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Alta Competência

1.4. Coluna de perfuração

A coluna de perfuração é composta por tubos de perfuração (drill


pipes - DP), tubos semipesados HW (intermediários) e tubos pesados
ou comandos (drill collars - DC), cujas funções são aplicar peso sobre a
broca (fornecido pelos DCs, preservando os tubos de perfuração de
realizarem esse esforço), transmitir rotação para a broca e permitir a
circulação de fluidos.

Outros elementos compõem a coluna, tais como:

• Estabilizadores;

• Escariadores;

• Alargadores (underreamers);
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• Substitutos conversores de roscas (X-over);

• Equipamentos de medição e registro de inclinação e direção


Measuring While Drilling (MWD);

• Equipamentos de perfilagem e registro durante a perfuração


Log While Drilling (LWD).

1.4.1. Tubos e comandos

Alguns exemplos dos principais tubos e comandos de colunas de


perfuração estão ilustrados a seguir:

Comando
Comando liso liso

Tool Tool
Comando liso Tool Tool
joint joint
joint joint
Comando
Comando espiralado
espiralado
Tool
Tool joint
joint
Comando espiralado
Comando de perfuração (Drill Collar) Tubo de perfuração (Drill Pipe)

Tubo de perfuração pesado (HW)


Capítulo 1. Perfuração

1.4.2. Acessórios e ferramentas

Acessórios de coluna de perfuração são substitutos da coluna com


funções específicas. Os alargadores, por exemplo, são acessórios que
permitem perfurar os poços com diâmetro maior do que a broca, ou
quando o poço perfurado com um diâmetro tem que ser alargado
para um diâmetro maior a fim de permitir uma melhor cimentação.
Já os estabilizadores são elementos de coluna com diâmetro igual
ou próximo ao da broca, cuja função é manter o diâmetro do poço e
garantir o seu alinhamento com a direção pretendida.

Fonte: Petrobras

Fonte: Petrobras
Alargadores Estabilizadores e underreamers
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Equipamentos de elevação e manuseio da coluna são usados para


permitir ou auxiliar no manuseio e na conexão dos tubos, comandos
ou outros acessórios ou componentes da coluna de perfuração.
São as cunhas de comandos e de drill pipes, que permitem segurar a
coluna na mesa rotativa; colar de segurança, que são acunhados nos
comandos e tubos de revestimento, para evitar que caiam no poço
quando da conexão ou desconexão dos mesmos.

As chaves flutuantes permitem o aperto final e a desconexão dos


tubos, comandos e revestimentos.

As chaves hidráulicas são chaves com motores hidráulicos usadas


para enroscar tubos e revestimentos. Os comandos, por causa do
seu peso, não podem ser enroscados ou desenroscados com as
chaves hidráulicas.
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Fonte: Petrobras
Cunha para DP’s

Colar de segurança

Cunha para tubos

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Chave flutuante

Chave de enroscar tubos

Equipamentos para manuseio de coluna de tubos

1.5. Brocas

As brocas são equipamentos que perfuram, lascam, quebram e


trituram as rochas e formações. São colocadas na extremidade da
coluna e podem ser de vários tipos e tamanhos, dependendo da
profundidade e do tipo de rocha a ser perfurada.

A broca draga, perfura por raspagem e foi o primeiro tipo de broca


usada, mas hoje está em desuso.

A broca de diamante é usada em formações duras e abrasivas e em


operações de testemunhagem (coroa). Perfura por esmerilhamento.
Capítulo 1. Perfuração

As brocas tricônicas com dentes de aço ou de inserto de tungstênio


são as mais versáteis, podendo ser fabricadas para operar em
diversos tipos e durezas de formação. Nas formações mais macias
e plásticas são usados dentes grandes; nas mais duras ou abrasivas,
dentes curtos.

A broca PDC (diamante policristalino compactado) perfura por ação


de raspagem. É preferencialmente usada para perfurar formações
homogêneas e, em geral, apresenta alta taxa de penetração.

