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FACULDADE DE ENGENHARIA DE MINAS GERAIS

- FEAMIG -

ENGENHARIA DE
SEGURANÇA DO TRABALHO

Gerência de Riscos

MARCELO GIORDANO GÁRIOS

1
APRESENTAÇÃO

Esta apostila tem o objetivo de informar aos alunos do curso de pós-

graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho a evolução da

Gerência de Riscos, desde a Segurança Tradicional, passando pela

transição entre o tradicional e o moderno até à sua integração nos dias de

hoje, com os modelos de gestão que buscam a competitividade e a

sobrevivência das Empresas.

Fruto de uma extensa pesquisa bibliográfica e de muitos anos de experiência

prática, agradeço a efetiva participação dos colegas Engº Químico José

Antônio Mendonça de Araújo e Engº Civil Flavio Neves na elaboração

técnica desta e no desenvolvimento do curso.

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ÍNDICE / ETAPAS:

1ª) Introdução à Gerência de Riscos (página 4)


• Conceitos
• Associação Risco Segurança Empresa
• Aspectos do Gerenciamento de Riscos
• Inspeção de Segurança
• Análise de Riscos e Padronização
• Investigação e Análise de Acidentes
• Programas de Gerência de Riscos

2ª) Noções Básicas de Seguro (página 32)


• Administração de Seguros
• Retenção de Riscos
• Auto Adoção e Auto Seguro
• Transferência de Riscos
• Franquias

3ª) Fundamentos Matemáticos (página 39)


• Confiabilidade
• Probabilidade
• Simbologia Lógica
• Álgebra Booleana

4ª) Custos de Acidentes (página 57)


• Conceitos
• Elementos de Custos de Acidentes
• Relação Custo/Benefício.

5ª) Controle de Danos e Perdas (página 66)


• Evolução do Prevencionismo
• Conceitos e fatores de perda
• Controle de Danos - Conceito de Bird
• Controle total de perdas - Conceito de John Fletcher
• Prevenção e Controle de Perdas
• Análise e avaliação de perdas

6ª) Engenharia de Segurança de Sistemas (página 85)


• Conceitos
• Segurança de Sistemas
• Sistemas e subsistemas
• A Empresa como Sistema
• Técnica de Incidentes Críticos
• Análise Preliminar de Riscos
• Análise de Modos de Falha e Efeito
• Análise de Árvore de Falhas

7ª) Segurança X Gerência de Riscos X Melhoria da Qualidade


• Conceitos
• Ferramentas da qualidade aplicadas à Gerência de Riscos.

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1ª ETAPA
INTRODUÇÃO

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1. INTRODUÇÃO

A maioria dos acidentes é devida à falta ou deficiência de algo fundamental na execução


das tarefas diárias. A segurança dos empregados nas áreas de risco é função direta do
método de trabalho que infelizmente, não tem recebido o carinho, atenção e respeito que
merece! Havendo problema quanto ao método, a segurança sempre falha!... E quando a
segurança falha, os resultados são catastróficos:
- São as mortes;
- São as mutilações físicas e/ou mentais;
- São as perdas materiais;
- São as interrupções brutais do trabalho com toda sorte de prejuízo!
Revisaremos alguns conceitos básicos sobre acidente e segurança. Os conceitos sobre
acidente serão estudados isoladamente apesar de que, na prática eles (os acidentes)
ocorrem sempre em cadeia.
Eles serão classificados em: caráter pessoal, material e administrativo. Gerenciar riscos
depende fundamentalmente do claro entendimento desses conceitos.

2. ACIDENTE - REVISÃO DE CONCEITOS


2.1 Acidente
Ocorrência não programada que pode produzir danos. É um acontecimento que não
prevemos ou, se prevemos, não sabemos precisar quando vai acontecer.

• Acidente Pessoal: Ocorrência com pessoas.


Ex: Queda de pessoa

• Acidente Material: Ocorrência com material


Ex: Queda de aparelho de medição

• Acidente Administrativo: Ocorrência com a empresa


Ex: Falência, não programada.

Notas:

2.1.1 Acidente do Trabalho


Qualquer evento não programado que interfere negativamente na atividade produtiva e
que tem a cobertura da seguradora.

2.1.2 Incidente crítico


• É uma situação ou condição que se apresenta, mas não manifesta dano.
• É também chamado de quase-acidente.

2.2 Dano
Conseqüência negativa do acidente. É o produto ou resultado negativo do acidente
(prejuízo)

• Dano Pessoal: Lesão: ferimento no braço - perturbação mental

• Dano Material: Dano em aparelho, equipamento, etc.

• Dano Administrativo: Ex.: Prejuízo monetário, desemprego em massa

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2.3 Risco
Tudo que pode causar acidente. Tudo com potencionalidade ou probabilidade de causar
acidente.
De um modo geral os riscos são mais “visíveis” nas tarefas e podem ser controlados.
Por vezes ele está oculto no processo que envolve a realização das tarefas. Podemos
descobri-lo preventivamente (através de conhecimento, estudo, pesquisa, testes, etc. o
que é sempre difícil) ou corretivamente (após algum acidente): Ex: Defeito de fabricação
de um equipamento, Existem riscos que nunca são descobertos.

“Os inimigos ocultos são os mais perigosos!”

Risco Pessoal
É o homem - o maior risco da humanidade! Pode causar os mais variados acidentes a
qualquer instante.

Risco Material
Condição insegura - risco no ambiente, máquinas, equipamentos, ferramentas, etc. pode
ser a presença (gás tóxico) ou falta (falta de pessoal treinado em primeiros socorros) de
alguma coisa no ambiente de trabalho.

Risco Administrativo
A administração, a gerência, a supervisão ou quem os representar diretamente. É o risco
mais crítico da Empresa. Quando o gerente é competente, o trabalho e a segurança
funcionam a contento.
Um grande número de acidentes na empresa indica sempre uma supervisão falha ou
inexistente.

2.4 Causa (de Acidente)


Aquilo que provocou o acidente, que foi responsável por sua ocorrência. Que permitiu a
transformação do risco em acidente.
Obs: Só passa a existir após a ocorrência do acidente. A condição insegura (piso
escorregadio, por exemplo) é um risco, antes de acontecer o acidente. Após o acidente a
condição insegura é causa do acidente (e continua sendo risco para outros acidentes).

• Causa Pessoal: Ato inseguro


Ex: Não seguir o fluxo padronizado das tarefas

• Causa Material: Condição Insegura


Ex: Piso escorregadio

• Causa Administrativa: Ato inseguro administrativo


Ex: diretriz errada, ordem errada da chefia, de gerência,
de supervisor.

2.5 Ato Inseguro


Maneira pela qual, consciente ou inconscientemente, a pessoa física ou jurídica:
1º se expõe ao risco;
2º Expõe pessoa (físicas ou jurídicas) e outras coisas ao risco.
• Ato Inseguro (simplesmente)
Cometido por pessoa física
Ex: Lançamento de cigarro aceso (pontas) pela janela.
6
Notas:

• Ato Inseguro Administrativo:


Cometido por pessoa jurídica
Ex: Ordem de chefia para transportar mercadoria em caminhão com carga superior
a sua capacidade.

2.6 Condição Insegura, ou condição ambiente de insegurança.


Condição de meio que pode causar ou favorecer a ocorrência de acidentes (risco) ou a
condição do meio que causou ou favoreceu o acidente (causa).
A condição insegura antes do acidente é risco e após o acidente é causa.

2.7 Fator Pessoal (de insegurança)


Condição que leva o ser humano a cometer o ato inseguro pode ser:
2.7.1 - Inconsciente ou consciente
2.7.2 - Inerente ou não ao ser humano
Ex: medo, insegurança.

Exemplos de Fatores Humanos:

Física (surdez, daltonismo).


1. Incompetência Mental (intelectual ou psíquico)
Falta de treinamento ou treinamento inadequados

Todos nós somos competentes para alguma coisa e incompetentes para outras.

Omissão
2. Irresponsabilidade Indisciplina
Vício (bebida, tóxico, etc.).

3. Excesso de confiança (o “bom” geral)

Insegurança
4. Falta de confiança Dúvida
Medo

Doenças Falta de “tinta” (dinheiro)


5. Problemas pessoais Preocupação Excesso de “tutu” (dinheiro)
Fome Doença na família
Fadiga

Bom seria se pudéssemos ter sempre “o homem certo no lugar certo”

Com talento
6. Incompatibilidade Com chefes
Com colegas
Com a vida

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Exemplos de atos Inseguros:

• O não uso ou uso incorreto de EPI;


• Lançamento de pontas acessas de cigarro;
• Ligação de chave (elétrica) errada;
• O ato de dirigir sem habilitação;
• O ato desligar aparelhos sem conhecer ou seguir instruções;
• O de fumar em lugar proibido ou com risco de incêndio;
• O exercício de função administrativa só pelo cargo ou dinheiro (não tendo competência
para exercê-la);
• O ato de emitir qualquer diretriz inadequada ou errada (chefia);
• O de fazer os empregados de cobaias, testando teorias utilizadas em outras
civilizações, sem competência e conhecimento profundo do assunto e sem visão para
medir conseqüências futuras;
• Usar o cargo ou função para impor idéias não aceitas pela totalidade consciente dos
empregados.

Exemplos de condições inseguras:

• Piso defeituoso, escorregadio, com óleo;


• Ambiente com produtos nocivos à saúde;
• Ambiente com temperaturas extremas;
• Ambiente mal iluminado;
• Ambiente mal ventilado;
• Materiais mal posicionados (sem arranjo físico);
• Ferramentas e máquinas perigosas ou defeituosas;
• Substâncias químicas e outros materiais no ar respirável;
• Equipamentos energizados sem proteção e controle;
• Falta de condições essenciais à realização do trabalho.

3. Segurança - revisão de conceitos

3.1 Segurança (geral)


É a garantia de um estado de bem estar físico e mental traduzindo por saúde, paz e
harmonia.

3.2 Segurança do Trabalho (1)


É a garantia de um estado satisfatório de bem estar físico e mental do empregado, no
trabalho para a empresa e se possível, fora de ambiente dela (em viagem de trabalho, no
lar, no lazer, etc.).

3.3 Segurança do trabalho (2)


É a parte do planejamento, organização, controle e execução do trabalho, que objetiva
reduzir permanentemente as probabilidades de ocorrência de acidentes (parte de
administração com objetivo de reduzir permanentemente os riscos).

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3.4 Linha de atuação para atingir a segurança

1º) Administração correta (consciente):


Com pessoas capazes;

Com planejamento, organização e métodos eficazes e eficientes;

Com supervisão atuante (consciente);

Que acredite em segurança (e no trabalho);

Que apóie a segurança (e o trabalho).

2º) Conscientização dos empregados (e patrões) quanto à segurança no trabalho


“Quando a pessoa acredita naquilo que faz, ela se torna mais produtiva e feliz”.

Notas:

3º) Atuação na área de risco:


Identificação de riscos;

Eliminação de riscos;

Controle de riscos;

Proteção do trabalhador (EPC, EPI, Layout, etc.).

4º) Atendimento de acidentados:


Com 1ºs socorros
Médico-hospitalar

Psicológico
Social

3.5 Como fazer segurança na área de risco

1º) Com prevenção: Inspeção de segurança

Análise de risco

Métodos de Trabalho

2º) Com correção: Investigação de acidente

Análise de acidentes

Notas:

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TIPOS DE RISCOS

CONSTANTES

• São aqueles que mantém suas características de identificação inalterável todos os


períodos determinados.

Ex: equipamentos fixos, máquinas de serrar, etc.

VARIÁVEIS

• São aqueles que apresentam alterações substanciais por influência de fatores


exógenos (que está à superfície).

Ex: incêndios de bosques (de acordo com a estação do ano).


Acidentes de trânsito (de acordo com faixa de período).

PROGRESSIVOS

• São aqueles que apresentam maior potencialidade na medida que transcorre o tempo.

Ex: morte (risco aumenta com a idade)

Notas:

NATUREZA DOS RISCOS

ESTÁTICOS (PUROS)

Aqueles que causam somente prejuízo se ocorrerem os eventos a eles associados.

DINÂMICOS (Impuros/Especulativos)

Aqueles que podem produzir lucros como prejuízos, na hipótese da ocorrência de eventos
a eles relacionados.

Notas:

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ESTÁTICOS

TÉCNICOS NATURAIS SOCIAIS PESSOAIS

INCÊNDIO ACIDENTES
INUNDAÇÕES ROUBO / ASSALTO PESSOAIS

FURACÃO E OU
EXPLOSÃO VANDALISMO DOENÇAS
TEMPESTADE

DANOS ELÉTRICOS SEQUESTRO


TERREMOTO INFIDELIDADE
/ EXTORSÃO

QUEBRA DE HOMENS CHAVES


RAIO FRAUDE
EQUIPAMENTO DA ORGANIZAÇÃO

ERROS DE ERUPÇÕES
SABOTAGEM TURN-OVER
MONTAGEM VULCANICOS

DEFEITOS DE DESLIZAMENTO
DE TERRA GREVE/TUMULTOS
PRODUTOS

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DINÂMICOS

GERAIS FENÔMENOS LEIS CONCORRÊNCIA


SOCIAIS

AUMENTO MUDANÇAS DE PROTECIONISMO NO MELHORES


DE CUSTO HÁBITO MERCADO INTERNO PRODUTOS

MUDANÇAS NOS
DIFICULDADE DE RECESSÃO PADRÕES DE MELHORES
CRÉDITO ECONÔMICA QUALIDADE PREÇOS

CONTROLE DE MUDANÇA DE LIBERAÇÃO DE DUMPING


ESTOQUE EXIGÊNCIA IMPORTAÇÕES

ANSEIOS DO
CONSUMIDOR

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RISCO

Uma ou mais condições de uma variável, com potencial necessário para causar danos.

DANO

É a severidade da lesão, perda física, funcional ou econômica, que pode resultar, se o


controle sobre um risco é perdido.

PERIGO

Expressa uma exposição a um risco, que favorece a sua materialização em danos.

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AS INEVITÁVEIS LEIS DE MURPHY

• QUALQUER OPERAÇÃO PODE SER FEITA DE FORMA ERRADA, NÃO INTERESSA O QUANTO ESSA
POSSIBILIDADE É REMOTA, ELA ALGUM DIA VAI SER FEITA DESSE MODO.

