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Escultura
Prof.a Roseli Kietzer Moreira
2011
Copyright © UNIASSELVI 2011
Elaboração:
Prof.ª Roseli Kietzer Moreira
731.735
M835t Moreira, Roseli Kietzer.
203 p. il.
Inclui bibliografia.
ISBN 978-85-7830-432-4
Impresso por:
Apresentação
Prezados acadêmicos (a)!
III
NOTA
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto
em questão.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Bons estudos!
UNI
IV
V
VI
Sumário
UNIDADE 1 – CULTURAS E GÊNEROS............................................................................................ 1
VII
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 86
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 87
TÓPICO 3 – O RENASCIMENTO......................................................................................................... 89
1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 89
2 O PERÍODO DA RENASCENÇA....................................................................................................... 89
2.1 RENASCENÇA E A FIGURA HUMANA.................................................................................... 90
2.2 MICHELANGELO: O ESCULTOR RENASCENTISTA ............................................................. 93
3 ESCULTURA APÓS A RENASCENÇA............................................................................................. 97
LEITURA COMPLEMENTAR................................................................................................................ 104
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 106
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 107
VIII
TÓPICO 5 – CONSTRUÇÃO E MOLDAGEM................................................................................... 179
1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 179
2 CONSTRUÇÃO...................................................................................................................................... 179
2.1 PRÁTICA PARA A ESCOLA.......................................................................................................... 185
3 MOLDAGEM.......................................................................................................................................... 186
3.1 PRÁTICA PARA A ESCOLA.......................................................................................................... 198
RESUMO DO TÓPICO 5........................................................................................................................ 200
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 201
REFERÊNCIAS.......................................................................................................................................... 203
IX
X
UNIDADE 1
CULTURAS E GÊNEROS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta Unidade, caro(a) acadêmico(a), você estará apto(a) a:
PLANO DE ESTUDOS
Esta Unidade está dividida em três tópicos, sendo que, em cada um deles,
você encontrará atividades que contribuirão para sua reflexão e análise dos
estudos já realizados.
1
2
UNIDADE 1
TÓPICO 1
CONCEITOS DA ESCULTURA
1 INTRODUÇÃO
A escultura era tida como uma das menores das artes. Sempre relacionada à
arquitetura, por ter semelhanças na questão da construção e tida como ornamento,
somente depois de muito tempo, é que a escultura tem seu reconhecimento como
linguagem artística.
Nos dias de hoje, pode nos parecer deveras estranha alguma manifestação
escultórica, mas frente à tecnologia, nossa cultura cibernética e vida agitada
de metrópoles, a Arte também se exprime diferentemente das suas mostras
anteriores. Nossa vida mudou, a Arte acompanha o ritmo e também se modifica.
2 A ESCULTURA NA ARTE
Escultura é a arte das representações no tridimensional. Volume é sua
qualidade inerente, por ocupar um espaço, possuir densidade, um certo peso e
massa. Diferente de uma pintura, que simula, por meio de perspectiva de luz
e sombra, a tridimensionalidade, a escultura é tridimensional, possui altura,
largura e profundidade, pertence ao espaço real.
3
UNIDADE 1 | CULTURAS E GÊNEROS
E
IMPORTANT
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UNIDADE 1 | CULTURAS E GÊNEROS
6
TÓPICO 1 | CONCEITOS DA ESCULTURA
3 ESCULTURA E HISTÓRIA
Sendo uma das primeiras linguagens artísticas exploradas pelo homem,
a história da escultura se confunde com a própria história da humanidade. Sua
origem tem a ver com a necessidade de representação do homem, diante de
um mundo desconhecido e inóspito. O homem ao modelar ou esculpir alguma
imagem na matéria, projeta uma espécie de domínio. Dar forma para um material
amorfo, além de propiciar uma atitude de magia e poder, estimula uma das
aptidões intrínsecas do ser humano: a criatividade.
7
UNIDADE 1 | CULTURAS E GÊNEROS
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TÓPICO 1 | CONCEITOS DA ESCULTURA
4 GÊNEROS DA ESCULTURA
Um dos objetivos dessa unidade é conhecer os gêneros que cercam a
escultura como linguagem artística. Mas afinal, o que é gênero?
E
IMPORTANT
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UNIDADE 1 | CULTURAS E GÊNEROS
l Gênero Mitológico.
l Gênero Religioso (subgêneros: cerimonial e funerário).
l Gênero Alegoria.
l Gênero Retrato (autorretrato).
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TÓPICO 1 | CONCEITOS DA ESCULTURA
FIGURA 7 – CARIÁTIDE
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UNIDADE 1 | CULTURAS E GÊNEROS
FIGURA 8 – HERMES
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TÓPICO 1 | CONCEITOS DA ESCULTURA
FIGURA 9 – EFÍGIE
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IMPORTANT
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UNIDADE 1 | CULTURAS E GÊNEROS
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TÓPICO 1 | CONCEITOS DA ESCULTURA
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UNIDADE 1 | CULTURAS E GÊNEROS
TURO S
ESTUDOS FU
UNI
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TÓPICO 1 | CONCEITOS DA ESCULTURA
LEITURA COMPLEMENTAR
UM BURACO NO ESPAÇO
Por que o ser humano tem necessidade da obra de arte? Como é que nos
outros seres vivos não vemos nenhum indício de uma atividade parecida? Não
nos enganemos com o ninho, a colmeia ou a teia de aranha, imaginando que tem
algo a ver com a arquitetura; falta-lhe a premissa fundamental do homem: o estilo.
Sim: essas construções frequentemente de grande beleza carecem naturalmente
do mais leve indício de estilo: são só ferramentas, realizações instintivas para
prolongar a anatomia animal ou, dito de outra maneira, para aperfeiçoar a vida
fisiológica do ser. De certo modo não há nelas nada de essencial que as diferencie
de uma casca de uma tartaruga ou a plumagem de um pássaro. E é por isso que
o que chamamos de obra de arte, esta realização inútil – inútil do ponto de vista
material, embora para o ser humano indispensável a todas as luzes, pois aparece
acompanhando-o ao longo de toda sua história e também de sua pré-história
– serve-nos por sua vez para que possamos decifrar a diferença essencial que
separa o homem de outros seres, e que necessariamente deve ter, no processo
darwiniano da evolução, uma fronteira a partir da qual possa se afirmar que o
homem nasceu.
Onde situar tal linha divisória? Sem dúvida no momento em que o ser
tem consciência de que vive e de que sua vida tem um limite: trágica informação
perante a qual se rebela e inventa a arte para defender-se da desesperança.
