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Cronologia Diplomática do Governo Juscelino Kubitschek, 1955-1960

extraído do livro de Eugênio V. Garcia

1955 O presidente Café Filho encontra-se na fronteira com o presidente boliviano,


Victor Paz Estenssoro, para a inauguração do prolongamento da Estrada de Ferro
Noroeste do Brasil da cidade de Corumbá até Santa Cruz de la Sierra (6 jan).

Com o propósito de abrir a economia brasileira ao exterior, a Instrução no 113 da


Sumoc permite importações de máquinas e equipamentos sem cobertura cambial ou
restrição quanto aos similares produzidos no país (17 jan). A medida será utilizada nos
anos seguintes para permitir maior ingresso de capital internacional durante o Plano de
Metas do governo JK.

Café Filho realiza visita oficial a Portugal (22-28 mar). O Brasil apoiava os interesses
portugueses no conflito com a Índia pelos territórios de Goa, Damão e Diu.

A I Conferência Afro-Asiática, em Bandung, Indonésia, reúne países do Terceiro


Mundo, sob a liderança de Sukarno, Nehru, Tito e Nasser (24 abr). O neutralismo é uma
das bandeiras da Conferência, origem do futuro Movimento dos Não Alinhados.

Constituição do Pacto de Varsóvia entre os países do Leste europeu, aliança militar


liderada pela URSS para fazer frente à OTAN (14 maio).

Criado o Instituto Superior de Estudos Brasileiros (ISEB), com a participação do


professor Hélio Jaguaribe (14 jul). O ISEB irá influenciar, juntamente com o
pensamento da Cepal, a elaboração da ideologia do nacional-desenvolvimentismo na
década de 1950, bem como desenvolver trabalhos a favor de uma política externa mais
nacionalista e independente.

Firmados, entre o Brasil e os EUA, Acordos sobre cooperação para usos civis da
energia atômica e reconhecimento de recursos de urânio no Brasil (3 ago). Ainda em
1955, novo Acordo atômico confirma o entendimento para a troca de monazita do Brasil
por trigo dos EUA (16 nov).

Estabelecimento de relações diplomáticas entre a RFA e a União Soviética (8 set).

Golpe militar na Argentina ("Revolución Libertadora") derruba Perón (19 set).

Vitória apertada do governador de Minas Gerais e candidato pela coligação PSD-PTB,


Juscelino Kubitschek de Oliveira, nas eleições presidenciais, com 36% dos votos, tendo
João Goulart, ex-ministro do Trabalho de Vargas, como vice-presidente (3 out).

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Alegando problemas de saúde, Café Filho se afasta da Presidência (8 nov) e é
substituído por Carlos Luz, presidente da Câmara dos Deputados. Há rumores de que
Juscelino Kubitschek seria impedido de assumir. Três dias depois, o general Henrique
Teixeira Lott, ministro da Guerra, lidera "golpe preventivo" para garantir a posse do
presidente eleito (11 nov). O senador Nereu Ramos assume interinamente.

O governo brasileiro instrui suas missões diplomáticas no sentido de votarem contra a


admissão da Alemanha Oriental (RDA) em organismos e conferências internacionais
(14 nov).

Com o apoio decidido do Brasil, Portugal é finalmente admitido na ONU (14 dez).

1956 Viagem de Juscelino, como presidente eleito, aos EUA e Europa (jan). Em Key
West, Flórida, Juscelino encontra-se com o presidente Eisenhower e solicita apoio
econômico norte-americano para investimentos na indústria brasileira.

Governo Juscelino Kubitschek de Oliveira, tendo como ministro das Relações


Exteriores o ex-chanceler e político paulista José Carlos de Macedo Soares (31 jan).

Criado o Conselho de Desenvolvimento, subordinado à Presidência da República, órgão


encarregado do planejamento da política econômica do governo (1o fev). Será lançado o
Plano de Metas, projetando "50 anos em 5", com desenvolvimentismo,
internacionalização da economia, expansão da rede de transportes, dos setores de base e
implantação de uma indústria automobilística, além da construção de Brasília, a nova
capital federal. O programa de desenvolvimento acelerado visava a superar gargalos da
economia, conforme avaliação técnica dos Grupos Executivos em cada setor prioritário:
indústria automobilística (Geia), construção naval (Geicon), mecânica pesada
(Geimape), transportes (Geipot) e bens de capital (Geimaq).