Fonte: Petrobras
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Brocas para perfuração

1.6. Fluidos de perfuração e sistema de circulação de fluidos

O elemento responsável por carrear os cascalhos perfurados, refrigerar


e lubrificar a broca, conter as paredes do poço e evitar o influxo (kick)
e a erupção de gás ou óleo é o fluido de perfuração, popularmente
conhecido como lama.

Esse fluido, recalcado por bombas de alta potência (bombas de lama),


atinge a broca e passa por seus bordos, retornando à superfície pelo
espaço anular compreendido entre a coluna de perfuração e as
paredes do poço.
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O sistema de fluidos é composto pela bomba de lama e linhas de


recalque, que vão da bomba até a coluna de perfuração e pelo sistema
de tratamento de fluido, composto dos extratores de sólidos, peneiras,
desareadores, dessiltadores e tanques para preparo, armazenamento
e manutenção do fluido.

O fluido de perfuração carreia os cascalhos cortados e triturados pela


broca do fundo do poço para a superfície. Na superfície, o mesmo
fluido é tratado para retirada desses sólidos e manutenção de suas
qualidades reológicas e químicas.

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Sistema de circulação no
fundo do poço

A extração de sólidos mais grosseiros ocorre nas peneiras, já os


mais finos, nos dessiltadores e no mud cleaner. Se necessário,
uma centrifuga de alta velocidade é usada para controle da
densidade do fluido e para a eliminação do líquido restante no
sólido descartado.
Capítulo 1. Perfuração

Mangueira

Swivel
Tubo
Bengala

Bomba

Kelly

Tanque
de fluidos
Peneiras Interior
da
coluna

Jatos
da
broca
Anular

Sistema de circulação de fluidos


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Para as bombas
Centrífuga
de alta velocidade
Do poço

Centrífuga

Mud cleaner

Dessiltador

Peneira Desareiador
vibratória

Sistema de tratamento do fluido de perfuração

1.7. Operações de perfuração

A perfuração de poços consiste em posicionar uma sonda de


perfuração na locação determinada pelo projeto geológico e de
reservatório. Nas operações offshore, as sondas são montadas em
plataformas, que podem ser flutuantes ou apoiadas no fundo
do mar.
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As operações de perfuração têm os seguintes objetivos primordiais:

Perfurar um poço com segurança:

• Sem causar instabilidades nas rochas e formações cortadas


(colapso, fraturamento);

• Sem permitir influxo de fluidos da formação (água, óleo, gás)


para o poço e principalmente para fora dele.

Os projetos de perfuração e completação dos poços dependem da


concepção de produção. No caso offshore, a produção pode ser por
poços de completação seca, em plataformas fixas apoiadas no fundo
do mar ou em plataformas flutuantes fixas no fundo do mar por
tirantes de alta tração, conhecidas por TLP (Tension Leg Plataform).
A perfuração dos poços para essas plataformas pode ser anterior à
46 instalação da mesma, por sondas autônomas, flutuantes ou auto-
eleváveis ou após a instalação da plataforma. Nesse caso, são usadas
sondas moduladas, montadas sobre a plataforma de produção.

1.7.1. Plataformas de perfuração offshore

As perfurações dos poços são realizadas em diferentes tipos de


plataformas, projetadas para isso. Os principais tipos de sondas e
plataformas usados em perfuração offshore estão descritos a seguir.

a) Plataformas fixas

As plataformas fixas podem ser projetadas para receber todos os


equipamentos de perfuração, estocagem de material, alojamento de
pessoal, além das instalações necessárias para a produção dos poços.
A perfuração na plataforma fixa ocorre como se fosse em terra.
A plataforma fixa é uma ilha artificial, metálica, na qual as
características do poço são as mesmas do poço em terra.
Capítulo 1. Perfuração

No esquema a seguir, observar um projeto de poço típico em terra,


no qual o condutor é cravado até encontrar solo firme (nega). Note
que o poço é perfurado em duas fases: uma, com revestimento
intermediário e outra, com revestimento de produção. Ambos os
revestimentos chegam à superfície e são cimentados no anular
revestimento poço, isolando formações portadoras de óleo, gás,
água salgada ou salobra e, principalmente, isolando as formações
portadoras de água doce.

