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Campus Araçuai
Profº: Aldo H. S. Medeiros
Aula 1 - Trigonometria
1
• Semelhança dos triângulos ABC e ABD nos fornece
AB BD c m
= ⇔ = ⇔ c2 = a.m (1)
BC AB a c
AC BC b a
= ⇔ = ⇔ b2 = a.n (2)
DC AC n b
Somando as equações (1) e (2) obtemos um famoso teorema da matemática,
a2 = b 2 + c 2
(Teorema de Pitágoras).
Veremos agora algumas aplicações desse importante teorema.
Exemplo 1. Duas rodovias, R1 e R2 se cruzam perpendicularmente por meio de um viaduto. Ambas
podem ser consideradas retilı́neas. No mesmo instante em que um carro passa pelo viaduto em R1 ,
a uma velocidade constante de 100 km/h, uma motocicleta passa sob o viaduto a 60 km/h em R2
e prossegue a viagem a essa velocidade. Após 15 minutos, qual será a distância aproximada entre o
automóvel e a motocicleta supondo que ambos estejam no mesmo plano horizontal?
Solução: Observe que nesse caso nos foi fornecido a velocidade e o tempo de trajeto. Então,
lembrando da mecânica vemos que,
deslocamento ∆S
velocidade = ⇔v =
intervalo de tempo ∆t
Usando essa expressão podemos calcular a posição de cada veı́culo 15 min = 0, 25 h após passarem
pelo viaduto, o qual consideraremos como origem da trajetória de ambos. Então,
dcarro dcarro
vcarro = ⇔ 100 km/h = ⇔ dcarro = 25 km.
t 0, 25h
De forma análoga temos,
dmoto dmoto
vmoto = ⇔ 60 km/h = ⇔ dmoto = 15 km.
t 0, 25h
Assim temos a seguinte representação,
2
Exercı́cio 1. Calcule as medidas b, c e h indicadas no
triângulo retângulo ao lado.
Exercı́cio 2. Um ciclista acrobático vai atravessar de um prédio a outro com sua bicicleta especial. A
altura de um dos prédios é 25 m e a do outro é 15 m. A distância entre eles é de 40 m. Qual é a
medida mı́nima do comprimento do cabo no qual a bicicleta se apoia?
Solução: Observemos que, traçando uma reta horizontal na altura do prédio menor formaremos
um triângulo retângulo, cuja hipotenusa é a medida procurada. Veja figura abaixo,
Com a altura do prédio maior é 25 m e a altura do prédio menor é 15 m segue que h = 10 m. Com
o segmento AC é paralelo ao segmento BD temos a = 40 m. Assim, pelo Teorema de Pitágoras temos
√
d2 = h2 + a2 ⇔ d2 = 102 + 402 ⇔ d2 = 1700 ⇔ d = 10 17 m.
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Exemplo 2. Dois nı́veis de uma praça estão ligados por uma rampa de 2 m de comprimento e 30◦ de
inclinação, conforme a figura. Devem-se construir, sobre a rampa, 8 degraus de mesma altura. Encontre
a altura de cada degrau.
Solução: Note que, a soma das alturas dos 8 degraus será igual à altura da rampa. Vamos então
encontrar a altura da rampa e em seguida dividir a altura por 8 para obter a altura de cada degrau.
Como conhecemos o ângulo e o comprimento da rampa, além disso a rampa representa a hipotenusa
de um triângulo retângulo, do qual queremos descobrir o tamanho H do cateto oposto. Usando as
relações trigonométricas no triângulo retângulo da figura obtemos,
H 1
sen 30◦ = ⇔ H = 2.sen 30◦ ⇔ H = 2. ⇔ H = 1 m.
2 2
H 1
Portanto, cada degrau tem altura h = = .
8 8
Exemplo 3. Um avião decola de um ponto B sob inclinação constante de 15◦ com a horizontal. A
2 km de B se encontra a projeção vertical C do ponto mais alto D de uma serra de 600 m de altura,
conforme figura.
Sabendo que cos 15◦ ' 0, 97, sen 15◦ ' 0, 26 e tg 15◦ ' 0, 27 decida se, caso continuar em linha
retilı́nea, o avião irá colidir com a montanha ou não. Caso haja a colisão, em qual altura acontecerá?
Solução: Traçando o segmento que representa a trajetória do avião temos a seguinte representação,
Precisamos descobrir se na realidade a altura h é maior ou menor do 600 m. Para isso, como sabemos
o cateto adjacente ao ângulo α = 15◦ e queremos o cateto oposto a esse ângulo, devemos usar a relação
da tangente. Assim temos,
h h
tg α = ⇔ 0, 27 = ⇔ h = 0, 272 km ⇔ h = 0, 54 km
2 km 2 km
Transformando km em metros encontramos h = 540 m, portanto haverá colisão com a montanha
numa altura de 540 m.
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Relações fundamentais entre seno, cosseno e tangente
Seja 0 < α < 90◦ um ângulo qualquer. As razões trigonométricas seno, cosseno e tangente se
relacionam de várias formas, apresentaremos aqui as chamadas ”relações fundamentais”, com as quais,
conhecendo o valor de uma das relações ou duas podemos obter as demais.
A primeira delas envolve o seno e o cosseno,
sen2 α + cos2 α = 1
essa relação é uma consequência imediata do teorema de Pitágoras.