E esses seres que nos acompanham tem nome e rosto: são a rainha
Nefertiti, os Guerreiros de Riace, o cavaleiro de Bamberg, os Serers da capela
mediceia, os Burgueses de Calais, o são Jorge de Montjuic, as Figuras reclinadas
de Moore...Não vêm a luz de cada dia, nem com facilidade, mas afortunadamente
constituem já uma povoação importante e conservam imarcescível, apesar da
erosão do tempo e dos bárbaros, uma auréola de imortalidade.
O escultor Joan Rebull, num texto de 1929, diz que “uma escultura é um
buraco no espaço” Esta paradoxal frase reforça-nos a ideia do caráter volumétrico
da escultura, porque, em efeito, o que é um buraco no espaço, essa forma
tridimensional que chamamos escultura?
18
TÓPICO 1 | CONCEITOS DA ESCULTURA
Em sua frase Rebull intui uma maneira de ver a obra desde o ponto de
vista fenomenológico, que nos traz à memória uma ideia do filósofo francês
Maurice de Merleau-Ponty, exposta em sua obra Sens et non-sens: “O aspecto do
mundo mudaria completamente para nós se conseguíssemos ver como coisas os
intervalos entre as coisas...”
FONTE: BOZAL, Valeriano. História geral da arte: escultura. Barcelona: del Prado, 1996. p. 9-12.
19
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você viu que:
20
AUTOATIVIDADE
21
22
UNIDADE 1
TÓPICO 2
GÊNEROS E HISTÓRIA
1 INTRODUÇÃO
A história da arte, normalmente, se concentra na contextualização das
civilizações ocidentais, pois nossa maior influência sócio-histórico-cultural é da
colonização europeia.
2 ESCULTURA CHINESA
A filosofia chinesa influencia o cotidiano e a arte. Na versão oriental, o
escultor é um artesão que procura colocar a natureza como um meio para atingir o
equilíbrio e a comunhão com todas as coisas. O artista chinês referencia a natureza.
BOZAL (1996, p. 65) comenta que “o artista ocidental é fundamentalmente um
criador, enquanto que o chinês é antes de tudo um contemplador”.
23
UNIDADE 1 | CULTURAS E GÊNEROS
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TÓPICO 2 | GÊNEROS E HISTÓRIA
como são conhecidos também, eram coloridos para criar realismo às esculturas e
revestidas com uma espécie de laca. A exposição ao ar provocou a descoloração
das peças. E é por isso e pela fragilidade da argila que os arqueólogos trabalham
até hoje, com cuidado, para preservar ao máximo a integridade das peças.
E
IMPORTANT
3 ESCULTURA INDIANA
A cultura indiana tem como princípio a religiosidade, sendo três as
principais formas de religião: o Budismo, o Hinduismo e o Janismo. Para tanto,
templos são construídos para as oferendas e cultos às divindades. Isso gera uma
relação direta da escultura com arquitetura e construções.
25
UNIDADE 1 | CULTURAS E GÊNEROS
4 ESCULTURA AFRICANA
A escultura africana tem a religião como base para a sua arte. Mas a
religião africana nada tem a ver com templos ou divindades. A atitude religiosa
está na veneração dos mortos e a crença nos espíritos da natureza. Esse modo de
ser e viver vincula o indivíduo de forma direta com o seu meio natural, assim a
água, as árvores e os animais são tratados como portadores do sagrado e seus
rituais são destinados, por exemplo, aos espíritos da floresta.
26
TÓPICO 2 | GÊNEROS E HISTÓRIA
27
UNIDADE 1 | CULTURAS E GÊNEROS
E
IMPORTANT
A cultura africana foi inspiração para os artistas do século XX. O artista Pablo
Picasso se baseou na simplificação e geometria africanas para criar suas pinturas cubistas.
5 ESCULTURA PRÉ-COLOMBIANA
As manifestações mais interessantes da cultura dos povos da América
pré-colombiana são os relevos e as esculturas, principalmente ao se tratar dos
olmecas, maias e astecas. Formas humanas, seres mitológicos, híbridos (homem
e animal) surgem em estatuetas e grandes esculturas nos templos e altares, muitas
vezes integrados à arquitetura.
28
TÓPICO 2 | GÊNEROS E HISTÓRIA
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UNIDADE 1 | CULTURAS E GÊNEROS
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TÓPICO 2 | GÊNEROS E HISTÓRIA
UNI
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RESUMO DO TÓPICO 2
Nesse tópico, apresentamos a manifestação artística escultórica de
algumas culturas para servir de referência para o nosso conhecimento em
Gêneros da Escultura. A religiosidade é o gênero dominante dessas culturas.
l A escultura indiana tem uma relação direta com arquitetura devido aos
templos, todos adornados com relevos que são narrativos: a maioria conta a
história de Buda. As imagens de animais e figuras humanas são simbólicas e
representam divindades ou virtudes como força e poder.
l A escultura africana está voltada à veneração dos mortos e a crença nos espíritos
da natureza. As máscaras e esculturas são tidas como uma analogia do homem
com o sobrenatural. O material mais utilizado é a madeira.
32
AUTOATIVIDADE
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34
UNIDADE 1
TÓPICO 3
PRIMÓRDIOS DA HUMANIDADE
1 INTRODUÇÃO
A pré-história pode ser considerada um dos períodos mais significativos
da arte. Sua importância vem sustentada pelo desenvolvimento do homem, bem
como pelas suas conquistas que seriam os parâmetros para toda uma história
futura de inventos e progressos. Por ser uma época anterior à escrita, os únicos
registros são baseados em pinturas nas cavernas e nos objetos e estatuetas
pesquisadas por arqueólogos e historiadores. É a ciência moderna que vem
restituir o homem do passado.
2 A ESCULTURA NA PRÉ-HISTÓRIA
A pré-história consta de um período aproximado entre 35.000 a.C. a 3.500
a.C. Essas datas são baseadas no livro História Geral da Arte de H. W. JANSON
(2001). A pré-história se divide em quatro momentos: os chamados Paleolítico
35
UNIDADE 1 | CULTURAS E GÊNEROS
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TÓPICO 3 | PRIMÓRDIOS DA HUMANIDADE
37
UNIDADE 1 | CULTURAS E GÊNEROS
2.2 NEOLÍTICO
No período que corresponde a 10.000 a 3.500 a.C. o clima da Terra se torna
ameno, tornando a sobrevivência do homem mais simples. Agora o homem se
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TÓPICO 3 | PRIMÓRDIOS DA HUMANIDADE
torna agricultor, e de nômade passa a sedentário. Deixa das cavernas para morar
em casas por ele construídas. Aperfeiçoa seus instrumentos e ferramentas, cria
panelas e potes para guardar seus mantimentos, constrói canoas e jangadas,
domestica animais para transporte e alimento. Tece fios para a produção de trajes.
