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DISFUNÇÕES SEXUAIS

AN02FREV001/REV 4.0

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Equipe de Elaboração
Grupo ZAYN Educacional

Coordenação Geral
Ana Lúcia Moreira de Jesus

Gerência Administrativa
Marco Antônio Gonçalves

Professor-autor
Luciano de Assis Silva

Coordenação de Design Instrucional do Material Didático


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Diagramação e Projeto Gráfico


Cláudio Henrique Gonçalves

Revisão
Ana Lúcia Moreira de Jesus
Mateus Esteves de Oliveira

GRUPO ZAYN EDUCACIONAL


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2ºAndar – Centro

Piracema –MG

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pedagogico1@institutozayn.com.br

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Olá!

É com grande satisfação que o Grupo ZAYN Educacional agradece por


escolhê-lo para realizar e/ou dar continuidade aos seus estudos. Nós do ZAYN
estamos empenhados em oferecer todas as condições para que você alcance seus
objetivos, rumo a uma formação sólida e completa, ao longo do processo de
aprendizagem por meio de uma fecunda relação entre instituição e aluno.
Prezamos por um elenco de valores que colocam o aluno no centro de nossas
atividades profissionais. Temos a convicção de que o educando é o principal agente
de sua formação e que, devido a isso, merece um material didático atual e completo,
que seja capaz de contribuir singularmente em sua formação profissional e cidadã.
Some-se a isso também, o devido respeito e agilidade de nossa parte para atender à
sua necessidade.
Cuidamos para que nosso aluno tenha condições de investir no processo de
formação continuada de modo independente e eficaz, pautado pela assiduidade e
compromisso discente.
Com isso, disponibilizamos uma plataforma moderna capaz de oferecer a
você total assistência e agilidade da condução das tarefas acadêmicas e, em
consonância, a interação com nossa equipe de trabalho. De acordo com a
modalidade de cursos on-line, você terá autonomia para formular seu próprio horário
de estudo, respeitando os prazos de entrega e observando as informações
institucionais presentes no seu espaço de aprendizagem virtual.
Por fim, ao concluir um de nossos cursos de pós-graduação, segunda
licenciatura, complementação pedagógica e capacitação profissional, esperamos
que amplie seus horizontes de oportunidades e que tenha aprimorado seu
conhecimento crítico a cerca de temas relevantes ao exercício no trabalho e na
sociedade que atua. Ademais, agradecemos por seu ingresso ao ZAYN e desejamos
que você possa colher bons frutos de todo o esforço empregado na atualização
profissional, alémde pleno sucesso na sua formação ao longo da vida.

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DISFUNÇÕES GRUPO ZAYN


SEXUAIS EDUCACIONAL

CARACTERIZAÇÃO DA DISCIPLINA
Disciplina: Disfunções Sexuais

EMENTA
Esta disciplina fornece subsídios teóricos para compreender a sexualidade humana e suas disfunções
em seus aspectos: biológicos, psicológicos e socioculturais.

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Sexualidade anormal e disfunções sexuais
Transtorno do desejo sexual
Transtorno do orgasmo
Disfunção sexual devido a uma condição médica geral
Disfunção sexual induzida por substância
Drogas psicoativas
Disfunção sexual sem outra especificação
CID-10 28
Compreensão Psicodinâmica das Disfunções Sexuais
DISFUNÇÕES SEXUAIS MASCULINAS
FETICHISMO
PEDOFILIA
COMPULSÃO SEXUAL
FROTTEURISMO
ORIENTAÇÃO SEXUAL EGODISTÔNICA
SADISMO
VOYERISMO

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SUMÁRIO

Sexualidade anormal e disfunções sexuais ........................................................................... 6

Transtorno do desejo sexual .................................................................................................. 7

Transtorno do orgasmo........................................................................................................ 11

Disfunção sexual devido a uma condição médica geral ....................................................... 14

Disfunção sexual induzida por substância ........................................................................... 24

Drogas psicoativas 26

Disfunção sexual sem outra especificação .......................................................................... 29

CID-10 ................................................................................................................................. 31

Compreensão Psicodinâmica das Disfunções Sexuais ........................................................ 32

DISFUNÇÕES SEXUAISMASCULINAS .............................................................................. 34

FETICHISMO....................................................................................................................... 39

PEDOFILIA .......................................................................................................................... 41

COMPULSÃOSEXUAL ........................................................................................................ 42

FROTTEURISMO ................................................................................................................ 44

ORIENTAÇÃO SEXUAL EGODISTÔNICA .......................................................................... 45

SADISMO ............................................................................................................................ 45

VOYERISMO ....................................................................................................................... 46

REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 48

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Sexualidade anormal e disfunções sexuais

O aspecto principal das disfunções sexuais é a inibição de uma ou mais fases,

incluindo distúrbio na experiência subjetiva de prazer ou desejo ou distúrbio no

desempenho objetivo. Cada tipo de distúrbio pode ocorrer isoladamente ou em

combinação desses fatores. O diagnóstico de disfunções sexuais é feito apenas

quando esses distúrbios são uma parte importante do quadro clínico. Pode

apresentar-se ao longo de toda a vida ou ser adquirida – isto é, pode se desenvolver

após um período de funcionamento normal. Ainda é possível que seja generalizada

ou limitada a um parceiro específico ou a uma situação determinada.

Os transtornos sexuais podem resultar ou ser causados por problemas de

relacionamento, e os pacientes, na maioria das vezes, desenvolvem um medo

crescente de fracasso e constrangimento com relação a seu desempenho sexual.

Um transtorno sexual pode ser sintoma de problemas biológicos, conflitos

intrapsíquicos, dificuldades interpessoais, ou de uma combinação desses fatores. A

função sexual pode ser afetada por estresse de qualquer tipo, por transtornos

emocionais ou por uma falta de conhecimento sexual.

Ao considerar cada um dos transtornos, os clínicos precisam excluir

condições médicas adquiridas e uso de substâncias farmacológicas que possam

explicar ou contribuir para a disfunção. Em alguns casos, o paciente sofre de mais

de uma disfunção – por exemplo, ejaculação precoce e transtorno erétil masculino.

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Transtorno do desejo sexual

Os transtornos do desejo sexual de acordo com o DSM-IV são divididos em

duas classes:

- Transtorno do desejo sexual hipoativo: é caracterizado por deficiência ou

ausência de fantasias sexuais ou de desejo por atividades sexuais.

-Transtorno de aversão sexual: caracterizado por aversão ou esquiva do

contato sexual genital com um parceiro sexual ou por masturbação.

O transtorno de desejo sexual hipoativo é mais comum que o transtorno de

aversão sexual. Aparece mais em mulheres do que em homens. Estima-se que 20%

das pessoas tenham transtorno sexual hipoativo.

Uma variedade de fatores causais está associada aos transtornos do desejo

sexual. Pacientes com esse tipo de problema, muitas vezes, usam a inibição como

uma defesa para se proteger de medos inconscientes ligados ao sexo.

Sigmund Freud conceituou o baixo desejo sexual como resultado da inibição

durante a fase fálica do desenvolvimento e de conflitos edípicos não-resolvidos.

Alguns homens fixados no estágio fálico do desenvolvimento têm medo da

vagina e acreditam que serão castrados se aproximarem-se dela. Freud denominou

vagina dentada: como os homens, de forma inconsciente, acreditam que a vagina

possui dentes e evitam o contato com a genitália feminina.

Da mesma forma, as mulheres podem sofrer de conflitos evolutivos não

resolvidos que inibem o desejo. A ausência deste também pode resultar de estresse

crônico, ansiedade ou depressão.

