em estudos organizacionais: paradigmas,
estratégias e métodos. São Paulo: Saraiva, 2006. Cap.5, p.115-146.

STAKE, R. E. Case studies. In: DENZIN, N. K. (Edit.); LINCOLN, Y. S.(Edit.). Handbook of


qualitative research. Thousand Oaks: SAGE, 2000.

Você também pode gostar