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_“As brincadeiras profanas não são condizentes com o respeito aos Dogmas da
Maçonaria, Ordem que nos proporciona sublimes ensinamentos, mas, ao mesmo tempo,
nos exige disciplina e dedicação”._
O candidato ao ser proposto à Iniciação é informado que passará a uma nova casta
de criaturas privilegiadas com personalidades especiais, voltadas para os
fundamentos sérios de ideais do Bem e da Justiça, sem influência estranha,
confinando-se à área moral da liberdade e do respeito às ideias e disposições
virtuosas.
Como é natural desejam uma recepção amigável e respeitosa que marque seu
ingresso no grupo que o atraiu também pela seriedade, ao mesmo tempo, seu
espírito e seu coração, no intuito de burilar a sua imaginação e sentimentos.
Inicialmente, devemos recordar o que muitas vezes nos tem sido repetido, isto é,
que no dia designado para os trabalhos de Iniciação, desde a manhã, todos nossos
atos devem ser rigorosamente submetidos a atenta vigilância, para que suas
consequências não possam de nenhum modo afetar a pureza de nossos pensamentos à
noite e ou a hora da Iniciação.
Igualmente, devemos evitar nesse dia todo o trabalho que nos possa causar
demasiada canseira ou preocupação para que tenhamos facilidade em concentrar
nossos pensamentos no Grande Arquiteto do Universo, todos unidos, numa só
vibração harmoniosa.
Os que concordam com essas irregularidades dizem que essas aberrações são feitas
de maneira discreta, são ritos de passagem natural, e nada fazem para
desestimular, servindo por de vezes como mais um fator de pressão sobre os
“calouros” e de força para os que sentem prazer íntimo em tratar desdenhosamente
pessoas indefesas.
O fato do novato não possuir um sentido de grupo e sequer noções básicas sobre o
que é exatamente a Ordem dos homens de bons costumes onde ele irá congregar, o
torna um alvo fácil de ser atingido pela violência de certos “veteranos”. Para
piorar a situação, existem mestres que acreditam que o trote não ofende, não
prejudica e não magoa a quem quer que seja.
Essas brincadeiras ”extras oficiais”, como não poderiam deixar de ser, têm
gerado grande preocupação com consequências negativas da maior parte das
Obediências, das Lojas e dos Maçons que reprovam e repudiam essa atividade. Esse
tipo de ação não une, nem integra neófitos e Iniciados. Será que um candidato
precisa ser submetido ao purgatório para finalmente poder ser chamado de Irmão?
Será isso o que terá de enfrentar logo de saída o pretendente a um lugar entre
nós? O que pode pensar ele que lhe possa acontecer nos trajetos futuros e
iminentes?
Essas são as virtudes primordiais dos corações de homens que se dizem de bons
procedimentos e balizadores sociais?
Sua memória impôs-se, por isso, à veneração dos verdadeiros maçons, passando a
ser relembrada no encerramento de seus banquetes, e muito mais, em seus corações
agradecidos.
Ignora-se a razão porque ficou tal brinde silenciado nos atuais banquetes
maçônicos”.
Nada mais atual que as palavras de Salomão no Eclesiastes ( I. 10) : Nil novi
sub solo. (Não há nada de novo debaixo do sol).
Por tudo isso, acreditamos nosso dever uma oportuna e efetiva campanha de
conscientização contra essas brincadeiras rasteiras e de mau gosto. O trote não
pode ser visto como brincadeira e sim como uma violência. Não deveria existir em
nenhuma de suas versões.
...
Valdemar Sansão. Publicado em 23/02/2014.