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Abstinência de sexo por um período prolongado, às vezes, resulta na

supressão de impulsos sexuais. A perda do desejo também pode ser uma expressão

de hostilidade em relação ao parceiro ou sinal de deterioração do relacionamento.

Em um estudo com jovens casados que pararam de ter relações sexuais por

dois meses, os conflitos conjugais eram a razão citada com maior frequência para a

cessação ou a inibição da atividade sexual.

A presença do desejo depende de diversos fatores: impulso biológico,

autoestima adequada, capacidade de aceitar a si mesmo como uma pessoa sexual,

boas experiências sexuais anteriores, disponibilidade de um parceiro apropriado e

bom relacionamento com o parceiro em áreas não sexuais. Dificuldades em relação

a qualquer um desses fatores ou sua ausência podem resultar em desejo diminuído.

Ao fazer o diagnóstico, o profissional deve avaliar a idade do paciente, sua

saúde geral e o nível de estresse, além de tentar estabelecer uma linha de base de

interesse sexual antes do início do transtorno. Isto é, qual o interesse sexual antes e

depois do transtorno. A necessidade de contato e a satisfação sexual variam entre

as pessoas e ao longo do tempo.

Em um grupo de 100 casais com casamentos estáveis, 8% relataram ter

relações menos de uma vez por mês. Em outro grupo, um terço referiu falta

episódica de relações sexuais por períodos médios de oito semanas. Casais têm

relações sexuais três vezes por mês, em média.

O diagnóstico não deve ser feito a não ser que a falta de desejo seja uma

fonte de sofrimento para o paciente.

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-Transtornos da excitação sexual

Os transtornos da excitação sexual são divididos pelo DSM-IV em duas

classes. O diagnóstico leva em conta o foco, a intensidade e a duração da atividade

sexual do paciente. Se a estimulação sexual for inadequada em foco, intensidade ou

duração, o diagnóstico não deve ser feito.

- Transtorno da excitação sexual feminina: é caracterizado pelo fracasso

persistente ou recorrente, parcial ou completo, de obter ou manter a resposta de

lubrificação-turgescência da excitação sexual até a finalização do ato sexual.

A prevalência do transtorno da excitação sexual feminina tende a ser

subestimada. Mulheres que têm disfunção na fase de excitação, muitas vezes,

também apresentam dificuldade em atingir orgasmos.

Muitos fatores psicológicos (por exemplo, ansiedade, culpa e medo) estão

associados ao transtorno da excitação sexual feminina. Em muitas, os transtornos

da fase de excitação estão associados à falta de desejo.

Estudos fisiológicos sobre disfunções sexuais indicam que um padrão

hormonal pode contribuir para a responsividade naquelas com disfunção na fase de

excitação.

Algumas evidências indicam que mulheres com disfunções sexuais estão

menos cientes da excitação fisiológica e experimentam menos calor ou menos

sensibilidade nos genitais.

- Transtorno erétil masculino: é caracterizado pelo fracasso recorrente e

persistente, parcial ou completo, de obter ou manter a ereção para realizar o ato

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sexual.

O transtorno erétil masculino também é denominado disfunção erétil e

impotência. O homem com tal condição ao longo da vida nunca foi capaz de obter

uma ereção suficiente para a inserção vaginal.

Se o transtorno foi adquirido, o homem já alcançou a penetração vaginal em

algum momento de sua vida sexual, mas depois se tornou incapaz de fazê-lo. No

tipo situacional, é capaz de ter coito em certas circunstâncias, mas não em outras;

por exemplo, pode ter um desempenho satisfatório com uma prostituta, mas ser

impotente com a esposa.

Suas causas podem ser orgânicas ou psicológicas, ou ainda uma combinação

de ambas, mas em homens jovens e de meia-idade a causa costuma ser

psicológica. A obtenção da história detalhada é de importância primária para se

determinar a causa da disfunção. Se o homem relata ter ereções espontâneas em

momentos nos quais não planeja ter relação sexual, ereções matinais, boas ereções

com masturbação ou com outras parceiras que não sua parceira habitual, as causas

orgânicas da impotência podem ser consideradas insignificantes, e procedimentos

diagnósticos dispendiosos podem ser evitados.

O transtorno erétil masculino causado por uma condição médica geral ou por

uma substância farmacológica será discutido mais à frente.

Freud atribuiu um tipo de impotência à incapacidade de conciliar em relação à

mulher, sentimentos de afeição com sentimentos de desejo por ela. Homens com

tais sentimentos conflitantes podem funcionar somente com mulheres que veem

como desvalorizadas.

Outros fatores citados como influentes na impotência incluem um superego

punitivo, incapacidade de confiar e sentimentos de inadequação ou sensação de não

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ser desejável como parceiro. O homem pode ser incapaz de expressar impulsos

sexuais em virtude de medo, ansiedade, raiva ou proibições morais.

Em um relacionamento estabelecido, a impotência pode refletir dificuldades

entre os parceiros, em especial quando o homem não consegue comunicar suas

necessidades ou raiva de forma direta e construtiva. Além disso, os episódios de

impotência são reforçadores, com o aumento da ansiedade antes de cada encontro

sexual.

Transtorno do orgasmo

- Transtorno do orgasmo feminino: ou orgasmo feminino inibido, é

caracterizado pela inibição frequente ou persistente do orgasmo feminino,

manifestado pelo retardo habitual ou ausência de orgasmo, após uma fase de

excitação sexual normal.

O transtorno do orgasmo feminino é definido pela incapacidade de a mulher

alcançar o orgasmo pela masturbação ou coito. Aquelas que conseguem alcançar o

orgasmo por meio de um desses métodos não são, necessariamente, consideradas

como anorgásticas, embora alguma inibição sexual pode ser detectada.

Pesquisas sobre a fisiologia da resposta sexual feminina mostraram que os

orgasmos causados pela estimulação do clitóris e aqueles causados pela

estimulação da vagina são fisiologicamente idênticos.

A teoria de Freud de que as mulheres devem abandonar a sensibilidade

clitoriana em prol da vagina para alcançar a maturidade sexual atualmente é

considerada equivocada; mas algumas mulheres relatam obter uma sensação

especial de satisfação com o orgasmo propiciado pelo coito. Alguns estudiosos

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atribuem isso ao sentimento psicológico de intimidade engendrado pelo ato do coito,

mas outros sustentam que o orgasmo gerado pelo coito é uma experiência

fisiologicamente diferente. Muitas mulheres atingem o orgasmo durante o coito com

uma combinação de estimulação manual do clitóris e da estimulação peniana

vaginal.

É considerado um transtorno orgástico primário ao longo da vida, quando a

mulher jamais experimentou orgasmo por qualquer espécie de estimulação. Este

transtorno é mais comum entre as mulheres solteiras do que entre as casadas.

Um transtorno orgástico adquirido está presente, se a mulher experimentou

orgasmo anteriormente, independentemente das circunstâncias ou tipo de

estimulação, seja pela masturbação ou durante o sono, enquanto sonhava.

Este transtorno é uma queixa comum em populações clínicas. Um centro de

tratamento clínico descreveu as mulheres não-orgásticas como sendo quatro vezes

mais comuns em sua prática clínica do que todos os demais casos de transtornos

sexuais. Geralmente, a inibição da excitação e os problemas argásticos ocorrem

juntos.

O potencial de orgasmo aumenta com a idade. Esse aumento tem sido

explicado com base na menor inibição psicológica, mais experiência sexual, ou

ambas.