Na União Soviética, Nikita Kruschev denuncia os crimes cometidos por Stalin no XX


Congresso do PCUS e defende a coexistência pacífica Leste-Oeste (14 fev).

O Brasil restabelece relações comerciais com a Alemanha Oriental (16 mar) e pouco
depois recebe uma missão comercial daquele país, chefiada por Georg Kulessa (16-17
maio).

A Tunísia se torna independente da França (20 mar). O Brasil estabelece relações


diplomáticas com o novo país, abrindo Embaixada em Túnis em 1961.

Ao ensejo da revisão da dívida da Argentina, é realizada a primeira reunião do Clube de


Paris, grupo informal de coordenação de países credores para o tratamento da dívida
contraída oficialmente entre Estados (16 maio).

O presidente Juscelino comparece, no Panamá, à Conferência de Chefes de Estado


Americanos comemorativa dos 130 anos do Congresso do Panamá (22 jul).

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Crise de Suez: após a nacionalização do Canal de Suez pelo presidente Nasser (26 jul),
forças combinadas de Israel, Grã-Bretanha e França invadem o Sinai, no Egito. Por
pressão dos EUA e da URSS, a crise é contornada e a I Força de Emergência da ONU
(UNEF) será enviada para fiscalizar o cessar-fogo (15 nov). Convidado, o Brasil envia
um contingente de infantaria do Exército à região, conhecido por Batalhão Suez, que lá
permanecerá até 1967, com a missão de patrulhar a linha de demarcação entre árabes e
israelenses e limpar campos minados.

Criada a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), órgão responsável por regular
as atividades nucleares no Brasil (10 out). No mesmo mês, é estabelecida, em Viena, a
Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) (26 out).

Intervenção soviética na Hungria para reprimir insurreição anticomunista (4 nov).

A Marinha brasileira adquire da Grã-Bretanha o porta-aviões leve Minas Gerais (14


dez).

1957 Acordo entre o Brasil e os EUA para a instalação de uma base norte-americana
de rastreamento de foguetes e mísseis na Ilha de Fernando de Noronha (19 jan). No
mesmo ano, é criado o Posto Oceanográfico da Ilha da Trindade, administrado pela
Marinha do Brasil.

Gana se torna independente (6 mar): ganha força o processo de descolonização na


África Negra. O Itamaraty estuda o envio de uma missão exploratória a países africanos
e asiáticos.

Constituídas, em Roma, a Comunidade de Energia Atômica Europeia (Euratom) e a


Comunidade Econômica Europeia (CEE), com vistas a um Mercado Comum Europeu
abrangendo a Europa dos 6: Alemanha, Bélgica, França, Itália, Luxemburgo e Países
Baixos (25 mar). O Brasil vê com preocupação o possível impacto do Tratado de Roma
no comércio com os países europeus, considerando-o prejudicial às exportações
brasileiras e contrário às regras do GATT.

O Brasil participa de Conferência em Buenos Aires, convocada pela Argentina, sobre a


defesa do Atlântico Sul (maio).

O presidente de Portugal, general Francisco Higino Craveiro Lopes, chega ao Brasil em


visita oficial, sob protestos anti-salazaristas (7 jun). Em declaração conjunta, o governo
brasileiro mantém seu apoio ao colonialismo português na África (11 jun). Vozes
discordantes, porém, como a de Oswaldo Aranha, pleiteiam que o Brasil deveria apoiar
a independência dos países africanos.

O Brasil adere às Convenções de Genebra de 1949 sobre direito internacional


humanitário (29 jun).

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Reforma aduaneira promove a completa reformulação dos instrumentos da política de
comércio exterior, instituindo tarifa em base ad valorem, de acordo com a Nomenclatura
Aduaneira de Bruxelas, com mais de 6 mil itens (14 ago).

Em Buenos Aires, a Conferência Econômica Interamericana, organizada pela OEA,


discute formas de cooperação multilateral para o desenvolvimento (ago-set).