Inventa a roda e domina o fogo. Produz os primeiros metais. Organiza-se em
família e divisão de trabalho.
FIGURA 27 – STONEHENGE
E
IMPORTANT
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UNIDADE 1 | CULTURAS E GÊNEROS
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TÓPICO 3 | PRIMÓRDIOS DA HUMANIDADE
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UNIDADE 1 | CULTURAS E GÊNEROS
UNI
3 A ESCULTURA NA MESOPOTÂMIA
A Mesopotâmia é conhecida como “terra-de-entre-os-rios”, por se
localizar entre os rios Tigre e Eufrates. Por ser uma região ampla, fértil, porém
sem grandes defesas naturais, sempre esteve propensa a enchentes e outros
desastres. É aqui que tem origem a versão bíblica do dilúvio. Isso condicionou
o homem mesopotâmico a uma visão caótica da vida com base nas forças da
natureza como princípio para sua religião. Seu deus era uma espécie de mediador
perante outras divindades da natureza, como a água, o vento e os astros. Seu
sistema político e econômico era nomeado “socialismo teocrático” por ter
como base o templo como centro administrativo: seu deus era proprietário das
terras e da produção da população que se submetia às ordens por meio de um
administrador humano. Mais tarde, a ambição transforma esses administradores
em verdadeiros monarcas, mais preocupados em expandir seus domínios.
42
TÓPICO 3 | PRIMÓRDIOS DA HUMANIDADE
escultórica desse período, que se divide em três grandes momentos: Arte Suméria,
Arte Assíria e Arte Persa. Vamos perceber que o gênero religioso é o principal
norteador desses povos. O gênero alegoria se instala mais tarde, ao representar
em frisos e relevos as glorificações e simbologias referentes aos monarcas, cenas
mais idealizadas do que realizadas. Também a alegoria se encontra nos animais
híbridos, que significam força e proteção, instalados nos palácios e entradas.
43
UNIDADE 1 | CULTURAS E GÊNEROS
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TÓPICO 3 | PRIMÓRDIOS DA HUMANIDADE
históricos. Exemplo magnífico com esse tema é o bode e árvore, um suporte para
oferendas. Ele simboliza o deus Tamuz, o princípio masculino da natureza. Feito
em madeira, folhas de ouro e lápis-lazúli é o modelo de uma escultura construída
com vários materiais.
E
IMPORTANT
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UNIDADE 1 | CULTURAS E GÊNEROS
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TÓPICO 3 | PRIMÓRDIOS DA HUMANIDADE
47
UNIDADE 1 | CULTURAS E GÊNEROS
Uma das mais vibrantes esculturas desse período são as figuras híbridas
de touro e homem. Todas as culturas primitivas têm na imagem do touro o
símbolo de força e criação. Os touros assírios são esculturas colossais feitas em
calcário que serviam para proteger as entradas dos palácios. A cabeça de homem
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TÓPICO 3 | PRIMÓRDIOS DA HUMANIDADE
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UNIDADE 1 | CULTURAS E GÊNEROS
FONTE: JANSON, H.W. A História Geral da Arte. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
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TÓPICO 3 | PRIMÓRDIOS DA HUMANIDADE
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UNIDADE 1 | CULTURAS E GÊNEROS
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TÓPICO 3 | PRIMÓRDIOS DA HUMANIDADE
DICAS
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RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você viu que:
Pré-história:
54
AUTOATIVIDADE
55
56
UNIDADE 2
HISTÓRIA E GÊNERO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta Unidade, caro(a) acadêmico(a), você estará apto(a) a:
PLANO DE ESTUDOS
Esta Unidade está dividida em três tópicos, sendo que, em cada um deles,
você encontrará atividades que contribuirão para sua reflexão e análise dos
estudos já realizados.
TÓPICO 3 – O RENASCIMENTO
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58
UNIDADE 2
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
Vamos dar continuidade aos estudos da disciplina por meio da
contextualização da escultura no Período Antigo, que abarca o Egito e a Grécia.
2 A ESCULTURA NO EGITO
Uma civilização como o Egito só conseguiu se desenvolver por causa
de uma organização política, social e econômica muito bem estruturada. O seu
apogeu acontece entre 5.000 a. C. até 500 a. C., aproximadamente, e está dividida
em períodos chamados de Monarquia Antiga, Monarquia Média e Monarquia
Nova.
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UNIDADE 2 | HISTÓRIA E GÊNERO
UNI
Mas o autor Janson (2001, p. 54) comenta de que não devemos nos enganar
com os princípios egípcios, pois a vida não era considerada uma simples via para
a morte:
60
TÓPICO 1 | SOBRE A VIDA E A MORTE
61
UNIDADE 2 | HISTÓRIA E GÊNERO
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TÓPICO 1 | SOBRE A VIDA E A MORTE
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UNIDADE 2 | HISTÓRIA E GÊNERO
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IMPORTANT
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TÓPICO 1 | SOBRE A VIDA E A MORTE
E
IMPORTANT
Aculturação significa o contato entre culturas diferentes. Essa relação pode ser
pacífica, ao ponto de gerar trocas culturais ou ainda, ser de forma agressiva, quando uma
civilização impõe sua cultura sobre outra.
TURO S
ESTUDOS FU
A antiga Grécia é reconhecida de 1.100 a.C. a 150 a.C. Num período inicial,
considerado formador da civilização grega, seu destaque se dá a partir de 800 a. C.
com o chamado período Arcaico seguido pelos períodos: Clássico e Helenístico.
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UNIDADE 2 | HISTÓRIA E GÊNERO
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TÓPICO 1 | SOBRE A VIDA E A MORTE
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IMPORTANT
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UNIDADE 2 | HISTÓRIA E GÊNERO
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TÓPICO 1 | SOBRE A VIDA E A MORTE
FIGURA 51 – HERMES
69
UNIDADE 2 | HISTÓRIA E GÊNERO
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TÓPICO 1 | SOBRE A VIDA E A MORTE
E
IMPORTANT
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UNIDADE 2 | HISTÓRIA E GÊNERO
DICAS
Dicas de Leitura. Para saber mais sobre a Grécia antiga, seus mitos e
personagens, leiam os famosos “poemas homéricos” em Ilíada, de Homero, a tradução é de
Frederico Lourenço.