Superfície
do terreno

Cimentação do
Revestimento revestimento
intermediário intermediário

Condutor
Cravado
Revestimento 47
de produção Cimentação do
revestimento
de produção

Poço típico de perfuração onshore ou de plataforma fixa

Nas plataformas fixas, os poços são semelhantes, entretanto, com


mais fases e mais revestimentos intermediários capazes de prover
maior e melhor isolamento das diversas formações e o alcance de
horizontes produtores mais profundos. As Sondas Moduladas (SM)
são fundamentais para viabilizar a perfuração e, principalmente, a
manutenção dos poços instalados em plataformas fixas.

As principais características das plataformas fixas são as seguintes:

• Operam em lâminas d’água rasas, até 120 m;

• As jaquetas são lançadas e fixas por estacas no fundo do mar;

• Os módulos são colocados e fixos na jaqueta;


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• Os poços podem ser perfurados antes ou depois do lançamento


da jaqueta. Se forem perfurados antes, é feito tie-back para
remontá-los até a superfície;

• Não é necessário compensador de movimentos.

Fonte: Petrobras
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Plataforma fixa e sonda modulada (SM)

b) Sondas auto-eleváveis (PA)

As sondas auto-eleváveis são sondas montadas em plataformas que


possuem pernas que as apóiam no fundo do mar. Operam como
uma ilha metálica que pode ser removida inteira e deslocada para
outra locação.

As principais características das sondas tipo plataforma auto-


eleváveis (PA) são:

• Plataforma de perfuração fixa, pouco afetada pelas condições


oceano-meteorológicas;

• Opera em áreas com restrições no fundo do mar;

• Baixo custo relativo;


Capítulo 1. Perfuração

• Perfura em até 100 m de lâmina d’água;

• Não faz uso de BOP submarino e de compensador de


movimentos.

Fonte: Petrobras
49

Plataforma auto-elevável

c) Sondas flutuantes

As sondas flutuantes são do tipo sondas semi-submersíveis (SS) e


navios sonda (NS).

Os navios-sonda (NS), aparentemente, são semelhantes aos navios


convencionais, porém, a característica que os diferencia é a torre e
o moon pool (abertura central existente no seu casco) por onde os
equipamentos são descidos para fazer a perfuração.

Os NS utilizam para o seu posicionamento o Sistema de


Posicionamento Dinâmico (DP). Esse sistema é constituído de um
referencial de navegação por satélite (GPS) e de um referencial
acústico local da embarcação, no qual os emissores de sinais
acústicos (beacons ou transponders), em freqüências pré-fixadas,
são posicionados no fundo do mar através do Remote Operator
Vehicle (ROV) e os receptores (hidrofones) ficam na embarcação.
As informações dos referenciais de posicionamento são recebidas
por sistemas de computação e acionam os motores de proa, popa
e de bordos, mantendo o navio em uma determinada posição, com
pequenas variações.
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As principais características dos navios-sonda são:

• Possuem grande capacidade de armazenagem de suprimento


para perfuração;

• São menos estáveis do que a sonda semi-submersível (SS),


devido ao menor volume submerso;

• Possuem propulsão própria, não necessitam de rebocadores


para o translado de uma locação para outra (DMM);

• Podem operar em lâmina d’água ultra-profunda;

• Necessitam de compensador de movimentos, sistema


hidropneumático que permite compensar o movimento
vertical da sonda em razão da flutuabilidade e da
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movimentação das ondas.
Fonte: Petrobras

Plataforma navio-sonda (NS)

As sondas semi-submersíveis (SS), dotadas de flutuadores que


permitem uma submersão regulável, podem ser de dois tipos: as que
também se posicionam pelo Sistema de Posicionamento Dinâmico
(DP) e as do tipo ancoradas. Ambas possuem moon pool para manuseio
de cargas a serem descidas no fundo do mar ou no poço.
Capítulo 1. Perfuração

As principais características das plataformas SS são:

• São plataformas estáveis - trabalham em condições de mar e


tempo mais severos do que os navios;

• Podem ser ancoradas ou de posicionamentos dinâmicos;

• Fazem uso de BOP submarino e compensador de movimentos.