• NÃO IMPORTA O QUANTO É DIFÍCIL DANIFICAR UM EQUIPAMENTO, ALGUÉM VAI ACHAR UM JEITO.

• SE ALGO PODE FALHAR, ESTA FALHA DEVE SER ESPERADA PARA OCORRER NO MOMENTO MAIS
INOPORTUNO E COM MÁXIMO DANO.

• MESMO NA EXECUÇÃO DA MAIS PERIGOSA E COMPLICADA OPERAÇÃO, AS INSTRUÇÕES


PODERÃO SER IGNORADAS.

Notas:

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FUNÇÃO EMPRESARIAL DE SEGURANÇA
(CONCEITUAÇÃO)

EVITAR PARA LEVANDO A


ACIDENTE

• MAIOR
• MANTER CONTINUIDADE RACIONALIZAÇÃO DO
OPERACIONAL TRABALHO

• PRESERVAR INTEGRIDADE
FÍSICA E MENTAL DO • AUMENTO DE
TRABALHADOR PRODUTIVIDADE

• GARANTIR SALUBRIDADE
E SEGURANÇA DO • DIMINUIÇÃO DOS CUSTOS
PÚBLICO

Notas:

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FUNÇÃO EMPRESARIAL DE SEGURANÇA
DISTRIBUIÇÃO DE RESPONSABILIDADES

ENGENHARIA DE ÁREAS
SEGURANÇA TÉCNICAS
OBTER

PADRÕES DE
SEGURANÇA
ÁREAS
MEDIR
DESVIOS -PRODUÇÃO
MANTER
-CONSTRUÇÃ0
-OPERAÇÃO
-MANUTENÇÃO
ENGENHARIA DE -SERVIÇOS DE APOIO
SEGURANÇA -ETC.

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PREVENÇÃO

CONTROLE

EV
R
ZE

IT
AR
FA

RISCO ACIDENTE

DETERMINÍSTICO PROBABILÍSTICO

Notas:

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SEGURANÇA
CUSTO COM PERDAS

GASTO ADEQUADO

CUSTO COM
SEGURANÇA

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GERÊNCIA DE RISCOS

CONCEITOS:

“Conjunto de procedimentos que visa a proteger a empresa das conseqüências de


eventos aleatórios que possam reduzir sua rentabilidade, sob forma de danos
físicos, financeiros ou responsabilidades para com terceiros”.

FINALIDADE

Prevenir todos os fatos negativos, que distorcem um processo de trabalho,


impedindo que se cumpra o programado, e que podem provocar danos e/ou
perdas às pessoas e aos elementos materiais.

Notas:

A GERÊNCIA DE RISCOS CONSISTE EM:

• Identificação de Riscos,
• Análise de Riscos,
• Avaliação de Riscos,
• Tratamento de Riscos,

Prevenção Eliminação
Redução

Financiamento Redução Auto-adoção


Auto-seguro

Transferência Sem Seguro


Por Seguro

Notas :

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GERÊNCIA DE RISCOS

ENG. DE PREVENÇÃO E
ANÁLISE DE RISCOS SEGUROS
CONTROLE DE PERDAS

LEVANTAR AS AVALIAR E ACOMPANHAR ADMINISTRAR TODOS


POSSIBILIDADES DE TODOS OS PROJETOS DA OS CONTRATOS FEITOS
OCORRÊNCIA DE EMPRESA, DETALHANDO AS PARA COMPLEMENTAR
FALHAS E PROBLEMAS PROVIDÊNCIAS QUE DEVEM AS MEDIDAS DE
EM TODAS AS ÁREAS SER TOMADAS DO PONTO PREVENÇÃO
DE VISTA DA ELIMINAÇÃO /
CONTROLE, BEM COMO DA
APROVAÇÃO DOS
EQUIPAMENTOS DE
SEGURANÇA ( INDIVIDUAL E
COLETIVO )

REALIZAR INSPEÇÃO
REGULAR DOS LOCAIS
DE TRABALHO ONDE SE
VERIFICA O
CUMPRIMENTO DAS
NORMAS DE
SEGURANÇA
ESTABELECIDAS

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PROCESSO DE DECISÃO NA GERÊNCIA DE RISCOS

• DETERMINAR A GRANDEZA DO RISCO

• AVALIAR O RISCO

• DESENVOLVER ALTERNATIVAS PARA TRATAR O RISCO

• SELECIONAR A MELHOR ALTERNATIVA DE CONTROLE (JUSTIFIQUE)

• APLICAR MEDIDA DE CONTROLE.

Notas:

RESPONSABILIDADES DA GERÊNCIA DE RISCOS

• IDENTIFICAÇÃO DOS RISCOS

• CLASSIFICAÇÃO DOS RISCOS

• AVALIAÇÃO DOS RISCOS

• GERAÇÃO, ATUALIZAÇÃO E ARQUIVAMENTO DE DADOS ESTATÍSTICOS


E RELATÓRIOS.

• ESTABELECIMENTO DE UMA POLÍTICA DE RISCOS

• COOPERAÇÃO E BUSCA DA COOPERAÇÃO DE TODOS OS


DEPARTAMENTOS DA EMPRESA.

Notas:

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IDENTIFICAÇÃO DE RISCOS

• QUESTIONÁRIOS (CHECK LISTS);

• INSPEÇÃO DE SEGURANÇA;

• FLUXOGRAMAS;

• TÉCNICA DE INCIDENTES CRÍTICOS;

• ANÁLISE PRELIMINAR DE RISCOS;

• INVESTIGAÇÃO DE ACIDENTES;

• Outras técnicas.

Notas:

CLASSIFICAÇÃO DE RISCOS

• SOBRE PROPRIEDADES;

• PESSOAIS;

• DE RESPONSABILIDADE CIVIL;

• SOBRE VENDA E/OU COMERCIALIZAÇÃO;

• FINANCEIROS;

• SOBRE PRODUÇÃO E/OU OPERAÇÃO;

• AO MEIO AMBIENTE.

Notas:

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AVALIAÇÃO DE RISCOS

• DANO MÁXIMO PROVÁVEL (DMP)

• PROBABILIDADE DE OCORRÊNCIAS DO EVENTO GERADOR DO DANO


(PO)

• NÍVEL DE EXPOSIÇÃO AO RISCO (CLASSES DE PRIORIDADES)

• EFICIÊNCIA DAS MEDIDAS DE CONTROLE DO RISCO

• CUSTO DAS MEDIDAS E CONTROLE DO RISCO

Notas:

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3.5.1 ASPECTOS DA GERÊNCIA DE RISCOS

O que fazer?
Como Fazer?
Planejamento Onde fazer?
Determinística Porque fazer?
Para quem fazer?
Operacional Em quanto tempo?
Quem fazer
Quanto custa fazer?
1. PREVISÃO

O que pode
Planejamento sai errado
Probabilística ou não dar
Prevencionista certo?

2. INOVAÇÃO - CRIATIVIDADE

disciplina
3. RESPONSABILIDADE
punição

Notas

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Observação (simples ou rigorosa) dos
CONCEITO ambientes de trabalho (pessoal, material e
organizacional)

OBJETIVO Identificar riscos


Tomar ou propor medidas preventivas.

4. INSPEÇÃO
DE SEGURANÇA

Favorecer a formação e o fornecimento do


IMPORTÂNCIA espírito preventivo

Favorecer a cooperação entre os CIPAs e


os diversos setores da Empresa

Mostram o interesse da Empresa na


segurança do trabalho .

Notas:

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5. PROCEDIMENTOS

Materiais, equipamentos
Sistemas Estáticos ferramentas, antes do
uso
O que inspecionar?
Atividades com os recursos

Sistemas Dinâmicos necessários

Guia de Inspeção
Como inspecionar? Manuais de Segurança
Manuais de análise de Riscos

Todos envolvidos direta ou


Quem inspecionar? indiretamente na tarefa,
mantendo certos critérios

Quando inspecionar? Estabelecer critérios


de periodicidade

Onde inspecionar? Estabelecer programação de


locais a serem inspecionados

Notas:

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6. TIPOS DE INSPEÇÃO

OFICIAL

ESPECIAL

GERAL (Observação “simples” de uma determinada área ou áreas de trabalho,


instalações e atividades).

PARCIAL (Observação rigorosa de uma área específica de trabalho ou de uma


única atividade com os recursos necessários para executá-la).

7. RESPONSABILIDADES

Órgãos governamentais do trabalho ou securitários.

Órgãos especializados internos ou exteriores à Empresa.

Chefes, supervisores, encarregados empreiteiros, Engenheiros de Segurança,


Médicos do Trabalho, membros da CIPA.

Técnico de Segurança do Trabalho, Engenheiros, Engenheiros de Segurança,


Médicos do Trabalho, encarregados, membros da CIPA, empregados que
executam diretamente a tarefa, supervisores.

Notas:

27
3.5.2 Análise de riscos (inclusive os ocultos no processo)

• Identificação de riscos ou falhas O que é feito?


É necessário?
Quem é o responsável?
Quem executa?
Onde é realizada a tarefa?
Quando é (será) realizada?
Como é feita?
O que está errado?
Qual a probabilidade de sai errado?
Qual a conseqüência de sair errado?

• Mudanças
Definição (padronização) de métodos de trabalho (procedimentos, norma e
orientações para controle e proteção).

• Providências: Por em prática métodos de trabalho;


Conscientizar empregados quanto ao uso;
Acompanhar/avaliar o emprego dos métodos adotados.

4. Análise de riscos e métodos de trabalho(padronização)


4.1 Conceitos
Processo É um conjunto de tarefas para se atingir um objetivo.
Ex: manutenção de iluminação pública, faturamento, compras e
vendas.

Notas:

Tarefa Cada uma das partes distintas que compõe o processo.


Ex: Substituição de lâmpadas, medição de obras executadas,
coletas de preços.

Atividade Ações necessárias à execução da tarefa.


Ex: Retirar escada do veículo, medir as obras, consultar terminal on-
line.

4.2 Análise de Risco


É a procura, investigação, pesquisa, estudo e reconhecimento de riscos existentes
nas operações, tarefas ou serviços (de modo detalhado e organizado) para posterior
eliminação, controle de riscos e proteção do traballhador.

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Seqüência para análise de risco (ou falhas): serviço; tarefa; operações.

1. Decompor o serviço em tarefas;


2. Decompor com tarefa em atividade;
3. Evidenciar os riscos para cada atividade;
4. Propor medidas para: Eliminação e controle de riscos e proteção do trabalhador
para cada operação.

4.2.1 Como fazer (conduzir) a análise de risco ou análise do trabalho

1º Pela observação das tarefas


• Escolher empregados qualificados para observar e registrar (pelo menos dois,
em épocas diferentes, se possível);
• Observar as tarefas e também aos empregados;
• Não interferir na realização das tarefas (na 1ª observação);
• Discutir as tarefas com os executantes (após 1ª observação);
• Pedir repetição de operações que deixem dúvidas (se possível);
• Verificar a eficiência e deficiência da tarefa.

Notas:
• Identificar os riscos de acidentes e as deficiências;
• Chegar a um consenso (entre os observadores);
• Emitir parecer global e enviá-lo à chefia;
• Emitir orientações, procedimentos e normas de serviço, sem fugir da realidade
(chefias).

2º) Pela discussão em grupo


• Escolher empregados qualificados (os encarregados, executantes e aqueles
que tenham maior conhecimento prático e teórico não podem faltar).
• Escolher um para conduzir a discussão
• Cada participante deverá, pessoalmente sem censura:
Desmembrar processos tarefas atividades
Identificar riscos ou deficiências;
Propor eliminação e controle de riscos (ou deficiências) das tarefas e
proteção dos empregados.
• Formar grupos de discussão e repetir os itens acima, com censura evitando-se
abstrações sem sentido prático, cada grupo terá um representante;
• Formar novos grupos (com o representante de cada grupo final de discussão e
repetir outra vez os mesmos itens chegando ao consenso final);
• Emitir parecer geral (global) com orientações e procedimentos escritos.

3º) Pela Mentalização (análise mental)


Na realização dos vários serviços existentes na empresa, os empregados
deparam algumas vezes, com situações novas, sem nenhuma orientação verbal

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ou por escrito. A execução das tarefas, em tais casos, vai depender do
conhecimento, vivência e prática do encarregado e sua equipe. A situação deve
ser estudada e analisada minuciosamente pelo encarregado e sua equipe,
chegando a uma definição concreta, sem deixar dúvidas.

Análise Mental:

• Desmembrar mentalmente a tarefa em atividades;


• Discutir com a equipe;
• Escolher a seqüência certa ou a melhor seqüência;
• Identificar antes, os riscos ou deficiências existentes;
• Eliminar e controlar riscos ou deficiências existentes;
• Usar corretamente os EPI’s, EPC’s, ferramentas e materiais necessários à
execução da tarefa;
• Só executar a tarefa quando tiver perfeito conhecimento de que ela pode ser
realizada sem acidente ou falhas (com eficácia e eficiência).

Análise Mental Individual:

• Desmembrar mentalmente a tarefa em atividades


• Escolher a seqüência certa ou a melhor seqüência
• Identificar antes, os riscos e deficiências existentes;
• Eliminar e controlar riscos e deficiências existentes;
• Usar corretamente os EPI’s, EPC’s, ferramentas e materiais necessários à
execução da tarefa.

5. INVESTIGAÇÃO E ANÁLISE DE ACIDENTE

5.1 Conceito
É a pesquisa dos fatos que envolvem um acidente e suas respectivas análises,
Visando aprimorar a Segurança do Trabalho.

5.2 Objetivo
Visa estabelecer critérios para investigação de acidentes, que orientem de
maneira eficaz a busca de causas, a apuração de responsabilidades e adoção de
recomendações preventivas (controles).

5.3 Tipos de Acidentes


a) Acidente com vítima;
b) Acidente sem vítima;
c) Acidente de trajeto;
d) Acidente com terceiros;
e) Acidente com empreiteiros.

Notas:

30
CONCEITUAÇÃO DOS ACIDENTES

a) É o acidente que causa lesão pessoal, resultando ou não danos ao

patrimônio da Empresa.

b) É o acidente que não causa lesão pessoal resultando ou não danos ao

patrimônio da Empresa.

c) É o acidente sofrido pelo empregado no percurso da residência para o

trabalho, ou deste para àquela.

d) É o acidente ocorrido com pessoas que não pertencem ao quadro de

empregados da Empresa, e nem de firmas contratadas.

