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ISSN 1413-389X Temas em Psicologia – 2013, Vol.

21, nº 2, 519-523
DOI: 10.9788/TP2013.2-17

Bem-Estar Subjetivo, Educação, Inteligência e Religião

José Aparecido da Silva1


Departamento de Psicologia da Universidade de São Paulo,
Ribeirão Preto, Brasil
Rosemary Conceição dos Santos
Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo,
São Paulo, Brasil

Este comentário refere-se ao artigo de Meisenberg, Rindermann, Patel, e Woodley (2012) e ao


debate subsequente (Dutton, 2013; Meisenberg, 2013).

Dutton (2013) e Meisenberg e colaboradores os atendem mais que uma vez semanalmente.
(Meisenberg, 2013; Meisenberg, Rindermann, Não obstante, as pessoas que vivem em nações
Patel, & Woodley, 2012) têm, neste periódico, mais ricas tendem a deixar a religião tradicional
discutido a robusta e negativa relação entre inteli- ou não têm qualquer afiliação religiosa específi-
gência e crenças religiosas nos Estados Unidos e ca, sendo tal fuga mais substancial em nações do
na Europa, bem como, destacado o papel media- norte da Europa e em outras nações economica-
dor da educação, tipos de crenças religiosas, fer- mente mais afluentes.
tilidade e fatores de personalidade, aspectos estes A título de exemplo, no jornal diário O Es-
que, na literatura pertinente, fomentam inúmeras tado de São Paulo (Leal, 2011) relata-se que a
controvérsias e interesses teóricos. Interessante proporção de católicos, em relação às demais
também são as prováveis causas aludidas visando religiões, tem apresentado baixa recorde. A re-
a explicação da elevação de tais correlações ao portagem mostra um novo mapa das religiões
longo do desenvolvimento da civilização. no qual a proporção de católicos, em 2009, foi
Não obstante tal importância da inteligên- a menor registrada em quase 140 anos de pes-
cia e sua relação com a religião, cumpre apontar, quisas estatísticas no país. Em outras palavras,
também, o papel da religiosidade nas estimativas embora continue maioria, a população católica
individuais ou agregadas do bem-estar subjetivo. chegou a 68% do total de brasileiros, o equiva-
lente a 130 milhões de pessoas, mas, pela pri-
Paradoxo da Religião meira vez neste mesmo país, tal proporção foi
Inúmeros estudos têm demonstrado que pes- menor que 70%. Dados similares também reve-
soas religiosas registram, em média, um maior laram uma estagnação do número de evangéli-
grau de bem-estar subjetivo, bem como, menor cos pentecostais que, nos anos 90, apresentaram
número de determinadas patologias sociais, den- grande crescimento, assim como, um elevado
tre as quais os abusos domésticos, por exemplo. crescimento do número dos que se dizem sem
Levantamentos realizados entre 1972 a 2008, religião específica.
nos Estados Unidos, revelaram que a porcenta- Pergunta-se, “Por que as pessoas estão dei-
gem de pessoas indicando que são muito felizes xando a religião tradicional, em nações onde a
variou de 26%, entre aqueles que nunca atendem liberdade religiosa é alta, se essa mesma reli-
aos serviços religiosos, a 48%, entre aqueles que gião é associada a benefícios como, por exem-

1
Endereço para correspondência: Departamento de Psicologia, Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de
Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Av. Bandeirantes, 3900, Campus da USP-RP, Ribeirão Preto, SP,
Brasil, CEP 14040-901. E-mail: jadsilva@ffclrp.usp.br.
520 Da Silva, J. A., Santos, R. C.