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RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você viu que:
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AUTOATIVIDADE
74
UNIDADE 2 TÓPICO 2
A POLÍTICA E A RELIGIÃO
1 INTRODUÇÃO
Vamos dar início aos estudos alusivos a Roma e à Idade Média. É um
tópico interessante, por ser determinante na história da humanidade. Roma é um
marco: é a civilização que criou um dos maiores impérios na Europa Ocidental,
que assimilou e influenciou culturas. É influente e responsável também pelo
outro período subsequente: a Idade Média.
É assim que esse tópico anuncia Política e Religião numa metáfora para
Roma e Idade Medieval. O gênero da escultura que se destaca é o religioso, com
algumas menções ao retrato.
2 ROMA ANTIGA
Roma é uma grande civilização que teve como base cultural os gregos, e
em menor escala, os etruscos, os egípcios e o oriente próximo. Divide-se em três
períodos: Monarquia, República e Império. A antiga Roma data de 753 a.C. – data
tradicional da fundação – até 476 d.C. – a queda do Império Romano do Ocidente.
O legado cultural de Roma está na língua: o latim que é a base para outras,
como o português, o espanhol, o italiano, o francês etc. Os romanos também
contribuíram para a política, o direito, a administração e arquitetura. No final do
Império, instituiu as bases para a Igreja Católica e o Cristianismo.
E
IMPORTANT
Para saber mais sobre a lenda: Rômulo e Remo foram abandonados por seu pai
e sobreviveram por terem sido alimentados por uma loba. Quando adultos, vingaram-se do
pai e fundaram a cidade exatamente no local onde teriam sido encontrados pelo animal. A
lenda fixou a data exata do surgimento de Roma (753 a.C.). O nome originou-se de Rômulo,
que devido a disputas políticas, acaba por assassinar o seu próprio irmão. Um mito envolto
em tragédia, vingança e drama, que são reminiscências gregas.
76
TÓPICO 2 | A POLÍTICA E A RELIGIÃO
Acredita-se que tal realismo e retratos tenham tido origens nas máscaras
mortuárias da aristocracia, que por hábito, conservava tais máscaras de antepassados
em cera. Sendo um material de pouca duração, começou-se a reproduzir as feições
dos mortos em mármore, para eternizar a memória e a linhagem da família. A
escultura romano com bustos de seus antepassados exemplifica essa questão.
77
UNIDADE 2 | HISTÓRIA E GÊNERO
NOTA
78
TÓPICO 2 | A POLÍTICA E A RELIGIÃO
Uma das mais famosas é a Coluna de Trajano, erguida de 106 a 113 a.C.
para comemorar as glórias do imperador sobre os Dácios (habitantes da antiga
Romênia). A coluna por si só já era tida como monumento por seus 37,5m de
altura, numa possível referência aos obeliscos do Egito. Os baixo-relevos vieram
ampliar sua magnitude, que revestem e contornam a coluna numa espécie de
faixa contínua, em espiral. Suas figuras contam as histórias das Guerras Dácicas
de forma épica. É um feito colossal, se avaliarmos a extensão de relevos – quase
200m de comprimento. O único inconveniente, é que o observador para seguir
a narrativa, precisa circular a coluna, várias vezes para acompanhar a história;
sendo que se perde em detalhes conforme a coluna ganha altura. A base da Coluna
de Trajano serviu de câmara funerária para as cinzas do imperador.
E
IMPORTANT
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UNIDADE 2 | HISTÓRIA E GÊNERO
força simbólica: “Esta concepção foi prenúncio do fim da arte do retrato, tal como
a conhecemos até aqui. Se a semelhança física importa pouco, um retrato só tem
sentido como símbolo visível do eu espiritual”. (JANSON, 2001, p.188).
80
TÓPICO 2 | A POLÍTICA E A RELIGIÃO
DICAS
Para saber mais sobre a história de Roma, indicamos o livro de Edward Gibbons,
“Declínio e Queda do Império Romano”. Um site para descobrir mais sobre a arte romana é:
<http://www.mundosites.net/artesplasticas/arteromana.htm>. Dicas de filmes que retratam
o cotidiano dos romanos: Gladiador, Spartacus, Bem-Hur e A queda do Império Romano.
TURO S
ESTUDOS FU
3 IDADE MÉDIA
Ao pensarmos na Idade Medieval, o que vem à mente é a arquitetura, presente
nos castelos e catedrais. Essa metáfora pode ser transferida para os dois tipos de força
social que dominam esse período: o senhor feudal e o clero. Isso acontece mediante
as invasões bárbaras, quando as pessoas procuram abrigo no campo. Os senhores
de terras, se vem obrigados a construir castelos envoltos em muralhas para garantir
segurança. E assim, construídos em altas montanhas e lugares de difícil acesso, os
castelos acabam se tornando os símbolos de poder do feudalismo enquanto que a
agricultura se torna a base da economia da Idade Média.
81
UNIDADE 2 | HISTÓRIA E GÊNERO
FONTE: JANSON, H.W. A História Geral da Arte. São Paulo: Martins Fontes,
2001.
82
TÓPICO 2 | A POLÍTICA E A RELIGIÃO
83
UNIDADE 2 | HISTÓRIA E GÊNERO
FIGURA 64 – A VISITAÇÃO
DICAS
Para saber mais sobre a Idade Medieval, leia o livro "A Idade Média, o nascimento
do Ocidente" do Professor Hilário Franco Júnior. Sites sobre a arte medieval podem ser acessados
em: http://www.mundosites.net/artesplasticas/artegotica.htm. Existem muitos filmes que relatam
os costumes da Idade Média, seus mitos e heróis, entre eles: Excalibur, Coração Valente, O Nome
da Rosa, Cruzadas, Lutero.
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TÓPICO 2 | A POLÍTICA E A RELIGIÃO
UNI
85
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você viu que:
86
AUTOATIVIDADE
87
88
UNIDADE 2 TÓPICO 3
O RENASCIMENTO
1 INTRODUÇÃO
O Renascimento é o período que se caracteriza entre o final da Idade
Média e o início da Idade Moderna. Época de importantes transformações que
sinaliza a transição do feudalismo para o capitalismo, com a presença acentuada
da burguesia. Seus efeitos estão na arquitetura, nas artes, na filosofia e nas ciências.