Numerosos fatores psicológicos estão associados com o transtorno orgástico

feminino. Esses incluem, entre outros, rejeição pelo parceiro sexual, temores de

danos à vagina; hostilidade para com os homens; e sentimento de culpa com relação

aos impulsos sexuais.

Para algumas mulheres, o orgasmo é equivalente a uma perda do controle

sobre si, ou a um comportamento agressivo, destrutivo ou violento. O temor desses

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impulsos pode ser expresso através da inibição da excitação ou do orgasmo. As

expectativas culturais e restrições sociais que pesam sobre as mulheres também

são relevantes. Muitas cresceram acreditando que o prazer sexual não é um direito

natural das mulheres ditas “decentes”.

As mulheres não-orgásticas podem não ter outros sintomas ou podem ter

experiências frustrantes de várias maneiras, incluindo queixas pélvicas, como dor

abdominal inferior e corrimento vaginal, bem como aumento da tensão, irritabilidade

e fadiga.

- Transtorno do orgasmo masculino: também chamado de orgasmo inibido

ou ejaculação retardada, é caracterizado pelo atraso ou ausência persistente ou

frequente de orgasmo, após uma fase normal de excitação sexual.

No transtorno do orgasmo masculino, o homem não alcança a ejaculação

durante o coito ou o faz com grande dificuldade.

Alguém com o tipo ao longo da vida nunca foi capaz de ejacular durante o

coito. O transtorno diagnosticado como adquirido se desenvolve após um

funcionamento anterior normal.

Alguns pesquisadores pensam que orgasmo e ejaculação devem ser

diferenciados, em especial no caso de homens que ejaculam, mas se queixam de

sensação subjetiva de prazer diminuída ou ausente durante a experiência orgástica.

A incidência deste transtorno é muito mais baixa do que a de ejaculação

precoce ou impotência. O tipo ao longo da vida indica psicopatologia grave. O

paciente pode pertencer a uma família rígida e puritana, pode perceber o sexo como

pecaminoso e os genitais como sujos. Pode ainda, ter desejos incestuosos

conscientes ou inconscientes e culpa.

Em geral, apresenta dificuldade com a proximidade não apenas na relação

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sexual, mas também em outras áreas. Em alguns casos, a condição é agravada pelo

transtorno de déficit de atenção, no qual a falta de concentração impede uma

estimulação suficiente para a ocorrência do clímax.

Em um relacionamento estabelecido, o transtorno do orgasmo masculino

adquirido tende a refletir dificuldades interpessoais. O transtorno pode ser a forma

de o homem enfrentar mudanças reais ou fantasiosas no relacionamento, tais como

planos de gravidez, em relação ao qual está ambivalente, perda da atração sexual

em relação à parceira ou exigências de mais comprometimento por parte desta,

expressas no desempenho sexual. Em alguns casos, a incapacidade de ejacular

pode ser também, a expressão de uma hostilidade não-expressa em relação à

mulher.

Disfunção sexual devido a uma condição médica geral

A categoria disfunção sexual devido a uma condição médica geral engloba

disfunções sexuais que resultam em sofrimento acentuado e dificuldade

interpessoal; a história, o exame físico, ou achados laboratoriais devem fornecer

evidências de uma condição médica geral que é considerada a causa do problema.

Disfunção erétil masculina devido a uma condição médica geral: a

incidência do transtorno erétil masculino psicológico, em oposição ao orgânico, tem

sido o foco de muitos estudos. Estatísticas indicam que entre 20 e 50% dos casos

têm base orgânica.

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As causas orgânicas do transtorno erétil masculino são listadas a seguir:

- Doenças infecciosas e parasitárias

Elefantíase

Caxumba

- Doenças cardiovasculares

Doença aterosclerótica

Aneurisma da aorta

Síndrome de Leriche

Insuficiência cardíaca

- Distúrbios renais e urológicos

Doença de Peyronie

Insuficiência renal crônica

Hidrocele e varicocele

- Distúrbios hepáticos

Cirrose (geralmente associada à dependência de álcool)

- Distúrbios pulmonares

Insuficiência respiratória

- Genéticas

Síndrome de Klinefelter

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Anormalidades penianas estruturais e vasculares congênitas

- Distúrbios nutricionais

Desnutrição

Deficiência de vitaminas

- Transtornos endócrinos

Diabete melito

Disfunção do eixo hiofisário-adrenal-testicular

Acromegalia

Doença de Addison

Adenoma cromófobo

Neoplasia adrenal

Mixedema

Hipertiroidismo

- Distúrbios neurológicos

Esclerose múltipla

Mielite transversa

Doença de Parkinson

Epilepsia do lobo temporal

Doenças traumáticas e neoplásicas da medula espinal

Tumor no sistema nervoso central

Esclerose lateral amiotrófica

Neuropatia periférica

Paresia geral

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- Fatores farmacológicos

Álcool e outras substâncias indutoras de dependência (heroína, metadona,

morfina, cocaína, anfetaminas e barbitúricos)

Drogas prescritas (psicotrópicos, agentes anti-hipertensivos, estrógenos e

antiandrógenos)

- Envenenamento

Chumbo

Herbicidas

- Procedimentos cirúrgicos

Prostatectomia

Ressecção abdominal-perinal do colo

Simpatectomia (frequentemente interfere na ejaculação)

Cirurgia aortolíaca

Cistectomia radical

Linfadenectomia retroperitoneal

- Outras

Radioterapia

Fratura pélvica

Qualquer doença sistêmica grave ou condição debilitante

- Dispareunia devido a uma condição médica geral: estima-se que 30% de

todos os procedimentos cirúrgicos na área genital feminina resultem em dispareunia

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temporária. Além disso, 30 a 40% das mulheres com queixa atendida em clínicas de

terapia sexual têm patologia pélvica. As anormalidades orgânicas que levam a

dispareunia e ao vaginismo incluem restos himenais irritados ou infectados,

cicatrizes de episotomia, infecção na glândula de Bartholin, várias formas de vaginite

e cervicite e endometriose.

Mulheres com miomas e endometriose relatam dor pós-coito, atribuída às

condições uterinas durante o orgasmo. Aquelas na pós-menopausa podem

apresentar dispaurenia resultante do afinamento da mucosa vaginal e redução da

lubrificação.

- Transtorno do desejo sexual hipoativo devido a uma condição médica

geral: o desejo costuma diminuir após uma doença grave ou cirurgia, em especial

quando a imagem corporal é afetada por procedimentos como mastectomia,

ileostomia, histerectomia e prostatectomia.

Doenças que exaurem a energia da pessoa, condições crônicas que exigem

adaptação física e psicológica e doenças sérias que causam depressão podem

diminuir de forma acentuada o desejo sexual tanto em homens quanto em mulheres.

Drogas que inibem o sistema nervoso central (SNC) ou reduzem a produção

de testosterona podem diminuir o desejo.

- Outras disfunções sexuais femininas devido a uma condição médica

geral: algumas condições médicas – especificamente doenças endócrinas como

hipotiroidismo, diabete melito e hiperprolactinemia primária – podem afetar a

capacidade da mulher de ter orgasmos, assim como diversas drogas.

Agentes hipertensivos, estimulantes do SNC, drogas tricíclicas, ISRSs e

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inibidores da monoaminoxidase (IMAOS) interferem na capacidade orgástica

feminina. Um estudo com mulheres que usavam estes últimos, no entanto, constatou

que, após 16 a 18 semanas de farmacoterapia, o efeito adverso do medicamento

desaparecia, e elas eram capazes de experimentar orgasmos outra vez, embora

continuassem utilizando a mesma dosagem.