Notas:

31
2ª ETAPA
TEORIA GERAL DO SEGURO
NOÇÕES BÁSICAS

32
TEORIA GERAL DO SEGURO - NOÇÕES BÁSICAS

1. O SEGURO - CONCEITO
“O Seguro é uma operação pela qual, mediante o pagamento de uma pequena
remuneração, uma pessoa, se faz prometer para si ou para outrem, no caso da
efetivação de um evento determinado, uma prestação de uma terceira pessoa
que, assumindo um conjunto de eventos determinados, os compensa de acordo
com as leis da estatística e o princípio do mutualismo (MEMARD)”.

Pagamento de uma remuneração: Prêmio


A pessoa: Segurado
De uma prestação: Indenização
A outrem: Beneficiário
Efetivação de um evento determinado: Sinistro
A possibilidade da efetivação de um evento determinado é o risco.

Conceito Completo
“Seguro é uma operação pela qual, mediante o pagamento de uma pequena
remuneração, o prêmio, uma pessoa, o segurado, se faz prometer para si ou para
outrem, o beneficiário, no caso da efetivação de um evento determinado,
(risco/sinistro), uma prestação (indenização), por parte de uma terceira pessoa, (o
segurador) que, assumindo um conjunto de eventos determinados, os compensa
de acordo com as leis da estatística e o princípio do mutualismo”.

As leis da estatística e o princípio do mutualismo são as “Técnicas Básicas”


utilizadas na operação de seguro.

2. FINALIDADE E CARACTERÍSTICA DO SEGURO


A morte de uma pessoa, deixando desamparados aqueles que dependem de sua
atividade, ou a destruição de coisas ou bens fazendo desaparecer ou reduzir-se o
patrimônio, são acontecimentos que o homem procurou reparar por intermédio de
uma instituição.
O Seguro foi o organismo que se criou e progressivamente, vem se aperfeiçoando
para restabelecer o equilíbrio perturbado.

Notas:

Qualquer que seja sua modalidade, o seguro apresenta três características


básicas:
1. Previdência
2. Incerteza
3. Mutualismo

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2.1. CONTRATO DE SEGURO
A operação de seguro é efetivada através de um contrato.
Na formulação do contrato do seguro são utilizados dois instrumentos:
A Proposta - representa a vontade do segurado.
A Apólice - representa a concretização do contrato e é emitida pelo
segurador.

3. ELEMENTOS ESSENCIAIS DO CONTRATO DE SEGURO


Em todo contrato de seguro deverão estar presentes os elementos essenciais a
esta operação:
Risco
O segurado
O segurador
O prêmio
A indenização

O risco é o elemento fundamental do contrato de seguro, que caracteriza cada


uma das modalidades ou ramos de seguro.
Assim, no ramo incêndio o risco é a probabilidade de incêndio, no ramo acidentes
pessoais, o risco é a probabilidade de acidente pessoal, no ramo agrícola, o risco
é o acontecimento capaz de produzir dano à lavoura, como o granizo por exemplo.
O risco, para ser segurável, deverá satisfazer as seguintes condições,
simultaneamente:
a) ser possível
b) ser futuro
c) ser incerto
d) independente da vontade das partes contratantes
e) deve resultar de sua ocorrência, prejuízo de ordem econômica.

O segurador é a pessoa jurídica que assume o risco e paga indenização no caso,


de ocorrência de sinistro.

Notas:

O segurado é a pessoa física ou jurídica perante o qual o segurador assume a


responsabilidade de determinado risco.
O prêmio, também elemento essencial do contrato de seguro é o pagamento feito
pelo segurado ao segurador, ou seja, é o preço do seguro para o segurado.
Os parâmetros gerais para calcular o prêmio são:
1. O prazo do seguro;
2. A importância segurada;
3. Exposição ao risco.

Normalmente o prazo do seguro é de 1 ano ou 12 meses, nada impede que seja


calculado prêmio a prazos inferiores (prazo curto) ou superiores a 1 ano (prazo
longo).

34
4. FRANQUIA

Dizemos que franquia é o valor inicial da importância segurada até o qual o


segurado é o segurador de si próprio, ou seja, se dizemos que num seguro há
uma franquia de R$ 20.000,00, isto significa que, prejuízos até R$ 20.000,00 serão
suportados pelo segurado, quer dizer, é a parte inicial que fica sob sua
responsabilidade.

Há dois tipos de franquia:

1.) Franquia Dedutível: É aquela cujo valor é reduzido de todos os prejuízos. É


a mais utilizada.

2.) Franquia Simples: É aquela em que, no momento que o prejuízo ultrapassa


o seu valor, ele deixa de ser deduzida. É pouco utilizada.

Ex: Considerando uma IS (importância segurada) de R$500.000,00 e uma


franquia de 10%, levando em conta os dois tipos de franquia, vimos calcular o que
será pago de indenização ao segurado no caso dos seguintes prejuízos:

1.) R$ 6.000,00
2.) R$ 50.000,00
3.) R$ 120.000,00

Notas:

1ª) Franquia Dedutível

1º prejuízo: Ca$ 6.000,00 < franquia ➙ não há indenização


2º prejuízo: Ca$ 50.000,00 = franquia ➙ não há indenização
3º prejuízo: Ca$120.000,00 > franquia ➙ Ca$ 70.000,00 de indenização

2ª) Franquia Simples

1º prejuízo: Ca$ 6.000,00 < franquia ➙ não há indenização


2º prejuízo: Ca$ 50.000,00 = franquia ➙ não há indenização
3º prejuízo: Ca$120.000,00 > franquia ➙ Ca$ 120.000,00 de
indenização.

35
5. SEGUROS PROPORCIONAIS E NÃO PROPORCIONAIS

5.1 SEGUROS PROPORCIONAIS

Na maioria dos seguros de coisas, os seguros são proporcionais, ou seja, você só


recebe o valor total do prejuízo se seu seguro estiver suficiente. Este é o princípio
da cláusula de rateio.

I IS
=
P VR

I= Indenização

P= Prejuízo

IS = Importância Segurada

VR = Valor em Risco

Ex: Nota seguro proporcional, a IS é de R$ 1.500.000,00. Ocorreu um sinistro que


gerou um prejuízo de R$ 400.000,00. Calcular o valor da indenização sabendo-se
que o valor em risco apurado foi de R$ 2.000.000,00 como IS < VR cláusula de
rateio.

400 X 1.500
I = ∴ I = R$ 400.000,00 = P
2.000

5.2 SEGUROS NÃO PROPORCIONAIS

Nesses seguros não se cogita o valor em risco para o cálculo de indenização. O


Segurador paga pelos prejuízos ocorridos, é lógico, até o limite da importância
segurada sem aplicar o rateio.

Notas:

36
6. PULVERIZAÇÃO DE RESPONSABILIDADES

A técnica das operações de seguro baseia-se em vários princípios, dentre os


quais, a pulverização de responsabilidade, que é o princípio técnico da distribuição
das responsabilidades decorrentes dos negócios segurados.

C.N.S.P. - Conselho Nacional de Seguros Privados.

SUSEP - Superintendência de Seguros Privados.

I. B. R. – Instituto de Resseguros do Brasil.

6.1 O CONSEGURO
É o seguro relativo ao mesmo bem, ou a riscos relativos ao mesmo bem, feito por
dois ou mais seguradores cotizantes.

6.2 O RESSEGURO
É a operação onde o excedente de responsabilidade sobre um determinado bem é
transferido ao órgão ressegurador.

Notas:

37
6.2.1 NOMENCLATURA UTILIZADA EM RESSEGURO

Segurador cedente: Segurador que coloca um resseguro

Segurador direto: Segurador que aceita o risco diretamente do


proponente, perante o qual é responsável pela responsabilidade assumida.

Pelas suas definições acima, notamos que as duas figuras se confundem numa
única figura, a diferença de nomenclatura refere-se ao relacionamento, com o
segurado (direto) e com o ressegurador (cedente).

CESSÃO: Quantidade dada por meio de seguro e, portanto quantidade aceita pelo
ressegurador.

RESSEGURADOR: Segurador que aceita um resseguro do segurador cedente

PLENO: Parte do risco que o segurador direto retém por conta própria.
No mercado brasileiro é utilizado mais comumente o termo retenção.

RETROCESSÃO: Resseguro de um resseguro, que pode efetuado quando o


ressegurador deseja limitar sua responsabilidade com relação ao negócio aceito.

Notas:

38
3ª ETAPA
FUNDAMENTOS
MATEMÁTICOS

39
1. CONFIABILIDADE / PROBABILIDADE

CONCEITOS BÁSICOS
1.1 Confiabilidade (C): é a probabilidade de um equipamento ou sistema
desempenhar satisfatoriamente suas funções específicas, por um período de
tempo determinado.

CONFIABILIDADE X CONTROLE DE QUALIDADE

depende do tempo independe do tempo

Confiabilidade é a probabilidade de não haver falhas.

1.2 Probabilidade de falha (P): é a possibilidade de ocorrência de um determinado


número de falhas num período de tempo considerado.
A probabilidade de falha, até certa data, é denominada “não confiabilidade” e é
o complemento de C.

P=1-C

1.3 Taxas de falhas ( λ ): é a freqüência com que as falhas ocorrem, num certo
intervalo de tempo, e é medida pelo número de falhas para cada hora de operação
ou número de operações do sistema.

Notas:

nº de falhas nº de falhas
λ = ou λ =
tempo em horas nº de operações

1.4 Tempo médio entre falhas (TMEF): é o recíproco da taxa de falhas.

1
TMEF =
λ

40
1.5 Tipos de falhas
1.5.1 Falhas prematuras
Ocorrem durante o período de depuração, devido a deficiências nas
montagens ou a componentes abaixo do padrão, que falham logo após
colocados em funcionamento. As falhas prematuras não são consideradas na
análise de confiabilidade porque se admite que o equipamento foi depurado e
as peças iniciais defeituosas foram substituídas.
Para a maioria dos equipamentos, 200 horas é um período considerado
seguro para que haja depuração.

1.5.2 Falhas casuais


São falhas que resultam de causas complexas, incontroláveis e, algumas
vezes, desconhecidas. Ocorrem durante a vida útil do componente ou
sistema.

1.5.3 Falhas por desgaste


São falhas que ocorrem após o período de vida útil dos componentes. A taxa
de falha aumenta rapidamente, nesse período, devido ao tempo e a algumas
falhas casuais.

Notas:

1.6. CURVA DA TAXA DE FALHA X TEMPO (“Curva de Banheira”)

41
2 CÁLCULO DA CONFIABILIDADE
É dado pela expressão matemática que indica a probabilidade com que os
componentes operarão, sem falhas, num sistema de taxa de falhas constante, até
a data t.

1
C = e-λt ou C = e-t/T pois λ =
T

onde: C = confiabilidade
e = 2,718
λ = taxa de falhas
t = tempo de operação
T = tempo médio entre falhas

Notas:

3. SISTEMA DE COMPONENTES EM SÉRIE


A característica principal do sistema de componentes em série é a de que uma
falha de qualquer um dos componentes implica na quebra ou paralisação do
equipamento ou sistema.
Sejam C1, C2, C3.........Cn, as funções de confiabilidade dos componentes de um
equipamento ou sistema:

C1 C2 C3 Cn

ENTRADA
S SAÍDA

1 2 3 n
A confiabilidade C do sistema é dada pela expressão:

C= C1. C2. C3.............Cn

que é, também, denominada LEI DO PRODUTO DE CONFIABILIDADE.


A probabilidade de falha será:

P=1-C

Notas:

42
4. SISTEMA DE REDUNDÂNCIA PARALELA

Nesse caso, para que haja a paralisação do sistema é necessário que todos os
meios ou componentes do sistema falhem.

1 P1

2 P2
Entrada Saída
3 P3

n Pn

Sejam P1, P2, P3.......Pn, as probabilidades de falha dos componentes de um


equipamento ou sistema. A probabilidade de falha do equipamento ou sistema é
dada pela fórmula:

P = P1, P2, P3.......Pn

A confiabilidade ou probabilidade de não falhar será:

C=1-P

A redundância paralela é uma ferramenta de projeto para aumentar a


confiabilidade de um sistema ou equipamento. Essa ferramenta apresenta,
entretanto, algumas desvantagens tais como: aumento de custo, peso, volume,
complexidade, exigindo maior manutenção.

Notas:

43
Exercícios

1. Seja um sistema de 5 componentes em série, e cada um deles com


confiabilidade de 90% (0,90). Calcule a confiabilidade total desse sistema.

2. Um outro sistema com 25 componentes em série e cada componente com


confiabilidade igual a 0,90, apresentam que confiabilidade total?

3. Com emprego da redundância paralela, qual a confiabilidade de um


equipamento a ser inserido no local determinado abaixo para que a
confiabilidade total do sistema aumente mais 30% do valor inicial?

Ca= 0,9 Cc = 0,7 Cd = 0,8

A
B

Cb= 0,9 Cx = ? Ce = 0,8

Notas:

4. Calcular a confiabilidade CAB do sistema abaixo:

0,7 0,8
0,9

0,7 0,8
A

0,7 0,7 0,7 0,8

0,8 0,8

44
5. Calcular a confiabilidade CAC do sistema:

Ca1 = 0,9 Ca2 = 0,8


a

Cb1 = 0,8 Cb2 = 0,8 Cb3 = 0,9 Cb4 = 0,9


A b
C

Cc1 = 0,7

4.1 OUTROS SIGNIFICADOS DE PROBABILIDADE


Pode parecer intuitivamente óbvio o significado de probabilidade, mas a palavra
tem, de fato, vários significados.
Veremos abaixo, três definições básicas de probabilidade:

Notas:

4.2 CHANCES IGUAIS


Uma definição de probabilidade deriva do princípio da chance igual.Se uma
situação tem n chances iguais e efeito mutuamente exclusivo e se nA representa
os resultados ou efeitos para o evento A, a probabilidade P(A) do evento A
ocorrer, é:
nA
P (A) = ...............(1)
n

Essa probabilidade pode ser calculada ou não por intermédio de experiências.