plo, bem-estar subjetivo mais elevado?”. Acer- cios da religiosidade para o bem-estar subjetivo
ca disso, alguns teóricos supõem que o declínio são atenuados uma vez que os indivíduos não re-
na religiosidade é associado com o crescimen- ligiosos têm níveis elevados de suportes sociais
to econômico, ou seja, que a religião ajude as e respeito, os quais já lhes garantem o mesmo.
pessoas a lidarem com circunstâncias difíceis, Parece, então, que, em muitas circunstâncias
sendo mais benéfica quanto mais complexo, e sociais desafiadoras, a religiosidade agrega res-
difícil, é o contexto de vida das pessoas. Nações peito, suporte social e propósito e significado na
economicamente desenvolvidas, em média, são vida, os quais, por sua vez, são associados com
superiores em alcançarem as necessidades bá- níveis mais elevados de bem-estar subjetivo.
sicas previamente pretendidas, como educação,
segurança e longevidade, por exemplo. Felicidade e Religião
Neste mesmo contexto, tais nações têm tam- Sendo salientes as conexões entre religião
bém melhor infraestrutura que outras protetoras e saúde mental, é a religião, como suposta por
contra desastres naturais e doenças epidêmicas. Freud, corrosiva para a felicidade, isto pelo fato
Assim, em nações economicamente desenvolvi- da mesma criar uma neurose obsessiva que en-
das, supostamente, as pessoas são mais hábeis em talha culpa, sexualidade reprimida e emoções
alcançar os mais elevados indicadores de bem- suprimidas, associando-a a satisfação e prazer.
estar subjetivo sem a ajuda da religião organiza- Evidências acumuladas revelam que algumas
da. Contrastando, quando as pessoas se deparam formas de experiências religiosas se correlacio-
mais frequentemente com a fome, doenças, cri- nam com preconceitos e culpa, mas, em geral, a
mes e educação não qualitativa, as quais são rela- religiosidade ativa é mais associada com vários
tivamente mais descontroladas, e prevalentes, em critérios de saúde mental. Pessoas ativamente re-
sociedades pobres, a religião pode, talvez, fazer ligiosas são bem menos prováveis de tornarem-
uma contribuição maior para o bem-estar. Nestas se delinquentes, viciados em drogas e álcool,
nações, religiosidade, usualmente, é associada divorciarem-se e cometerem suicídio do que as
com maior suporte social, respeito, propósito ou não religiosas.
significado na vida. Ademais, dados revelam que pessoas ativa-
Considerando especificamente a relação en- mente religiosas tendem a ser fisicamente mais
tre religiosidade e bem-estar subjetivo das dife- saudáveis e viverem mais longamente, também.
rentes nações (escores agregados), religião cor- Por sua vez, outras pesquisas têm revelado es-
relaciona-se em -0,48 com avaliações da vida, a treita correlação entre fé e capacidade de enfren-
qual varia de 3,0 no Togo, onde 88% disseram tamento de crises que ocorram ao longo de suas
que religião é importante em sua vida diária, vidas. Por exemplo, comparadas com viúvas
a 7,9 na Dinamarca, onde 19% afirmaram que religiosamente inativas, aquelas recentemente
religião é importante. No nível individual, após enviuvadas que, usualmente, participam de cul-
controlar circunstâncias negativas, as pessoas re- tos religiosos, registram uma maior satisfação e
ligiosas tendem a ter indicadores de bem-estar alegria em suas vidas. Também, entre as mães
subjetivos mais elevados, mas os efeitos benéfi- de crianças com dificuldades evolutivas e cogni-
cos são maiores em nações mais difíceis. tivas, aquelas com profunda fé religiosa têm se
Assim considerando, a associação de reli- mostrado menos vulneráveis à depressão. Pesso-
giosidade com bem-estar subjetivo pode depen- as de fé também tendem a reter, ou a recuperar,
der de duas condições, a saber: se uma socieda- uma maior felicidade após passarem por divór-
de enfrenta condições de vida mais difíceis ou cio, desemprego, doença grave ou sofrimento
se é altamente religiosa. Em sociedades menos intenso. Para as pessoas, os dois melhores pre-
religiosas, com circunstâncias relativamente fa- ditores da satisfação com a vida, na maturidade,
voráveis, o bem-estar subjetivo médio elevado é têm sido saúde e religiosidade.
atingido pela maioria das pessoas, independente Em um levantamento realizado em várias
da religiosidade. Nestas sociedades, os benefí- nações, pessoas religiosamente ativas também
Carta aos editores: Bem-Estar Subjetivo, Educação, Inteligência e Religião 521