A seguir, algumas drogas psiquiátricas implicadas na inibição do orgasmo

feminino:

- Antidepressivos tricíclicos

Imipramina (Tofranil)

Clomipramina (Anafranil)

Nortriptilina (Aventyl)

- Inibidores da monoaminoxidase

Tranilcipromina (Parnate) Fenelzina (Nardil)

Isocarboxazida (Marplan)

- Antagonistas do receptor da dopamina

Tioridazina (Mellaril)

Trifluoperazina (Stelazine)

- Inibidores seletivos da recaptação de serotonina

Fluoxetina (Prozac)

Paroxetina (Paxil)

Sertralina (Zoloft)

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Fluvoxamina (Luvox)

Citalopram (Celexa)

A inter-relação entre disfunção sexual feminina e agentes farmacológicos não

foi avaliada de forma tão extensa quanto às reações masculinas. Os

anticoncepcionais orais diminuem a libido em algumas mulheres, e determinadas

drogas com efeitos colaterais anticolinérgicos podem comprometer a excitação e o

orgasmo. Foi relatado que os benzodiazepínicos diminuem a libido, mas em alguns

casos a redução da ansiedade causada por estas drogas melhora a função sexual.

Tanto o aumento quanto a diminuição da libido foram relatados com o uso de

agentes psicoativos, e é difícil separar tais efeitos da condição subjacente ou da sua

melhora. A disfunção sexual associada ao uso de um agente desaparece quando

este é descontinuado.

- Outra disfunção sexual masculina devido a uma condição médica

geral: quando outra característica disfuncional é predominante (por exemplo,

transtorno do orgasmo) ou quando não há uma única característica mais evidente, é

usada a categoria outra disfunção sexual masculina devido a uma condição médica

geral.

O transtorno do orgasmo masculino pode ter causas fisiológicas e ocorrer

após cirurgias no trato geniturinário, como a prostatectomia. Também pode estar

associado à doença de Parkinson e outros distúrbios neurológicos que envolvam a

seção lombar ou sacral de medula espinal.

A droga anti-hipertensiva monossulfato de guanetidina (Ismelin), a metildopa

(Aldomet), fenotiazinas, as drogas tricíclicas e os inibidores seletivos da recaptação

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de serotonina (ISRSs), entre outros, foram implicados na ejaculação retardada.

O transtorno do orgasmo masculino também deve ser diferenciado da

ejaculação retrógada, na qual a ejaculação ocorre, mas o fluido seminal passa para

a bexiga. Esta sempre tem causa orgânica, pode se desenvolver após uma cirurgia

geniturinária e também está associada a medicamentos com efeitos anticolinérgicos

adversos como as fenotiazinas, em especial a tioridazina (Mellaril).

Alguns agentes farmacológicos implicados nas disfunções sexuais maculinas:

Droga Prejudica Prejudica

Ereção Ejaculação

Drogas Psiquiátricas

Antidepressivos cíclicos

Impramina (Tofranil) + +

Protriptilina (Vivactil) + +

Desipramina (Pertofrane) + +

Clomipramina (Anafranil) + +

Amitriptilina (Elavil) + +

Trazodona (Desyrel) - -

- Inibidores da monoaminoxidase

Tranilcipromina (Parnate) + -

Fenelzina (Nardil) + +

Pargilina (Eutonyl) - +

Isocarboxazida (Marplan) - +

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- Outras drogas com ação sobre o humor

Lítio (Eskalith) + -

Anfetaminas + +

Fluoxetina (Prozac) - +

- Antipsicóticos

Flufenazina (Prolixin) + -

Tioridazina (Mellaril) + +

Clorprotixeno (Taractan) - +

Mesoridazina (Serentil) - +

Ferfenazina (Trilafon) - +

Trifluoperazina (Stelazine) - +

Reserpina (Serpasil) + +

Haloperidol (Haldol) - +

-Agente antiansiedade

Clordiazepóxido (Librium) - +

-Drogas anti-hipertensivas

Clonidina (Catapres) + -

Metildopa (Aldomet) + +

Espironolactona (Aldactone) + -

Hidroclorotiazida + -

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Guanetidina (Ismelin) + +

- Substâncias de abuso comum

Álcool + +

Barbitúricos + +

Cannabis + -

Cocaína + +

Heroína + +

Metadona + -

Morfina + +

-Outras drogas

Agentes antiparkinsoanos + +

Clofibrato (Atromid-S) + -

Digoxina (Lanoxin) + -

Glutemida (Doriden) + +

Indometacina (Indocina) + -

Pentolamina (Regitine) - +

Propanolol (Inderal) + -

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Disfunção sexual induzida por substância

A característica essencial da Disfunção Sexual Induzida por Substância é uma

disfunção sexual clinicamente significativa que tem como resultado um acentuado

sofrimento ou dificuldade interpessoal.

O diagnóstico de disfunção sexual induzida por substância é usado quando

evidências de intoxicação ou abstinência de uma substância são aparentes na

história, no exame físico ou em achados laboratoriais. O problema deve ocorrer

dentro de um mês da intoxicação ou abstinência significativa da substância. As

substâncias especificadas incluem álcool, anfetaminas ou substâncias relacionadas,

cocaína, opioides, sedativos, hipnóticos ou ansiolíticos, bem como outras

substâncias ou substâncias desconhecidas.

O abuso de substâncias recreativas afeta a função sexual de várias formas.

Em pequenas doses, muitas delas melhoram o desempenho sexual, diminuindo a

inibição ou a ansiedade ou causando uma elevação temporária do humor. Com o

uso continuado, no entanto, a turgescência erétil, a capacidade orgástica e a

capacidade ejaculatória se tornam comprometidas.

O abuso de sedativos, ansiolíticos, hipnóticos e, particularmente, opiáceos e

opioides quase sempre deprime o desejo. O álcool pode promover a iniciativa da

atividade sexual removendo inibições, mas também afeta o desempenho. A cocaína

e as anfetaminas produzem efeitos semelhantes. Ainda que não haja evidências

diretas indicando que o impulso sexual é melhorado, os usuários, no início, têm

sentimentos de maior energia e podem tornar-se sexualmente ativos. A disfunção

surge com o tempo, sendo que os homens passam por dois estágios: a experiência

de ereção prolongada sem ejaculação e, posteriormente, a perda gradual da

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capacidade erétil.

Pacientes que estão se recuperando de dependência de substâncias podem

necessitar de terapia para reconquistar a função sexual, em parte em virtude do

reajustamento psicológico a um estado de não-dependência.

Muitos abusadores de substâncias sempre tiveram dificuldades com

interações íntimas. Outros, que passaram os anos cruciais do desenvolvimento sob

a influência de uma substância, perderam as experiências que os teriam capacitado

a aprender habilidades sociais e sexuais.

- Agentes farmacológicos implicados na disfunção sexual

Diagnóstico diferencial de disfunção induzida por drogas:

- Problema após o início da terapia medicamentosa ou superdosagem.

- O problema não é específico a uma situação ou parceiro.

- Não é um problema ao longo da vida ou recorrente.

- Nenhum precipitante não-farmacológico óbvio.

- Desaparece com a descontinuação da droga.

Quase todos os agentes farmacológicos, em particular aqueles usados na

psiquiatria, foram associados a efeitos na sexualidade. Em homens, esses efeitos

incluem diminuição do impulso sexual, insuficiência erétil (impotência), diminuição do

volume da ejaculação e ejaculação retardada ou retrógada.