2 O PERÍODO DA RENASCENÇA
A Itália sempre foi a referência cultural desta época, principalmente
Florença. Porém manifestações renascentistas também incidiram por toda a
Europa.
89
UNIDADE 2 | HISTÓRIA E GÊNERO
E
IMPORTANT
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TÓPICO 3 | O RENASCIMENTO
FIGURA 65 – DAVID
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UNIDADE 2 | HISTÓRIA E GÊNERO
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TÓPICO 3 | O RENASCIMENTO
93
UNIDADE 2 | HISTÓRIA E GÊNERO
FIGURA 68 – DAVID
94
TÓPICO 3 | O RENASCIMENTO
FIGURA 70 – PIETÁ
95
UNIDADE 2 | HISTÓRIA E GÊNERO
E
IMPORTANT
Moisés foi representado com tamanha força e majestade, que revela uma
atitude entre vigilante e meditativo, um líder capaz de uma ira devastadora.
Sua musculatura, o drapejado das vestes, sua intricada barba e feições são ricas
definições escultóricas. Feito em mármore, em 1515, possui 2,35m de altura.
Encontra-se na igreja São Pedro in Vincoli, em Roma.
96
TÓPICO 3 | O RENASCIMENTO
Apesar de não ter grandes afeições pela pintura, realizou nos anos de 1508
a 1512, um dos trabalhos mais fascinantes: a pintura da Capela Sistina. São cenas
do Gênesis e do Juízo Final. O artista transportou para a pintura, os volumes da
escultura, que podem ser observados nas musculaturas das imagens. Michelangelo
também trabalhou com arquitetura, responsável por vários projetos, entre eles, a
cúpula da Basílica de São Pedro, em Roma.
97
UNIDADE 2 | HISTÓRIA E GÊNERO
98
TÓPICO 3 | O RENASCIMENTO
FIGURA 74 – DAVID
99
UNIDADE 2 | HISTÓRIA E GÊNERO
A dor foi tão intensa que gritei; mas ao mesmo tempo, senti uma tão
infinita doçura que desejei que a dor jamais acabasse. Não foi uma dor
física, mas mental, embora afetasse também, de alguma maneira, o
corpo. Foi a mais doce carícia da alma de Deus.
100
TÓPICO 3 | O RENASCIMENTO
101
UNIDADE 2 | HISTÓRIA E GÊNERO
102
TÓPICO 3 | O RENASCIMENTO
NOTA
103
UNIDADE 2 | HISTÓRIA E GÊNERO
LEITURA COMPLEMENTAR
MIGUEL ÂNGELO
H. W. Janson
FONTE: JANSON, H. W. A História Geral da Arte. São Paulo: Martins Fontes, 2001. p. 451.
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TÓPICO 3 | O RENASCIMENTO
DICAS
Para saber mais sobre a vida e obra deste fabuloso artista, leia o livro A arte secreta
de Michelangelo, de 2004, da Editora ARX. Os autores são Gilson Barreto e Marcelo G. Oliveira. A
história de Miguelangelo foi imortalizada pelo filme “Agonia e Êxtase” com o ator Charlton Heston
que interpreta o artista; é um filme antigo de 1965, mas que representa muito bem a época e o
contexto histórico. Vale a pena conhecer!
UNI
105
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você viu que:
106
AUTOATIVIDADE
107
108
UNIDADE 3
ARTE E GÊNERO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta Unidade, você estará apto(a) de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta Unidade está dividida em cinco tópicos, sendo que, em cada um deles,
você encontrará atividades que contribuirão para sua reflexão e análise dos
estudos já realizados.
109
110
UNIDADE 3
TÓPICO 1
ESCULTURA DO SÉCULO XVIII E XIX
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, iremos estudar os gêneros da escultura do século XVIII e
XIX, bem como suas influências sócio-histórico-culturais.
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UNIDADE 3 | ARTE E GÊNERO
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TÓPICO 1 | ESCULTURA DO SÉCULO XVIII E XIX
E
IMPORTANT
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UNIDADE 3 | ARTE E GÊNERO
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TÓPICO 1 | ESCULTURA DO SÉCULO XVIII E XIX
FIGURA 83 – A DANÇA
O Pensador (1880-1904) é uma dessas obras que bastam por si mesmas: elas
não necessitam de mais elementos para nos narrar uma história. O Pensador nos
remete às esculturas sobre-humanas de Michelangelo, que em descanso possuem
uma energia intrínseca.
Rodin fez a primeira versão dessa escultura em 1880. Concebido para ser
parte das Portas do Inferno, ele representa inicialmente o poeta Dante Alighieri
(1265-1321) que medita sobre a sua concepção poética. Mas separada de sua
matriz original, a escultura pode representar qualquer outro personagem.
E
IMPORTANT
Dante Alighieri é conhecido por seu livro “A Divina Comédia” que relata uma
viagem realizada pelo próprio Dante pelos seguintes lugares: Inferno, Purgatório e Paraíso.
O sentido original de “Comédia” é o término feliz em contrapartida com a tragédia que tem
por finalidade o drama.
116
TÓPICO 1 | ESCULTURA DO SÉCULO XVIII E XIX
FIGURA 85 – O BEIJO
DICAS
Uma dica: para saber mais sobre o artista Auguste Rodin e sua obra, veja o
filme Camille Claudel. Conta a história do romance tumultuado entre Rodin e Claudel, sua
assistente no ateliê. Vale a pena para conhecer o contexto da escultura e seus artistas de uma
época.
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UNIDADE 3 | ARTE E GÊNERO
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TÓPICO 1 | ESCULTURA DO SÉCULO XVIII E XIX
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RESUMO DO TÓPICO 1
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AUTOATIVIDADE
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UNIDADE 3
TÓPICO 2
O GÊNERO E O SÉCULO XX
1 INTRODUÇÃO
Nossos estudos agora se encaminham para a escultura moderna e
contemporânea. A linguagem e os conceitos artísticos se modificam e o artista
ganha autonomia em seu trabalho.
Tantas mudanças refletem o novo século que se inicia e que traz consigo
a expectativa, a inovação, a tecnologia e a libertação da arte como linguagem e
expressão.
2 A ARTE MODERNA
A arte moderna está intimamente ligada ao modernismo e ao século XX,
esse período tido como o mais avançado no quesito tecnológico (rádio, televisão,
automóveis, aviões, computador e internet, entre outras) e mudanças radicais de
poderes políticos e sociais. Esse período também é conhecido como o “Século
Sangrento” pelos inúmeros conflitos ocorridos, principalmente as duas Grandes
Guerras Mundiais.