Ratificação pelo Brasil da Convenção sobre Asilo Diplomático de 1954 (17 set).

O Brasil e seis produtores latino-americanos de café assinam o Convênio do México,


com o objetivo de deter a queda dos preços internacionais do produto (set).

Lançamento pela União Soviética do primeiro satélite artificial, o Sputnik (4 out).

Registram-se grandes investimentos na indústria automobilística no Brasil, com a


ampliação e/ou instalação, no ABC paulista, de fábricas estrangeiras como a Ford,
General Motors, Willys Overland, Volkswagen, Mercedes-Benz, Simca e outras. Entre
1957 e 1961, o crescimento médio do PIB brasileiro será de 8,2%, mas haverá aumento
do déficit público (4% do PIB em 1957), da dívida externa e da inflação.

1958 Reúne-se, no Rio de Janeiro, a Conferência Internacional do Café, com a


finalidade de coordenar as ações dos países interessados no comércio cafeeiro (jan). O
Brasil passa também a integrar as negociações do Acordo Internacional do Açúcar.

Em São Paulo, a USP instala o primeiro reator nuclear da América Latina (25 jan).

O Brasil e a Bolívia assinam, em La Paz, os Acordos do Roboré sobre exploração de


petróleo boliviano, ligações ferroviárias (Ferrovia Corumbá-Santa Cruz de la Sierra) e
intercâmbio econômico (29 mar). Os acordos bilaterais causaram grande celeuma no
país, criticados pelos nacionalistas e defensores da Petrobras por supostamente
favorecerem empresas multinacionais. Parlamentares brasileiros se queixaram de que
alguns compromissos haviam sido assumidos por notas reversais, dispensando a
aprovação do Congresso. O presidente Kubitschek nomeia uma comissão de alto nível
para estudar o caso.

O presidente eleito da Argentina, Arturo Frondizi, visita o Rio de Janeiro para encontro
com Juscelino Kubitschek, em ensaio de aproximação entre os dois países (8-9 abr).
Frondizi sugere que o Brasil e a Argentina fundem a primeira "siderurgia sul-
americana".

A Conferência de Genebra sobre o Direito do Mar aprova uma Convenção sobre a


Plataforma Continental (29 abr).

O vice-presidente norte-americano, Richard Nixon, em visita à América Latina, enfrenta


manifestações e protestos populares em Lima e Caracas (maio).

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O presidente Juscelino, em carta dirigida ao presidente Eisenhower, lança a Operação
Pan- Americana (OPA), propondo que os EUA patrocinem um programa de ajuda ao
desenvolvimento econômico e combate à pobreza na América Latina, como forma de
fortalecer a democracia no hemisfério (28 maio). A carta destaca a necessidade urgente
de investimentos nas "áreas economicamente atrasadas do continente", programas de
assistência técnica, mecanismos "capazes de proteger os preços dos produtos de base", e
recursos de organismos financeiros internacionais.

Com a crise na Argélia, Charles de Gaulle assume o poder na França (31 maio).

Juscelino discursa aos representantes diplomáticos dos países americanos no Rio de


Janeiro e reafirma os fundamentos que inspiram a OPA (20 jun).

Francisco Negrão de Lima, político mineiro, assume o Ministério das Relações


Exteriores (3 jul).

O secretário de Estado norte-americano, John Foster Dulles, é enviado ao Rio de Janeiro


para conversar sobre a OPA com presidente Juscelino (4 ago). Os EUA reconhecem os
princípios contidos na iniciativa brasileira, mas Juscelino rejeita minuta de declaração
conjunta centrada na repressão ao comunismo.

Criado, junto ao Conselho da OEA, Comitê Especial para estudar a formulação de


novas medidas de cooperação econômica, mais conhecido como o Comitê dos 21,
encarregado de discutir modalidades de implementação da OPA (24 set). Em sua
primeira reunião, em Washington, o Comitê exclui a possibilidade de um "Plano
Marshall para a América Latina", frustrando o representante brasileiro Augusto
Frederico Schmidt (17 nov).

Firmado, pelo Brasil e mais 14 países, o Convênio Latino-Americano do Café, com o


objetivo de ordenar a oferta e a demanda do produto nos mercados internacionais (27
set).

