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LUVAS E AS CUNHADAS

Em 26/09/2017 o Respeitável Irmão Marcilio Pereira de Oliveira, Loja Raimundo


Rodrigues Chaves, 2028, sem mencionar o nome do Rito, GOB-DF, Oriente do Gama,
Distrito Federal, formula a seguinte questão:

Quando da minha iniciação, em 10/09/1994 e por durante muito tempo, se pregava


em Loja, como até hoje às vezes se fala, que as luvas brancas são destinadas às
cunhadas e que as mesmas, em situação de socorro, faz uso das mesmas,
deixando-as cair e o Maçom próximo a recolherá e perguntará a cunhada: SOIS UMA
FLOR", coisa parecida... e ela por sua vez também deveria pronunciar alguma
coisa que não recordo... Pergunto: o que é verdade, o que é mito, o que é
invencionismo?

CONSIDERAÇÕES:

Isso é o cúmulo da bobagem Na realidade nada disso é verdade. É pura invenção de


autoria de irresponsáveis que não compreendem nada das mensagens simbólicas na
Maçonaria.

A entrega das luvas femininas ao neófito durante a cerimônia de Iniciação é


costume da galante Maçonaria francesa – isso não é unânime na Maçonaria.

Nos ritos que utilizam essa prática, a sua entrega tem apenas o desiderato de
destacar a liberdade no trato com aspectos da Ordem.

Nenhum ritual sério prevê a entrega de pares de luvas para que eles sejam
obrigatoriamente destinados às Cunhadas, mas prevê sim que essas luvas sejam
oferecidas àquela que mais tiver estima e afeto do Iniciado.

Evidentemente que essa liberdade de escolha é apenas do novo Aprendiz. É ele,


ninguém mais, que destinará o par de luvas femininas. Por exemplo, conforme o
seu desejo e quando ele quiser, as luvas podem ser oferecidas à sua filha,
esposa, mãe, madrinha, ou qualquer outra pessoa do gênero feminino que para ele
seja merecedora.

Nada dessa liberdade pode ser confundida com libertinagem. Não há como se
confundir o ato como um incentivo para presentear pessoas advindas de
relacionamentos extraconjugais (concubinas) e outros congêneres. Obviamente que
não se faz crer que uma Loja seja capaz de iniciar alguém apreciador dos maus
costumes – afinal, é para isso que existem as sindicâncias.

Assim, o par de luvas femininas é entregue conforme a consciência e desejo


íntimo do Irmão, portando esse ato não deve ser conduzido conforme desejo alheio
- da Loja, por exemplo. Isso é erro crasso.

Não existe, portanto é irregular, o costume de se fazer como muitas Lojas fazem
por aí, reunindo as cunhadas na Loja depois da Iniciação para que o novo Irmão
entregue as luvas femininas para a sua esposa. Quem decide isso é ele, ratifico
não a Loja.

Igualmente, em cima dessas barbaridades inventivas é que alguém imaginou um


irregular gesto ou sinal de pedido de socorro com as luvas para as nossas
cunhadas.
Não existe besteira maior! Coisa de quem não tem mesmo o que fazer!

Sugiro que, em vez disso, procurassem esses inventores estudarem em fontes


limpas os propósitos da verdadeira Maçonaria.

Essa de deixar a luva cair e alguém perguntar “sois uma flor?” é mesmo
d’escrachar, digna de uma comédia do tipo “pastelão”. Tal o tamanho dessa
barafunda, ela que não merece nem comentário.

O que aqui comentei foi com base naquilo que é real e verdadeiro na Maçonaria,
por conseguinte longe dos delírios inventivos.

Se algum ritual previr esse anacronismo, tenha certeza que ele merece urgente
reavaliação. Que me perdoem os defensores desses absurdos.

A propósito, em relação às luvas na Maçonaria, além do seu caráter histórico


como vestimenta de proteção nos tempos operativos, na Moderna Maçonaria elas
trazem a mensagem pela sua alvura de se manter as mãos constantemente afastadas
das águas lodosas do vício.

Agora... Sinais com elas... É mesmo coisa rocambolesca.


...
PEDRO JUK

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