O exemplo usualmente dado é o lance de um dado não viciado, o qual apresenta
seis possibilidades iguais de chances. A probabilidade de tirarmos o número 1 é
de 1/6. Outro exemplo é a retirada de 1 bola de dentro de uma caixa contendo 04
bolas brancas e 2 vermelhas. A chance de retirarmos 1 bola vermelha é dada pela
razão 1/3. O princípio das chances iguais também é aplicado ao 2º caso, porque,
apesar da possibilidade de retirar uma bola vermelha e uma branca ser desigual, a
chance de retirada de 1 bola é igual.
Essa definição de probabilidade é muitas vezes de utilidade limitada na
engenharia, principalmente pela dificuldade de definir situações com chances
iguais e mutuamente exclusivas nas aplicações práticas.

45
4.3 FREQUÊNCIA RELATIVA - EXPERIMENTAÇÃO
Uma segunda definição de probabilidade é baseada no conceito de freqüência
relativa. Se uma experiência é executada n vezes e se o evento A ocorre nA vezes
nessas ocasiões, então a probabilidade P(A) do evento A ocorrer é:
nA
P(A) = lim .........................(2)
n

Essa probabilidade pode somente ser determinada por experiências.


Essa definição de probabilidade é uma das mais largamente usadas em
engenharia. Em particular, esta é a definição empregada na estimativa da
probabilidade de falha.

Notas:

4.4 PROBABILIDADE PESSOAL


Uma terceira condição de probabilidade é condição de opinião. Ela é uma medida
numérica de confiança na qual uma pessoa tem de que o evento poderá ocorrer.
Muitas vezes ela corresponde a freqüência relativa do evento.

4.5 ALGUMAS RELAÇÕES DE PROBABILIDADE


Chegou o momento de apresentarmos as ferramentas básicas para o
desenvolvimento das relações de probabilidades. Afinal, é com estas ferramentas
que procuramos desvendar os campos da Engenharia de Confiabilidade.

4.6 ÁLGEBRA BOOLEANA


Devemos o desenvolvimento de Álgebra Booleana a George Boole, que a criou
para aplicação ao estudo da lógica.
A mais notável aplicação da lógica booleana, foi na implantação de sistemas
eletrônicos digitais que originaram os computadores eletrônicos (Hardware).
Mas não é só na informática que encontramos aplicação para a Álgebra Booleana.
Atualmente, além de uma infinidade de sistemas eletrônicos e eletromecânicos, a
matéria está sendo empregada nas análises de probabilidade, em estudos que
envolvem processos decisórios (Teoria da Decisão) e ou Segurança de Sistemas,
principalmente. A principal vantagem da Álgebra Booleana é a simplificação de
sistemas complexos, facilitando o seu entendimento e favorecendo a sua análise.
A aplicação do assunto fica limitada a sistemas ou processos que puderem
assumir dois estados discretos, como por exemplo: Sim ou Não; Falso ou
Verdadeiro; Positivo ou Negativo; Alto ou Baixo; Zero ou 1. Na matéria é utilizado
o sistema binário como sistema de numeração e uma notação simbológica
específica.
O sistema binário, como sabemos é empregado como linguagem de computação
e nos proporciona duas condições apenas.(Ø ou 1).

Notas:

46
4.7 NOÇÕES DE CONJUNTOS

Por conjuntos entendemos qualquer coleção de objetos, elementos, eventos,


símbolos, idéias ou entidades matemáticas.
A totalidade do conjunto é expressa pela unidade e o conjunto vazio por
zero. (Ø)
Devemos lembrar que esses valores não são quantitativos, são apenas símbolos.
Utiliza-se comumente os diagramas de Vann para identificar os conjuntos.
Os desenhos que se seguem, representam algumas situações de interações entre
conjuntos e o seu significado encontra-se explícito ao lado.

Notas:

47
Notas:

48
Como já observado nas explicações anteriores a união e intercessão de conjuntos
pode ser escrita respectivamente, através da notação:

C=A ∪B ou C=A+B

C=A ∩ B ou C = A.B = AB

A notação A, significa não A, ou seja, o complemento do conjunto A.

A seguir são apresentadas algumas identidades expressas segundo a lógica


Booleana.

Notas:

49
1. Conjunto Universo
Conjunto vazio (que não apresenta nenhum elemento)
Lei dos conjuntos complexos ou vazios.

A.1 = A
A.Ø = Ø
A + Ø= A
A+1=1

Lei da involução: O conjunto do complemento do sub-conjunto é ele


próprio.

A=A

Lei da Idempotência

A.A = Ø
A+A = 1
A.A = A
A+A = A

Lei comutativa

A.B = B.A
A+B=B+A

Lei distribuitiva

A. (B+C) = (AB) + (AC)


A + (B.C) = (A+B); (A+C)

Lei associativa

A (B.C) = (AB).C
(A+B) + C = A + (B+C) = A + B + C

Notas:

Lei da dualização de Morgan

(A+B) = A.B
(AB) = A + B

50
Atenção especial deve ser dada às leis distributivas e de idempotência, pois
diferem das expressões análogas oriundas da álgebra.

2 TABELAS VERDADE

Analisar um sistema significa, de maneira geral, estudar o comportamento da


saída de acordo com os dados fornecidos à entrada.

ENTRADA PROCESSO SAIDA

Nos sistemas lógicos, essa análise é feita, em sua forma elementar, através de
tabelas verdade, onde os elementos são as variáveis de entrada, com todas as
combinações binárias possíveis. O resultado, na tabela-verdade, representa os
estados de saída do sistema, de acordo com as combinações das variáveis de
entrada.
O processo nos sistemas lógicos e, na sua forma básica, dividido em módulos
com funções determinadas, que recebem o nome genérico de portas lógicas.

Notas:

3 PORTAS LÓGICAS

EXPRESSÃO
MÓDULO SÍMBOLO EXPLICAÇÃO BOOLEANA E TABELAS
VERDADES
O módulo NOT indica inversão do A=S
NOT valor (estado da variável de 0=1
(NÃO) entrada). 1=0

O módulo OR indica que, quando


uma ou mais das entradas
estiverem presentes, a proposição A + B = S (OR)
OR será verdadeira e resultará uma 0 0 0 (Falso)
(OU) saída. Ao contrário, a proposição 0 1 1 (Verdadeiro)
será falsa se, e somente se, 1 0 1 (Verdadeiro)
nenhuma das condições estiver 1 1 1 (Verdadeiro)
presente.

51
O módulo AND indica que todas
as condições determinantes ou A . B = S (AND)
entradas devem estar presentes 0 0 0 (Falso)
AND para que uma proposição seja 0 1 0 (Falso)
(E) verdadeira. Se uma das 1 0 0 (Falso)
condições estiver faltando, a 1 1 1 (Verdadeiro)
proposição será falsa.

O módulo NOR pode ser


considerado um estado NO-OR
(NÃO -OU). Indica que, quando A + B = S (NOR)
uma ou mais das entradas 0 0 1 (Verdadeiro)
NOR estiverem presentes, a proposição 0 1 0 (Falso)
será falsa e não haverá saída. 1 0 0 (Falso)
Quando nenhuma das entradas 1 1 0 (Falso)
estiver presente, resultará uma
saída.

Notas:

MÓDULO SÍMBOLO EXPLICAÇÃO EXPRESSÃO


BOOLEANA E TABELAS
VERDADES
O módulo NAND indica que,
quando uma ou mais das
entradas ou condições A . B = S (NAND)
NAND determinantes não estiverem 0 0 1 (Verd.)
presentes, a proposição será 1 0 1 (Verd.)
verdadeira e haverá uma saída. 0 1 1 (Verd.)
Quando todas as entradas 1 1 0 (Falso)
estiverem presentes, a proposição
será falsa e não haverá saída.

Exercícios:

1. Demonstrar por dedução as seguintes identidades:

(A) - A + AB = A + B

(B) - A . (A + B) = AB

(C) - AB + AC + BC = AB + AC

52
2. Simplificar:

(A + B) . (A + C) . (A + C)

A . B [C + (D . E)] . [ (A . B . C) + C + (D . E)]

A+C+A.B+C.B

3. Demonstrar por verificação a Lei de Dualização de Morgan.

A.B=A+B

4. Demonstrar por verificação e dedução a Lei Distributiva

A + (B . C) = (A + B) . (A + C)

5. Dados os circuitos abaixo, analisar o comportamento das respectivas saídas.

4. PROBABILIDADE DE UNIÕES (TEOREMA DA SOMA)

A probabilidade de um evento X qualquer ocorrer e, portanto, a união ou soma


desses eventos é:

n
P(X) = P( UAi ).........................................................(3)
i=1

Para dois eventos teremos:

P(X) = P(A1) + P(A2) - P(A1A2)

Para três eventos:

P(X) = P(A1) + P(A2) + P(A3) - P(A1A2) - P(A2A3) + P(A1A2A3)

Para eventos:

P(X) = P(A1) + P(A2) +.....................+ P(An) - P(A1A2)

- P(A2A3) -............................... - P(An -1An) + P(A1A2A3)

+ P(A1A2A4) + ..... + P(An-2an-1An)....(-1)n-1 P(A1A2...An)

Notas:

53
Se os eventos são mutuamente exclusivos, a equação (3) fica simplificada para:

n
P(X) = Σ P(Ai).............................................................(4)
i=1
Em geral, temos que:

n n
P(UAi) ≤ Σ P(Ai)
i=1 i=1

Para evento não mutuamente exclusivo, mas de baixa probabilidade, o erro em


usar a equação (4) no lugar da equação (3) é pequeno. A equação (4) é chamada,
algumas vezes de aproximação de baixa probabilidade ou raros eventos. A
estimativa da probabilidade dada pela equação (4) erra por uma boa margem e
conseqüentemente se conserva no cálculo de probabilidade de falhas, mas não se
conserva no cálculo de probabilidade de sucesso ou confiabilidade.

5. TEOREMA DO PRODUTO OU JUNÇÃO E PROBABILIDADE MARGINAL

A probabilidade de um evento X qualquer ocorrer somente se todos os n eventos


Ai ocorrerem é dado pela intercessão desses eventos e representada por:

n
P(X) = P(A.......An) = P( ∩ Ai).....................(5)
i=1

P(Ai.........An) = Probabilidade de junção dos eventos.

Notas:

54
Notas:

A probabilidade de um evento X qualquer ocorrer se qualquer dos mutuamente


exclusivos n eventos Ai em uma sub-experiência ocorrer e o evento B em sua
segunda sub-experiência ocorrer é:
n
P(X) = P( ∪ AiB)
i=1
n
= Σ P(Ai) P(B) = P(B)
i=1

P(B) é a probabilidade marginal do evento:

55
6. PROBABILIDADE CONDICIONAL
A probabilidade de um evento X qualquer ocorrer se o evento A ocorrer em uma
sub-experiência e o evento B ocorrer em uma segunda sub-experiência onde o
evento A depende do evento B é:

P(X) = P(AB) = P(A/B)P(B).........................................(6)

P(A/B) é a probabilidade condicional de A dado B.

7. INDEPENDÊNCIA E INDEPENDÊNCIA CONDICIONAL


Se os eventos A e B são independentes:

P(AB) = P(A/B) P(B) = P(A) . P(B).....................(7)


O que significa dizer que P(A/B) = P(A).

A probabilidade de um evento X qualquer ocorrer somente se todos os eventos A


ocorrerem, foi dada pela equação (5).

Se todos os n eventos são independentes, P(X) = P(A1......An) =


n
= π P(Ai)......................(8).
i=1

Notas:

Dois eventos A e B são condicionalmente independentes se a relação com um


terceiro evento C é:

P(AB/C) = P(A/C) P(B/C)..........................................(9)

Independência condicional não envolve independência.

8. TEOREMA DE BAYES
A relação dada pela equação (7) é a forma do Teorema de Bayes. Esse teorema é
extremamente importante no cálculo e trabalhos de probabilidades. Ele é
apresentado em várias formas, dentre as quais citaremos:

P(AB) = P(A/B) P(B) = P(B/A) P(A).....................................(10)

P(AB) P(B / A) P(A)


P( A / B ) = = ..........................................(11)
P(B) P( B)

Notas:

56
4ª ETAPA
CUSTOS DE ACIDENTES

57
CONCEITOS E ABORDAGENS

A evolução do conceito de custo de acidentes nos últimos quarenta anos através


dos estudos de Heinrich, Simond, Bird-Germain, conclui que o custo total dos
acidentes do trabalho para a empresa é dado pela soma das seguintes parcelas:

1. Custo Direto e Indireto dos acidentes com afastamento superior a um dia.

2. Custo Direto e Indireto de acidentes com afastamento inferior a um dia.

3. Custo (Indireto) dos acidentes sem lesão, com dano sobre o equipamento, ou
simples paralisação do serviço.

4. Risco investido em acidentes de baixa freqüência e alta gravidade.

Outros tipos de abordagem podem ser dados ao problema dos acidentes:

1. Custo não quantificável, decorrente do trauma psicológico ou fisiológico


causado por acidentes graves, na vítima, nos colegas que o presenciam, no
público que o vê ou dele toma conhecimento.

2. Conceito de Custo Social do Acidente, para a Nação.

3. Conceito de Controle Total de Perdas.

4. Teoria da Análise de Sistemas em função do Risco Potencial.

Notas:

58
1. CUSTO DIRETO E INDIRETO DOS ACIDENTES COM PERDA DE TEMPO

Os primeiros estudos sobre o assunto focalizavam apenas, o que hoje chamamos


de “custo direto dos acidentes com perda de tempo” (custo do tratamento médico
+ compensação salarial dos acidentes com afastamento superior de um dia). Viu-
se, porém, desde logo, que esse custo não representava senão uma pequena
parcela do custo total dos acidentes. Pois, além do custo direto ou aparente, existe
um custo indireto ou oculto, causado por muitos fatores:

a. Perda de tempo, dos companheiros de trabalho e chefes por causa do acidente.

b. Perdas e danos sobre materiais.

c. Dano provocado sobre equipamentos e máquinas.

d. Tempo que esse equipamento fica parado.

e. Descoordenação do trabalho e queda de produtividade devido à dificuldade de


se conseguir e treinar um novo funcionário para substituir o acidentado, por um
tempo limitado.

f. Atrasos na prestação de serviços. Multas contratuais resultantes desses atrasos.

g. Dificuldades com autoridades governamentais (multas, impostos, processos e


outras despensas decorrentes).