registram, de alguma forma, níveis mais altos Educação e Crenças Religiosas


de felicidade. Por exemplo, aqueles que tiveram Entretanto, evidências de que as medidas
escores mais elevados, numa escala de compro- de religiosidade são negativamente relacionadas
metimento espiritual, foram duas vezes mais com inteligência também existem. De fato, após
prováveis que aqueles com pontuações menores a publicação do livro “Deus, um Delírio”, de Da-
para se declararem muito felizes. Outros levan- wkins (2007), houve um ressuscitar de estudos
tamentos revelam níveis mais elevados de pes- sobre a relação entre inteligência e religiosida-
soas muito felizes dentre aqueles que se sentem de. Dois desses estudos fizeram uso de grandes
“extremamente próximos a Deus” (41%), bem amostras em nível agregado, demonstrando uma
como, daqueles que expressam de “algum modo relação negativa entre escores de inteligência
próximo” à religião (29%) ou “não próximo, ou nacional com escores de inteligência nacional
descrente, da mesma” (23%). média.
Interessante observar, também, que há Embora o efeito da inteligência sobre reli-
uma estreita correlação entre felicidade e medi- giosidade seja bem estabelecido, há evidências
das comportamentais de religiosidade. De fato, conflitantes sobre o processo subjacente a esse
dados revelam que 47% das pessoas que fre- efeito e, em particular, o papel da educação nesse
quentam cultos religiosos se consideram muito processo. A hipótese mais plausível é que educa-
felizes, enquanto que 39% que atendem sema- ção baliza, parcial ou integralmente, o efeito da
nalmente, 35% que atendem quase toda semana, inteligência sobre a religiosidade, ou seja, que
31% que frequentam mensalmente e 28% daque- pessoas inteligentes são menos religiosas porque
les que atendem menos que mensalmente, regis- obtém mais educação. Neste caso, a razão para
tram que são muito felizes. este possível processo mediador é mais do que
Procurando explicar estas associações entre clara: inteligência tem um forte efeito sobre o
fé e bem-estar subjetivo, pesquisadores têm con- desempenho educacional e, por sua vez, educa-
siderado várias possibilidades. Uma delas reside ção fornece às pessoas oportunidades para estas
no fato de que a fé comunitária fornece supor- buscarem alternativas racionais ao dogma reli-
te social, haja vista que religião usualmente é gioso.
praticada coletivamente. Outra explicação para Entretanto, o papel da educação, neste pro-
a correlação entre fé e bem-estar subjetivo está cesso, não tem sido muito claro, pois, há estudos
no sentido do significado e propósito que muitas revelando certa inconsistência em relação à ideia
pessoas derivam de sua fé. Esta hipótese enten- de que educação balize o efeito negativo da in-
de que a religião satisfaz a mais fundamental de teligência sobre religiosidade. Na verdade, esses
todas as necessidades humanas, a saber, a neces- estudos sugerem que educação reduz o efeito
sidade de conhecer que nós temos importância, líquido negativo da inteligência sobre religiosi-
que nossas vidas significam alguma coisa, bem dade porque, em geral, pessoas mais inteligentes
como, contam como alguma coisa mais que sim- obtém mais educação.
plesmente um pequeno ponto no universo. Na Assim considerando, se a vivência religiosa
realidade, as pessoas têm esperança de que a fé realmente modera o efeito da educação sobre a
sirva como amortecedor ou mesmo redutor do religiosidade, é provável que, desde que inteli-
sofrimento e do enfrentamento denominado “o gência tenha um forte efeito positivo sobre edu-
terror resultante de nossa consciência de vulne- cação, o efeito observado da inteligência sobre
rabilidade e morte”. religiosidade também dependerá da vivência
Ou seja, procurando compreender “quem” é religiosa: será mais negativo quando a vivência
feliz e “por que” nós podemos ajudar as pesso- religiosa for mais fraca do que quando ela for
as a repensarem suas prioridades e a entenderem forte.
melhor como construir um mundo enriquecedor Com o propósito de resolver esta interação
do bem-estar humano. complexa entre inteligência, educação e reli-
giosidade, Ganzach, Ellis e Gotlibovski (2013)
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manipularam e correlacionaram escores de re- Em relação à primeira, existem vários es-