Fonte: Petrobras
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Plataforma semi-submersível (SS)

1.7.2. Operações rotineiras de perfuração

Os poços perfurados por sondas semi-submersíveis (SS) ou navios-


sonda (NS) atendem um programa de perfuração a ser executado
em fases ou etapas. Para cada uma dessas fases há previsões da
profundidade a ser atingida e do tipo de broca a ser utilizada.
Conseqüentemente, há previsão do diâmetro do poço, da
composição da coluna de perfuração que vai acima da broca, do
tipo de fluido de perfuração a ser usado, da tubulação de grande
diâmetro (revestimentos) a ser descido/deixado no poço para conter
as paredes e dos trechos a serem cimentados para isolamento das
formações produtoras ou a serem protegidas.
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Na primeira fase, descem simultaneamente: uma broca, a coluna de


perfuração (tendo acima da broca um motor de fundo), as juntas do
revestimento (revestimento condutor), tendo no seu topo uma base
guia (funil up) acoplada.

O fundo do oceano é jateado e o revestimento condutor é


“enterrado”. Quando o jateamento não for possível, perfura-se até
o posicionamento da Base Guia Temporária (BGT) no fundo do mar.
Perfurada essa fase, segue-se a descida do revestimento com a Base
Guia Permanente (BGP). Nesse caso, ao final da descida das juntas
do revestimento, circula-se e, em seguida, cimenta-se esse mesmo
revestimento, da sapata (extremidade inferior) até o fundo do mar.

Na segunda fase fura-se com outra broca, com o retorno dos cascalhos
sendo direto para o mar, descendo a seguir o outro revestimento,
que tem acoplado à sua extremidade superior uma cabeça de
52 poço submarina (housing). Esse revestimento pode ser totalmente
cimentado, da sapata até o fundo do mar.

A terceira fase tem início com a descida do equipamento Blow Out


Preventer (BOP) submarino (principal componente da barreira de
segurança), que é acoplado à cabeça de poço (housing) e conectado
à sonda através do riser de perfuração. Em seguida, é perfurada a
terceira fase, com retorno de fluido para a sonda. Depois, é descido
o revestimento, cimentando-o também, porém não totalmente,
mas provendo isolamento da sapata e de intervalos superiores que
necessitem de isolamento.

Na quarta fase, ainda com o BOP instalado, perfura-se com broca de 12


¼” ou de 14 ½”. Nesta fase, o objetivo é atingir a rocha-reservatório -
a zona de interesse - para confirmar a existência de petróleo/gás
natural e colocar o poço em produção.

Para evitar que o poço desmorone e permitir que o fluido de


perfuração circule, há o revestimento: uma tubulação de aço de
grande diâmetro que reveste a perfuração. O revestimento é descido
ao final de cada fase e o anular revestimento poço é cimentado para
promover isolamento entre os vários intervalos perfurados e entre as
formações perfurada e a superfície. O revestimento bem cimentado
promove uma barreira de segurança eficaz.
Capítulo 1. Perfuração

Todos os revestimentos descidos são ancorados no interior da cabeça


de poço (housing) no fundo do mar. Eventualmente, para poços mais
profundos ou para aqueles que atravessam formações com pressões
estáticas (Pest) muito diferentes, pode haver a necessidade de se
perfurar mais uma fase, quando é descido um revestimento chamado
liner, que normalmente não vem até a superfície, sendo ancorado e
cimentado na base do revestimento anterior. Ao final, barreiras de
segurança são estabelecidas, como tampões de cimento, ou o poço
é equipado até o tubing hanger e o BOP é retirado, deixando o poço
temporariamente abandonado ou não.

Fonte: Petrobras
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BOP submarino, usado em sondas flutuantes

Na explotação dos campos em regiões conhecidas pode-se perfurar


poços simplificados, chamados slenders, que são perfurados com
menos fases, simplificando e barateando o projeto, com sensível
redução no custo e no tempo de perfuração dos poços.