123
UNIDADE 3 | ARTE E GÊNERO
TURO S
ESTUDOS FU
Nosso próximo estudo se refere aos artistas que contribuíram de alguma maneira
para a escultura moderna, por meio de conceitos, linguagens ou materiais diferenciados.
Apesar dos movimentos artísticos (cubismo, expressionismo etc.) serem o fio condutor do
século XX – principalmente para a pintura - isso nem sempre se revela na escultura, que por
vezes segue um caminho próprio. Na escultura se conhece o artista e sua obra, que por
vezes acompanha o movimento artístico vigente.
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IMPORTANT
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UNIDADE 3 | ARTE E GÊNERO
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TÓPICO 2 | O GÊNERO E O SÉCULO XX
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UNIDADE 3 | ARTE E GÊNERO
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TÓPICO 2 | O GÊNERO E O SÉCULO XX
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UNIDADE 3 | ARTE E GÊNERO
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TÓPICO 2 | O GÊNERO E O SÉCULO XX
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IMPORTANT
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UNIDADE 3 | ARTE E GÊNERO
TURO S
ESTUDOS FU
DICAS
Para saber mais sobre escultura moderna, seus artistas e obras indicamos o
livro: Escultura Moderna: Uma história concisa de Herbert Read, da editora Martins Fontes,
2003.
132
TÓPICO 2 | O GÊNERO E O SÉCULO XX
3 ARTE CONTEMPORÂNEA
Na segunda metade do século XX, a arte começa a ter conceitos e linguagens
mais ousadas e diversificadas. Inicia-se a arte contemporânea também conhecida
como pós-moderna: consequência da tecnologia e da conquista espacial que
revoluciona as ideias quanto ao espaço e aos materiais inovadores e diferenciados.
Os limites que encerram as linguagens ficam desnorteados: até que ponto uma
arte é pintura, escultura ou arquitetura? A arte moderna procurou quebrar todas
as normas sobre técnicas e conceitos artísticos e estéticos; e a arte contemporânea
intensifica em criar polêmica e dissolver qualquer convenção que possa ainda
resistir.
133
UNIDADE 3 | ARTE E GÊNERO
E
IMPORTANT
Foi o artista Jean Dubuffet (1901 - 1985) que conceituou primeiramente em 1953, o
termo Assemblage. Definido como reunião ou junção, esse termo em artes serve para referenciar
os trabalhos artísticos que utilizam diversos tipos de material agregados à obra de arte. Esse tipo
de trabalho já tinha sido iniciado pelo Dadaísmo e por Picasso, mas ganha repercussão com a
Pop Art.
FIGURA 95 – ODALISCA
134
TÓPICO 2 | O GÊNERO E O SÉCULO XX
George Segall (1924 -2000) cria instalações na qual sua temática gira
em torno de figuras humanas feitas em gesso, numa técnica desenvolvida pelo
próprio artista. O formato humano foi moldado sobre um modelo vivo. A
escultura possui uma aura fantasmagórica que revela a solidão e o individualismo
da época contemporânea. Também pertencente à Arte Pop, Segall introduz essas
esculturas em ambientes com objetos do cotidiano, criando nichos sobre a vida
urbana. Por vezes, insere suas figuras em locais da cidade, interagindo com o
espaço publico e ampliando sua perspectiva espacial. Suas esculturas imitam o
dia a dia das pessoas comuns, em perfis usuais, como por exemplo, esperando o
ônibus ou numa fila.
E
IMPORTANT
135
UNIDADE 3 | ARTE E GÊNERO
DICAS
136
TÓPICO 2 | O GÊNERO E O SÉCULO XX
NOTA
137
UNIDADE 3 | ARTE E GÊNERO
LEITURA COMPLEMENTAR
A IMAGEM VITAL
Herbert Read
Não é porque uma obra não almeja a reprodução das aparências naturais
que ela é, por isso, uma fuga da vida – mas pode ser uma penetração na realidade...
uma expressão do significado da vida, um estímulo a um maior esforço em viver.
FONTE: READ, Herbert. Escultura Moderna: uma história concisa. São Paulo: Martins Fontes,
2003. p. 161.
UNI
138
RESUMO DO TÓPICO 2
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AUTOATIVIDADE
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UNIDADE 3
TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
Agora, que você já possui um bom conhecimento sobre a escultura e seus
gêneros, com certeza saberá relacionar tais quesitos à escultura brasileira, com
facilidade.
2 ESCULTURA BRASILEIRA
A Escultura no Brasil teve a sua base nos movimentos estéticos e artísticos
no estrangeiro, principalmente a Europa. Seja o Brasil Colônia ou o Brasil
República, a verdade é que a vanguarda da arte coube aos europeus e mais tarde
os norte-americanos. Mesmo com a premissa de se apoiar nas vanguardas de
outros, a escultura brasileira se adapta aos interesses e aos temas da cultura de
seu povo. O Barroco que orientou todo o Brasil Colônia teve seus princípios
adaptados aos interesses brasileiros, ao ponto de ser chamado Barroco Mineiro,
porque as suas peculiaridades eram diferentes do Barroco europeu. Essa premissa
fica mais óbvia com a Antropofagia – a proposta dos modernistas, de tomar os
conceitos europeus e transformá-los na temática e linguagem brasileira. É na Arte
Contemporânea que os artistas começam a mostrar individualidade e iniciativa
artística, ao ponto de ter reconhecimento no exterior.
141
UNIDADE 3 | ARTE E GÊNERO
com o tempo conseguiu-se uma produção local, realizada por devotos e sacerdotes.
As esculturas sacras eram usadas para a propagação da religião, apesar do Novo
Testamento recusar o uso de imagens para evitar a idolatria de ídolos.
Muitas das esculturas sacras eram vestidas, para criar mais volume à figura
e ficaram conhecidos como Santos de Roca (ver figura 10 – Unidade 1). Muitos dos
Santos de Roca (ou imagens de vestir) possuíam uma grande expressividade nas
feições faciais e alguns eram articulados para exercer algum movimento ou gesto
142
TÓPICO 3 | GÊNEROS DA ESCULTURA BRASILEIRA
que tenha relação com o personagem ou santo. A troca de vestes, acessórios e por
vezes o cenário, criava uma encenação teatral na qual permitia uma aproximação
maior com os fiéis que acompanhavam as procissões. Essa teatralidade tem
origens na Idade Média e vem de encontro com as concepções barrocas. Algumas
esculturas para terem uma concepção mais naturalista usavam perucas e em seus
olhos se incrustavam cristais.