59
Esses custos indiretos podem ser quantificados.

Coube a Heinrich (EEUU - 1931), o cálculo da relação Custo Indireto - Custo


Direto (Heinrich determinou que o Custo Indireto é dado pela fórmula Cl = 4 CD) e
a Simond (EEUU - 1963), a apresentação do primeiro método verdadeiramente
científico para o cálculo do Custo Indireto dos acidentes do trabalho.

A partir de 1963 apareceram vários estudos feitos com o objetivo de determinar o


valor da constante de correlação (K) entre o Custo Indireto e o Custo Direto dos
acidentes com perda de tempo. A tendência destes estudos foi de atribuir um valor
cada vez maior a esta constante. (O exemplo mais frisante é o da equipe de
segurança da U.S. Steel Co. que achou para a sua indústria o valor 80).

Esta tendência se deve a dois fatores:

a. Aperfeiçoamento dos métodos de detectação de perdas e danos.

b. Progressiva sofisticação dos equipamentos industriais. Esta sofisticação faz


com que o “acidente sobre a máquina” do qual decorre o Custo Indireto fique cada
vez mais oneroso para a empresa.

3. CUSTO DIRETO E INDIRETO DOS ACIDENTES SEM PERDA DE TEMPO

Bird e Germain (EEUU - 1966), realizaram o primeiro estudo, em nível científico


sobre os impropriamente denominados “acidentes sem perda de tempo”
(acidentes com lesões, porém com afastamento inferior a um dia e acidentes sem
lesão, isto é, com dano apenas sobre equipamentos). Esses estudos tiveram o
mérito de chamar a atenção dos pesquisadores sobre a enorme freqüência desse
tipo de acidente (avaliado como 5 vezes superior aos “acidentes com perda de
tempo”) e o seu alto custo total (avaliado em igual ao custo total dos “acidentes
com perda de tempo”).
Interpolando os estudos de Bird-Germain, com os de Heinrich veremos que o
Custo Total dos Acidentes (com ou sem lesão) é dez vezes superior ao Custo
Direto dos Acidentes com Perda de Tempo.

60
4. ACIDENTES DE BAIXA FREQUÊNCIA E ALTA GRAVIDADE

Com efeito. Se levantarmos a estatística de acidentes de uma empresa, por 10


anos, e calcularmos o seu custo estaremos estudando apenas os acidentes de
alta (ou média) freqüência e baixa (ou média) gravidade. Não estaremos levando
em conta os acidentes de baixíssima freqüência, mas que poderão ser de
altíssimo gravidade. Se lembrarmos que o Custo Potencial ou Risco Potencial é o
produto da freqüência pela gravidade poderemos compreender que esta parcela
de “risco investido” pode ser bastante alta.

Notas:

61
5. CUSTO TOTAL DE ACIDENTES

O Custo Total de acidentes do trabalho deve ser calculado pela soma das
seguintes parcelas:
A. Custo Direto e Indireto dos acidentes com lesões médias e graves (afastamento
superior a um dia).
B. Custo Direto e Indireto dos acidentes com lesões leves (afastamento inferior a
um dia).
C. Custo (Indireto) de acidentes sem lesão, com dano exclusivo sobre o
equipamento ou com simples interrupção do trabalho.
d. “Custo Investido” em acidentes de baixa freqüência, porém de alta gravidade.

Notas:

62
6. EVOLUÇÃO DO CONCEITO DE CUSTO DE ACIDENTE

6.1 CUSTO QUANTIFICÁVEL X CUSTO NÃO QUANTIFICÁVEL

Além do custo quantificável que analisarmos existe também para a empresa um


custo não quantificável (ou pelo menos não quantificado até agora por nenhum
autor).
Citaremos apenas uns poucos aspectos deste problema:

6.1.1 Aspectos Psicológicos


Trauma psicológico produzido nos funcionários de uma empresa devido à
ocorrência de um acidente grave.
Como quantificar isto? É muito difícil.
Quem poderá, entretanto, negar a sua influência negativa sobre o grau de
motivação para o trabalho dos funcionários sobre a Produtividade?

Quadro: 1

Aspectos Psicológicos
Não Quantificáveis

Quanto aos Próprios Funcionários


Trauma Psicológico Imagem interna
negativa Queda de motivação
Queda de Produção

Quanto ao Público
Trauma Psicológico Imagem externa
negativa Queda de vendas

6.2.2 Aspectos Fisiológicos


Passemos dos aspectos psicológicos para os fisiológicos. Trata-se do problema
do “stress”.

Stress é um conjunto de reações fisiológico-hormonais que ocorrem no


organismo sob forte medo, tensão ou pavor.

Qual a produtividade de um funcionário sujeito a um estado contínuo de


“stress”, no momento em que encontra numa condição insegura ou perigosa.
Quais os efeitos dos chamados incidentes críticos, isto é, dos acidentes que
quase aconteceram (mas não se efetivaram) sobre o organismo? Qual o efeito
disto, ao longo de anos e anos na queda do rendimento de uma empresa? São
perguntas que devem ser levantadas.

Notas:

63
Quadro 2

6.2.3 Aspectos Orgânicos e Laborativos

Qual a produtividade de um funcionário dado como “apto” pelo INSS após


um acidente grave e um afastamento prolongado?

Pode-se dizer que ela é igual a sua produtividade antes do acidente?

Notas:

64
Quadro 3

6.2.4 Imagem externa e mercado


O que representa para uma empresa em termos de imagem externa e de
mercado a ocorrência de um acidente grave?
O impacto de um acidente grave internamente representa diminuindo a
produtividade e externamente as vendas.

6.2.5 Aspectos individuais e sociais


O nosso tema é o papel da prevenção de acidentes na economia das
empresas.
Por isto apenas citaremos dois outros aspectos importantíssimos para não dizer
capitais.

a) O que representa o Acidente do trabalho para a sua vítima?

b) O que representa o Acidente do Trabalho para a Nação em termos do chamado


Custo Social da Incapacidade?

Notas:

65
5ª ETAPA
CONTROLE DE
DANOS E PERDAS

66
Em 1828, Baker escrevia a um empregador que lhe perguntava como deveria
proteger seus empregados:

“Coloque no interior de sua fábrica o seu próprio SESMT que servirá de


intermediário entre você, os seus trabalhadores e o público. Deixe-o visitar sala
por sala, área por área sempre que ali existam pessoas trabalhando, de maneira
que ele possa verificar o efeito do trabalho sobre estas pessoas. E se ele verificar
que qualquer dos trabalhadores está sofrendo a influência de causas que possam
ser prevenidas, a ele compete fazer tal prevenção”.

67
Dessa forma, você poderá dizer: meu SESMT é a minha defesa, pois a ele dei
toda a minha autoridade, no que diz respeito à saúde e as condições físicas dos
meus operários; e se alguns deles vier a sofrer qualquer alteração da saúde, o
SESMT a princípio e unicamente é que deve ser responsabilizado ““.

1) SESMT: Serviço de Engenharia de Segurança, Medicina e Psicologia do


Trabalho.

2) Na falta de um SESMT alguém da Empresa encarregado, superior ou gerente,


devidamente treinado, fará este papel buscando evidentemente apoio
técnico/operacional para as medidas preventivas especificadas.

Notas:

TIPO DE INSPEÇÃO RESPONSABILIDADE

OFICIAL
Órgãos governamentais do trabalho
ou securitários.

ESPECIAL
Órgãos especializados internos ou
exteriores à Empresa.

GERAL (Observação “simples” de


uma determinada área ou áreas de Chefes, supervisores, encarregados
trabalho, instalações e atividades). empreiteiros, Engenheiros de
Segurança, Médicos do Trabalho,
membros da CIPA.

PARCIAL (Observação rigorosa de


uma área específica de trabalho ou Técnico de Segurança do Trabalho,
de uma única atividade com os Engenheiros, Engenheiros de
recursos necessários para executá- Segurança,
la). Médicos do Trabalho, encarregados,
membros da CIPA, empregados que
executam diretamente a tarefa,
supervisores.

68
ESTUDOS COMPARATIVOS

69
1. CONTROLE DE DANOS

1968 - FRANK BIRD JR. ( ENGº AMERICANO ).

OBJETIVO
Procurar a identificação, registro e investigação de todos os acidentes com danos
à propriedade, determinando seu custo para a empresa, e ainda as medidas
preventivas.

REGRA CONVENCIONAL
Quando ocorrer com você ou com o equipamento que você opera qualquer
acidente que resulte em lesão pessoal, mesmo de pequena importância, você
deve comunicar o fato, imediatamente, a seu superior.

REGRA ALTERADA
Quando ocorrer com você ou com o equipamento que você opera qualquer
acidente que resulte em lesão pessoal ou dano à propriedade, mesmo de pequena
importância, você deve comunicar o fato, imediatamente, a seu superior.

Notas:

CONCLUSÃO DA LUKEN’S STEEL SOBRE A TEORIA DE FRANK E. BIRD.

A Administração reconheceu que a investigação efetuada na amostra de 75.000


acidentes com danos materiais, o que permitiria eliminar muitas ações e condições
inseguras, que por sua vez eram causa freqüente de acidentes com lesões, o que
permitiria também fortalecer a ação de preservação dos recursos humanos da
companhia.

A Administração admitiu e reconheceu a importância desta ação para melhorar a


qualidade dos produtos e evitar os atrasos na produção.

A redução observada nos custos dos acidentes com danos materiais, produto da
ação programada, permitia assegurar o financiamento de qualquer atividade
prevenir relacionada ao assunto.

70
A Administração comprovou e reconheceu a importância da participação dos
especialistas na prevenção para lograr a melhor da utilização dos recursos
disponíveis e, portanto, para tornar mais eficiente à ação da companhia.

As possibilidades reais de medir e avaliar a redução no custo dos danos materiais


constituem ferramenta dinâmica para despertar o interesse da administração.

Notas:

2. ENGENHARIA DE PREVENÇÃO E CONTROLE TOTAL DE PERDAS

1970 - JOHN A. FLETCHER ( ENGº CANADENSE )

CONCEITO

É uma das especialidades da engenharia, cuja finalidade é prevenir todos os fatos


negativos, que distorcem um processo de trabalho, impedindo que se cumpra o
programado, e que podem provocar danos e/ou perdas às pessoas e aos
elementos materiais.

OBJETIVO

Reduzir ou eliminar todos os acidentes que possam interferir ou paralisar um

sistema.

Notas:

71
PREVENÇÃO CONTROLE
PREVENÇÃO E DE DE
CONTROLE DE PERDA PERDAS
PERDAS

SEGURANÇA CONTROLE
DO TRABALHO DE DANOS
(TRADICIONAL) +
PLANOS
+ CONTROLE
DE
SEGURANÇA DE TOTAL DE
AÇÃO
SISTEMAS PERDAS

Notas:

72
3. DIRETRIZES DA PREVENÇÃO E CONTROLE DE PERDAS

3.1 Eliminar ações e condições inseguras, que por sua vez poderão ser causas de
acidentes com lesões, o que permitirá também fortalecer a ação de preservação
dos recursos humanos da empresa;

3.2 Reconhecer a importância desta ação para melhorar a qualidade dos produtos
e evitar os atrasos na produção;

3.3 Assegurar o financiamento de qualquer atividade preventiva relacionada a


custos dos acidentes com danos humanos e/ou materiais;

3.4 Reconhecer a importância da participação dos especialistas na prevenção,


para lograr a melhor utilização dos recursos disponíveis e, portanto para tornar
mais eficiente a ação da empresa;

3.5 Constituir ferramenta dinâmica para medir e avaliar as possibilidades reais da


redução no custo dos danos materiais, visando despertar o interesse da
administração.

Notas:

4. ANÁLISE E PREVENÇÃO DE PERDAS

4.1 CONCEITO DE PERDA - ALGUNS EXEMPLOS

Para as finalidades deste opúsculo, consideramos perda e desperdício como


sinônimos, embora o desperdício seja uma questão de comportamento e a perda
tenha várias causas. Daremos atenção às perdas, suas possíveis causas e aos
meios de as identificar, eliminar e prevenir.

Conceituamos perda como sendo toda e qualquer inutilização de bens materiais e


imateriais que direta ou indiretamente causa prejuízos de qualquer natureza para
os indivíduos, para as organizações e para a sociedade.

73
Nenhuma definição de perda é abrangente o bastante para incluir todas as suas
formas e todas as suas causas nos diversos ramos de atividades.

Para se ter uma idéia do significado econômico e social das perdas, eis alguns
pontos para ponderar:

A FAO, organismo da ONU encarregado dos problemas de produção de alimentos


no mundo, calcula que a safra mundial de grãos sofra uma perda média de 15%
entre a colheita e o consumo, por problemas na colheita, armazenagem e
transporte.

O governo do Paraná elaborou na década de 1980 um levantamento das perdas


provocadas por normas burocráticas inúteis. Conclusão: os paranaenses pagavam
2,5% do orçamento estadual para lubrificar a máquina burocrática, sem que disso
lhes resultasse benefício algum.

Notas:

Quanto custa à nação a perda de um emprego? Quem perde o emprego perde de


imediato o salário, mas a nação perde muito mais, pelos impostos e taxas que
deixa de recolher, pelo consumo que deixa de ser realizado etc.

Neste opúsculo nossa análise ficará restrita às perdas cuja produção, eliminação e
prevenção podem proporcionar redução de custos desnecessários para as
organizações empresariais.

4.2 CLASSIFICAÇÃO DAS PERDAS

Todas as perdas podem ser divididas em dois grupos: perdas inevitáveis e perdas
evitáveis. Isso não significa, entretanto, que devamos nos contentar com essa
identificação simples. Identificando as perdas como inevitáveis e evitáveis,
aceitaremos aquelas e só nos preocuparemos com estes. Nada mais falso. As
perdas inevitáveis podem ser sempre reduzidas, as perdas evitáveis podem ser
também reduzidas, mas às vezes com mais dificuldades do que as perdas
inevitáveis.

4.3 PERDAS INEVITÁVEIS


Quando um alfaiate confecciona um terno, ele é obrigado a cortar partes do tecido
em pedaços tão pequenos que não podem ser utilizados na confecção de outro
vestuário; esses pedaços são os retalhos. Eles são jogados fora ou usados na
confecção de tapetes de retalhos.