Outra relação muito importante essas as razões é
sen α
tg α =
cos α
essa relação é bem natural, visto que
cateto oposto
sen α hipotenusa cateto oposto
= cateto adjacente
= = tg α.
cos α hipotenusa
cateto adjacente
A última relação que apresentaremos aqui diz o seguinte:
Se dois ângulos, α e β são complementares (α + β = 90◦ ), então sen α = cos β(o seno de um
ângulo é igual ao cosseno de seu complementar e vice-versa).
√
3
Exemplo 4. Sabendo que sen 60◦ = determine o valor de:
2
a) cos 60◦ ;
a) cos 30◦ ;
a) tg 60◦ e tg 30◦ ;
Solução: Basta utilizar as expressões anteriores.
a) temos,
√ !2
3
sen2 60◦ + cos2 60◦ = 1 ⇒ cos2 60◦ = 1 −
2
3
⇔ cos2 60◦ = 1 −
s 4
1
⇔ cos 60◦ =
4
1
⇔ cos 60◦ = .
2
◦ ◦ ◦
b) Como 30 + 60 = 90 temos da última relação
√
◦ ◦ 3 1
cos 30 = sen 60 = e sen 30◦ = cos 60◦ = .
2 2
c) Temos, √
sen 60 ◦ 3 √
tg 60◦ = = 2
1 = 3.
cos 60◦ 2
e temos também
1 √
◦
sen 30 3
tg 30◦ = ◦
= √2 = .
cos 30 3 3
2
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Seno e cosseno de ângulos obtusos
Em alguns momentos é preciso saber os valores de senos e cossenos de ângulos obtusos. Como
em triângulo retângulo não possui ângulo obtuso, esse assunto ainda não foi estudado e portanto
começaremos nossos estudos por eles.
Primeiramente precisamos saber que ângulos obtusos são ângulos maiores que 90◦ e também devemos
lembrar-nos que
sen 90◦ = 1 e cos 90◦ = 0.
De posse dessas informações, dado um ângulo obtuso α temos que,
Exemplo 5. Calcule:
Por um dos vértices do triângulo (Na figura consideramos o vértice B) trace o diâmetro correspon-
dente BA0 e ligue A0 ao vértice C. Da geometria euclidiana, sabemos que os ângulos A e A0 são os
mesmos, pois determinam na circunferência cordas de mesmo tamanho BC, ou seja, Â = Â0 . Além
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disso, o triângulo A0 BC é retângulo em Ĉ pois está inscrito numa circunferência e um de seus lados é
um diâmetro da circunferência. Então, pelas relações trigonométricas no triângulo retângulo temos,
a sen Â
sen  = sen Â0 = ⇒ = 2R.
2R a
Se fizermos a mesma construção a partir do vértice A ou C encontraremos também,
sen B̂ sen Ĉ
= 2R e = 2R.
b c
Consequentemente encontramos a chamada Lei dos Senos,
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Exemplo 8. Calcule os lados b e c de um triângulo ABC no qual a = 10, B̂ = 30o e Ĉ = 45o .
√ √ √ !
1 2 6+ 2
Dica: sen 45o = , sen 30o = e sen 105o = .
2 2 4
a2 = n2 + h2 (3)
c2 = m2 + h2 , (4)
além disso
b = m + n. (5)
Usando (5) e (4) em (3) resulta:
a2 = (b − m)2 + c2 − m2 =⇒ a2 = b2 + c2 − 2.b.m.
m
Pelas razões trigonométricas, no triângulo BAD temos que cos  = c
daı́ resulta a fórmula
a2 = b2 + c2 − 2.b.c.cos Â
.
Vamos agora supor que 90o < Â < 180o . Traando o segmento per-
pendicular BD vemos que os triângulos BCD eBAD são retâgulos,
logo aplicando o teorema de pitágoras obtemos
a2 = n2 + h2 (6)
c2 = m2 + h2 , (7)
além disso
n = m + b. (8)
8
Usando (8) e (7) em (6) resulta:
a2 = (b + m)2 + c2 − m2 =⇒ a2 = b2 + c2 + 2.b.m.
m
Pelas razões trigonométricas, no triângulo BAD temos que cos (180o − Â) = e usando a igualdade
c
cos (180o − Â) = −cos  resulta m = −c.cos  e então
a2 = b2 + c2 − 2.b.c.cos Â
.
b2 = a2 + c2 − 2.a.c.cos B̂
,
c2 = a2 + b2 − 2.a.b.cos Ĉ
,
ou seja, em qualquer triângulo, o quadrado de um lado é igual a soma dos quadrados dos outros dois
lados menos o duplo produto desses outros lados pelo cosseno do ângulo formado por eles.
c2 = b2 + a2 − 2.a.b.cos Ĉ.
Solução: Assim como fizemos na lei dos senos, para resolver essa questão observamos algumas carac-
terı́sticas.
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Essas são as caracterı́sticas de um problema a ser resolvido via lei dos cossenos. Como queremos
calcular o valor de sen α vamos primeiro encontrar cos α. Pela lei dos cossenos temos,
2
3r 9r2
= r2 + r2 − 2.r.r.cos α ⇒ = 2r2 (1 − cos α)
2 4
9r2
⇔ 1 − cos α =
4.2r2
9
⇔ 1 − cos α =
8
9
⇔ cos α = − 1
8
1
⇔ cos α =
8
Daı́, como sen2 α + cos2 α = 1 temos,
1
sen2 α = 1 − cos2 α ⇒ sen2 α = 1 −
64
63
⇔ sen2 α =
r 64 √
63 3 7
sen α = = .
64 8
√
3 7
Portanto sen α = .
8
10