Em mulheres, pode ocorrer diminuição do impulso sexual, diminuição da

lubrificação vaginal, orgasmo inibido ou retardado e diminuição ou aumento de

contrações vaginais.

As drogas também podem melhorar as respostas sexuais e aumentar o

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impulso sexual, mas isso é menos comum do que os efeitos adversos.

Drogas psicoativas

Drogas antipsicóticas – A maioria das drogas antipsicóticas é antagonista

do receptor de dopamina e também bloqueia receptores adrenérgicos e colinérgicos,

o que explica seus efeitos sexuais adversos.

A clorpromazina (Thorazine), a tioridazina e a trifluoperazina (Stelazine) são

anticolinérgicos potentes que comprometem a ereção e a ejaculação, fazendo com

que o fluido seminal retorne para a bexiga em vez de ser expelido pela uretra. Os

pacientes ainda têm a sensação prazerosa, mas o orgasmo é seco. Ao urinarem

após o orgasmo, a urina pode ser leitosa e esbranquiçada, porque contém a

ejaculação. Essa condição é desconcertante, porém inofensiva, e pode ocorrer em

até 50% dos pacientes que utilizam essas drogas.

Drogas antidepressivas – Uma vez que a depressão está associada à

diminuição da libido, níveis variáveis de disfunção sexual fazem parte do processo

da doença.

Alguns pacientes relatam melhora do funcionamento sexual à medida que a

depressão diminui como resultado da medicação antidepressiva. O fenômeno

dificulta a avaliação dos efeitos colaterais sexuais, e estes também podem

desaparecer com o tempo.

Os antidepressivos tricíclicos e tetracíclicos têm efeitos anticolinérgicos que

interferem na ereção e retardam a ejaculação. Como esses efeitos variam entre os

antidepressivos cíclicos, aqueles com menos efeitos (por exemplo, desipramina

AN02FREV001/REV 4.0

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[Norpramin]) produzem menos reações adversas. No caso dos tricíclicos e

tetracíclicos, não foram documentados dados suficientes sobre mulheres, mas

poucas parecem ter qualquer queixa.

Alguns homens relatam maior sensibilidade da glande, que é prazerosa e não

interfere na ereção, embora retarde a ejaculação.

A venlafaxina (Effexor) e os ISRSs quase sempre têm efeitos adversos em

função do aumento nos níveis de serotonina. A diminuição do impulso sexual e a

dificuldade de chegar ao orgasmo ocorrem em ambos os sexos.

Os IMAOs produzem comprometimento da ereção, ejaculação retardada ou

retrógada, secura vaginal e inibição do orgasmo.

Lítio – O lítio regula o humor e, no estado maníaco, pode reduzir a

hipersexualidade, possivelmente por meio da atividade de antagonista da dopamina.

Em alguns pacientes, foi relatado comprometimento da ereção.

Simpaticomiméticos – Os psicoestimulantes, às vezes, são usados no

tratamento da depressão e incluem anfetaminas, metilfenidato e pemolina (Cylert). A

libido aumenta, mas com o uso prolongado, os homens podem experimentar perda

do desejo e das ereções.

Agentes antiansiedade – A principal classe de ansiolíticos é a dos

benzodiazepínicos (por exemplo, [Valium]), que agem sobre os receptores do ácido

y-aminobutírico (GABA), os quais se acredita estarem envolvidos na cognição, na

memória e no controle motor.

Como diminuem as concentrações plasmáticas de epinefrina, reduzem a

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ansiedade e, como resultado, melhoram a função sexual em pessoas inibidas.

Álcool – O álcool suprime de modo geral a atividade do SNC e, assim, pode

produzir transtornos eréteis em homens. Seu efeito gonadal direto diminui os níveis

de testosterona em homens, mas, de maneira paradoxal, pode produzir um ligeiro

aumento nos níveis de testosterona das mulheres. Esse achado pode explicar os

relatos femininos e aumento da libido após a ingestão de pequenas quantidades de

álcool.

O uso prolongado reduz a capacidade do fígado de metabolizar compostos

estrógenos, o que nos homens produz sinais de feminilização (por exemplo,

ginecomastia como resultado da atrofia testicular).

Opioides – Assim como a heroína, têm efeitos sexuais adversos, como

insuficiência erétil e diminuição da libido. A alteração da consciência pode aumentar

a experiência sexual em alguns usuários.

Alucinógenos – Estes incluem a dietilamida do ácido lisérgico (LSD), a

fenciclidina (PCP), a psilocibina (de alguns cogumelos) e a mescalina (do cacto

peiote). Além de induzirem alucinações, causam perda do contato com a realidade e

expansão e aumento da consciência.

Usuários relatam que a experiência sexual também melhora, mas outros

experimentam ansiedade, delírios ou psicose, os quais interferem na função sexual.

Cannabis – O estado alterado de consciência produzido por ela pode

aumentar o prazer sexual para algumas pessoas. Seu uso prolongado deprime os

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níveis de testosterona.

Barbitúricos e drogas de ação semelhante – Os barbitúricos e os sedativos

hipnóticos de ação semelhante podem aumentar a responsividade sexual em

pessoas com inibições sexuais como resultado da ansiedade. Não têm efeitos

diretos nos órgãos sexuais, mas produzem uma alteração da consciência que

algumas pessoas consideram prazerosa. Estão sujeitos a abuso e podem ser fatais

quando combinados ao álcool ou a outros depressores de SNC.

Disfunção sexual sem outra especificação

Esta categoria engloba as disfunções sexuais que não podem ser

classificadas nas categorias já descritas. Os exemplos incluem pessoas que

experimentam os componentes fisiológicos da excitação sexual e do orgasmo, mas

relatam ausência de sensação erótica ou até mesmo anestesia (anedonia orgástica).

Mulheres com condições análogas à ejaculação precoce em homens são

classificadas aqui. As que são orgásticas e desejam experimentar orgasmos

múltiplos, mas não conseguem, também podem ser classificadas sob essa rubrica.

Transtornos de disfunção sexual excessiva, e não apenas inibida, como

masturbação ou coito compulsivo (adicção sexual), ou ocorrência de dor genital

durante a masturbação podem ser tratados neste tópico.

Outros transtornos não-especificados são encontrados em pessoas que têm

uma ou mais fantasias sexuais em relação às quais se sentem culpadas ou

disfóricas, mas a gama de fantasias comuns é ampla.

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- Orgasmo feminino prematuro: os dados sobre o orgasmo feminino

prematuro são esparsos, e não há uma categoria própria para este transtorno no

DSM IV. Foram relatados casos de pessoas que tomavam antidepressivos (por

exemplo, fluoxetina e clomipramina) e experimentam orgasmos espontâneos

associados a bocejos.

- Cefaleia pós-coito: a cefaléia pós-coito, caracterizada por cefaleia logo após

o coito, pode durar várias horas. Em geral, é descrita como um latejamento e está

localizada na área occipital ou frontal. Sua causa é desconhecida. Pode haver

implicações vasculares, psicogênicas ou ligadas à contração muscular (tensão).

- Anedonia orgástica: a anedonia orgástica é uma condição na qual a pessoa

não tem sensação física de orgasmo, muito embora o componente fisiológico

permaneça intacto (por exemplo, ejaculação). Causas orgânicas como lesões

cefálicas ou sacrais que interferem nas rotas aferentes da genitália para o córtex

devem ser excluídas.

As causas psíquicas costumam estar relacionadas à extrema culpa acerca do

prazer sexual. Esses sentimentos produzem uma resposta dissociativa que isola da

consciência o componente da experiência do orgasmo.