FIGURA 99 – PROFETAS
143
UNIDADE 3 | ARTE E GÊNERO
144
TÓPICO 3 | GÊNEROS DA ESCULTURA BRASILEIRA
DICAS
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UNIDADE 3 | ARTE E GÊNERO
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TÓPICO 3 | GÊNEROS DA ESCULTURA BRASILEIRA
147
UNIDADE 3 | ARTE E GÊNERO
2.3 MODERNISMO
Em 1922, acontece a Semana de Arte Moderna, em São Paulo, com a
prerrogativa dos artistas de propor novos conceitos estéticos e artísticos para a
Arte Brasileira. Num parecer voltado contra o Academismo, o Modernismo surge
como uma necessidade de se firmar uma identidade cultural. Esse movimento
teve como base o Manifesto Antropofágico – escrito por Oswald de Andrade – e
defendido pelos artistas modernistas, a “ingestão” de culturas estrangeiras, mas
com referência nas características nacionais. Os artistas deveriam “absorver” as
vanguardas que se manifestavam nas culturas europeias e norte-americanas, mas
transformar essas tendências com aspectos brasileiros, com temáticas, cores e
expressividade brasileira. Para isso, houve um resgate no folclore e nos elementos
formadores da cultura nacional.
148
TÓPICO 3 | GÊNEROS DA ESCULTURA BRASILEIRA
149
UNIDADE 3 | ARTE E GÊNERO
150
TÓPICO 3 | GÊNEROS DA ESCULTURA BRASILEIRA
2.4 CONTEMPORANEIDADE
Após a década de 50, a Arte Brasileira convoca a abstração e novos
movimentos da Vanguarda. De início o Concretismo, que evidencia a abstração
por meio de formas geométricas. Parte do Movimento Concretista Brasileiro, o
artista Amílcar de Castro (1920-2002) tem no geometrismo a essência de suas
obras. Utiliza chapas de metal como se fossem folhas de papel, nas qual ele
recorta e dobra, e formaliza suas estruturas abstratas. Simples e puras, essas são
referências para o seu trabalho.
DICAS
Para saber mais sobre Amílcar de Castro, visite o site oficial do artista: <www.
amilcardecastro.com.br>. E pesquise sobre as suas esculturas concretistas.
151
UNIDADE 3 | ARTE E GÊNERO
então. Clark é uma das artistas pioneiras em apresentar uma arte participativa.
Em 1961, com os “Bichos” ganha o prêmio na VI Bienal de São Paulo, como a
melhor escultura nacional.
152
TÓPICO 3 | GÊNEROS DA ESCULTURA BRASILEIRA
DICAS
Para saber mais sobre o artista Jose Resende e suas esculturas, visite o site
oficial: <www.joseresende.com.br>.
153
UNIDADE 3 | ARTE E GÊNERO
DICAS
DICAS
155
UNIDADE 3 | ARTE E GÊNERO
UNI
E
IMPORTANT
156
RESUMO DO TÓPICO 3
l Em 1816, a recém criada Escola de Belas Artes com o apoio da Missão Artística
Francesa inserem o Neoclássico e o Romântico no Brasil. Surge a nudez da
figura feminina na escultura. Devido à necessidade de uma urbanização, a
produção escultórica se voltou para o monumento e a estatuária para praças
e locais públicos. Encontramos esculturas no gênero retrato de nobres em
bustos e esculturas; o gênero alegoria e mitológico em esculturas com o estilo
neoclássico e romântico – por escultores que seguiram os princípios da Escola
de Belas Artes; e o religioso como um gênero herdado do Barroco.
157
AUTOATIVIDADE
158
UNIDADE 3
TÓPICO 4
ADIÇÃO E TALHA
1 INTRODUÇÃO
Conhecer as técnicas e materiais de escultura será importante para entender
a história e a prática dos artistas, além de auxiliar na análise da obra de arte.
2 ADIÇÃO
Adição se relaciona com o processo de modelagem, ou seja, se consegue
a forma escultórica adicionando e agregando partes do material, que pode ser
argila, cera ou outras massas moldáveis.
A adição como técnica da escultura, também pode ser vista não somente
como o produto final, mas também como um meio para alcançar outras técnicas
– tais como a moldagem, a fundição. Mas vamos falar agora sobre os materiais
mais usados para a técnica da adição: a argila e a cera.
159
UNIDADE 3 | ARTE E GÊNERO
160
TÓPICO 4 | ADIÇÃO E TALHA
161
UNIDADE 3 | ARTE E GÊNERO
E
IMPORTANT
Para a adição em cera para esculturas maiores será necessário preparar com
antecedência uma espécie de armação – geralmente em metal. Essa estrutura serve de
apoio para a modelagem.
162
TÓPICO 4 | ADIÇÃO E TALHA
Uma prática de adição pode ser feita a partir da ideia dos figureiros,
que produzem figuras em argila inspirados no cotidiano das pessoas. A seguir,
uma imagem de figuras nordestinas de Mestre Vitalino, mas pode-se usar como
temática a produção de figuras regionais, como base para a construção de
pequenas esculturas.
E
IMPORTANT
Barbotina é feita à base de água e argila, considerada a cola para unir partes
da argila. O seu correto procedimento encontra-se no Caderno de Estudos de Modelagem.
163
UNIDADE 3 | ARTE E GÊNERO
164
TÓPICO 4 | ADIÇÃO E TALHA
TURO S
ESTUDOS FU
3 TALHA
A talha é uma técnica de subtração de materiais. Basicamente é o contrário
da adição. Também conhecida como a ação do esculpir, do entalhar. Talvez seja
a técnica mais comum e reconhecida como parte da escultura.
165
UNIDADE 3 | ARTE E GÊNERO
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IMPORTANT
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TÓPICO 4 | ADIÇÃO E TALHA
E
IMPORTANT
Para o seu conhecimento: o âmbar é considerado uma resina fóssil usada para
a produção de objetos e formas escultóricas.
167
UNIDADE 3 | ARTE E GÊNERO
168
TÓPICO 4 | ADIÇÃO E TALHA
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UNIDADE 3 | ARTE E GÊNERO
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TÓPICO 4 | ADIÇÃO E TALHA
TURO S
ESTUDOS FU
171
UNIDADE 3 | ARTE E GÊNERO
pode ficar de 1 quilo de gesso para 800 ml de água. Mistura-se até chegar a uma
consistência homogênea e acrescenta-se um pouco de areia – que serve para dar
estrutura à massa.