O professor Hélio Jaguaribe lança o livro O nacionalismo na atualidade brasileira.

1959 Vitoriosa a Revolução Cubana de Fidel Castro contra o governo de Fulgêncio


Batista (1o jan). O Brasil reconhece o novo governo revolucionário. Cuba irá depois
nacionalizar propriedades estrangeiras, declarar-se socialista e pedir apoio à União
Soviética. Os EUA impõem um embargo comercial e financeiro à ilha.

Humberto Delgado, candidato da oposição à Presidência portuguesa, solicita asilo na


Embaixada do Brasil em Lisboa (12 jan) e somente após longas negociações é
autorizado a deixar Portugal (21 abr).

Criado, a partir de recomendação do Comitê dos 21, o Banco Interamericano de


Desenvolvimento (BID), com sede em Washington (8 abr). O BID será responsável pela

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concessão de empréstimos e financiamentos a projetos de desenvolvimento e
cooperação técnica na América Latina.

O embaixador Hugo Gouthier de Oliveira Gondim realiza missão especial a sete países
asiáticos, a fim de estimular a expansão das relações comerciais com Irã, Tailândia,
Indonésia, Singapura, Federação da Malásia, Filipinas e Hong Kong (abr-maio). Como
resultado dessa missão e da Operação Brasil-Ásia, o Brasil estabelece relações
diplomáticas com o Vietnam do Sul (4 maio), Tailândia (16 maio), Federação da
Malásia (11 ago), Coreia do Sul (31 out) e, no ano seguinte, com o Ceilão, atual Sri
Lanka. Ainda em 1959, o presidente da Indonésia, Sukarno, realiza visita oficial ao
Brasil, a primeira de um chefe de Estado asiático ao país (18 maio).

Ao retornar de uma reunião do Comitê dos 21 em Buenos Aires, o líder cubano Fidel
Castro visita o Brasil e se encontra com Juscelino Kubitschek (5 maio).

Enfrentando o aumento da inflação e do déficit público, Juscelino critica os lucros


excessivos de firmas estrangeiras no país. O Brasil busca créditos externos, dependentes
do aval do FMI, que defende um ajuste recessivo. Como a marcha desenvolvimentista
era a marca de sua gestão, para não se ver forçado a comprometer o Plano de Metas,
Juscelino rompe com o FMI (9 jun).

O primeiro-ministro do Japão, Shinsuke Kishi, realiza visita ao Brasil (24 jul).

Horácio Lafer, político e empresário paulista, assume o Ministério das Relações


Exteriores (10 ago).

O Brasil, como maior produtor mundial, firma o primeiro Convênio Internacional do


Café, integrado por 28 países, tanto produtores quanto consumidores, responsáveis pelo
controle de 93% das exportações mundiais do produto (1o out).

O Brasil e a Argentina celebram acordos de comércio e de consultas prévias em


assuntos de interesse comum (26 nov).

Decreto estabelece a Comissão de Coordenação da Execução da Política Econômica


Exterior, no âmbito do Ministério das Relações Exteriores (28 nov).

Concluído, em Washington, o Tratado da Antártica (1o dez). Embora os países


signatários não renunciem às suas pretensões territoriais, reconhece-se o status de não
militarização do continente antártico. O Brasil inicialmente não acede ao Tratado,
aderindo em 1975.

Missão comercial brasileira à União Soviética conclui Termo de Entendimento sobre


questões de comércio e pagamentos com aquele país (9 dez). O Itamaraty esclarece que
o restabelecimento de relações comerciais não significa um reatamento diplomático
formal com a URSS.

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Criada a Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) (15 dez).

1960 O presidente do México, Adolfo López Mateos, realiza visita ao Brasil, a


primeira em caráter oficial de um mandatário mexicano ao país (19-25 jan).

O Brasil reconhece a independência do Cameroun francês (25 jan), do Mali (25 jul), do
Congo-

Léopoldville (depois República Democrática do Congo) (ago), e do Cameroun britânico


(19 set).

O presidente norte-americano, Dwight Eisenhower, visita o Brasil, incluindo passagem


por Brasília (24-25 fev). Ocorrem protestos estudantis no Rio de Janeiro, liderados pela
UNE. Após a visita, as negociações do Brasil com o FMI são retomadas, em
Washington, pelo embaixador Walter Moreira Sales.