- Dor masturbatória: algumas pessoas podem experimentar dor

durante a masturbação. As causas orgânicas sempre devem ser excluídas; uma

pequena laceração vaginal ou doença de Peyronie nos primeiros estágios podem

produzir uma sensação dolorosa. A condição deve der diferenciada da masturbação

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compulsiva, na qual a pessoa pode se masturbar com tal frequência que chegue a

causar danos físicos aos seus genitais e experimentar dor durante atos

masturbatórios subsequentes. Esses casos constituem um transtorno sexual

separado e devem ser assim classificados.

* Certas práticas resultam no que foi denominado asfixia autoerótica. Nesta, a

pessoa masturba-se enquanto se enforca para aumentar as sensações eróticas e a

intensidade do orgasmo por meio do mecanismo da hipoxia leve. Embora os

praticantes tenham a intenção de libertar-se do laço após o orgasmo, estima-se que

entre 500 e 1000 pessoas morram enforcadas acidentalmente a cada ano. A maioria

dos praticantes são homens, o travestismo com frequência está associado a este

hábito, e a maioria das mortes ocorrem entre adolescentes. Tais práticas

masoquistas em geral estão associadas a transtornos mentais graves, como

esquizofrenia e transtornos maiores de humor.

CID-10

Segundo a décima revisão da Classificação estatística internacional de

doenças e problemas relacionados à saúde (CID-10), disfunção sexual refere-se à

incapacidade de uma pessoa de “participar em uma relação sexual do modo como

desejaria”. Essa disfunção se expressa de várias formas: falta de desejo ou de

prazer ou incapacidade fisiológica de começar, manter ou completar a interação

sexual. Como a resposta sexual é psicossomática, pode ser difícil determinar “a

importância relativa de fatores psicológicos e/ou orgânicos”.

Problemas como falta de desejo podem ocorrer em homens e mulheres, mas

estas se queixam com maior frequência da “qualidade subjetiva” da experiência do

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que do “fracasso de uma resposta específica”. A CID-10 aconselha a “ir além da

queixa apresentada para encontrar a categoria diagnóstica mais apropriada”. A

seguir apresentaremos a tabela dos critérios diagnósticos da CID-10:

Compreensão Psicodinâmica das Disfunções Sexuais

A compreensão psicodinâmica do paciente do sexo masculino e feminino que

não deseja fazer sexo, ou do paciente do sexo masculino que deseja, mas não

consegue atingir a ereção, começa com uma cuidadosa compreensão do contexto

em que o sintoma se insere.

Se o paciente está envolvido em um relacionamento íntimo, o clínico deve

identificar se o problema do desejo ou excitação é específico a este parceiro ou se é

generalizado a todos os potenciais parceiros sexuais.

As dificuldades sexuais específicas do casal devem ser compreendidas no

contexto da dinâmica interpessoal da díade, enquanto outras dificuldades,

primariamente intrapsíquicas, ocorrem com qualquer parceiro. Entretanto, os clínicos

devem lembrar que os problemas do desejo, como outros sintomas psicológicos, são

determinados por múltiplos fatores. Três elementos distintos do desejo sexual devem

funcionar em sincronia para haver adequado desejo e excitação: pulsão, desejo e

motivo.

A pulsão tem raízes biológicas e pode ser afetada por fatores físicos, como os

níveis hormonais, doenças físicas e medicações.

O desejo está mais intimamente ligado a fatores cognitivos conscientes ou

ideacionais. Por exemplo, na presença de um componente pulsional normal, um

sujeito pode não querer fazer sexo em decorrência de proibições religiosas ou por

AN02FREV001/REV 4.0

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medo de pegar AIDS.

O terceiro elemento, o motivo, está intimamente relacionado a necessidades

inconscientes de relações de objeto e é o componente com maior probabilidade de

ser o foco da intervenção terapêutica.

O clínico deve avaliar todos os elementos, tentando compreender por que não

estão integrados em um todo funcional. Numerosos fatores podem interferir na

motivação de um sujeito. Um dos cônjuges pode estar tendo um caso extraconjugal

e simplesmente não estar interessado no companheiro. Ou um dos cônjuges pode

ter um ressentimento e uma raiva crônica em relação ao outro, de forma que as

relações sexuais estão fora de questão.

Problemas no relacionamento não-sexual do casal provavelmente são

responsáveis pela maior parte das situações de inibição do desejo sexual (IDS). As

distorções do parceiro sexual também podem ter um papel importante nos

transtornos da motivação. Em muitos casais que iniciam a terapia sexual ou

conjugal, os cônjuges estão relacionando-se inconscientemente um com o outro

como se o fizessem com o genitor do sexo oposto. Quando isto ocorre, as relações

sexuais podem inconscientemente ser sentidas como incestuosas, de forma que os

parceiros lidam com a ansiedade associada a este tabu por meio da total evitação do

sexo.

Em um caso de terapia sexual, por exemplo, a esposa era altamente

resistente a fazer exercícios. Quando esta resistência foi investigada dinamicamente,

ela foi capaz de admitir frente ao terapeuta que parte dela queria que seu marido

fracassasse na terapia sexual. Ela revelou seu medo de que seu marido se tornasse

um “mulherengo” como seu pai caso ele adquirisse novamente um funcionamento

sexual adequado. Esta distorção transferencial com seu marido ameaçou arruinar o

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sucesso da terapia sexual.

Mesmo pessoas solteiras, em terapia ou análise, podem vivenciar ligações do

tipo transferencial com parceiros sexuais em potencial, o que resulta em transtornos

da motivação.

Os temas e dinâmicas que emergem na terapia sexual de orientação analítica

são os mesmos vistos na terapia psicanalítica, tais como sonhos relevantes, medo

de punição, sentimentos agressivos, dificuldade em confiar no parceiro, medo de

intimidade, sentimentos edípicos e medo de mutilação genital.

DISFUNÇÕES SEXUAISMASCULINAS

https://portaldepsicologiaonline.com.br/saiba-quais-sao-as-disfuncoes-sexuais-masculinas/

Para o homem é uma questão muito complicada apresentar qualquer tipo de

disfunção sexual, pois para ele a função sexual é a prova de que realmente é

homem, capaz de procriar e prover os filhos.

Desde a Antiguidade, essa questão foi tratada com cuidado, principalmente

após episódios recorrentes de sífilis que levavam à impotência.

Alguns problemas estão relacionados com problemas hormonais, outros com

o estado emocional do indivíduo e outros com os hábitos adquiridos durante a vida.

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Para todos esses é necessário procurar o médico e averiguar a possibilidade de

tratamento.

A primeira dificuldade está em fazer com que os homens adquiram o hábito

de se consultar regularmente com o médico fato que atrasa ou muitas vezes

inviabiliza o tratamento precoce de muitas doenças.

As queixas mais ocorrentes são a disfunção erétil e a ejaculação precoce.

DISFUNÇÃO ERÉTIL

A disfunção erétil está em uma das disfunções apresentadas pelo homem que

requer também um apoio psicológico para a resolução da problemática.

Esta disfunção é definida como dificuldade de manter ou obter a ereção

peniana (JUNIOR e COSTA, 1993).

O homem apresenta naturalmente dificuldades de conversar e quando o

assunto está relacionado com um problema sexual, a dificuldade encontra-se nesta

pessoa recorrer a alguma ajuda.