74
Na indústria metalúrgica, as chapas de aço são compradas em tamanhos
padronizados. Para a confecção do produto final, essas chapas são recortadas e
perfuradas. Os restos são retalhos e recortes. Os retalhos não aproveitáveis e os
recortes são classificados como sucata.

As perdas acima são perdas inevitáveis. Elas são previsíveis e decorrentes de um


imperativo perfeitamente conhecido, que é o desbaste da matéria-prima para se
obter o produto acabado. Tais perdas podem ser reduzidas a um valor mínimo e
não podem ser configuradas como desperdícios. O perigo das perdas inevitáveis
reside no fato de poderem mascarar desperdícios. Por exemplo: ao recrutar
candidatos para uma vaga na empresa, todos eles preenchem um formulário de
solicitação de emprego. O índice de perdas inevitáveis nesse caso será igual ao
total de formulários preenchidos menos um. Mas há desperdício quando o
formulário é entregue para ser preenchido por candidatos sem as condições
essenciais para o cargo, ou que é muito comum - é preenchido por candidatos a
cargos ou funções de que a empresa não tem necessidade.

4.4 PERDAS EVITÁVEIS

Embora denominemos certas perdas de evitáveis, isso não significa


necessariamente que elas sejam facilmente identificadas, eliminadas ou pelo
menos reduzidas. Muitas vezes uma perda evitável ocorre simplesmente porque
vem mascarada por um fenômeno de perda inevitável.

Para ilustrar esse fato, consideremos os pneumáticos de um veículo. Todos os


pneumáticos desgastam-se pelo uso. Esse desgaste é uma perda inevitável. A
vida útil de um pneumático é medida em quilômetros rodados; essa vida útil, no
entanto, pode ser drasticamente reduzida por inadequada pressão do ar no interior
do pneumático, por patinação, por atrito com a pavimentação em freadas bruscas,
excesso de carga sobre os pneumáticos etc. Todos esses fatores poderão passar
desconsiderados se os critérios de controle dos pneumáticos forem somente os
olhos e a memória.

Um exemplo doméstico e muito interessante de perda evitável mascarada sob o


manto de perda inevitável é o do aquecimento da água num fogão de gás. Para
aquecer a água até a ebulição a dona-de-casa coloca a água em fogo alto.
Atingida a ebulição, ela pode ser mantida nesse estado em fogo baixo. O que
vemos normalmente é a água continuar a ferver em fogo alto, num gesto de
evidente perdularismo (conseqüência do desconhecido de alguns princípios
básicos de economia doméstica, para não dizer de Física).

Uma vez uma empresa pretendia contratar os serviços de confecção de um


audiovisual consistindo de projeção de filmes fixos sincronizados com um texto
gravado em fita. O produto final deveria consistir de cerca cem imagens. As firmas
que se apresentaram para realizar o serviço apresentaram orçamentos díspares.

75
Dos cinco orçamentos apresentados, o mais barato apresentava um valor igual a
um terço do mais caro. Ao procurar saber por que os orçamentos diferiam tanto, a
empresa descobriu, entre muitas coisas, que:

• Um orçamento previa a necessidade de fazer 500 fotos, enquanto outro


considerava suficiente fazer 200;

• Um orçamento previa que a contratante fornecesse uma descrição detalhada


das fotografias que deveriam ser feitas e dos locais em que elas deveriam ser
obtidas, enquanto previa o acompanhamento do fotógrafo por pessoas da
contratante, capazes de dizer quais as fotografias que deveriam ser feitas para
ilustrar que parte do texto.

Isto é, os métodos de trabalho das firmas especializadas diferiam tanto de uma


para a outra, que o cliente potencial não tinha condições de fazer uma escolha
sem antes discutir não só o que deveria ser feito, mas também como deveria ser
feito. Dessa maneira foi possível obter o audiovisual a um custo razoável,
reduzindo ao mínimo as perdas evitáveis em trabalhos dessa natureza.

Só podemos falar em perdas evitáveis se soubermos quais são as suas causas e


quais os meios por que essas causas podem ser eliminadas, ou ter pelo menos
sua ação bastante restringida. Por isso, vamos subdividir as perdas evitáveis em
algumas categorias que facilitam a análise.

As perdas evitáveis podem ser: visíveis


invisíveis
de segurança
tecnológicas

4.4.1 PERDAS VISÍVEIS

Toda e qualquer perda evitável é inadmissível e inaceitável. Algumas perdas


evitáveis são visíveis, isto é, perceptíveis, evidentes, indiscutíveis; o
surpreendente é que, pela freqüência com que ocorrem, contudo, acabam sendo
admitidas como naturais e aceitáveis; algumas têm até mesmo padrões
estabelecidos de ocorrência e de aceitação, como se fossem perdas inevitáveis.
Exemplos: garrafas de bebidas que se quebrarão no transporte entrem a fábrica e
o revendedor, número de peças que não irão atender às especificações do
comprador, quantidade de embalagens que conterão o produto em peso ou
volume inferior ao declarado no rótulo, quantidade de sacos de leite que se
perderão nos supermercado etc.

Há perdas visíveis que lesam o consumidor ou o usuário final; outras prejudicam a


própria empresa. Entre estas, as mais freqüentes ocorrem por rejeições no
controle de qualidade: O produto final não é aprovado para a venda, ou é
recusado no controle de recepção do comprador e devolvido. O relatório de um

76
fabricante de louças sanitárias revelou que em uma de suas fábricas o índice de
rejeição no controle de qualidade, chegou a atingir 50% da produção de um
trimestre.

Para que uma perda visível possa ser aceita, é necessário elaborar criterioso
balanço entre o custo da perda e o custo de evitar a perda. As companhias
distribuidoras de gasolina e álcool carburante sabem que uma parte não
desprezível do produto (entre 2% a 6%) se evapora no transporte. Essa perda
poderia ser evitada em grande parte se o transporte fosse feito à noite. Mas, uma
cidade como São Paulo, por exemplo, entraria em colapso se tal medida fosse
adotada. O prejuízo provocado pela falta de combustíveis - tanto para o país
quanto para a companhia distribuidora - será muitas vezes superior ao valor do
combustível que se perde por evaporação.

Em alguns casos, mesmo com o balanço aparentemente favorável à ocorrência


das perdas, uma pequena modificação em algum critério pode resultar em
grandes economias. Numa empresa fabricante de componentes eletrônicos, o
custo médio da embalagem dos produtos representava 0,5% do custo de
produção; isso era relativamente desprezível. Uma análise do processo de
embalagem permitiu, contudo, reduzir o custo em 16% e, adicionalmente, eliminar
alguns problemas crônicos que existiam entre a empresa e alguns clientes. Nesse
caso, não existia uma perda no sentido que lhe demos no início deste opúsculo.
Havia, contudo, custos desnecessários que não traziam benefícios maiores do que
os proporcionados por um custo menor. Ora, custo que não traz benefício é perda.
Um exemplo de redução de perdas visíveis foi dado pelo engenheiro-chefe dos
serviços gerais de uma empresa petroquímica. Ele verificou que a quantidade de
água consumida nas instalações sanitárias da empresa era excessiva. Os
cartazes solicitando economia não produziam o resultado desejado. Observando o
comportamento das pessoas no uso das instalações sanitárias, o engenheiro
descobriu que a maioria delas tinha maus hábitos que não poderiam ser
eliminados com cartazes ou aplicações verbais. Pensando sobre o assunto, um
dia ocorreu-lhe uma idéia. Sem dizer nada a ninguém, o engenheiro começou a
reduzir a vazão da água nas instalações sanitárias, diminuindo gradativamente a
abertura do registro geral. Em um mês, a vazão estava reduzida à metade, o
consumo de água diminuiu em 25%, no mês seguinte em um terço. O engenheiro
chegou à conclusão de que uma redução maior da vazão seria contraproducente.
Mas podia apresentar um bom resultado: vazão pela metade, consumo diminuído
em um terço.

4.4.2 PERDAS INVISÍVEIS


De todas as perdas evitáveis, existem algumas que numa primeira análise não se
configuram como perdas; daí o nome de perda invisível. Eis um exemplo muito
ilustrativo de identificação e eliminação de perda invisível. Numa empresa
fabricante de painéis de equipamentos elétricos, um dos modelos vinha sendo
fabricado havia mais de dez anos. Ao longo desse tempo, esse modelo sofrera
uma série de modificações internas, para adaptá-lo a finalidades diferentes da

77
finalidade original. Ao se fazer uma análise do modelo, descobriram-se algumas
coisas que poderiam ser mudadas:
• O painel tinha três partes fabricadas em chapa de aço. As chapas eram
requisitadas separadamente para cada uma das partes. Uma das partes
provocava uma perda de quase 20% da chapa de que era confeccionada.
• Duas peças do painel eram feitas com o mesmo material e com as mesmas
dimensões externas, diferindo apenas em algumas dimensões internas. Essa
diferença de dimensões internas exigia o emprego de duas ferramentas
diferentes para confeccionar as peças.
• Cada painel usava quatro porcas especiais e exclusivas, diferentes das porcas
padronizado existentes no mercado. Essas porcas faziam parte de um
complexo sistema de fixação que dificultava a montagem de equipamentos no
interior do painel.

Quando se fizeram as modificações possíveis no painel, seu custo de fabricação


diminuiu em 18%. Os investimentos necessários para implantar as modificações
se pagaram com a economia proporcionada por 10% da produção de um ano.

O exemplo acima ilustra um tipo de perda invisível provocada por análise


insuficiente do projeto e do processo de fabricação. Perdas invisíveis ocorrem,
contudo, em muitas outras circunstâncias.

• Compra de materiais com especificações acima das mínimas necessárias para


determinada necessidade.
• Conserto de equipamentos obsoletos, em vez de os substituir por equipamentos
novos.
• Compra de produtos para uso imediato em embalagens destinadas a conservá-
los durante meses.

As perdas invisíveis de natureza material cedo ou tarde são descobertas e,


havendo disposição e vontade, rapidamente eliminadas. Existam, contudo, perdas
invisíveis de natureza comportamentais, mais difíceis de se descobrir e muito mais
difíceis de se eliminar: elas estão ligadas aos hábitos das pessoas, à maneira
dessas pessoas de analisar problemas e tomar decisões, à administração que
elas fazem do seu tempo etc. Essas perdas são danosas, porque contribuem para
a deterioração da eficácia organizacional e da competência dos recursos
humanos. Elas podem, no entanto, ser descobertas e eliminadas, desde que se
implante na organização um clima de confiança e de abertura que estimule as
pessoas a revelar suas deficiências sem temor nem desconfiança.

4.4.3 PERDAS DE SEGURANÇA

Denominamos de perda de segurança a decorrente da mobilização de recursos


superiores aos necessários para alcançar um resultado. Um exemplo de perda de
segurança ocorre nos estoques de segurança.

78
Uma empresa mantinha em estoque um material em quantidade suficiente para
suprir suas necessidades durante cinco meses. Esse material, contudo, era
abundante na praça, podendo ser facilmente adquirido em quantidades pequenas:
quantidades maiores tinham um prazo de entrega máximo de cinco dias.

Um tipo muito comum de perda de segurança é a mobilização de uma dúzia de


pessoas para fazer um trabalho que pode ser feito por meia dúzia delas.

Não se devem confundir perdas de segurança e gastos com segurança. A


manutenção de um corpo de bombeiros que passa meses e meses sem trabalhar,
a instalação de um sistema de prevenção e combate de incêndios que nunca é
ativado não são perdas. Para eles, vale o que se diz do exército de um país: ele
pode passar um século sem combater, mas não pode ficar um minuto sem estar
preparado. Nesses casos, só existe perda se, por exemplo, o corpo de bombeiros
falhar quando tiver que agir, os soldados fugirem em vez de enfrentar o inimigo
etc.

As perdas da segurança são em geral provocadas por uma necessidade de se


garantir contra possíveis problemas futuros: escassez do material ou dificuldades
na sua aquisição, suposição de que no futuro a empresa não permita contratação
de pessoal especializado etc. O erro grave que se comete nesses casos é tentar
resolver um possível problema futuro agora e com as dificuldades do presente, em
vez de tomar medidas que incluem o futuro e evitem que os problemas venham a
ocorrer. As perdas de segurança são como as refeições: almoçar hoje não evitará
que eu sinta fome amanhã. Contratar pessoal supérfluo hoje - só porque há
facilidade para contratá-lo - não me impedirá de solicitar mais pessoas amanhã,
para compensar a baixa eficiência do pessoal que foi contratado ontem e ficou
sem fazer nada durante esse tempo todo.

4.4.4 PERDAS TECNOLÓGICAS

Existe perda tecnológica quando uma necessidade é satisfeita pelo uso de um


recurso, sem levar em conta a possibilidade de outro às vezes mais aceitável e
barato, tão ou mais eficiente que o recurso atualmente em uso.

Notas:

As perdas tecnológicas podem ser dos seguintes tipos:

- perdas de reciclagem
- perdas de ociosidade
- perdas de substituição

79
O emprego do resíduo de um processo como insumo de outro processo é
geralmente chamado de reciclagem. Quando este aproveitamento não se faz,
temos obviamente as perdas de reciclagem.

Nem todo resíduo inaproveitado representa naturalmente perda de reciclagem.


Esta existe somente quando, havendo necessidade de um insumo e a
possibilidade técnica e econômica de sua obtenção a partir de um resíduo, esse
aproveitamento não é feito.

Todos os processos industriais e todas as rotinas de administração e de serviços


produzem resíduos que não têm utilidade no processo ou na rotina. Uma máquina
operatriz desbasta peças, corta chapas e produz, desse modo, cavacos e retalhos
metálicos. Esses cavacos são reaproveitados por outras indústrias.

Existem casos em que os resíduos não têm condições de aproveitamento - os


gases liberados pelo escapamento dos automóveis, por exemplo - e outros,
contudo, em que os resíduos poderiam ser aproveitados com excelentes
resultados, mas não o são, como por exemplo, o lixo e os esgotos. Mas há
exemplos menos conhecidos e muito importantes do ponto de vista econômico.
Eis um deles, no Brasil, o gás carbônico para diferentes finalidades industriais é
obtido a partir da queima da BPF, um derivado de petróleo. Por outro lado, o Brasil
produz álcool a partir da cana-de-açúcar. A fermentação da qual resulta o álcool
produz gás carbônico. Pois bem: anualmente, a produção de álcool no Brasil
produz uma quantidade média de gás carbônico igual a mais de quinze vezes as
necessidades industriais do mesmo. Essa quantidade toda é jogada fora. As
perdas de ociosidade são provocadas em geral pelo uso de um recurso escasso e
caro no lugar de um recurso abundante e barato. Um exemplo de perda de
ociosidade é o uso de energia elétrica ou de gás para aquecimento de água de
uso residencial no lugar de energia solar. Outro exemplo é a construção de uma
rodovia entregue às moscas, ao longo da margem de um rio navegável em ambos
os sentidos.