ligiosidade, vivência religiosa, inteligência, tudos relatando correlações negativas entre in-
educação, idade, sexo dos participantes e etnia, teligência e crença religiosa. Por exemplo, num
encontrando, como resultado, que educação não dado estudo, pesquisadores perguntaram “Em
baliza o efeito da inteligência sobre religiosi- que grau você é uma pessoa religiosa?”, com
dade. Porém, esses mesmos dados não deixam respostas codificadas da seguinte forma: “não
de sugerir que educação tem um efeito positivo religioso”, “levemente religioso”, “moderada-
sobre religiosidade quando a vivência religiosa mente religioso” e “muito religioso”. Os resul-
é forte e um efeito negativo quando a mesma é tados mostraram que os “não religiosos” tiveram
fraca. Além disso, desde que inteligência tem o QI mais elevado (103), seguido, em ordem de-
um efeito positivo sobre educação, o efeito ne- crescente, pelos outros três grupos, que pontu-
gativo da inteligência sobre religiosidade é mais aram da seguinte forma, respectivamente: (99),
forte quando a vivência religiosa é elevada do (98) e (97). A relação entre QI e crença religiosa
que quando ela é fraca (ver também, Bertsch, & foi altamente significante. Também há estudos
Pesta, 2009; Nyborg, 2009; Pesta, MacDaniel, & mostrando uma menor porcentagem de pessoas
Bertsch, 2010). da elite intelectual mantendo crenças religiosas
No global, os resultados atestam claramente quando comparadas à população em geral. Isso
o seguinte: para aqueles originados de ambientes foi revelado a partir de um levantamento indi-
fortemente religiosos, educação tem um efeito cando que apenas 39% dos eminentes cientistas
positivo sobre a religiosidade, o qual conduz a e sábios norte-americanos afirmaram acreditar
um efeito indireto positivo da inteligência, mes- em Deus, numa amplitude que variou de 48%
mo embora o efeito direto da inteligência tenha entre historiadores a 24% entre psicólogos.
sido negativo. Por outro lado, educação tem um Referente à associação negativa entre cren-
efeito negativo para aqueles oriundos de am- ça religiosa e inteligência geral, dados obtidos
bientes seculares. Como resultado, inteligência, de um estudo longitudinal, que amostrou 15 mi-
para estas pessoas, não tem apenas um efeito di- lhões de adolescentes americanos na idade de 12
reto negativo, mas, também, um direito indireto a 17 anos, revelaram que os ateístas pontuavam
negativo, mediado pela educação. Logo, o papel 6 pontos de QI a mais do que grupos combinados
de influência, ou mediação, da educação, ou da de sujeitos que professavam uma ou outra reli-
inteligência, sobre a religiosidade depende, em gião. A diferença na inteligência entre ateístas e
muito, do background religioso ou da vivência religiosos foi significativa, mesmo sem usar da-
religiosa da população investigada. dos ponderados (Lewis, Ritchie, & Bates, 2011;
ver também, Reeve, 2009 e Reeve & Basalik,
Qual a Relação entre Inteligência 2011).
e Ateísmo? Por sua vez, para verificar a relação entre
Dawkins (2007) sugere que não é inteligente inteligência e crenças religiosas entre as nações,
acreditar na existência de Deus. Para investigar pesquisadores consideraram, de 137 nações, os
essa afirmação dolorida, Lynn, Harvey e Nyborg QIs obtidos em cada nação e os indicadores de
publicaram um trabalho na revista Intelligence, crenças em Deus, o que representou, aproxima-
em 2009, investigando se inteligência média damente, uma verificação em 95% da população
prediz as taxas de ateísmo em 130 nações. Eles mundial. Os dados indicaram que, em apenas
examinaram: (a) a evidência para a afirmação, 17% dos países (23 de 137), a proporção da po-
isto é, se há uma relação negativa entre inteli- pulação que não acredita em Deus situa-se acima
gência e crença religiosa; (b) se essa relação ne- de 20%. Estes países são, virtualmente, aqueles
gativa é uma diferença na inteligência geral - g e que têm QI mais elevado. A correlação entre QI
(c) se há uma relação negativa entre inteligência nacional e descrença religiosa variou de +0.16
e crença religiosa entre nações. (populações com QI de 64 a 86), +0,60 (popula-
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ções com QI de 64 a 108) e +0,54 (populações Lynn, R., Harvey, J., & Nyborg, H. (2009). Average
com QI de 87 a 108). Neste grupo, em particular, intelligence predicts atheism rates across 137
20% da população, não acreditam em Deus (ver nations. Intelligence, 37, 11-15.
também, Kanazawa, 2009, 2010; Lynn & Va- Lynn, R., & Vanhanen, T. (2012). Intelligence: A
nhanen, 2012). unifying construct for the Social Science. Lon-
Logo, na descrença religiosa, a maior parte don: Ulster Institute for Social Research.
da variação está entre as nações com QI mais alto. Meisenberg, G. (2013). A reply to Dutton´s (2013)
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domains of religious belief: Evidence from a Recebido: 24/06/2013
large adult US sample. Intelligence, 39, 468-472. Aceite final: 25/06/2013

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