As ilustrações a seguir ajudam a acompanhar as fases das operações


de perfuração offshore.
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Fases da perfuração offshore

Coluna de
perfuração

Base guia funil UP

Motor de fundo
Revest de 30”

Broca de 26”

Final da primeira fase: executado


Início da primeira fase: descida o jateamento e “enterrado” o
da coluna de jateamento com revestimento de 30”.
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revestimento de 30” e base guia.

Rev. 30” Rev. 30”

Poço de 26” Poço de 26”

Após a desconexão do mandril Concluído o trabalho com broca,


interno da Running Tool (RT), o mandril interno da running
segue a perfuração da segunda tool (RT) é reconectado, segue-
fase, com a broca de 26” sendo se a desconexão da RT da base
acionada pelo motor de fundo. guia e a retirada da coluna de
jateamento.
Capítulo 1. Perfuração

Riser de
perfuração

BOP

Rev. 30”

Rev. 20”

Poço de 26”
Cimento

Final da segunda fase: descido o Início da terceira fase: descida do


revestimento de 20” e efetuada a BOP com os risers; descida da broca
cimentação. 17 ½” para iniciar a perfuração
da fase. A lama transporta o 55
cascalho até a sonda.

Outras fases são perfuradas, conforme a profundidade final do


poço. Cada revestimento é descido e cimentado promovendo o
isolamento entre as diversas formações perfuradas e passadas.
O último revestimento é chamado de revestimento de produção, pois
atinge o horizonte produtor e nele são instalados os equipamentos
que permitem produzir o petróleo com segurança e controle.

Horizontal

Vertical Direcional
Tipos de poços no que se refere à trajetória
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0 MR

LA

1200

30”

20”

13 3/8”

9 5/8” Liner
7”
2800
7000m

56 Poço típico horizontal offshore no Brasil (UN-BC)

Convencional Slender

35m 3 TUBOS 35m


30” 30”

200m
20”

13 3/8”
13 3/8” @1700m
@1700m

2700m 2700m

9 5/8” 2800m 2800m 9 5/8”


@2900m @2900m

Poços típicos offshore no Brasil (UN-BC)


Capítulo 1. Perfuração

1.7.3. Perfuração direcional

a) Controle da verticalidade em poços verticais

Não existe poço rigorosamente vertical, pois o poço desvia-se


naturalmente da vertical. Esses desvios devem ser quantificados. Caso
ultrapassem certos limites de inclinações (normalmente 5º) ações
corretivas devem ser implementadas, no sentido de reduzir a sua
inclinação.

Poços verticais que se desviam bastante da vertical trazem problemas


de mapeamento de subsuperfície e podem atingir a profundidade
final em uma posição muito afastada do objetivo desejado. Esses
poços são denominados de tortuosos.

Existem várias causas que determinam a tortuosidade durante a


perfuração de um poço. As mais importantes são: 57

• A variação das características das formações e rochas perfuradas


(dureza, inclinação etc.);

• Mudança brusca no peso sobre a broca;

• Diâmetro de poço grande para os comandos usados;

• Perfuração com broca não estabilizada;

• Desbalanceamento dos comandos usados;

• Perfuração com coluna não estabilizada;

• Desbalanceamento dos parâmetros de perfuração (peso sobre


broca e rotação).
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A mudança brusca na trajetória do poço traz sérios problemas para a


perfuração, tais como:

• Desgaste por fadiga dos tubos de perfuração devido às


tensões cíclicas causadas pela rotação do tubo em um trecho
de desvio excessivo;

• Formação de chavetas - sulcos que aparecem no trecho de


desvio excessivo por causa das ações de compressão e rotação
dos tubos na parede no momento da retirada da coluna.
Os comandos podem ficar retidos nesses sulcos causando uma
prisão de coluna;

• Dificuldade na descida de colunas de revestimento.

b) Perfuração de poços direcionais


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A perfuração direcional é a técnica de desviar, intencionalmente,
a trajetória de um poço da vertical para atingir objetivos que não
se encontram diretamente abaixo da sua locação na superfície. Os
poços direcionais são perfurados com várias finalidades, dentre as
quais podemos destacar:

• Controlar um poço em blowout através da perfuração de poços


de alívio;