Coloca-se a massa em caixas para formar os “cubos” que vão servir para o
entalhe posterior. Essas caixas podem ser menores para atender à expressividade
das crianças. A sugestão é utilizar caixas vazias (tipo longa vida) de suco ou de
leite. Não é necessário preencher por completo: metade da caixa é suficiente para
desenvolver um trabalho em talha. A secagem se dá em questão de duas horas,
mas o correto é esperar 24 horas. Depois retira-se o papel, e o resultado é similar
com a figura a seguir: uma massa consistente, branca e de fácil desbaste.
FONTE: Autora.
172
TÓPICO 4 | ADIÇÃO E TALHA
FONTE: Autora.
FONTE: Autora.
173
UNIDADE 3 | ARTE E GÊNERO
DICAS
LEITURA COMPLEMENTAR
A ANTIGUIDADE
175
UNIDADE 3 | ARTE E GÊNERO
UNI
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RESUMO DO TÓPICO 4
177
AUTOATIVIDADE
178
UNIDADE 3
TÓPICO 5
CONSTRUÇÃO E MOLDAGEM
1 INTRODUÇÃO
No primeiro tópico, relatamos as técnicas de adição e talha. Neste, daremos
ênfase a outras duas técnicas da escultura: a construção e a moldagem.
2 CONSTRUÇÃO
A construção é a união de vários materiais para dar forma a uma
escultura. O escultor prepara diversos elementos em separado para depois uni-
los. Os materiais podem ser variados: desde ferro, gesso, papel, cimento, materiais
reutilizáveis da indústria ou do cotidiano. Para compor a escultura, pode-se colar,
soldar, pregar, encaixar etc.
179
UNIDADE 3 | ARTE E GÊNERO
FONTE: A autora.
Se Rodin foi um artista que usava a técnica da construção como meio para
as suas esculturas, podemos citar outro escultor que leva a técnica da construção
como prática escultórica final.
180
TÓPICO 5 | CONSTRUÇÃO E MOLDAGEM
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IMPORTANT
181
UNIDADE 3 | ARTE E GÊNERO
O autor cita o artista Henri Laurens (1885-1954) e sua obra “garrafa e copo”
que utiliza a madeira e o ferro numa articulação de peças variadas que reunidas
compõem a escultura cubista. (figura a seguir)
182
TÓPICO 5 | CONSTRUÇÃO E MOLDAGEM
183
UNIDADE 3 | ARTE E GÊNERO
184
TÓPICO 5 | CONSTRUÇÃO E MOLDAGEM
E
IMPORTANT
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IMPORTANT
Sempre que possível, o professor de artes deve realizar uma exposição com
os trabalhos dos alunos – é uma forma de valorizar a produção artística das crianças e de
incentivar a apreciação dos demais alunos da escola.
185
UNIDADE 3 | ARTE E GÊNERO
TURO S
ESTUDOS FU
3 MOLDAGEM
A moldagem está ligada aos moldes e à reprodução. Basicamente, toda
moldagem segue o mesmo princípio: o processo é a obtenção de um molde
chamado negativo que parte de uma matriz, de um original chamado positivo.
O bronze é uma liga que tem como base o cobre e o estanho. No início, era
usado para ferramentas e armas, mas logo foi utilizado como material escultórico.
O fato de que sua obtenção esteja relacionada a um processo de fundição, se faz
necessário usar moldes de areia ou o procedimento chamado “cera perdida”.
186
TÓPICO 5 | CONSTRUÇÃO E MOLDAGEM
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UNIDADE 3 | ARTE E GÊNERO
a pátina provocada por meio de ácidos para formar uma camada de oxidação
estável, sem corrosão do bronze, para conferir à escultura recente um ar de
antiguidade, com tons de marrons e verdes.
E
IMPORTANT
Prova do artista são uma espécie de teste, na qual o artista tem direito de copiar
a imagem para realizar correções e estudos prévios, antes de efetivar a reprodução em si.
188
TÓPICO 5 | CONSTRUÇÃO E MOLDAGEM
Antes de essas leis serem concretizadas, o artista Rodin permitiu que suas
obras pudessem ser copiadas livremente por fundições para atender à demanda
do público interessado em adquirir seus trabalhos. “[...] de 1898 a 1918 apenas a
fundição Barbediene produziu 231 exemplares da Eterna Primavera e 319 do Beijo,
cada um disponível em 4 tamanhos” (CORBETTA, 2000, p. 79).
189
UNIDADE 3 | ARTE E GÊNERO
outros materiais não conseguiriam. Outra propriedade do bronze é que ele pode
ser reaproveitado, o que sempre é uma vantagem, em tempos de guerra ou de
mudanças históricas: muitas esculturas em bronze foram derretidas para serem
transformadas em armas ou ainda esculturas de deuses pagãos que viraram sinos.
TURO S
ESTUDOS FU
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190
TÓPICO 5 | CONSTRUÇÃO E MOLDAGEM
191
UNIDADE 3 | ARTE E GÊNERO
Traça-se uma linha na matriz (ainda úmida), para dividir as partes que
serão de gesso. Dependendo da matriz serão necessárias duas ou mais partes.
Matrizes simples exigem apenas duas partes – normalmente a frente e o verso. Se
necessário, fazem-se estudos preparatórios em desenhos para planejar as partes
do molde de gesso e depois se repassa tais linhas para a matriz.
192
TÓPICO 5 | CONSTRUÇÃO E MOLDAGEM
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IMPORTANT
Uma medida de base é calcular 100 partes de gesso para 80 partes de água,
ou ainda 1k de gesso para 800 ml de água.
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TÓPICO 5 | CONSTRUÇÃO E MOLDAGEM
195
UNIDADE 3 | ARTE E GÊNERO
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TÓPICO 5 | CONSTRUÇÃO E MOLDAGEM
197
UNIDADE 3 | ARTE E GÊNERO
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TÓPICO 5 | CONSTRUÇÃO E MOLDAGEM
FONTE: A autora.
DICAS
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RESUMO DO TÓPICO 5
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200
AUTOATIVIDADE
201
202
REFERÊNCIAS
BARDI, P. M. Em torno da escultura no Brasil. São Paulo: Banco Sudameris
Brasil, 1989.
BOZAL, Valeriano. História geral da arte: escultura. Barcelona: del Prado, 1996.
JANSON, H.W. A História Geral da Arte. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
READ, Herbert. Escultura moderna: uma história concisa. São Paulo: Martins
Fontes, 2003.
TUCKER, William. A Linguagem da escultura. São Paulo: Cosac & Naify, 1999.
203