Algumas doenças como diabetes e hipertensão podem contribuir para a

disfunção erétil assim como hábitos de vida não considerados saudáveis como:

 O excesso de bebida e fumo;

 A obesidade que também é um fator perigoso para o desenvolvimento

dadisfunção;

 Além disso, as emoções como extrema ansiedade ou estresse podem

colaborar para o aparecimento dadisfunção.

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Esta disfunção compromete o bem-estar e qualidade de vida do indivíduo

devendo ser tratada assim que possível (ABDO et al, 2006).

O tratamento irá depender da causa que leva ao problema e do apoio que o

indivíduo irá receber, a melhora da autoestima é importante nessa fase para que os

problemas possam ser trabalhados da melhor maneira e resolvidos tão logo

possível.

http://bildium.com.br/pressao-arterial-afeta-na-disfuncao-eretil/

EJACULAÇÃO PRECOCE

A ejaculação precoce é um transtorno do orgasmo, que tem início persistente

e repetitivo do orgasmo e ejaculação durante ou logo após a penetração (ABDO e

FLEURY,2006).

Ela pode levar a mulher a não sentir orgasmos já que a precocidade de sua

ejaculação não permite a mulher o deleite completo do prazer (ABDO e FLEURY,

2006).

O problema pode atingir homens de qualquer idade, fazendo com que o

homem não exerça o controle de sua atividade ejaculatória. Na maioria das vezes a

origem do problema é emocional, relacionado com a grande ansiedade, este

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problema deve ser trabalhado principalmente entre o casal, mas deve também ser

trabalhado no consultório médico.

DISFUNÇÕES SEXUAIS FEMININAS

As disfunções sexuais femininas são bastante comuns, e podem acompanhar

as mulheres a vida toda quando estas não se sentem seguras para conversar sobre

o problema com alguém esclarecido, muitas mulheres não vão ao ginecologista com

frequência complicando ainda mais asituação.

As disfunções sexuais são caracterizadas pelo desconforto, dor, falta ou

excesso de excitação, desejo ou orgasmo (ABDO e FLEURY, 2006). Por isso a

qualidade de vida, assim como o bem-estar pode apresentar prejuízo (FERREIRA,

et al.,2007).

As mulheres podem ter o aparecimento de disfunções sexuais por motivos,

emocionais, traumatismos, problemas vasculares, hormonais e até pelo uso de

algumas medicações (FERREIRA et al., 2007).

SECURA VAGINAL E DISPAREUNIA

A dispareunia é caracterizada pela dor genital no ato sexual, em sua maioria a

dor é mais relacionada à penetração, mas pode ocorrer durante todo o ato (ABDO e

FLEURY, 2006).

Algumas alterações vasculares podem causar a diminuição do fluxo

sanguíneo da vagina e assim ocorrer o enrijecimento dessa cavidade. Esse

fenômeno pode produzir a dispareunia e a secura vaginal, que vão prejudicar o

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desempenho sexual da mulher (FERREIRA et al., 2007).

Os problemas relacionados à dispareunia podem ser por excesso de uso

medicamentoso, efeitos fisiológicos ou de origem emocional, devendo ter sua causa

estudada para a melhor resolução do problema. Assim também é com o problema

de securavaginal.

VAGINISMO

http://www.claudiagraichen.com.br/vaginismo-como-tratar/

O vaginismo é caracterizado pela contração involuntária dos músculos da

vagina quando é tentada a penetração (ABDO e FLEURY, 2006).

É um diagnóstico geralmente difícil de ser identificado e assim como a

dispareunia pode ter relações emocionais, fisiológicas, hormonais e

medicamentosas (FERREIRA et al.,2007).

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É importante que assim que identificado um problema que atrapalhe o

intercurso sexual, o casal esteja pronto a conversar sobre o problema e achar a

melhor solução e mais cabível possível. O diálogo se faz importante neste momento,

bem como a compreensão de que ali existe um problema que precisa de uma

solução, a consulta médica se faz necessária já que as causas podem ser muitas e

estas precisam ser estabelecidas para um tratamento completo e satisfatório.

FETICHISMO

FANTASIASSEXUAIS

As fantasias sexuais estão

presentes na maioria dos pensamentos

dos seres humanos. É algo normal,

porém existem pessoas que não

chegam ao orgasmo ou não conseguem

sentir prazer sem recorrer às fantasias

de cunho sexual. A diversidade proporcionada pelas fantasias provavelmente seria

impossível à vida habitual (LINS e BRAGA, 2005).

Algumas pessoas, por fantasiarem, experimentam um sentimento de culpa e

vergonha, porque na maioria das vezes a fantasia é associada à perversão e

sentimentos inadequados perante a sociedade, visto que no pensamento social a

fantasia é uma ameaça de que o sentimento se torne realidade. É normal que

asfantasias ocorram. Em sua maioria elas ficam presas somente no pensamento de

uma única pessoa não sendo compartilhada (LINS e BRAGA, 2005).

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Além de um objeto do aumento do prazer, a fantasia também é apontada

como uma saída para as crises conjugais, mesmo sem um referir ao outro o uso de

fantasias. Os adolescentes são os que mais fantasiam, com o passar dos anos

estaideia tende a diminuir (LINS e BRAGA, 2005).

FETICHE

Hoje podemos atribuir diferentes significados para a palavra fetiche, desde

significados trabalhistas a religiosos. No ano de 1887 esta palavra surge com uma

conotação erótica criada por Alfred Binet (LINS e BRAGA, 2005).

O fetiche é na verdade objeto inanimado ou parte do corpo considerada como

possuidora de qualidades mágicas ou eróticas (HOUAISS, 2009).

O uso desse objeto ou parte do corpo provoca prazer durante a relação

sexual, na fase preliminar ou fora das áreas sexuais. Os fetiches podem ser os mais

variados possíveis e comuns a muitas pessoas, como sapatos de salto alto,

lingeries, dentre outros existentes (LINS e BRAGA, 2005).

O fetichismo só é doença quando aquele detalhe se torna extremamente

necessário, substituindo a pessoa pelo objeto de amor, esta pessoa não sente

atração pela mulher ou homem como um todo somente por uma parte dela ou algo

relacionado a ela para que a satisfação sexual ocorra (LINS e BRAGA, 2005).

Por certo, todos nós temos um gosto por algo específico, porém o fetichista

não alcança o prazer sem que este objeto esteja presente na relação, muitas vezes

com a peça de roupa já usada, o fetichista sente prazer se tocando e observando a

peça, não necessitando da presença de outras pessoas para sua satisfação. O

fetichismo é raramente encontrado no sexo feminino tendo sua predominância no

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sexo masculino (LINS e BRAGA, 2005).

Algumas pessoas se preocupam somente com a roupa, outras com alguma

parte exata do corpo e existem aqueles que se preocupam com o material do objeto

de fetiche (LINS e BRAGA, 2005).

A doença associada ao fetichismo está ligada ao que o fetichismo representa

para a pessoa. Muitas vezes, o uso de fantasias durante as relações é compatível

com alguém que coleciona certo objeto, no entanto a preocupação deve ocorrer

quando o desejo pelo fetiche passa a ser intenso que leva ao crime. O fetiche está

ligado a problemas do temor infantil ao sexo oposto. Como não

conseguealcançarosexoopostocommedodemanterrelaçõessexuaisopostoeste

recorre a objetos (LINS e BRAGA, 2005).

PEDOFILIA

A pedofilia pode parecer um movimento da modernidade, porém já é fato

antigo, o pedófilo é a mesma pessoa chamada antigamente de pederasta. Na Roma

antiga, alguns donos das casas abusavam dos pequenos escravos, pois sobre eles

tinham poder (PRIORE, 2011).