• Atingir formações produtoras que estejam abaixo de locações


inacessíveis, tais como rios, lagos, cidades etc.;

• Desviar a trajetória do poço de acidente geológico, tais como


domos, salinos e falhas;

• Perfurar vários poços de um mesmo ponto, como é o caso da


produção através das plataformas marítimas;

• Desviar poços que tiveram o trecho final perdido por


problemas operacionais, como por exemplo a prisão da coluna
de perfuração.
Capítulo 1. Perfuração

1º KOP
Raio longo com
Raio longo com um trecho de
dois trechos de Raio médio Raio curto
ganho de inclinação
ganho de inclinação KOP

2º KOP KOP
KOP
Afastamento Comprimento

Entrada do obj. do trecho horizontal

Tipos de poços direcionais

Na ilustração a seguir é apresentado um projeto de poço horizontal


de grande afastamento, com a indicação dos revestimentos e as
respectivas profundidades das sapatas (profundidades medidas e
verticais - TVD) e as profundidades dos pontos de início de mudança
de inclinação (KOP).

0
59

Mud Line (fundo do mar) @ 1000 m


1000
Profundidade (m)

30” @ 1170m
20” @ 1350m
KOP 1 @ 1380m/BUR = 1º/15m
KOP 2 @ 6832m/BUR = 1º/10m
2000 13 3/8” @ 2625m 83º (2233m TVD) 9 5/8” @ 6785m 83º (2740m TVD)
6.1” @ 7200m 90º (2750m TVD)
83º 9 5/8”6.1”
Objective@ 2750m TVD

3000
0 1000 2000 3000 4000 5000
Afastamento (m)

Poço horizontal de grande afastamento

Atualmente, é possível perfurar poços com duas ou mais pernas,


chamados poços multilaterais. No campo de Carmópolis, SE, já foi
perfurado um poço com oito pernas produtoras.
Alta Competência

Level 1 Level 2 Level 3 Level 4

60
Level 5 Level 6 Level 65

Poços multilaterais

Na Petrobras, os poços são classificados de acordo com a sua finalidade.

Assim, temos:

Tipos de poços Características / finalidades


Poço para pesquisar um possível
reservatório, mas não se tem a certeza
Exploratórios (wildcat)
da existência de hidrocarbonetos no seu
objetivo.
Avaliar as litologias na subsuperfície e
Estratigráficos ou estruturais
realizar o conhecimento geológico da área.

Exploratório de delimitação de reservatório.


Extensão Podem também explorar jazidas adjacentes
ao reservatório conhecido.
Quando se encontra petróleo, são
Desenvolvimento
perfurados para produção do campo.
Capítulo 1. Perfuração

Tipos de poços Características / finalidades


Aumentar a produtividade e longevidade
dos campos de petróleo. Injeta-se nos
Injeção
reservatórios fluidos diversos (água, gás,
vapor de água, outros).

Possuem outra finalidade, diferente das


anteriores. Por exemplo, os poços-piloto,
Especiais
poços que vão permitir a perfuração dos
poços de desenvolvimento ou de injeção.

RESUMINDO...

Um poço perfurado é semelhante a um telescópio,


em que a porção mais larga se localiza no topo
da perfuração. Essa configuração é obtida pelo
uso seqüencial de brocas de diâmetros diferentes 61
(do maior para o menor). As paredes do poço são
revestidas com tubos de aço conectados entre si,
perfazendo um conjunto de tubos, denominado
revestimento. Cada revestimento descido vai do
fundo à boca do poço.

Entre os revestimentos e as paredes do poço é


introduzido cimento, não só para evitar toda e
qualquer comunicação do reservatório com o
exterior que não seja feita por dentro do último
revestimento descido, como para promover o
isolamento entre as diversas formações perfuradas
e passadas pelo poço.

Os poços podem ser verticais (inclinados ou


direcionais) e horizontais. Possuem diferentes
finalidades, como: produção de hidrocarbonetos,
injeção de água, gás, vapor ou outro líquido,
exploração ou reconhecimento geológico ou até
para monitoramento de subsuperfície.

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