Você está na página 1de 1

Auto ficção ou autobiografia ficcional, é quando um autor utiliza da ficção para contar a

sua história ou colocar fatos ocorridos da sua própria história dentro de sua literatura,
podendo ser explicito ao ver do leitor ou não.

Foi Serge Doubrovsky que cunhou o termo em 1977, com referência e seu romance
“Fills”, auto ficção combina dois estilos, paradoxalmente contraditórias: a de autobiografia e
ficção, um autor pode decidir contar sua vida na terceira pessoa, para modificar os detalhes
significativos ou "personagens", utilizando a ficção a serviço de uma busca por auto. Ele tem
relações paralelas com a não ficção, um gênero inventado por Truman Capote para
descrever seu romance “A Sangue Frio”.
Em um dos artigos de Anna Faedrich (Professora Adjunta de Literatura Brasileira na
UFF.) ela diz: “O conceito de autoficção tem sido marcado por indefinições,
confusões e contradições que acabaram por cristalizar um argumento que sustenta
a impossibilidade de defini-lo de forma mais nítida. Um dos efeitos dessa confusão
conceitual tem sido um misto de vulgarização e uso inadequado do termo, que
passou a caracterizar toda sorte de obras pertencentes ao campo das escritas do
“eu”. Auto ficção é, principalmente, um gênero associado a autores franceses
contemporâneos, entre eles: Christine Angot,marguerite Duras, Guillaume Dustan,
Alice Ferney, Annie Ernaux Outros exemplos são o autor indiano Charu Nivedita e a
japonesa Hitomi Kanehara. No Brasil, a prática do auto ficção é recorrente na
literatura contemporânea. Ribamar, de José Castello, Divórcio, de Ricardo Lísias
etc.

A diferença entre autobiografia e auto ficção, Doubrovsky lembra que, quando se


escreve autobiografia, tenta-se contar toda sua história, desde as origens. Já na
autoficção pode-se recortar a história em fases diferentes, dando uma intensidade
narrativa própria do romance. Lejeune (2013, p. 538) afirma que, nessa época, ele
descobria “[...] que a autobiografia podia também ser uma arte. E que esta arte,
novíssima, ainda tinha de ser inventada.” A sua grande contribuição para os estudos
teóricos foi a noção de “pacto autobiográfico”, uma concepção de contrato de leitura
entre o autor e o leitor, o que seria inadmissível no ideário vigente de autonomia do
texto. “Escrita terapêutica, Na formulação original, Doubrovsky relaciona autoficção
à psicanálise, considerando ambas “práticas da cura”, o que explica o aspecto
dramático da autoficção”.

“Na autoficção, se estabelece com o leitor um pacto oximórico , que se caracteriza


por ser contraditório, pois rompe com o princípio de veracidade, sem aderir
integralmente ao princípio de invenção. Mesclam-se os dois, resultando no contrato
de leitura marcado pela ambiguidade”
[...] ‘histórica dessa prática de escrita no campo da literatura. tais dificuldades não
devem elidir esforços visando conferir valor heurístico ao conceito, para auxiliar a
compreensão de parte relevante da produção literária contemporânea.”

Você também pode gostar