No século XVI no Brasil, meninos e meninas de seis a oito anos de idade

eram estuprados por adultos, sem que as consciências sofressem peso, ocorria

tanto com os senhores feudais quanto com os padres que muitas vezes abusavam

dos coroinhas (PRIORE,2011).

Antes como um segredo, no século XX passou a ser um assunto público, o

código penal realizou leis proibindo sexo com menores de 21 anos e tirando-lhes a

pureza (PRIORE, 2011).

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Dessa forma, eram praticados atos de pedofilia por meio da atração das

crianças sob forma de brinquedos, presentes a até mesmo a violência e ameaça,

uns ficavam satisfeitos com toques mais pervertidos, outros com a masturbação

conjunta e muitos chegavam ao estupro de fato (PRIORE, 2011).

Nos anos 90, com a eclosão do caso de um cantor famoso sendo acusado de

pedofilia, vários estudos sobre o fato apareceram. Segundo estas pesquisas, 62%

dos casos de abuso infantil ocorrem dentro da família, sendo as meninas as maiores

vítimas (PRIORE,2011).

Ela é definida como distúrbio mental e geralmente envolve a predisposição do

adulto em buscar um parceiro sexual menor de 13 anos, em alguns casos podemser

submetidos a este ato recém-nascidos ou de poucos meses. Quando a pessoa de

maior idade se envolve com outra que tenha até 17 anos, ela pode ser acusadade

estupro (LINS e BRAGA, 2005).

COMPULSÃOSEXUAL

A sexualidade excessiva aparece em torno de 5% da população, pode ser

que seja um número maior em razão do controle de cunho moral. Para que ocorra

verdadeiramente a compulsão sexual esta deve ser relacionada com o sofrimento

emocional e causar prejuízos, em vários âmbitos da vida da pessoa (BALLONE e

MOURA, 2008).

Esse prejuízo de valores pode estar associado a alguma doença de cunho

psicológico ou abuso de alguns tipos de substâncias (BALLONE e MOURA, 2008).

Muitas pessoas que apresentam este distúrbio apresentam culpa após o ato

sexual descontrolado e impulsivo, os prejuízos que se seguem são muitos como

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traição excesso de gastos financeiros para alcançar o prazer desmedido, perda de

amigos e alguns tentam o suicídio (BALLONE e MOURA, 2008).

Existem estudos que discutem a relação desse comportamento com uma

infância em que a pessoa sofreu abusos, outros indicam as funções cerebrais como

causas do problema (BALLONE e MOURA, 2008).

Algumas pessoas desenvolvem danos corporais pelas suas escolhas sexuais

como, por exemplo, lesões nas partes íntimas e também a contaminação de

doenças sexualmente transmissíveis (BALLONE e MOURA,2008).

Portanto, a compulsão sexual é considerada uma doença e deve ser tratada

para que não haja prejuízos na qualidade de vida e bem-estar do portador deste

distúrbio.

EXIBICIONISMO

O exibicionista encontra seu prazer em mostrar os órgãos genitais para as

pessoas, na maioria dos casos ele demonstra o órgão para a outra pessoa sem o

consentimento dela e sem o interesse de praticar o ato sexual (LINS e BRAGA,

2005).

O órgão geralmente encontra-se ereto e a demonstração é seguida da

masturbação, a pessoa que se exibe espera que o outro demonstre repugnância,

porque a verdadeira intenção é causar grande impacto para que assim alcance o

seu prazer (LINS e BRAGA,2005).

No Brasil, o ato de demonstrar as partes íntimas para alguém é considerado

atentado violento ao pudor, um crime que poderá fazer com que a pessoa cumpra

pena segundo o código penal (LINS e BRAGA, 2005).

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O exibicionismo é algo que ocorre apenas com os homens, as mulheres

demonstram o corpo em busca do prazer do outro (LINS e BRAGA, 2005).

FROTTEURISMO

Esta prática conhecida também por frottage ou froterismo consiste em obter

prazer esfregando o corpo contra outro ou contra um objeto (LINS e BRAGA, 2005).

Na maioria das vezes o frotteurismo não é um ato consensual para ambas as

partes (LINS e BRAGA,2005).

Muitas vezes, ocorre em transportes públicos, onde a chance de fuga é maior,

o homem com o pênis ereto passa então a se esfregar nas mulheres sem o seu

consentimento até alcançar o ápice do prazer (LINS e BRAGA, 2005).

MASOQUISMO

O masoquismo consiste em alcançar o prazer com o sofrimento e a

dominação de outra pessoa (LINS e BRAGA, 2005).

Esta prática parece exercer papel na autoconfiança e na autoestima, o

masoquista atinge o orgasmo passando pelo medo, dor e humilhação (LINS e

BRAGA, 2005).

Muitas pessoas apreciam esta prática, e se sentem bem ao realizá-la, há

inclusive grupos para a prática. O parceiro deve sempre ser avisado sobre o desejo

do outro de praticar algo considerado diferente e muitas vezes inovador para que

não ocorram mausentendimentos.

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ORIENTAÇÃO SEXUAL EGODISTÔNICA

A orientação sexual egodistônica é segundo a Classificação Internacional de

doenças (CID):Não há dúvida sobre a identidade de gênero ou sobre a preferência,

tendência ou inclinação sexual (heterossexual, homossexual, bissexual ou pré-

pubertária), mas o indivíduo deseja que ela seja diferente devido a perturbações

psicológicas ou comportamentais associadas e pode procurar tratamento para

mudá-la.

Ainda não existe um verdadeiro consenso sobre o que poderia realmente ser

um transtorno desse tipo, alguns classificam muitos homossexuais como portadores

deste transtorno que pode ser trabalhado psicologicamente, muitos falam que se

trata do transexual apesar deste ter um CID próprio.

É então um verdadeiro problema de condicionamento sexual, o problema não

está na relação sexual, mas sim na mente da pessoa que se achar necessário pode

pedir ajuda aos profissionais de saúde para que seu problema sejaresolvido.

SADISMO

O sadismo é o prazer em conferir o sofrimento a alguém, sob a forma de

dominação, dor física ou emocional (LINS e BRAGA, 2005).

Os sádicos podem apresentar grande perigo uma vez que podem cometer

homicídios facilmente. Sentem prazer nas reações das vítimas como choro e

gemidos de dores (LINS e BRAGA, 2005).

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http://ocorvoblog.blogspot.com/2011/09/sadomasoquismo-o-sadismo.html

Normalmente são encontrados em posições que lhes confira autoridade e que

sejam funções repressivas para a sociedade como integrantes do exército, da

política, etc. (LINS e BRAGA, 2005).

VOYERISMO

O Voyerismo é uma forma de sexo

atípica, porém muito praticada, consiste ele na

excitação com a observação do ato sexual ou

no simples fato de observar pessoas se

despindo (LINS e BRAGA, 2005).

Existem hoje em dia algumas casas

onde esta prática é autorizada, são casas

normalmente onde ocorrem festas e também

atos sexuais, elas possuem regras próprias de

ética e conduta que devem ser seguidas pelos participantes sob pena de expulsão

da casa.

O ato do voyerismo pode ser seguido de masturbação e não é raro que

alguns voyers fiquem nas janelas alheias observando o ato sexual (LINS e BRAGA,

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2005).

Em sua maioria essas pessoas são homens, mas fato é que a observação de

pessoas copulando é excitante e normal para a maioria das pessoas, só significa

problema quando se transforma na única opção para prazer sexual (LINS e BRAGA,

2005).

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