Um dos mais gritantes exemplos de perda de ociosidade é a queima de óleo


diesel para gerar energia elétrica na região amazônica. O potencial hidroelétrico
dos rios da região poderia ser aproveitado por usinas especiais, que a burocracia,
contudo, impede que sejam construídas.

As perdas de substituição ocorrem quando um recurso adequado para


determinadas situações e circunstâncias substitui, em outras situações e
circunstâncias, os recursos que seriam mais adequados para elas. Embora essa
substituição em si não pareça prejudicial (pode até mesmo parecer benéfica) ela
traz conseqüências que podemos considerar perdas. Um exemplo triste é a
substituição do fogão e do forno de lenha nas áreas rurais por fogões de gás, em
vez de se estimular o uso de fogões e fornos de lenha construídos para melhor
aproveitamento da combustão da madeira.

80
Nas empresas industriais e organizações de serviços à ocorrência de perdas
tecnológicas se dá de maneira muitas vezes sutil e insidiosa. Um exemplo: a
secretária datilografa uma carta e em seguida tira duas cópias xerográficas, em
vez de datilografar a carta e simultaneamente fazer as duas cópias com papel
carbono. Outro exemplo: uma empresa adquiriu um computador de grande
capacidade, que em pouco tempo estava com a capacidade saturada. Por
sugestão da gerência do centro de processamento de dados, a empresa adquiriu
um novo computador com maior capacidade, mas durante dois anos ambos os
computadores deverão trabalhar em paralelo, para que os programas do
computador antigo sejam transferidos para o novo.

Os problemas que se quiseram resolvidos com a aquisição de um novo


computador acabaram se agravando, quando a solução mais simples poderia ter
sido alcançada através da instalação de microcomputadores ou terminais
“inteligentes”. Mais um exemplo: uma empresa apresentava elevada taxa de
substituição de pessoal em determinada área, na qual trabalhava grande número
de especialistas, em geral engenheiros com pós-graduação. Quando um
profissional pedia demissão, a contratação de um substituto demorava meses,
para tudo recomeçar dois anos a dois anos e meio depois. Uma análise das
demissões demonstrou que todo profissional com experiência de trabalho em
alguma empresa tinha maiores probabilidades de pedir demissão do que o
profissional recém-saído da universidade e sem experiência em empresas. Não se
pesquisou a causa disso, mas a taxa de substituição de pessoal caiu
sensivelmente e a produtividade da área cresceu nos quatro anos seguintes à
adoção do critério de aumentar o quadro de pessoal somente com recém
formados.

4.5 FATORES PRODUTIVOS AFETADOS PELAS PERDAS

Nas organizações empresariais os principais fatores afetados pelas perdas são os


seguintes:

• Recursos financeiros
• Materiais
• Espaço físico
• Tempo

Os recursos financeiros são afetados, obviamente, por todas as perdas, uma vez
que todas elas têm um custo que deve ser pago pela empresa. Existem, contudo,
falhas que se refletem diretamente nos recursos financeiros.Por exemplo, um
equívoco de registro provoca o pagamento de multas ou de juros. Isso é uma
perda visível. Outras vezes, a antecipação de um pagamento, que poderia receber
um desconto satisfatório, não é feita com a desculpa de que “a despesa não está
prevista para este mês”.

81
Os materiais são em geral os portadores das perdas. As matérias-primas e os
materiais auxiliares de produção estão, em geral, submetidos a controle. As
perdas irracionais são em geral nulas. Ocorrem, obviamente, perdas que só uma
análise mais detalhada pode identificar e corrigir.

Há, entretanto, uma área que provoca grandes perdas de materiais e que poucas
vezes é saneada corretamente. É a área administrativa.

Notas:

As perdas de materiais são elevadas e incluem desde canetas esferográficas até


catálogos de produtos, de grafite para lapiseiras de desenho a fitas e discos de
computador.

Uma das perdas mais disseminadas de materiais é causada pela estocagem de


formulários em quantidades acima das necessidades. Isso traz como
conseqüência a necessidade de armários para guardar esses formulários, o que
por sua vez provoca a perda de espaço físico.

A perda de material pode ser provocada por normas e procedimentos


desnecessariamente aplicados. Por exemplo, um gerente recebe um memorando
interno de outro gerente (talvez um telefonema bastasse) solicitando alguma
informação. Para dar a resposta, o gerente elabora outro memorando interno (em
geral original e duas cópias) que via de regra começa assim: “Em resposta ao seu
memorando nº 074-36/85 de 24 de janeiro p.p., informo que...”. Hoje em dia, com
o uso do fax e dos e-mails, a tendência é a redução natural dessas perdas.

A profusão de papéis provoca a necessidade de os armazenar daí a proliferação


de pastas de arquivo e de armários e de sistemáticas de arquivos e de métodos
de encontrar o que se arquivou. A Diretoria de uma grande empresa decidiu um
dia que todos os arquivos desnecessários deveriam ser desmantelados, de acordo
com determinados critérios. Resultado: em dois meses, setenta toneladas de
papel foram removidas do edifício em que ficava a sede central da empresa. Não
fiquei sabendo, infelizmente, quantas pastas de arquivo se tornaram inúteis e
quantos armários ficaram vazios.

Isso é o mínimo que se pode dizer sobre perda de materiais na área


administrativa. Há, obviamente, muito mais.

O espaço físico é outro fator produtivo atingido pelas perdas. De um lado, ele é
atingido por perdas de segurança, tais como armazenamento de materiais em
quantidades excessivas ou por longo tempo. Por outro lado, o espaço físico pode
sofrer perdas por má disposição de máquinas e equipamentos de trabalho. O
aproveitamento inadequado do espaço físico pode comprometer seriamente a
segurança das pessoas e das instalações.

82
Um dos fatores produtivos mais seriamente afetados pelas perdas é o tempo. Uma
vez um pastor luterano me disse que o “único senhor do tempo é Deus. Nós não
somos senhores do tempo, mas temos a responsabilidade de administrar o tempo
que nos é concedido pelo seu único Senhor”. A má administração do tempo é a
principal responsável pela sua perda irreversível. Embora uma das coisas mais
fáceis do mundo seja perder tempo, uma das coisas mais difíceis é administrá-lo
corretamente. Recuperar o tempo perdido é impossível. O que não se fez hoje,
pode ser feito amanhã.Mas, como foi ocupado o tempo que deveria ter sido
dedicado a fazer hoje o que não se fez?

Finalmente, chegamos às pessoas.

O relacionamento das pessoas com as organizações é tema de vastos estudos


elaborados por vários especialistas. Não vamos repeti-los aqui, pois o que nos
interessa é tão somente o aspecto que envolve as pessoas como fator de perdas
e como fator produtivo afetado pelas perdas.

Consideramos primeiramente as pessoas como fator de perdas.


Uma pessoa pode causar perdas de várias maneiras. Ela pode não saber executar
a tarefa, pode saber executá-la, mas não executá-la porque não sabe que deve
executá-la. Além disso, a pessoa pode estar ausente no momento em que deveria
estar executando a tarefa.

O cômputo das perdas provocadas por operários nas áreas de produção industrial
é hoje um trabalho preciso e exato, apoiado por recursos requintados de
planejamento e controle de produção: cronoanálise, ergonomia, “plant layout” etc.

O mesmo não se pode dizer de todos os trabalhos das áreas administrativas, de


serviços e de gerência. Um dos fatores mais seriamente afetados pelas pessoas
nessas áreas é o tempo. Há uma longa lista de livros e de cursos que se ocupam
do assunto, sendo os mais comuns os que tratam da administração do tempo
pelos gerentes e executivos. Analisando esses livros e cursos, chega-se à
conclusão de que o gerente faz uso eficaz do seu tempo quando sabe estabelecer
objetivos e prioridades, planejar os recursos, motivar as pessoas e controlar
resultados, além de saber identificar e prevenir problemas e tomar decisões. Há,
entretanto, fatores de dispersão do tempo que, se não forem devidamente
controlados, liquidam com a eficácia de qualquer gerente. No livro “Administração
do Tempo - Um recurso para melhorar a qualidade da vida pessoal e profissional”-
Ed. Nobel - SP, Renato Bernholft menciona uma lista de fatores de dispersão do
tempo, que vão desde coisas tão simples como atender ao telefone a situações
mais complexas como participar de reuniões.

As perdas do tempo podem ser provocadas por processo administrativos


complexos e altamente burocratizadas. E é nesse ponto que existem verdadeiros
lances de genialidade, se não os considerarmos de má fé. Um amigo me deixou
uma empresa, depois de dez anos, e ingressou em outra empresa. Seis meses
depois, estava frustrado e desanimado. O novo emprego era uma guerra de

83
papéis, a tal ponto que ele chegou a comentar comigo: “Eu não precisei até agora
tomar decisão alguma. Tudo o que tenho visto acontecer é se criarem normas.
Segundo fui informado, nessa empresa é possível passar o tempo todo
escrevendo, não fazer nada e, mesmo assim, ser promovido e premiado”.

Consideremos agora as pessoas como fator produtivo afetado pelas perdas.

Uma pessoa pode ter as habilidades e os conhecimentos necessários para


desempenhar uma tarefa, mas por alguma razão o desempenho que se exige dela
está abaixo dos padrões que suas habilidades e conhecimentos lhe permitem
alcançar. Nesse caso podemos dizer que a empresa está tendo uma perda de
competência pessoal. É comum, por exemplo, empresas contratarem secretárias
bilíngües e lhes atribuírem tarefas em que o conhecimento da língua estrangeira é
exigido somente para datilografar cartas que já chegam às mãos das secretárias
manuscritas na língua estrangeira.

O inverso também é verdadeiro. Pessoas sem as habilidades e os conhecimentos


necessários são colocados em funções que não podem desempenhar de acordo
com o padrão de desempenho exigido pelas funções. Nesse caso há uma perda
de competência empresarial. Não é raro encontrarmos, por exemplo, instrutores
competentes transformados em gerentes de treinamento e sofrendo com isso, pois
o aprendizado de gerente é feito de tentativas e erros, as tentativas são olhadas
com condescendência e os erros são pesadamente punidos. Após alguns meses,
perdeu-se o instrutor competente e não se fez o gerente eficaz.

Notas:

84
6ª ETAPA
ENGENHARIA DE SEGURANÇA
DE
SISTEMAS

85
SISTEMAS

Um sistema é um arranjo ordenado de componentes que estão inter-


relacionados e que atuam e interatuam com outros sistemas, para
cumprir uma tarefa ou função (objetivos) num determinado ambiente.

SUBSISTEMAS

1. SUBSISTEMA POTÊNCIA

2. SUBSISTEMA CONTROLE

3. SUBSISTEMA SENSOR

4. SUBSISTEMA OPERAÇÃO

5. SUBSISTEMA DE COMUNICAÇÃO

6. SUBSISTEMA ESTRUTURAL

7. SUBSISTEMA AMBIENTAL

8. SUBSISTEMA MOTRIZ

Notas:

86
Notas:

87
Notas:

88
TÉCNICA DE ANÁLISE OBJETIVO

Permite o estudo, durante a fase de


concepção ou desenvolvimento de um
Análise Preliminar de Riscos novo produto ou sistema, da existência
de riscos e falhas que poderão estar
presentes na fase operacional.
Permite analisar como podem falhar os
componentes de um equipamento ou
sistema, estimar suas taxas de falha,
Análise de Modos de Falha e Efeitos determinar os efeitos que poderão advir
e estabelecer as mudanças necessárias
para que o mesmo funcione
satisfatoriamente.
Permite a análise quantitativa de fatores
Análise de Árvores de Falhas que podem causar um evento
indesejável (falha ou risco).

Possibilita a identificação de erros e


condições inseguras, reais ou
Técnica de Incidentes Críticos potenciais, que contribuem tanto para os
acidentes com lesão como para os
acidentes com danos à propriedade.

TÉCNICAS DE ANÁLISE DE RISCO (1)


DETALHES

1. NOME - ANÁLISE PRELIMINAR DE RISCOS (APR).

2. TIPO - Análise inicial, qualitativa.

3. APLICAÇÃO - Fase de projeto ou desenvolvimento de qualquer novo processo,


produto ou sistema.

4. OBJETIVOS - Determinação de riscos e medidas preventivas antes da fase


operacional.

89
5. PRINCÍPIOS/METODOLOGIA - Revisão geral de aspectos de segurança
através de um formato padrão, levando-se causas e efeitos de cada risco,
medidas de prevenção ou correção e categorizando-se os riscos para
priorização de ações.

6. BENEFÍCIOS E RESULTADOS - Elenco de medidas de controle de riscos


desde o início operacional do sistema. Permite revisões de projeto em tempo
hábil no sentido de maior segurança. Definição de responsabilidade no controle
de riscos.
7. OBSERVAÇÕES - De grande importância para novos sistemas de alta
inovação. Apesar de seu escopo básico de análise inicial, é muito útil como
revisão geral de segurança em sistemas já operacionais, revelando aspectos às
vezes desaparecidos.

Notas:

90
CATEGORIAS DE RISCO
(MIL STD) – adaptação

CAT NOME CARACTERÍSTICAS

• Não degrada o sistema, nem seu funcionamento.


I DESPREZÍVEL • Não ameaça os recursos humanos.

• Degradação moderada/danos menores.


II MARGINAL/LIMÍTROFE • Não Causa Lesões
• É compensável ou controlável.

• Degradação crítica.
• Lesões.
• Dano Substancial.
III CRÍTICA • Coloca o sistema em risco e necessita ações corretivas
imediatas para a sua continuidade e recursos humanos
envolvidos.

IV CATASTRÓFICA • Seria degradação do sistema.


• Perda do sistema.
• Mortes e lesões.