Criação pelo Tratado de Montevidéu da Associação Latino-Americana de Livre


Comércio (Alalc), com o objetivo final de constituir um mercado comum regional a
partir de uma zona de livre comércio a ser implementada no prazo de 12 anos (18 fev).
As negociações na Alalc serão baseadas em "listas comuns" e "listas nacionais", produto
a produto, para promover reduções tarifárias, eliminar barreiras não tarifárias e
liberalizar o intercâmbio comercial. As economias latino-americanas estavam de costas
umas às outras: em 1960, menos de 10% de suas exportações se dirigiam aos países
vizinhos.

A convite de Fidel Castro, Jânio Quadros, político paulista, viaja a Cuba (mar).

Inaugurada a nova capital, Brasília (a "meta-síntese" do Plano de Metas de JK), em área


do Planalto Central conhecida por Quadrilátero Cruls (21 abr). Com projeto urbanístico
de Lúcio Costa e arquitetura de Oscar Niemeyer, Brasília custou cerca de 2,3% do PIB
para ser erguida. A transferência definitiva do governo federal irá demorar mais de uma
década.

O Brasil estabelece relações diplomáticas com a Comunidade Econômica Europeia e


Augusto Frederico Schmidt apresenta credenciais como embaixador junto à CEE (14
jun).

A ONU, dirigida então pelo secretário-geral Dag Hammarskjöld, envia uma Força de
Emergência ao Congo ex-Belga (14 jul), da qual o Brasil participará com oficiais-
aviadores da FAB.

Divergências político-ideológicas levam a ruptura entre a China e a URSS (16 jul).

O presidente Juscelino visita Portugal para assistir às solenidades do V Centenário do


Infante D. Henrique e retribuir a visita do presidente português em 1957 (9 ago).

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A Declaração de San José, adotada pela OEA, afirma que "o sistema interamericano é
incompatível com qualquer forma de totalitarismo" (29 ago).

Ainda como resultado da OPA de Juscelino, o Comitê dos 21 da OEA adota a Ata de
Bogotá, propondo medidas para a melhoria social e o desenvolvimento econômico na
região (12 set). A Ata reconhece a "mútua dependência entre os problemas econômicos
e sociais".

Criação da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) (14 set).

O Brasil adere à Convenção relativa ao Estatuto dos Refugiados (16 nov).

Formado o Mercado Comum Centro-Americano (MCCA), composto por Costa Rica, El


Salvador, Guatemala, Honduras e Nicarágua (13 dez).

Instituída, em Paris, a Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico


(OCDE), que reúne grupo expressivo de 20 países desenvolvidos (14 dez).

Avança o processo de descolonização e 17 países se tornam independentes na África.


Nesse contexto, é aprovada, com apoio do Brasil, por Resolução da Assembleia Geral
da ONU, a Declaração de Garantia de Independência dos Países Coloniais, reafirmando
o princípio da autodeterminação dos povos (14 dez). O Brasil mantinha posição
tradicional de apoio ao colonialismo português, mas a erosão do ocidentalismo, a
primazia das considerações econômicas e o consenso internacional anticolonialista vão
ensejar mudanças na orientação brasileira.

Tentativa de golpe em Addis-Abeba enquanto o imperador da Etiópia, Haile Selassie,


realizava visita de Estado ao Brasil (14 dez).

1961 Os EUA, sob o governo Eisenhower, rompem as relações diplomáticas com


Cuba (3 jan).

Elevadas a Embaixada as Legações do Brasil na Polônia (18 jan) e no Irã (25 jan).

Governo Jânio Quadros, tendo como ministro das Relações Exteriores o político e
escritor mineiro Afonso Arinos de Melo Franco (31 jan). Jânio preconiza uma Política
Externa Independente (PEI) e irá pedir providências ao Itamaraty para reatar relações
com a URSS. Ancorado desde o início da República na matriz ideológica
panamericanista, o mito da "aliança especial" com os EUA havia-se esvaziado no final
da década de 1950. A PEI surge como negação ao paradigma anterior, que exaltava as
virtudes do alinhamento.

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