91
ANÁLISE PRELIMINAR DE RISCOS Subsistema: Asas
Identificação: Sistema de vôo DEDI
Projetista: Dédalo

RISCO CAUSA EFEITO CAT/RISCO MEDIDAS PREVENTIVAS OU CORRETIVAS

Radiação Voar muito alto Calor pode derreter cera IV Prover advertência contra vôo muito alto e perto
Térmica do em presença de abelha que une do sol. Manter rígida supervisão sobre aeronauta.
Sol de forte penas. Separação e Prover trela de linho entre aeronauta para evitar
radiação perda podem causar má que o jovem, impetuoso voe alto. Restringir área
sustentação da superfície aerodinâmica.
aerodinâmica.
Aeronauta pode morrer
no mar.
Umidade Voar muito Asas podem absorver a IV Advertir aeronauta para voar a meia altura, onde o
perto da umidade, aumentando sol manterá as asas secas, ou onde a taxa de
superfície do de peso e falhando. O acumulação de umidade é aceitável para a
mar. poder propulsivo limitado duração da missão.
pode não ser adequado
para compensar o
aumento de peso.
Resultado: perda da
função e afogamento
possível do aeronauta.

92
ANÁLISE PRELIMINAR DE RISCOS FOLHA___/____
IDENTIFICAÇÃO:MONTAGEM DE TUBULAÇÃO PARA SPRINKLERS DATA___/___/___

RISCO CAUSA EFEITO CAT/ MEDIDAS PREVENT. OU RESPONSÁVEL


RISCO CORRETIVAS

1.1 • Mal acondicionado • Lesão III • Treinamento aos empregados • Chefia


Queda de tubos • Descarregamen-to • Danificar • Isolamento da área • Empregados
Irregular tubos • EPI • Segurança do Trabalho
• Meios materiais em condições para
descarregamento
• Inspeção preliminar
1.2 • Falha material • Lesões III • Orientação • Chefia
Quebra da serra • Falha execução • Danos • Inspeção no material • Operadores
• materiais • Serra específica
• EPI adequado
• Apoio adequado
1.3 • Falta • intoxicação III • EPI Adequado • Chefia
Exposição procedimento • Orientação • Ordenadores
agente tóxicos • Falta proteção • Acompanhamento (monitoramento) • Seg. de Trabalho
2 • Idem 1.1 • Lesão III • Idem 1.1 • Chefia
Quedas tubos • Imperícia/ • perda • Orientação ao motorista • Operadores
(Acidente • imprudência • material • Determinação das vias acesso • Motoristas
Trânsito) outros veículos
2.1 Mal acondicionado Lesão III • Treinamento • Chefia
Quedas tubos Perda material • Inspeção nos Tifor • Operadores
(pessoas) • Isolamento de área
• EPI - Cinto Seg.
2.2 • Soldagem c/equip. • Lesão III • Inspeção oxi-acetileno • Chefia
Falha na defeituoso • Perda • Inspeção andaimes • Operadores
soldagem • Andaimes material • Cinto seg.
Queda material / inadequados
pessoas

93
ANÁLISE PRELIMINAR DE RISCOS
FOLHA:
IDENTIFICAÇÃO: ______________________________________ DATA:

RISCO CAUSA EFEITO CAT/ MEDIDAS PREVENT. OU RESPONSÁVEL


RISCO CORRETIVAS

94
TÉCNICAS DE ANÁLISE DE RISCO (2)
DETALHES

1. NOME - ANÁLISE DE MODOS DE FALHA E EFEITOS (AMFE)

2. TIPO - Análise detalhada, qualitativa/quantitativa.

3. APLICAÇÃO - Riscos associados a falhas em equipamentos.

4. OBJETIVOS - Determinação de falhas de efeito crítico e componentes


críticos, análise da confiabilidade de conjuntos, equipamentos e sistemas.

5. PRINCÍPIOS/METODOLOGIA - Determinar os modos de falha de


componentes e seus efeitos em outros componentes e no sistema, determinar
meios de detecção e compensação das falhas e reparos necessários.
Categorizar falhas para priorização das ações corretivas.

6. BENEFÍCIOS E RESULTADOS - Relacionamento das contra-medidas e


formas de detecção precoce de falhas, muito úteis em emergências de
processos ou utilidades. Aumento da confiabilidade de equipamentos e
sistemas através do tratamento de componentes críticos.

7. OBSERVAÇÕES - De grande utilidade na associação das ações de


manutenção e prevenção de perdas.

Notas:

95
ANÁLISE DE MODO DE FALHAS E EFEITOS

Retroprojetor
COMPONENTE MODO DE EFEITOS CATEGORIA MÉTODOS DE AÇÕES DE
FALHA OUTROS RISCO DETECÇÃO COMPENSAÇÃO/REPAROS
COMPONENTES SISTEMA
Lâmpada Queimar Não III • Visual • Substituição da lâmpada
funciona • Liga/desliga • Lâmpada reserva
• Previsão vida útil da lâmpada
Ventoinha • Queima • Super Não III • Barulho • Substituição
motor aquecimento funciona ventoinha • Manutenção
• Curto no aparelho • Visual • periódica
circuito • Queima • Aumento • Ventilação externa
interno lâmpada temperatura
• Rotor trava
• Queda da
rotação
• • • •
Manômetro • Não registra • Falta II • Visual • Troca
• Registra marcador • Teste pressão • Manutenção Preventiva
errado de
pressão
• Pressão
errada
Válvula • Trava - • Perda pressão Não III • Teste • Troca válvula
fechada/abe funciona • Visual • Manutenção preventiva
rta • Manômetro
• Vazamento
Manete • Furada - • Perda de II • Visual • Inspeção periódica
• Entupida eficiência • Teste • Substituição
Extintor de incêndio

96
ANÁLISE DE MODO DE FALHAS E EFEITOS

EFEITOS
COMPONENTE MODO DE CATEGORIA MÉTODOS DE AÇÕES DE
FALHA OUTROS RISCO DETECÇÃO COMPENSAÇÃO/REPAROS
COMPONENTES SISTEMA

97
TÉCNICAS DE ANÁLISE DE RISCO (3)
DETALHES

1. NOME - ANÁLISE DE ÁRVORES DE FALHAS (AAF)

2. TIPO - Análise quantitativa/Qualitativa

3. APLICAÇÃO - Qualquer evento indesejado, especialmente em sistemas


complexos.

4. OBJETIVOS - Obtenção, através de um diagrama lógico, do conjunto


mínimo de causas (falhas) que levariam ao evento em estudo. Obtenção da
probabilidade de ocorrência do evento indesejado.

5. PRINCÍPIOS/METODOLOGIA - Seleção do evento, determinação dos


fatores contribuintes. Diagramação lógica, simplificação booleana. Aplicação
de dados quantitativos. Determinação de probabilidade de ocorrência.

6. BENEFÍCIOS E RESULTADOS - Conhecimento aprofundado do sistema e


de sua confiabilidade. Detecção de falhas singulares desencadeadas do
E.C. e das conseqüências de eventos mais prováveis. Possibilita decisões
de tratamento de riscos baseados em dados quantitativos.

7. OBSERVAÇÕES - Pode ser realizada em diferentes níveis de


complexidade. Ótimos resultados podem ser conseguidos com a forma
qualitativa da análise. Completa-se excelentemente com a AMFE.

Notas:

FATORES DE PERDAS ENVOLVIDOS EM UM SISTEMA

 Recursos humanos
 Materiais
 Financeiros
 Organizacionais

Com o objetivo de dar uma pequena idéia de como avaliar, quantitativamente, as


perdas de sistemas, apresentaremos dois fatores de perda básicos – o
absenteísmo e a paralisação de equipamentos – mostrando suas incidências na
produção, e traduzindo-os em termos econômicos.

1. Absenteísmo
Podemos definir absenteísmo como sendo a ausência do trabalhador ao serviço,
quando escalados para trabalhar.

98
Para avaliarmos as perdas pelo absenteísmo, empregamos o chamado “Fator de
Utilização de Pessoal” – FUP – que é relação entre o tempo efetivamente
trabalhado e o tempo disponível para a execução do que foi programado, ou seja:

Horas − homem efetivamente trabalhas


FUP =
horas − homem programadas

Este fator representa a fração dos recursos humanos programados que participou
da produção fixada. A fração que não participou (absenteísmo) foi à causa de não
se alcançar à produção programada, resultando, desse modo, uma produção
menor. Isto pode ser traduzido matematicamente pela expressão:

IAP = PP (1-FUP)
onde:
IAP = Índice ou incidência do absenteísmo na produção;
PP = Produção programada; e
FUP = Fator de Utilização de Pessoal

Mais adiante, veremos uma aplicação onde utilizaremos essa expressão.

2. Paralisação de Equipamentos
Podemos representar a incidência da paralisação de equipamentos na produção
através da seguinte expressão matemática:

PP x t
IEP =
TxN

onde:
IEP = Incidência da paralisação do equipamento;
PP = Produção programada;
t = Tempo de duração da falha;
T = Período de execução da tarefa; e
N = Número de equipamentos comprometidos na linha.

Para que possamos explicar melhor o significado dos elementos dessa expressão,
vamos considerar o diagrama de fluxo abaixo:

F3 ( 1 dia)
F1 ( 2
dias)
Materiais F2 ( 3
dias) Produto
Diretos

Materiais Eq. C Eq. D Eq. F


Indiretos

Eq. E
Eq. B

Eq. A
99
Tivemos:
- Equipamento B:
Falha 1: F1 – duração: t = 2 dias
Número de equipamentos comprometidos: N = 2

- Equipamento C:
Falha 2: F2 – duração: t = 3 dias
Número de equipamentos inseridos: N = 1

- Equipamento E:
Falha 3: F3 – duração: t = 1 dia

Aplicando-se a expressão: IEP = PP x t/T x N em cada uma das falhas acima,


obtemos as seguintes incidências.

PP x 2
− para F1: IEP1=
Tx2

(PP - IEPI) x 3
− para F2: IEP2 =
Tx1

(PP - IEP1 - IEP2) x 1


- para F3: IEP 3 =
Tx3

Desse modo, para o cálculo da incidência da falha 2 subtraímos da produção a


incidência da falha 1; e, para a falha 3, subtraímos da produção programada
resultante a incidência da falha 2 anteriormente calculada.

Portanto, a incidência (total) das paralisações dos equipamentos na produção é


igual a:

IEP = IEP1 + IEP2+ IEP3

que seria o caso mais desfavorável, visto que consideramos cada falha ocorrendo
isoladamente, isto é, admitimos não haver qualquer relação entre os tempos de
duração das falhas 1, 2 e 3 (eventos mutuamente exclusivos).

Notas:

100
EXEMPLO PRÁTICO
1. Suponhamos que uma empresa de terraplenagem tenha programado executar um
serviço de remoção e transporte de 150.000 m³ de terra, durante um período de 60
dias de trabalho. Calculou-se o preço de venda unitário (PVU) como sendo igual a
R$ 32,0/m³.Km, e o preço de custo unitário (PCU) igual a R$ 24,0/m³.Km. Sabe-se,
que a distância entre a frente de trabalho e o bota-fora era de 15Km, e a jornada de
trabalho de 24 horas (três turnos de 8 horas). A empresa contava, para execução
desses serviços com os seguintes recursos:

RECURSOS HUMANOS
• 40 motoristas de caminhão;
• 06 operadores de escavadeira;
• 04 operadores de trator;
• 08 operadores de pá carregadeiras.

EQUIPAMENTOS
• 20 caminhões (X = 10m³);
• 03 escavadeiras;
• 02 tratores;
• 04 pás carregadeiras.

Durante esse período de 60 dias, registraram-se:


• 05 acidentes com lesão: Absenteísmo - 500 HH;
• Ausentismo por outras causas: 1600 HH;
• F1: Uma escavadeira paralisada 06 dias;
• F2: Uma pá carregadeira paralisada 12 dias;
• F3: Uma pá carregadeira paralisada 05 dias;
• F4: Um caminhão parado 04 dias;
• F5: Um caminhão parado 08 dias;
• F6: Um caminhão destruído após 02 dias de trabalho;

Notas:

CUSTOS
• Custos sociais: R$ 40.000,00
• Custo dos reparos: R$ 192.000,00
• Custo médio de 1 caminhão: R$ 60.000,00

A partir desses dados, pede-se para determinar:

1º. A incidência do absenteísmo na produção;


2º. A incidência da paralisação de equipamentos na produção;
3º. O lucro não obtido nesse período.

101
Notas:

102
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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1982.

2. BASTIAS, HERMAN H. Introdución a La Ingenieria de Prevención de Perdidas -


1978.

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Control de Perdidas. 1981.

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9. CAMPOS, Vicente Falconi. Qualidade Total. Padronização de Empresas. 1990.

10. CARNEIRO, Paulo P.C. Por uma visão Contemporânea da Função Empresarial
de Segurança. Rio de Janeiro, Fundação Getúlio Vargas, 1985.

11. COMPANHIA ENERGÉTICA DE MINAS GERAIS. Departamento de Segurança


no Trabalho. Manual de Segurança no Trabalho. Belo Horizonte, CEMIG, 1989.

12. DE CICCO, Francisco M.G.A.F., FANTAZZINI, Mário Luiz. Prevenção e Controle


de Perdas. Uma Abordagem Integrada. 1981.

13. DE CICCO, Francisco M.G.A.F & FANTAZZINI, Mário Luiz. Técnicas Modernas
de Gerência de Riscos. s.n.t..

14. GOFFMAN, Erving. A Representação do EU na Vida Cotidiana. s.n.t.

15. HILLESHEIM, Sérgio W., COSMO, José R. GSA. A Modernização das Relações
do Trabalho. s.n.t.

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17. INSTITUTO BRASILEIRO DO PETRÓLEO. Seminário de Segurança Industrial, 3.


1985. s.n.t..

103
18. ITSEMAP DO BRASIL. Curso de Gerência de Riscos e Seguros. s.n.t.

19. ORSINI, Mário P. Filosofia Gerencial; Resumo de Palestra. Belo Horizonte,


CEMIG. 1988.

20. PIMENTA, Aluisio & FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO. Qualidade e Produtividade.


Belo Horizonte. FJP. 1985.

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22. TAYLOR, F.W. Princípios da Administração Científica. 1960.

23. DUCA, Antônio Lara. Médico do Trabalho. Revista Segurança e Prevenção.

104

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